1. Nome de Guerra : Cristobal Colon.
O nome deste navegador é desde o século XV um mistério, desde sempre houve a percepção que se tratava de um nome falso, uma alcunha ou um "nome de guerra".
Cristovão Colombo ou Cristoval Colon ? Em vida nunca assinou como Colombo ("Pombo" em italiano), nem nunca foi tratado como tal. Chamava-se Cristovão Colon ou Colom, foi assim que o tratou, em 1488, D. João II, rei de Portugal.
Colombo foi o nome lhe deram os italianos, e já depois de ter falecido também os portugueses, numa fase altura que a sua família defendia em tribunal os seus privilégios e título. A corte espanhola acusava-o de ser um traidor e de a ter enganado.
Porquê este secretismo? Para esconder a sua família ?
A) Nova
Identidade
Colombo não foi o
único português que foi para Castela e fez-se passar como tendo outra
nacionalidade, no século XV e XVI a prática era corrente. Conhecemos, por
exemplo, um "António Genovês" que era natural de Chaves (Portugal).
Mais
A estratégia da
ocultação da sua verdadeira identidade em Castela, assentou numa ideia muito
simples: Colombo, assumiu como suas, as raízes italianas da sua esposa -
Filipa Moniz Perestrelo. Como é sabido, o seu avô - Filipe Perestrelo -, por
volta de 1380 mudou-se de Piacenza para Lisboa.
Convém recordar
que Piacenza, no século XV, pertencia ao Ducado de Milão, que se estendia pela
Lombardia e parte da Ligúria.
Colombo utilizou
uma prática corrente na nobreza na época: os esposos, por exemplo, assumiam como
suas as familias e as raízes familiares das suas esposas, quando possuíam uma
mais prestigiada linhagem e um maior poder económico e social.
Filipa
pertencia à alta nobreza em Portugal, tendo muitos dos seus familiares exilados
em Castela, nomeadamente a residirem em Sevilha.
Nesta ocultação,
não foi difícil à Corte Portuguesa, servir-se não apenas dos serviços de Bartolomeu
Marchione (4), mas também da excelente rede de feitorias e relações
internacionais da nobreza portuguesa, para difundir a ideia que Colombo era
Italiano, nomeadamente de Milão, a que Piacenza pertencia no século XV.
É por esta
razão que alguns historiadores do século XV e XVII, como Andrés Bernandez ou
Bérnal, Fernández de
Oviedo (10), Pedro María de Campi (11), Francisco Lopez de Gomara (12) afirmam que Colombo era de Piacenzza (Piacenza, Plasência) da familia Perestrelo, ou da região de Milão ou da Lombardia,
confundindo as suas origens com as da sua esposa Filipa Moniz Perestrelo.
A prova mais eloquente
desta confusão foi dado Hernando Colon. Na biografia do pai afirma andou por Itália
a investigar as várias terras e regiões onde se dizia que o mesmo teria
nascido. Em Génova, Saona, Cugureo, Bugiasco e Nervi não encontrou rastos da
sua suposta familia, nem qualquer testemunho que pudesse provar que algum dos
seus membros ali tivesse vivido.
Apenas em Plasencia (Piacenza)
afirma existiriam "personas muy honradas de su familia y sepulturas con
armas y epitafios de los Colombos" (8). Não nos esclarece se fez alguma
investigação nesta cidade
Para consolidar
esta confusão terá sido providencial a Colombo a amizade que, a partir de 1498, estabeleceu com Gaspar
Gorricio,
frade franciscano, oriundo da cidade de Novara, pertencente ao Ducado de
Milão.
Procurando tirar
partido desta confusão, por volta de 1583 apareceu em Espanha, um burlão
italiano, senhor de Cúçaro ,Monferrato, nos limites do Ducado de Milão. A sua
tese era que os Colombos haviam sido os senhores de Cúçaro, e que depois se
haviam mudado para Génova. O seu objectivo era apoderar-se do que restava da
herança de Colombo: os ducados de Verágua e da Jamaica. Mais
Com esta confusão,
Colombo e os seus irmãos, tentaram afastar qualquer suspeita de ligação a
Portugal. Os historiadores, desorientados à mingua de provas, foram imaginando
ligações familiares e alargando o
raio da sua possível naturalidade a toda a Lombardia e Ligúria italiana.
Os negócios de
Marchione, mas também os casamentos da alta nobreza portuguesa na região de
Milão (
3), poderão ter comprado a cumplicidade dos italianos para a ocultação da
Identidade de Colombo.
Não podemos descartar a hipótese de Colombo ter estado
envolvido na traição da Casa de Bragança e dos Duques de Viseu-Beja.
Um dos primeiros
a cobrar estes favores foi Carlos III, Duque de Saboia, que em 1516 pediu
em casamento a infanta Dona Beatriz, filha de D. Manuel I, o qual só lha
concedeu em 1521, no ano em que faleceu.
Anos depois, os italianos voltam à
carga e conseguem mais um casamento da neta deste rei - a Infanta Dona Maria
(1538-1577), filha do Infante D. Duarte, Duque de Guimarães, em 1565,
com Alexandre Farnese, 3.º duque de Parma e Plasência (Piacenza) (9). Não
podia haver maior cumplicidade.
Os italianos
desta confusão, como contrapartida,
ganharam prestigio, mas também algum poder oferecido pelos portugueses.
O facto mais
surpreendente é que Colombo, nem os seus irmãos, em tudo o que escreveram e
que chegou até nós, NUNCA se referiram a Plasencia, Piacenza, Piacenzza,
Milão, Milan, Lombardia ou Ligúria. Eram cidades e regiões italianas
que não lhes diziam nada.
B) Leitura do
Brasão
Colombo surge em Castela
ostentando um brasão de família, a que em 1493, os reis de Espanha
acrescentaram outro. A sua explicação à luz do que dissemos é de uma enorme
simplicidade, como veremos.
C
) Mudança de Nomes Comecemos
por recordar que Colombo também não foi o único português que fugiu para
Espanha e mudou de nome. Três exemplos dos seus familiares que fizeram o
mesmo, um dos quais era também espião: -
Lopo de Albuquerque,Conde de Penamacor, casado com a sobrinha de Colombo. No estrangeiro usava o nome de "Pedro Nunes". Foi dado como morto em 8 de Maio 1493, incluindo por todos os
cronistas portugueses, mas ainda estava vivo em 1495 ! Mais -
Diego Mendez Segura,
filho adoptivo de Lopo de
Albuquerque. Foi o secretário vitalício de Colombo e do seu filho
Diego, usava também em Espanha um nome falso. Mais -
Perestrelo.
Parente de Colombo. Foi enviado pelo rei D. João II a Itália para um encontro
secreto com vários italianos, incluindo o Duque de Milão.
Usou também o nome
falso de "Marcial Barroso". A
razão porque o faziam prendia-se obviamente com a necessidade que sentiam de
proteger a sua verdadeira identidade. No
caso de se tratar de conspiradores, a mudança de
nome dificultava a acção dos seus perseguidores enviados por D. João II; No
caso de serem espiões ao serviço deste rei, a mudança de nome impunha-se pela
própria missão em território inimigo. A
identidade de Colombo e dos seus irmãos foram sempre protegida em Espanha, de
modo a dificultar a sua possível identificação. Este trabalho envolveu
directamente a Corte castelhana, mas também muitos nobres portugueses que
estavam exilados neste reino. Porque
os reis católicos estavam tão interessados em não divulgar a verdadeira
identidade de Colombo e dos seus irmãos? A resposta é simples: para não serem
acusados de estarem a dar protecção aos que conspiradores contra D. João II.
Um assunto que suscitava no tempo mútuas acusações entre portugueses e
castelhanos.
D
) Significado de Cristovão Colon
Se levarmos à letra o que
afirma - Hernando Colon -, o seu primeiro nome significa "aquele que leva
Cristo", e o segundo que era membro de uma ordem ou irmandade. Estamos
perante um nome falso, que esconde um segredo. A sua assinatura cabalística,
como veremos, reforça esta convicção.
1. Cristovão
A escolha do primeiro nome possui
uma mensagem escondida, já que não corresponde ao seu verdadeiro nome. A palavra Cristovão significa
literalmente aquele que leva Cristo, o que confere ao nome uma dimensão religiosa
num contexto de descobertas marítimas.
No próprio nome "Cristovão"a
alcunha que foi atribuído a um santo cristão do século III, cujo verdadeiro
é para uns Ofero,
mas para outros Réprobo, Relicto
ou mesmo Adócimo. Diz-se que era filho do rei de Canaã,
mas as versões são contraditórias. Temos
aqui um claro paralelismo com o próprio Colombo.
São Cristovão, protector dos
viajantes, era dos santos mais populares em Portugal nos séculos XV e XVI,
assumindo notáveis particularidade:
1. 1. Santo Militar
Português. São
Cristovão está ligado a um acontecimento de enorme importância: A batalha de Toro (1476). Nesta
batalha em que D. Afonso V e o principe D. João, futuro D. João II, enfrentou
Isabel e Fernando de Castela e Aragão pela posse do Reino de Castela. No final
portugueses e os espanhóis reclamaram cada um por si a vitória na
batalha.
Acontece que seis anos depois (1482),
o Conselho Régio de D. João II, reunido em Viana do Alentejo, para assinalar a
vitória, enviou para a todas as terras do reino uma carta, cuja minuta se
conserva, ordenando que no dia 2 de Março de cada ano fosse organizada
uma procissão solene de agradecimento aos padroeiros do exercito português na
batalha: Nosso Senhor, a Virgem Maria, São Jorge e São Cristovão (2).
São Cristovão tinha portanto um
profundo significado para os portugueses, no tempo de Colombo, nomeadamente no
apoio que lhes prestou na luta contra os espanhóis.
1.2. Santo da Ordem de Cristo.
Numa posição central na Charola do Convento da Ordem de Cristo, em Tomar, os cavaleiros mandaram
pintar a figura de São Cristovão.
O santo segura um menino que na mão leva
um globo representando o mundo. A cena incluiu a figura de um eremita, que
segundo a lenda, conduziu o próprio São Cristovão a Cristo. O fresco data do último quartel do século XV.
1.3. Igreja e Paço de Lisboa.
S. Cristovão era também o nome
dado ao paço onde residia o poderoso Alvaro
de Bragança, sobrinho de Colombo. O paço fica mesmo ao lado de uma Igreja
com o mesmo nome, uma das mais antigas de Lisboa. Eram enormes as cumplicidades
entre eles em Espanha.
1.4. Nome
Português. Em 1493, o Papa Alexandre VI
(espanhol), publica quatro bulas
oficializando as suas descobertas. Apenas em duas referem o
seu nome. Numa é tratado por "Crhistophom Colon" (Colon e não
Colombo). Na outra o seu nome aparece totalmente em português - Cristofõm Colon (
Cristofõm, uma palavra portuguesa que resulta da junção de "Cristo"
e "Fõm", uma forma arcaica de "vão". Hoje seria "cristovão).
(5).
Se o papa se lhe referisse em italiano deveria escrever "Cristoforo Colombo",
o que nunca o fez.
As assinaturas de Colombo são
quase sempre em português. Quando escreve em espanhol, a palavra Cristoval
é frequentemente acompanhada de expressões em português. Como sabemos os italianos não tardaram a
tornar Colon em Colombo.
2. Colon
Entre 1469 e 1472, um célebre
corsário ao serviço de D. Afonso V, tinha o apelido de "Coulão". D. João II, em
1488, tratou-o por Collon e Colon; Os reis Castela e Aragão por "Colomo"
(1487-1489) e depois por "Colon" (1492). O papa, em 1493, por "Colon". É só a
partir da carta que escreve em Lisboa (Março de 1493), que começa a confusão de
nomes, terminando na fraude do Colombo italiano.
Mais
O apelido "Colon" ou " Colom" tem
três significados precisos:
a ) Colon membro de uma Ordem
ou Irmandade. Hernando Colon, sustentou que o apelido "Colon",
derivava de uma palavra grega que significava membro de uma Ordem ou Irmandade, mas não disse
qual era, porque se o sabia, não o podia dizer.
b ) Colon evoca corsários.
Lembra o nome de corsários que entre 1469 e
1483, com apelidos idênticos, ao serviço o rei de Portugal, muitas vezes
combateram contra
castelhanos, aragoneses, genoveses, venezianos e bretões.
Colombo, o navegador que se dava
a profecias, quis mostrar a dimensão cruel da sua personalidade, evocando uma
experiências guerreiras próprias e alheias. Porquê esta preocupação
procurar nomes que inspirassem força ou terror ?
A explicação é simples:
Colombo sabia por experiência própria que os comandantes dos navios
expedicionários, tinham que se afirmar antes demais pela sua autoridade sobre a
tripulação.
A maioria dos marinheiros das
expedições marítimas eram recrutadas entre gente pouco recomendável.
Recorde-se que a tripulação dos 3 navios da 1ª. viagem era constituída na sua
maior parte por criminosos e corsários. O porto de Palos,
donde partiu, em 1492, era o principal centro da pirataria e dos corsários
castelhanos e portugueses. Colombo sabia exactamente o nome e a linguagem que devia de usar
para conduzir a tripulação deste navios.
A única forma de se impor como
Almirante, não era apenas através dos seus conhecimentos, mas também
mostrando a corsários como Pinzón que quem mandavam era ele e não
recuava nas suas decisões. Colombo revelou-se de uma crueldade sem limites em
relação aos espanhóis. Na 1ª. Viagem 39 foram abandonados e desta forma
condenados à morte. Martin Alonso, outro corsário, apareceu morto pouco depois do seu
regresso a Espanha.
Durante a 2ª. e 3ª. Viagem muitas dezenas deles foram mortos nas Indias, após
julgamentos sumários de Colombo e dos seus irmãos.
Por último, o apelido "Colom
ou Colon", não levantaria também grandes suspeitas, pois era facilmente
pronunciável por um espanhol e era corrente em algumas regiões de Espanha,
entre os cristãos-novos ou conversos (judeus). O que num clima de conflito
poderia gerar apoios entre as comunidades cripto-judaicas, mas também eventuais
suspeitas entre os católicos, mas como se veio a verificar, o apoio dos judeus foi
fundamental para as expedições de Colombo.
c ) Colombo (pombo) evoca aves.
O que pode significar a sua ligação à Dinastia de Aviz, como à Ordem Militar
de Aviz. Uma hipótese que ganha cada vez mais força ( consultar
) . Pode também evocar o Espírito Santo, simbolizado por uma pomba.
E ) Variações do nome Cólon
A palavra grega Colón, sofreu
pontualmente algumas variações:
Em Espanha foi também
escrita como Colomo e Colón.
Em Portugal, devido ao facto
de não haver palavras terminadas com a letra "n", rapidamente deu
origem a Colom. Existiu também a forma Coulão.
No entanto, em 1488, D. João
II, claramente escreve - Cristobal Collon ou Colón. Outros, como Rui de Pina,
depois de 1500 escrevem "Colo nbo", "Colonbo",
"Colombo". Alguns mais atentos, mantém a forma "Colon".
Em Itália foi onde ocorreu maior
variação do apelido: "Colon", Colonus", "Columbus",
"Colobo", "Colonus", "Columbi",
"Colona", "Colombo", etc.
Colon -membro de uma ordem-,
transforma-se em Colombo - pombo.
F) Supressão do Apelido
Cólon
Colombo, como já dissemos, nunca
assinou nenhum documento com o nome Cristobal Colón ou Colombo. Desde 1492 assina
"Xpo Ferens", "El Amirante", "Virrey", e a partir
de 1498 passa a usar quase exclusivamente um anagra em forma piramidal. O corte é
radical com o apelido.
Na correspondência que entre
1502 e 1504 mantém com o Banco S. Jorge de Génova, usa apenas o primeiro nome
"Christoforo" e o seu filho "Dom Diego", anulando o
sobrenome de "..
Na vasta documentação que nos
chegou, constata-se que só muito raramente escreve "Cristobal Colón",
e mesmo nestes casos foi por exigência de contratos firmados com terceiros. Os
notários exigiam um nome, não se contentavam com uma assinatura !
Quase nunca emprega o apelido
"Colón", para se referir aos seus filhos, nem mesmo ao seu irmão
Bartolomeu..
Dir-se-ía que tentou anular o
sobrenome "Colón/Colom/Colombo". A verdade é que foi com este
"apelido" que D. João II o tratou, foi conhecido em Castela e apelidou
os seus dois filhos.
A sua
mensagem é clara, tratava-se de um pseudónimo, um nome de guerra, com o qual
depois de 1492 passou a não quer ser confundido, embora sem grande sucesso. Mais
É por esta razão que Fernando
Colon, afirma que muitos tinham sido as identidades (nomes) que lhe eram atribuídas, mas
nenhuma estava certa.
Nas
Indias (América) foi de uma violência sem limites para quem o associasse a
Itália, e em particular a Génova.
O
seu filho Fernando Colón, na biografia que fez dele, nunca se lhe refere como
Cristobal Cólon, mas como o Almirante.
Las
Casas, que teve acesso aos seus arquivos pessoais, trata-o raramente como "Cristobal
Cólon, e quase sempre por Almirante, mas nunca por Colombo.
O
próprio Banco de S. Jorge de Génova, trata-o por "Christoforo" (Cristovão),
omitindo o sobrenome "Colon".
G
) Enigmática Assinatura
Cristoval Colon é um nome de guerra,
um pseudónimo, não o seu verdadeiro nome.
Não se tratava todavia de um nome qualquer, mas um que tinha um
significado oculto.
A assinatura de Colombo está
escrita de forma cabalística, cuja decifração tem constituído um verdadeiro
quebra cabeças.
A sua primeira assinatura de era
constituída por o conhecido anagrama, seguido das palavras "Xpo Ferens"
(4/1/1493, 20/2/1493),"El Almirante" (20/1/1494, 26/4/1498,
29/4/1498, 12/5/1498, 28/5/1498, 21/5/1499, 26/2/1501, 24/5/1501, 9/6/1501,
22/10/1501) e Virrey(3/8/1499).
Por motivos que desconhecemos, em
1498, passa também a colocar sob o anagra ":Xpo Ferens./"
Esta assinatura reaparece em 1502 (memorial a los reyes...), tornando-se
a partir daqui a sua única assinatura.
Recordemos que, em 1498, D.
Manuel I foi jurado em Toledo herdeiro do trono de Castela, e Colombo com a sua
autorização dirigiu-se para sul entrando nos domínios de Portugal. Em 1502,
Colombo apela ao papa para assumir o governo das Indias, expulsando os
espanhóis.
Colombo
deu informações muito precisas ao seu filho Diego Colon como podiam fazer e
reconhecer a sua assinatura.
A
assinatura está escrita de forma cabalística, para saberemos o seu verdadeiro
nome de Cristoval Colon temos que a decifrar.
Em
Itália ninguém prestou qualquer valor à mesma, pois não se encaixava no
perfil de um humilde plebeu.
Este foi o ponto de partida para a "tese" que o verdadeiro nome
de Colombo seria
Salvador
Fernandes Zarco.
H ) Qual o verdadeiro nome ?
Algumas das pessoas que
conheceram mais intimamente Colombo, afirmam que o seu verdadeiro nome era
outro. O que mostra claramente que Cristovão Colon era um pseudónimo.
1. Pedro
Vários historiadores, como
Alicia B.Gould, chamaram à atenção que vários contemporâneos, muito bem
informados, deram-lhe também outro nome. O seu primeiro nome seria Pedro
Colón e não Cristovão Colón.
O cronista dos reis católicos - Lucio Marineo Siculo (1444? -1536)- trata-o desta forma (1
). Trata-se de alguém muito bem informado sobre dos segredos da corte espanhola.
Esta afirmação foi depois corroborada pelo padre português Gaspar
Frutuoso, natural da Ilha de São Miguel (Açores), que em 1589 afirma ter
encontrado documentos nos arquivos da Ilha de Graciosa (Açores), segundo os
quais o capitão donatário Pedro Correia fora casado com Eseu, Hiscoa ou Hizeu
Perestrello, cunhada de "Pedro Colombo que descobriu o Novo Mundo".
Este nome abre importantes pistas
para identificarmos a identidade de um enigmático "almirante
português" que, em 1492, recebeu dos reis espanhóis uma
importante tença. Os dois possíveis almirantes portugueses eram Pedro de
Albuquerque e Pedro Castelo Branco, cujas biografias estão envoltas num enorme
mistério.
2. Guiarra ou
Guerra
Mascarenhas
Barreto, em "Colombo" Português -Provas Documentais", sustentou que Colombo
depois de sair de Portugal foi conhecido em Castela pelo apelido de Guerra. As
provas que neste domínio apresentou carecem todavia de sustentação, pois
resultam de enormes confusões e erros grosseiros.
Barreto no primeiro
volume começa na página 13 por fazer uma
clara confusão entre Cristovão Colombo (Cristobal Colon) e Cristovão Guerra (Cristobal Guerra)
(13), repetindo-a na página seguinte
quando refere a instrução que
Alfonso Alvarez, em Sevilha, a 28 de Junho de 1500, para a expedição de
Cristobal Guerra (16).
Refere também um testemunho retirado dos controversos "Pleyto de la Prioridad" (1513),
em que Colombo teria supostamente o apelido Guerra (15), na realidade
trata-se mais uma vez de Cristobal Guerra.
Depois cita uma afirmação de Pedro
Martir de Anglería, onde este teria dito que Colombo era Guerra (14), as
fontes indicadas estão erradas. Consultando as obras de Anglería editadas entre
1511 e 1533 em nenhuma delas encontramos a afirmação - "Colonus vero Guiarra"
ou "Colunus vero
Guerra".
Carlos Fontes
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