Carlos Fontes

 

 

     

Cristovão Colombo, português ?

 

.

Início . Anterior . Próximo

 
 

 

As Provas do Colombo Português

 

 

34.  Impacto da Viagem de Vasco da Gama

 

Pouco depois da assinatura do Tratado de Tordesilhas (Junho de 1494), D. João II, envia para a India uma esquadra que termina tragicamente, em Setembro de 1495, ao largo de Sofala (14) . Os espanhóis passam a andar inquietos.

 

A partida de Vasco da Gama para India, em Junho de 1497, provocou em Espanha uma verdadeiro sobressalto. Na concepção dos reis espanhóis, D. Manuel I, pretendia apossar-se dos seus domínios na Ásia. Nesse sentido, exigem que Colombo prepare um documento para o contestarem.

 

A situação é agora de enorme tensão entre os dois reinos ibéricos. A guerra está de novo no horizonte. D.Manuel I, toma a dianteira e casa-se com a filha dos reis espanhóis, pouco depois a 29/4/1498 é jurado, em Toledo, herdeiro do trono de Castela e Leão, oferecendo como compensação a ambicionada "Terra Firme" .

 

O regresso de Vasco da Gama, a 10/7/1499, como era de esperar, provoca um enorme impacto em toda a Europa. Veneza sente-se ameaçada. A França afirma-se excluída da partilha do mundo. A Inglaterra, aliada de Portugal, tinha que ser contentada. Os espanhóis estão incrédulos com tudo o que estava a acontecer, e acabam por prender Colombo (1500).  

 

A  expansão e descobertas dos portugueses pela Ásia é deveras surpreendente, gerando um crescente interesse por parte de todas as potências europeias (7).

 

a) As Alianças de Portugal

 

O recurso de Colombo a um banco de genovês , em 1501, surge numa altura que também Portugal procurava internacionalmente estabelecer ou reforçar alianças para proteger os seus interesses ultramarinos. O problema é similar, embora em escalas muito diversas.

 

A descoberta do caminho marítimo para a India (1499), e depois a comunicação oficial da descoberta do Brasil (1501), provoca não apenas a ira dos espanhóis, mas também a cobiça internacional.

 

Assiste-se então ao crescimento exponencial da pirataria em toda o atlântico, pondo em risco as rotas de navegação. 

 

Alguns países, como a França, começaram também a ameaçar as terras descobertas pelos portugueses, disputando a sua posse.

 

Á semelhança de Colombo, Portugal vê-se obrigado a negociar novas alianças internacionais, de modo a manter a posse dos seus territórios num ambiente de enorme concorrência internacional. 

 

 

1. Santa Sé (Vaticano)

 

A Santa Sé desempenhou até ao século XVI, um papel central nos reinos católicos, como era o caso de Portugal. O problema é que  a Igreja Católica não era neutral, estava frequentemente refém dos interesses de alguns estados italianos, como veio a estar do estado espanhol. Para Portugal, em todo o caso era fundamental garantir o seu apoio para prosseguir nas suas acções internacionais.

 

Neste sentido, os reis portugueses faziam questão de que o papado confirmasse através de documentos os seus direitos e a legitimidade das suas acções externas. A expansão marítima enquadrava-se neste domínio.

 

- O papa Nicolau V, pela Breve Apostólica - Dom Diversus (12/6/1452), concede ao rei de Portugal o direito de conquistar, atacar e subjugar todos os territórios em poder dos muçulmanos, pagãos e outros inimigos de Cristo, bem como a possibilidade de reduzir à escravatura os habitantes desses reinos.  

 

- A bula - Romanus Pontifex (18/1/1455)-, reconhece a Portugal o direito exclusivo de explorar e comerciar na costa ocidental africana para além do cabo Não e Bojador. O papa incentiva os portugueses a chegarem à India, onde se pensava que existiam cristãos.

 

- O papa Callisto III com a bula - Inter Coetera (1456) - concede à Ordem de Cristo o padroado de todas as terras adquiridas e que se viessem a adquirir desde o cabo do Bojador e Não, por toda a Guiné e para além da costa meridional até à India.  

 

- A intervenção fraudulenta do papa durante as negociações entre Portugal e a Espanha do Tratado de Tordesilhas (1493-1494), levaram ao seu afastamento por exigência de Portugal. 

 

Em 1499 D. Manuel I, logo após a chegada de Vasco da Gama informa a Santa Sé e o influente cardeal D. Jorge da Costa. 

 

Ao papa mostra as novas possibilidades abertas para a expansão do Cristianismo, mente sobre a existência de cristão na India, e pede-lhe em troca a legitimação dos direitos sobre esta parte do mundo. Ao longo do século XVI através de sumptuosas embaixadas procura vai assegurar a confirmação dos seus direitos internacionais sobre os territórios descobertos ou conquistados. 

 

Ao seu representantes na Santa Sé, o rei mostra-se muito prudente. Dá conta do enorme poder que os muçulmanos e tinham no Oriente, assim como a existência de reinos poderosos, o que tornaria impossível a sua conquista. Pede então ao cardeal português que procure que o papa se congratule com o feito dos portugueses e ratifique o Tratado de Tordesilhas. Um objectivo que Portugal só irá concretizar em 1506, no ano da morte de Colombo (2 ).

 

    

2. Espanha

 

A notícia da chegada à India tem um enorme impacto em Espanha. Os reis espanhóis têm a clara percepção do logro em que haviam caído. 

 

Os grandes de Espanha, como os Duques de Medina Sidónia sempre se sentiram prejudicados com os sucessivos acordos alcançados com Portugal.  Até 1455 reivindicaram não apenas as Canárias, mas também o acesso à Costa da Guiné, o que Portugal sempre o negou.

 

Henrique IV de Castela deixou de reivindicar este acesso, a troco do apoio de D. Afonso V à sua luta contra os nobres castelhanos. O papa, neste ano, acabou por consagrou este domínio de Portugal. Isabel de Castela quando toma o poder em 1474, coloca tudo em causa e volta a reclamar de novo o acesso à Guiné. Portugal reagiu de forma enérgica e entra em guerra contra Castela, a qual só terminou em 1479. 

 

A Corte portuguesa, para conter os castelhanos jogo num estratégia de Tratados de partilha no mundo e de matrimónios.

 

- O Tratado Alcaçovas de paz (1479) estabelece a primeira partilha do mundo entre portugueses e castelhanos. Portugal renunciou às Canárias em troca vê reconhecido o exclusivo do comércio e exploração das costas africanas até à India.

 

Para assegurar o compromisso entre as duas coroas, neste Tratado, fica estabelecido que o principe português - D. Afonso -, se casaria com a filha mais velha de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, o que veio a acontecer em 1490. 

 

Durante este longo período, não houve guerras nem disputas significativas no mar. O próprio projecto de Colombo é suspenso. Dias depois do falecimento do principe, em Julho de 1491, Colombo é autorizado a realizar a sua 1ª. Viagem. As disputas o mar voltam a ocorrer. 

 

- O Tratado de Tordesilhas, em 1494, foi uma peça habilidosamente colocada neste panorama, ao dividir o próprio mundo. Os reis espanhóis impediram a sua ractificação pelo papa, de forma a diminuírem o seu alcance. 

 

D.Manuel I, volta a amarrar os espanhóis aos seus compromissos através de novos casamentos: A 30 de Novembro e 1496, é estabelecido em Burgos um contrato de casamento entre D.Manuel I e a Infanta castelhana D. Isabel. Seguro deste novo compromisso, manda avançar com o projecto da India. Três meses depois de Vasco da Gama ter partido, recebe em Portugal a sua esposa espanhola (Outubro de 1497). A saberem da notícia desta expedição, os espanhóis tentam reagir, mas os compromissos assumidos impõem-lhes alguma moderação. 

 

A 29/4/1498 é jurado, em Toledo, herdeiro do trono de Castela e Leão, oferecendo como compensação a Espanha  a ambicionada "Terra Firme", numa nova viagem de Colombo, realizada provavelmente com Duarte Pacheco Pereira. A esposa de D.Manuel I, acaba por falecer, mas deixa um filho - D. Miguel Principe da paz -, herdeiro do trono de Espanha. 

 

A tensão entre os dois explode a, 10 de Julho de 1499, quando chega a Lisboa o primeiro navio da expedição de Vasco da Gama. Os espanhóis percebem claramente que foram enganados pelos portugueses e Colombo era um mentiroso. Mandam investigar nas Indias as suas actividades, preparando-se para o incriminar. A 20 de Julho de 1500, morre o Principe D.Miguel da Paz. Colombo e os seus irmãos são presos e enviados para Espanha.   

 

D. Manuel I, em 1500, percebe a frágil situação em que se encontra. Em Outubro, casa-se com a infanta mais nova dos reis de Espanha, do qual nascerá o futuro rei de Portugal (D. João III).  Enquanto estes acontecimentos ocorrem vertiginosamente, insiste para os reis espanhóis para que cumpram o Tratado de Tordesilhas, trabalha para que o mesmo seja ratificado pelo papa, o que veio a conseguir em 1506, justamente no ano em que Colombo morreu.

 

D. Manuel I afim de assegurar a paz com a Espanha, e continuar a subtil traição nos mares e nos novos domínios, continua a política de casamentos entre membros das duas cortes, o que a longo trouxe funestas consequências para Independência de Portugal.   

 

Apesar da partilha formal do mundo ter sido acordada, em 1494, os portugueses continuaram a explorar os domínios espanhóis no continente americano. A partir de 1500 de forma sistemática vão alargando os limites da costa do Brasil desde o Rio Amazonas até ao rio da Prata, e mais tarde foram penetrando pelo interior até ao Peru, ultrapassando em muito o meridiano acordado no Tratado.

 

Esta expansão terrestre foi acompanha desde 1492 pela fixação de milhares de portugueses nas Indias espanholas, contrariando todas as proibições legais e perseguições que lhes moviam. 

 

D. Manuel I afim de controlar o descontentamento dos grandes de Espanha intervém nos seus conflitos internos como mediador, mas também financia algumas casas de nobres. Através de uma arriscada política de casamentos, procura controlar algumas delas. O Duque de Bragança - D.Jaime - é obrigado a casar-se com a irmã do Duque de Medina Sidónia. Ele próprio casa com duas filhas e uma neta de Isabel e Fernando de Espanha.

 

Propõe igualmente à corte espanhola a hipótese de investir nos negócios das especiarias orientais sob controlo de Portugal. 

 

Sempre que a Espanha se mostra mais agressiva, Portugal apoia discretamente incursões bélicas dos franceses e ingleses contra os seus domínio ou até contra o seu próprio território. 

 

Em todo o caso, o número de portugueses que se colocam ao serviço de Espanha nunca parou de aumentar. A sua experiência planetária, tornava-os particularmente valiosos. Mais

 

2.1. Espionagem

 

Se Portugal tinha uma importante rede de espiões em Espanha, o contrário é também verdade. Muitos portugueses que estavam exilados em Espanha,  prestavam serviços de informações sobre as descobertas e  política de expansão portuguesa. O Memorial Português de 1494 é disso um bom exemplo. Mais

 

As bibliotecas e arquivos espanhóis possuem uma enorme quantidade de mapas e documentos sobre as expedições portuguesas, que foram simplesmente roubados.

 

 

3. França

 

A França até cerca de 1534 , não revelou grande interesse nas descobertas marítimas. A sua preocupação no mar estava centr, da no corso e na pirataria. É neste contexto que, em 1460, o infante D. Fernando aponta claramente que a França poderia tornar-se num temível concorrente de Portugal. 

 

3.1. Espanha, o inimigo comum

 

Embora os ataques de corsários e piratas franceses nunca tenha terminado, a partir de 1466 ocorreu uma mudança nas relações entre Portugal e a França: 

 

Depois do afastamento de D. Pedro de Coimbra do trono da Catalunha e Valência (1466),Portugal passou a apoiar as pretensões de Renato de Anjou ao trono da Aragão. 

 

A união entre Castela e Aragão (1474), forçou Portugal e a França a entenderem-se. D. Afonso V passou a apoiar as incursões dos franceses em Itália, contra os espanhóis. Em 1476-77, deslocou-se mesmo à França, para negociar uma aliança militar e uma partilha de áreas de influência A França viu nesta aliança uma forma de afastar Portugal da Inglaterra.  

 

Os corsários portugueses, como vimos, andam com franceses a atacarem navios castelhanos e a saquearem aragoneses, e a devastaram  as costas da Catalunha e Andaluzia,  como foi o caso documentado de Colombo (Outono de 1472 e 1473).

 

D. João II, a 7/1/1485, prosseguiu a política do seu pai e acabou por estabelecer um Tratado de Amizade com Carlos VIII, rei da França. 

 

O surgimento da Espanha (1492) foi visto como uma ameaça para ambos os países. A França intensificou as suas intervenções em Itália. Portugal, manifestou-se ao lado da França. Neste ano, D João II, enviou Pedro da Silva a Roma, por ocasião da morte do Inocêncio VII para apresentar cumprimentos a Alexandre VI. Ao saber que Carlos VIII marchava sobre Itália, mandou que o seu embaixador fosse visitar o rei francês. Não se ficou por aqui, mandou armar uma esquadra, sob o comando do Almirante Alvaro da Cunha, fazendo crer que iria apoiar a França contra a Espanha, na disputa da Italia (1).

 

Recorde-se que nesta altura, Bartolomeu Colon, desloca-se da Inglaterra para França, onde é recebido e apoiado pela corte. 

 

Os corsários portugueses e franceses andam juntos no saque dos espanhóis e italianos. Lisboa, torna-se numa base de apoio dos corsários franceses que aqui vêm vender o produto do seu saque. 

 

A situação altera-se depois do Tratado de Tordesilhas (1494), quando portugueses e espanhóis, após dividirem o mundo ente si, começam a defender-se mutuamente dos corsários franceses, ingleses, etc.

 

3.2. Brasil

 

A rivalidade entre Portugal e a França só se começou a colocar verdadeiramente depois da descoberta do Brasil (1500). Assistiu-se então a um aumento brutal dos corsários franceses, que passaram a atacar de forma sistemática os navios portugueses, sem que tenha havido uma declaração formal de guerra. 

 

Ao longo de século XVI a França disputou a Portugal o controlo da costa sul e norte do continente americano. 

 

A primeira expedição dos franceses ao Brasil, foi chefiada por Binot Paulmier de Gonneville, em 1503, sendo conduzidos por dois pilotos portugueses - Sebastião de Moura e Diogo Coutinho. 

 

No ano seguinte, travaram-se os primeiros combates na Bacia de Guanabara. A Coroa portuguesa que havia instalado pequenas colónias desde o Amazonas até S. Vicente, com a ajuda dos indios locais, conseguiu facilmente derrotá-los.

 

No Canadá, outra zona de conflito, os franceses foram mais felizes, sobretudo depois da perda da independência de Portugal (1580-1640). Aqui conseguiram instalar uma colónia. A questão era mais simples do que no Brasil, porque o objectivo dos portugueses na região não era a ocupação territorial, mas sim a pesca do bacalhau.  

 

Os franceses atacaram ainda os portugueses nas costas de África, Madeira e Açores. Estes ataques eram realizados por piratas, os quais foram particularmente devastadores na primeira metade do século XVI.

 

Apesar destas disputas os dois países colaboravam entre si, nomeadamente contra a ameaça que potencialmente representava a Espanha. 

 

3.3. Espiões e Divulgadores

 

As bibliotecas e arquivos franceses possuem inúmeros documentos sobre a expansão marítima dos portugueses, como crónicas, mapas e roteiros, quase todos roubados em Portugal. Mais

 

Para além deste saque, muito característico da atuação da França no continente Europeu, a verdade é que desde o século XV, vários franceses procuraram também divulgar informações sobre a expansão marítima portuguesa:

 

- Eustache de la Fosse

 

 

3.4. Portugueses ao Serviço da França

 

Não é pois de estranhar que importantes navegadores, pilotos, cosmógrafos e cartógrafos portugueses tenham servido a França neste projecto expansionista. 

 

Cartógrafos. Pelo menos, cerca de 20 notáveis cartógrafos portugueses trabalharam em França durante o século XVI.

A colecção dos chamados mapas da "escola de Dieppe" (1536-1566) , a maioria dos quais estão hoje no British Museum foram desenhados com base em cartas portuguesas. O que é facilmente provado não apenas pelos topónimos nelas indicadas serem portugueses, mas também pelo facto dos franceses não terem ainda nesta altura feito expedições marítimas às regiões cartografadas. Algumas destas cartas mostram claramente que os portugueses já haviam descoberto a Austrália na primeira metade do século XVI. 

 

Entre estes cartógrafos destacam-se:

Bartolomeu Velho cartografou para a França a América do Sul e o Canadá (c.1550);

João Afonso, conhecido em França por Juan Alphonso Saintongeais ou Jean Fonteneau (1484-1544), publica a sua monumental obra - Cosmographie (c.1543);

André Homem (10). Exilou-se em França (1559), onde se tornou cartógrafo e cosmógrafo de Carlos IX . Foi o autor de Universa ac Navigabilis Terrarum Orbis Descriptio. Trabalharam também como cartógrafos, em França, os seus António e Tomé Homem.

João Pacheco, cartógrafo em Dieppe.

João Lagarto, piloto (e possivelmente cartógrafo), "ofereceu" ao monarca francês dois mapas e um astrolábio.

 

A toponímia de origem portuguesa está presente na cartografia francesa, como na holandesa e Inglesa até ao século XVIII, quando por razões políticas começa a ser abandonada.

 

Pilotos. A partir de 1524, quando a França se começa a envolver nas explorações maritimos, Portugal levava mais de um século de intensa actividade neste domínio. Entre os muitos pilotos portugueses que andaram ao serviço de França, destacam-se:

 

Sebastião Moura e Diogo Couto (16), João Alvarez Fagundes, João Afonso "Francês" (18) , Pedro Serpa (20); Pêro Fernandes (17)Pero Anes, João Pacheco"Rosado" (19), etc.

 

Foram os pilotos portugueses que conduziram as expedições francesas à América do Norte, ao Brasil e à India (5). As conhecidas expedições de Giovanni da Verrazano ou da Jacques Cartier contaram com pilotos portugueses.

 

O Canadá, Portugal, Jacques Cartier...  e a França.

Datam de 1452, as primeiras expedições portugueses à região do actual Canada. No princípio do século XVI, todos os mapas que registam domino português da região: "Terra Nova", "Terra do Labrador", "Terra de Corte Real", etc..., assinalando este facto com a bandeira das quinas. Os inúmeros topónimos não deixam dúvidas desta presença e conhecimento português.

Em 1534, Francisco I, encarrega Jacques Cartier (1491-1557) de uma expedição aos domínios de Portugal na América do Norte, onde fundou a primeira colónia francesa neste continente. A escolha deste navegador não podia ser a mais indicada. A sua formação marítima foi feita, desde os 17 anos, num navio cujo comandante era português. Com portugueses foi ao Brasil e andou pela Terra Nova. Durante anos foi interprete de português...

Está inclusive associado à célebre história do casamento de Caramuru (Diogo Alvares Correia) com Paraguaçu, a filha do chefe indio Tupinambá de Itaparica, que se baptizou em Saint Malo, tendo como madrinha a esposa de Jacques Cartier (21)

A tradicional visão nacionalista francesa tem procurado de forma sistemática ocultar esta longa presença história de Portugal nas costas do Canadá e dos EUA, muito anterior à expedição de 1534.

 

Nesta época foram para França inúmeros Diários de Bordo e mapas portugueses, instrumentos preciosos que permitiram aos pilotos, piratas e corsários franceses navegarem pelo mundo.  A França a partir do século XVI passou a estar interessada em obter o máximo de informação possível sobre rotas e mapas portugueses, tendo para isso vários espiões em Lisboa. Uma situação que durou vários séculos (9). Mais

 

Corsários. Desde o século XV que se registam piratas e corsários portugueses em navios franceses. O seu número aumentou de forma exponencial no século XVI. Estêvão Dias (capitão e piloto, conhecido por "Brigas", em 1526 partiu de Honfleur, na Normandia, tentando atingir as Molucas pelo Estreito de Magalhães, só o conseguiu fazer pelo Cabo da Boa Esperança); Antão Luis, Gaspar Caldeira (6), Contreiras, Fernão de Oliveira foram alguns dos inúmeros portugueses que andaram em navios de piratas e corsários franceses. 

 

Muitos destes corsários portugueses não hesitam em atacar terras de Portugal. Participam, por exemplo, no célebre ataque, em 1566, do corsário francês Bertrand de Montluc que atinge o porto do Funchal com uma armada 11 galeões e 1300 homens, no qual foram mortos mais de 300 madeirenses.

 

 

4. Inglaterra

 

Os portugueses no século XV levaram os ingleses a interessarem-se pela exploração da América do Norte, e sem grande êxito por África. À semelhança dos franceses a sua preocupação era com o corso e a pirataria, um negócio mais rentável no imediato.

 

A Inglaterra era desde os século XIV um tradicional aliado de Portugal. Era de vital importância assegurar que nesta costa do atlântico terem um aliado para os seus navios pudessem acederem livremente ao mediterrâneo. Uma ideia também partilhada pela França.

 

Os ingleses no século XV manifestaram algum interesse pela explorações marítimas. Bristol foi o centro que revelou maior interesse nesta fase. Mercadores deste porto, em Novembro de 1480 foram expulsos da Galiza quando andavam a arranjar pilotos para os levarem à Guiné, devido à acção de D. João II. 

 

Com Henrique VII (r. 1485-1509), a situação parece ter mudado. Em 1488 um português - Lopo de Albuquerque tentou sem êxito organizar uma viagem inglesa á Guiné, mas acabou preso. Bartolomeu Colon, na mesma altura também não consegue convencer os ingleses a navegarem para a India, seguindo o projecto do seu irmão. 

 

A situação mudou um pouco na sequência da chegada de Colombo às Indias (1493), decidindo este rei avançar um projecto de exploração do atlântico norte, contando com a colaboração de portugueses e  italianos. Os resultados foram contudo modestos. 

 

O veneziano Giovanni Caboto (John Cabot), em 1490, chega a Valência (Espanha), onde apresenta um ambicioso projecto de construção de um porto, que acaba por ser abandonado. Muda-se então para Sevilha (1493/ princípios de 1494), onde se propõe construir uma ponte de barcas, que nunca realizará (13).

 

 Veio então para Lisboa (1494-1496), onde obtém a informação que  João Fernandes, o Lavrador e Pêro de Barcelos, entre 1491 e 1494 exploraram a costa leste do Canadá, uma região que ficou conhecida por "Terra de Lavrador". Colombo no Diário de Bordo, a 7/10/1492, assinala que marinheiros dos Açores viram a Ocidente ilhas de grandes dimensões. Um facto confirmado por Alonso de Santa Maria, companheiro de Sebastián de Cabot entre 1526-1530. Em Lisboa John Caboto concebe a ideia de chegar à India navegando para Ocidente, à semelhança de Colombo.

 

Não tendo arranjado financiamento em Lisboa, nem interesse no projecto por parte dos reis (D. João II e D. Manuel I), mudou-se para Bristol (Inglaterra), onde existia desde o século XIII uma importante comunidade de marinheiros portugueses.

 

No seguinte seguinte (1497), guiado por um grupo de portugueses terá atingido pela primeira e única vez o continente americano (Canadá) (20/5/1497-6/8/1497).  Munido de uma carta patente, a 3/2/1498, depois de ter vindo a Lisboa (Março de 1498) recrutar mais marinheiros e pilotos, fez-se de novo ao mar para atingir as Indias (América), tendo morrido nesta expedição. Mais

 

 

4.1. John Day

Entre Dezembro de 1497 e Janeiro de 1498, um misterioso mercador inglês, com negócios em Portugal (Lisboa e Madeira) e na Andaluzia, entra em contacto com Colombo ("Grande Senhor Almirante"). Comunica-lhe que lhe envia o Livro de Marco Polo, e dá-lhe conhecimento de uma nova expedição a um continente ou ilhas a Ocidente. Lamenta-se de não ter um mapa para lhe fornecer (4) . 

Os detalhes da terra encontrada, assim como da sua localização são muito vagos. Percebe-se que fica a Ocidente de Portugal e dos Açores (Ilha das Setes Cidades). A expedição partiu da Inglaterra e Maio e levou 35 dias, apanhando vento leste-nordeste. A terra que encontraram era habitada, e na sua costa encontraram bacalhau. As referências a Portugal e aos Açores, levam-nos a concluir que John Day estava a usar dados de anteriores expedições portuguesas para encorajar ou apoiar a 3ª. Viagem de Colombo junto da Corte Espanhola, na qual, como se sabe, atingiu pela primeira vez o continente americano seguindo a rota que D. João II lhe havia indicado. Mais

 

 

O fracasso de Caboto não desanimou Henrique VII. Em 1501, concede uma carta de doação a três mercadores de Bristol e três portugueses, oriundos dos Açores para descobrirem terras a Ocidente. As terras que encontraram eram há muito conhecidas dos portugueses, onde iam pescar bacalhau e não ofereciam condições para a fixação de populações, nem sequer para o comércio. Em 1506 os ingleses fundam uma companhia para explorar a Terra Nova, numa altura que os portugueses já faziam viagens regulares para estes territórios (Canadá).

 

Não parece existir qualquer conflito de interesses entre portugueses e ingleses em relação à costa norte da América, pois para os primeiros o que estava em causa era apenas o acesso aos bancos de bacalhau. Uma pescaria que tinham acordos históricos com os ingleses desde há vários séculos. 

 

Em 1508, o filho de Caboto tenta uma nova expedição para encontrar uma passagem para a Ásia, mas a viagem foi infrutífera, pois nem sequer os ingleses a registam, apenas os italianos afirmam que o mesmo a terá feito...   

a

Henrique VIII (r.1509-1547) não manifestou grande interesse pelas explorações marítimas, centrando-se a sua acção na Europa continental.  

 

4.2. Portugueses ao Serviço da Inglaterra

 

Referências mundiais. Os portugueses desempenharam um papel muito activo na arrancada inglesa para as explorações marítimas. No século XVI um grande número deles aparecem já como piratas ou corsários em navios ingleses, ou ao serviço da marinha inglesa. O seu prestígio é enorme, como se constata na obra de Thomas Moro, A Utopia, cuja personagem principal é um navegador português.

 

Cartógrafos. Entre os muitos cartógrafos portugueses que trabalharam em Inglaterra, destaca-se Diogo Homem (1547), membro de uma das mais importantes famílias de cartógrafos de Portugal.

 

Pilotos e Explorados. Desde fins do século XV, como vimos, foragidos, pilotos e exploradores portugueses apoiam a expansão marítima da Inglaterra. Assim continua a ser durante séculos. O piloto Simão Fernandes, por exemplo, em 1576 era o piloto-mor e mestre do galeão da Coroa inglesa Tiger. Em 1580 fez uma viagem de reconhecimento à Nova Inglaterra na América do Norte, enviado pelo navegador Sir Humphrey Gilbert. Cinco anos depois, encontrava-se a navegar nas Caraíbas, mestre a bordo do Lion, navio-almirante da expedição de Grenville à efémera colónia inglesa na costa norte-americana (ilha de Roanoke, na actual Carolina do Norte). 

Piratas e Corsários. Foram mesmo decisivos na condução dos piratas e corsários ingleses ao coração das possessões espanholas. 

Um dos casos mais célebres, mas não único, foi o do piloto Nuno da Silva, capturado em Cabo Verde por Francis  Drake. Foi um dos dois pilotos portugueses que o conduziu na travessia do Estreito de Magalhães e depois às costas do Perú para saquear os espanhóis, permitindo-lhe depois circundar o mundo (1578). No regresso terá parado em Lisboa, onde aliás voltaria anos depois ao serviço do Prior do Crato. O embaixador espanhol em Londres escreveu a Filipe II: "el Draques afirma que si no fuera por dos pilotos portugueses que tomó en un navío que robó y hechó a fondo en la costa del Brasil a la yda no pudiera haver echo el viage. Ha dado a la Reyna un diario de todo lo que le ha sucedido en los tres años y una gran carta" (Carta de Bernardino de Mendoza a Filipe II, 16/10/1580).

 

Depois de 1580, muitos destes piratas juntam-se aos piratas ingleses, franceses e holandeses, num ataque comum contra os espanhóis. Uma combinação que se revelou mortífera para o Império Espanhol.

Em 1591 um piloto português integrava uma pequena frota de corsários ingleses nas Caraíbas, tendo procurado depois iludir uma galé espanhola ao largo de Cuba sobre a a nacionalidade do navio em que seguia. No final do ano, outro piloto português embarcado no porto de Santos conduziu a expedição de Thomas Cavendish, na tentativa de atravessar o Estreito de Magalhães.

Em 1593, os espanhóis afirmam que um portugues serviu de guia ao corsário John Burgh nas Caraíbas que terminou no saque da ilha Margarita. Neste ano, o piloto português Diogo Peres conduz o James Langton em mais um saque aos espanhóis nas Caraíbas. No ano anterior deu falsas informações ao Governador espanhol de Santo Domingo sobre as movimentações de Francis Drake e do conde de Cumberland de modo a facilitar-lhes a pilhagem.

No século XVII, pelo apoio militar que os ingleses prestavam a Portugal na guerra contra Espanha receberam em troca possessões portuguesas em África e na India, para além de informações essenciais para a sua expansão no mundo.

 

5.  Alemanha

 

A Alemanha, como a Inglaterra e a França tinha um evidente interesse na posição de Portugal como um reino independente, porque dessa maneira lhe garantia o acesso marítimo pelo Atlântico ao mediterrâneo. As explorações marítimas trouxeram um novo elemento de interesse: as mercadorias vindas de África, Indias espanholas e Oriente.

 

No século XV as relações entre Portugal e a Alemanha foram reforçadas através de casamentos reais. Dona Leonor, filha do rei D. Duarte, casou-se, em 1451, com  imperador Frederico III. Desde casamento nasceram 5 filhos, que vieram a formar toda a linhagem da Casa d`Austria.

 

O Imperador Maximiliano I, filho de D. Leonor de Portugal, que recebeu uma formação portuguesa, estava intimamente ligado à estratégia de expansão marítima de Portugal. Mais

 

D. João II,  como vimos, procurou entre 1490 e 1493 envolver os grandes banqueiros e mercadores da Alemanha na organização de expedições marítimas para ocidente, mas sem grande êxito.

 

Em troca destes apoios, os mercadores alemães eram favorecidos em Lisboa, e a importante  Feitoria de Bruges acabou por ser deslocada para Antuérpia (1499), uma região era fiel ao imperador alemão. Em 1511 os portugueses passam a ter privilégios especiais também nesta cidade.

 

O "impressor" alemão - Valentim Fernandes - escudeiro da rainha Dona Leonor e notário de D. Manuel I, desempenhou um importante papel como interprete entre a corte portuguesa e os mercadores alemães de Augsburgo e Nuremberga, junto dos quais ajudou a divulgar as grandes descobertas de Portugal.

 

D. Manuel I foi dos que primeiros monarcas europeus que informou da chegada de Vasco da Gama à India, foi o seu primo Maximiliano I.

Não é de estranhar que os banqueiros alemães que financiavam Maximiliano I fossem dos que mais proveito tirassem desta rota com o oriente. Em 1503 estabelecem-se em Lisboa, as principais casas de banqueiros e marcadores da Alemanha:  Welser, Fugger e Hoschstetter de Augsburgo e os Imhof e Hirschvogel de Nuremberga.

 

Entre os representantes portugueses destas casas alemãs, destaca-se Fernão de Noronha.

 

Em 1503, D.Manuel I, concedeu privilégios especiais aos mercadores alemães podendo comerciar "directamente para a india em navios próprios" , sob a protecção da frota portuguesa.

 

Em 1505, na frota do vice-rei da India - D. Francisco de Almeida -, seguiam três navios fretados por alemães. A bordo estavam, entre outros, Ulrich Imhoff, Balthasar Springer e Hans Mayer, que irão ter um papel de relevo na divulgação o Oriente pela Europa.

-

Maximiliano I, manteve uma colaboração estratégica com Portugal. Quando no inicio do século XVI, Veneza pressionou os muçulmanos para atacarem os portugueses no Oriente, Maximiliano I participa na Liga de Cambrai que invade Veneza (1508).

 

Os banqueiros -mercadores alemães, como os Fugger, revelavam-se de enorme importância para o comércio português no Oriente. Forneciam cobre e prata que Portugal carecia para poder comprar produtos no Oriente. 

 

A tentativa dos banqueiros-mercadores alemães se fixaram na América do Sul resultou num completo fracasso. Tratou-se de uma operação que contou com a colaboração de portugueses e feita a partir de Lisboa (11).

  

 

5.1. Divulgação

 

A participação dos alemães nas expedições portuguesas, acabou por lhes despertar a curiosidade para o mundo que os portugueses estavam a descobrir. Através de uma rede de alemães estabelecidos em Portugal, ou de informações obtidas a partir de Itália, tornaram-se num dos grandes centros de divulgação dos descobrimentos portugueses.

 

Nesta vasta acção de estudo e divulgação dos descobrimentos portugueses destacam-se: Sebastian Brant, Erhardus Ratdolt, Jobst Ruchamer, Martin Behaim, Hartman Schedel, Balthasar Springer, Hans Mayr, Sebastian Munster, Valentim Fernandes, Konrad Peutinger, Johann Huttich, Simon Grynaeus (1493 1541), Willibald Pirckheimer, Baltasar Springer, Johannes Cocholaus, Joachim Valdianus, Chritoph Scheurl, Andreas Josua Ultzheimer, Samuel Brau, Michael Hemmerson, etc. (15).

 

Obras de maior folgo de cronistas portugueses foram também publicadas na Alemanha, como Damião de Góis (Augsburgo, 1541) ou Fernão Lopes Castanheda (Frankfurt, 1567). 

 

 

5.2. Cartografia Luso-Alemã

 

Nos séculos XV e XVI desenvolve-se uma verdadeira escola de cartógrafos alemães que sobre trabalham mapas e informações recebidas de Portugal.  Entre eles são de destacar:

 

- Henricus Martellus. O seu célebre planisfério de 1489 é baseado em informações portuguesas. Assinala pela primeira vez a viagem de Bartolomeu Dias.

 

- Martin Behaim. Viveu, trabalhou e faleceu em Portugal (1482 a 1507). Entre 1490 a 1493 viajou até à Alemanha para produzir o seu conhecido globo terrestre, regressado depois a Portugal.

 

- Joahnes Ruysc. Viveu e trabalhou em Portugal.

 

- Martin Waldseemuller. Publica, em 1507, o célebre "cosmographia Introductio", baseado em mapas e cartas particulares, na maior parte portuguesas. Em 1516, volta a publicar um mapa-mundi, cujo título é bem significativo sobre a fonte das suas informações geográficas: "Carta Marina Navigatoria Portugallen".

 

Nas bibliotecas e arquivos da Alemanha encontram-se importantes documentos, como mapas, roteiros e outros documentos sobre a expansão marítima dos portugueses. Mais

 

 

6.  Alianças em Itália  

 

A Itália era nos séculos XV e XVI um mosaico de pequenos Estados, que as várias potencias europeias procuravam se apropriar. A sua particular importância estava na Santa Sé (sede da Igreja católica), no seu eficiente sistema financeiro e a especialização que haviam adquirido no comércio de especiarias. 

 

Os descobrimentos portugueses concorriam contra os interesses das principais republicas italianas, como Veneza ou Génova, na medida que lhes iria retirar uma das suas principais fontes de rendimento: o comércio de especiarias com o Oriente.

 

 

6.1. Veneza

 

Era o único estado que tinha alguma capacidade para agir no mar na cena internacional. A chegada de Vasco da Gama à India foi aqui sentida como uma séria ameaça. O preço das especiarias em Veneza caiu para metade.

 

Os venezianos, mas também os genoveses, trataram de apelar ao Sultão (soldão) do Cairo, para atacar os navios portugueses que se dirigiam para a India, fornecendo-lhes armamento, apesar do papa condenar esta venda de armas a "infiéis". 

 

Veneza, em 1504, fazendo eco das ameaças do Sultão (3), afirma que este está disposto a destruir o túmulo de Jesus Cristo se Portugal não desistisse das especiarias da India...

 

Os venezianos esperavam que os portugueses fossem facilmente aniquilados. A destruição de duas naus portuguesas na India, em 1508, deixou os venezianos eufóricos. Foi neste sentido que apoiaram, a 3/2/1509, a frota conjunta do Sultanato Burji do Egipto, Império Otomano, Calecute e do Sultão de Gujarat contra os portugueses, na célebre Batalha de Diu, os quais infligiram um enorme derrota aos muçulmanos. 

 

Pouco mais restava aos venezianos do que continuarem a apelar aos muçulmanos para combaterem os portugueses na India, fornecendo-lhes armas e informações, e foi isso que fizeram. 

 

Desde 1500 que os venezianos enviavam regularmente para Portugal espiões, com a missão de recolherem informações sobre as expedições marítimas, mas também roubarem ou a comprarem a peso de ouro cartas de marear e mapas dos descobrimentos.

 

Procurando superar a decadência em que havia caído a sua cartografia, passaram a baseá-la em cópias de mapas portugueses, cujos originais faziam desaparecer. Não tardaram a contratar cosmógrafos lusos, como Diogo Homem.

 

6.2.Génova

 

Os genoveses estavam em completa decadência no século XV.O avanço do Império Otomano, tomava-lhes a suas antigas colónias no Oriente. Na segunda metade do século XV, o próprio território de Génova era disputado por espanhóis, franceses e outros italianos (florentinos, milaneses, etc).

 

O seu principal trunfo estava na experiência que haviam adquirido no comércio de especiarias e no sistema bancário, um dado que Portugal procurava tirar partido. 

 

Na mesma altura que Colombo alegadamente está a fazer o seu célebre contrato com o Banco de S. Jorge para proteger o seu filho Diego Colon Moniz Perestrelo, o rei português abre oficialmente uma feitoria nesta cidade. A coincidência de datas diz tudo sobre as cumplicidades não reveladas.

 

Os genoveses perante o avanço do portugueses, tentaram apoderar-se das riquezas obtidas, o lugar dos judeus no financiamento das expedições e no comércio das especiarias. Algo que D. João II e D. Manuel I, evitaram entregar-lhes, apesar das pressões da Santa Sé (Vaticano). 

 

A Casa Centurione procurou contrariar a rota marítima para a India aberta pelos portugueses. Paolo Centurione, empenhou-se a tentar abrir uma rota terrestre entre a Europa Central e a India, passando pela Rússia. Primeiro vendeu a ideia ao Grã-Duque de Moscovo Basílio III e depois a Henrique VIII de Inglaterra (1525), mas sem êxito. 

 

A alternativa que restava ao genoveses, foi envolverem-se na Inquisição em Espanha e Portugal, onde tentaram espoliar os cristão-novos. Em termos propagandísticos, reclamaram internacionalmente algumas descobertas dos seus cidadãos ao serviço de reis estrangeiros. 

 

6.3. Florença

 

Estava muito limitada no acesso ao mar, possuindo apenas dois portos: Pisa (desde 1406) e Livorno (séc.XV).

Este facto não impediu os florentinos radicados em Portugal, como Bartolomeu Marchione, de participarem activamente na expansão portuguesa, envolvendo-se inclusive numa estratégia para afastar os espanhóis da costa africana. No século XVI, os florentinos chegaram a tentar transformar Pisa, num centro de distribuição de especiarias na Europa Central.

 

 

6.4. Participação em expedições portuguesas

 

Todos os navegadores participaram nas grandes expedições do século XV, e que a Itália reclama a sua nacionalidade, andaram ao serviço dos reis de Portugal ou viveram em Portugal, como é o caso de Cadamosto (mercador), Antonio Noli, Colombo, Américo Vespúcio ou Giovanni Caboto. Um facto que diz tudo sobre onde aprenderam e formaram os seus projectos de navegação, se é que os tinham. Mais

 

 

6.4. Espionagem

 

Havia em Portugal nos séculos XV e XVI um grande número de espiões, muitos dos quais eram italianos. As explorações marítimas começaram a tornar-se para cidades italianas, como Veneza e Génova, numa séria ameaça ao seu poder e riqueza. 

 

Os italianos, em especial os venezianos e os genoveses, contavam com a poderosa ajuda da Santa Sé (Vaticano) não apenas para obterem informações, mas também para defenderem os seus interesses. 

 

Os genoveses, por exemplo, no século XVI infiltraram-se na Inquisição em Portugal perseguindo a elites dos mercadores, banqueiros e artesãos, muitos deles judeus, ditando a médio e longo prazo a ruína do país.       

 

Os italianos ao longo do século XV e XVI tornam-se verdadeiros mestres na arte de roubarem ou fazerem desaparecer documentos de Portugal e de Espanha.

 

Chronicas. O rei D. Afonso V mandou vir de Itália, o frade Justo, "Bispo de Septa" (Ceuta), para que o mesmo traduzisse para latim as "Chronicas dos Reis" de Portugal. As crónicas foram-lhe confiadas, mas o dito frade que passou a residir em Almada, não tardou a morrer tendo as crónicas desaparecido ( 12 ). A ladroagem praticada por estes padres italianos era impressionante. 

 

Crónica da Guiné de 1492, de Rui de Pina. O original desapareceu. A tradução italiana, o único documento que existe, data do final do século XV, e encontra-se na Biblioteca Ricardina de Florença (Códice 1910). Mais

 

Mapas. Embora a cartografia em Portugal se tenha iniciado de forma sistemática a partir dos anos 20 do século XV, os exemplos mais antigos da cartografia portuguesa que se conhecem são todos posteriores a 1471. A razão é simples: as cartas anteriores foram todas roubadas, na sua maioria por espiões italianos. Estas cartas uma vez roubadas eram depois copiadas por italianos que se reclamavam da sua autoria, é por este motivo que as mais interessantes descrevem descobertas portuguesas em África e no Atlântico. 

 

As cartas portuguesas mais antigas estão todas no estrangeiro. A primeira que se conhece, desenha o litoral africano da Nigéria e encontra-se na Biblioteca Estense de Modena (Itália), a outra foi feita por Pedro Reinel e traça o litoral africano até ao Zaire (1485) está na Universidade de Yale (EUA). Os exemplos são aos milhares de cartas e roteiros de viagem.  

 

O caso mais célebre destes roubos é o chamado Mapa-Mundi de Cantino. O mapa desenhado por cartógrafos portugueses, entre 1500 e 1502, foi obtido de forma criminosa por Alberto Cantino, um agente do duque de Ferrara, na Corte Portuguesa. 

 

Cartas de Marear.  Um dos roubos mais bem sucedidos dos italianos foi o das cartas de marear dos capitães da armada de Pedro Alvares de Cabral que em 1500 "achou" o Brasil. Todas as cartas desapareceram incluindo as do capitão-mor. Uma delas, a do chamado "Piloto Anónimo" (o nome foi omitido) é publicada em 1507 em Veneza, na colecção "Paesi Novamente Ritrovatti" editada pelo aldrabão Francanzano de Montalbolddo, o mesmo que afirma que Colombo era italiano.  

 

Esmeraldo de Situ Orbis. Obra mestra de Duarte Pacheco Pereira, escrita por volta de 1506, onde narra entre outras coisas as suas explorações na América do Sul em 1498. O manuscrito original foi vendido em 1573 a Filipe II de Espanha, por um espião italiano (Giovanni Gesio ) que o havia roubado. O manuscrito acabou por desaparecer e o que existe são cópias estropiadas, sem os seus preciosos mapas e as descrições mais interessantes. 

 

Peregrinação. Ainda em final do século XVI, Fernão Mendes Pinto, dava conta que de Itália viera um padre para sacar informações sobre a sua Peregrinação no Oriente. O manuscrito da obra foi consultado por vários  falsários italianos, mas só um se referiu ao facto de o ter copiado. 

 

Após estes roubos os italianos dedicavam-se depois a forjar novos documentos, compondo histórias de acordo com os seus interesses. O padrão destas falsificações é sempre o mesmo. 

 

Os originais dos principais documentos sobre Colombo desapareceram sem deixar rasto, o que existem são cópias muito posteriores repletas de elementos que revelam terem sido falsificados. Basta uma simples investigação para descobrimos a mão de falsários italianos.

 

6. 5.  Falsários e Divulgadores

 

Os italianos não se limitaram a roubarem mapas e importantes documentos sobre as expedições portuguesas, publicavam-nos em Itália, frequentemente omitindo o nome dos seus autores. Foi através desta difusão internacional de falsidades que conseguiram transformar  aldrabões, como Américo Vespúcio, no descobridor da América...

 

Entre os falsários e divulgadores italianos destacam-se os seguintes:

- Paolo dal Pozzo Toscanelli

- Antoniotto Usodinare (códice Itinerarium Antonii Ususmaris Civis Januensis, 1455, na Bibioteca da Univ. de Génova)

- Avise Cadamosto, cujas "relações" foram publicadas, em 1507, por Montalboddo

- Domenico Malipero, publicou Annali Veneti (1457 a 1499).

- Pietro Vaglienti. Entre 1498 e 1515 reuniu uma importante colecção de documentos portugueses sobre os descobrimentos. Seguindo uma prática muito italiana, procurou difundir a ideia que o inicio dos descobrimentos portugueses se deviam às indicações de Paolo dal Pozzo Toscanelli...

- Girolamo Sernigi

- Tommaso Detti

- Giovanni Matteo Crético

- Girolamo Priuli

- Marino Sanuto

- Pietro Martyr de Anghiera

- Jacome Filipo Foresti

- Marco Antonio Coccio Sabelico

- Aeneas Silvio Piccolomini

- Piero Soderini

- Vicenzo Quirini di Girolamo

- Angelo Trevisan

- Francanzano de Montalboddo

- Américo Vespucio. Cartas e Mundus Novus

- Giovanni da Empoli

- Giovanni Battista Ramusio

etc.

 

 

7. Países Baixos (Holanda)

 

Os holandeses só se envolveram nas explorações marítimas no final dos século XVI, e só o fizeram quando Portugal estava sob o domínio de Espanha (1580-1640), e depois da chegada de milhares portugueses, entre os quais se contavam banqueiros, mercadores e navegadores refugiaram neste país para fugirem às perseguições da Inquisição.

Estes portugueses, entre 1580 e 1640, aliaram-se aos holandeses para combaterem os domínios espanhóis, levando-os ao que restava do Império português. Foi neste período que importantes segredos do Estado português foram vendidos a holandeses, franceses, ingleses ou roubados pelos espanhóis.

 

Cartógrafos

Até final do século XVI, com raríssimas excepções, os cartógrafos portugueses são os únicos a representarem os espaços descobertos pelos europeus, em África, no Oriente e na América (22).

 

Os marinheiro holandeses até 1580, restringem a sua actividade às costas europeias, e só a partir daí se aventuram pelo mundo, seguindo as rotas portuguesas, reveladas em toda a sua dimensão, em atlas universais, como o de Lázaro Luis (1563), Diogo Homem (1565, 1568), Sebastião Lopes (1565), ou no extraordinário Atlas Universal de Fernão Vaz Dourado (1571) (23). 

 

Desde 1592 que os espiões de várias companhias holandesas actuavam em Lisboa, e através de subornos procuram obter cópias de mapas portugueses (8). Ao contrário do que acontecia em Portugal, onde a publicação dos mapas e roteiros nauticos continuava ser controlada, os holandeses investiram na sua publicação e difusão.

 

O cartógrafo português Bartolomeu Lasso, vendeu 25 cartas nauticas aos holandeses, as quais foram editadas por Cornelis Claesz a partir de 1592. Aquisição foi feita por sugestão de Petrus Plancius (1552-1622), o iniciador da cartografia holandesa e um dos fundadores da companhia das Indias da Holanda. Petrus foi iniciado na cartografia pelos portugueses na Flandres (Bélgica), antes de se refugiar na Holanda.


Mapas de Bartolomeu Lasso foram parar também às mãos de Jan Huygen Van Linschoten, que viveu 13 anos em Lisboa, e participou na viagem de Frei Vicente da Fonseca, em 1583, a Goa. Depois de regressar à Holanda incluiu as informações que obteve em Portugal e no Oriente, no "Itinerario, Voyage ofte Schipwaert naer Oost Portugaels Indien (Amesterdão, 1596). Traduziu também roteiros portugueses para o seu "Reys-gheschrift van de Navigatien der Portugaloy sers in Orienten (Amesterdão, 1595).

 

Cornelius de Houtman (1565-1599), o holandes que dirigiu a primeira expedição ao Oriente (estreito de Sunda), não se limitou a servir-se das informações de Linschoten, veio também a Lisboa, em 1592, numa acção de espionagem para obter novas informações de nauticas e comerciais para a companhia Van Verre (1494). Acabou morto, na segunda viagem, em Ache.

h

Lucas Janszoon Waghenaer (1533-1606) foi outro dos cartógrafos holandeses que se serviram de mapas portugueses, obtendo um enorme sucesso no seu tempo com a sua difusão.

 

Henricus Hundius (1597-1644), na sua "Africae Nova Tabula" (1631), regista mais de 100 em português, revelando a origem das suas informações cartográficas.

 

Willem Janszoom Blaeu e o seu filho Joan Blaeu, no seu "Atlas Major" (1662), continua a difundir a toponímica portuguesa em África e Ásia, em regiões já dominadas pelos holandeses, franceses e ingleses. A matriz portuguesa mantém-se nos mapas e nas informações geográficas.

 
Uma rede de espiões franceses e holandeses estada em Lisboa, comprava a peso de ouro os mapas da "Casa da India".


Não é pois de estranhar, que os mapas que os holandeses traziam consigo, quando chegaram à Australia (1606), Tasmania e Nova Zelandia tivessem topónimos portugueses. Alguns destes nomes acidentes geográficos da Austrália, de origem portuguesa, acabaram por ficar registados nos mapas holandeses.

 

Divulgadores

 

Jan Huyghen van Linschoten, Pieter Maraees, etc.
 

Pilotos.

 

Mercadores. A poderosa rede comercial de Portugal, como sabido, devido às perseguições da Inquisição em Portugal foi-se transferindo para a Holanda e Inglaterra, entre outros lugares. Mais

 

Corsários

Durante a ocupação de Portugal pelos espanhóis (1580-1640) estes piratas e corsários portugueses atacam indistintamente possessões espanholas e portuguesas, de forma a enfraquecerem a Espanha. Entre as terras ou possessões portuguesas, algumas foram completamente pilhadas: Bahia (Brasil)-1587; Santos (Brasil) -1591; Recife (Brasil)-1595; Açores-1589; Faro-1596; Sagres-1597; Ormuz-1622; etc. 

Na Holanda onde existia uma enorme colónia de portugueses, muitos deles dedicaram-se à pirataria e corso contra os espanhóis. Entre eles, destacam-se Simão de Cordes e o seu irmão Baltazar de Cordes, dois portugueses ou seus descendentes que foram os primeiros corsários holandeses (1598-1600). Ficaram célebres pelas pilhagens e massacres que fizeram numa colónia espanhola (Chile).

8. Outras Paragens Europeias

Suécia

Dinamarca

Divulgadores:

- Valarte ou Abelhart (sueco)

- Johannes Magnus (sueco),

O mundo no século XVI tornara-se global e incerto. A dispersão planetária dos portugueses, acabou por se tornar num problema fatal para a sobrevivência do seu Império marítimo. 

 

 

Carlos Fontes

  Notas:

(1 ) Visconde de Santarém, ob.cit.,  Tomo III, pp.162-163

(2 ) O quadro jurídico para a patilha do mundo entre Portugal e Espanha, caucionado pela Santa Santa, não sofreu grandes alterações até meados do século XVIII. O que é notável.  

(3) Andrade, A. Banha de -Mundos Novos do Mundo,

(4) James Williamson A A Voyages Cabot e Discovery Bristol de Henrique VII. (Cambridge University Press), 1962. A carta foi encontrada em 1956 no Archivo de Simancas.

 

(5) MATOS, Luís de - Les portugais en France au XVI siècle. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1952.

 

(6)Leon Bourdon, Deux Aventuriers Portugais: Gaspar Caldeira et Antão Luis (1564 / 1568), in, BULLETIN DES ÉTUDES PORTUGAISES ET DE L´INSTITUT FRANÇAIS AU PORTUGAL - Nouvelle Série, Tome 18, 1954 

 

(7) Principais descobertas dos portugueses logo após a descoberta do caminho marítimo para a India (1498): 1500: Madagáscar; 1505: Ceilão (Sri Lancka);1506: Ilha de Mascarenhas; 1509: Sumatra, Malaca (Malásia); 1511: Sião (Tailândia), Pegu (Birmania, Myanmar), Indonésia; 1513:China; 1516: Vietname (antiga Conchichina); 1520: Austrália; 1521: Nova Zelândia; 1525: Papua-Nova Guiné; 1542-Japão; 1586- Camboja; Por terra: Tibete (1624), Himalaias, Butão (1626).

 

(8) Mauro, Frédéric - l`Exanpansion Européenne (1600-1870). Paris. 1967.

 

(9)  Um dos casos mais conhecidos envolve o negociante de mapas, Pieter Mortier, editor da Suite du Neptune François ou Atlas Nouveau des Cartes Marines levées par ordre exprès des Roys de Portugal sous qui on a fait la découverte de l’Afrique, etc. (Amesterdão, 1700). Os mapas foram obtidos por suborno em Portugal, por um agente do governo francês chamado Jean Frémont d’Ablancourt, in Portugaliae Monumenta Cartographica, vol. 5, p. 36-46; Daveau, 1998, p. 134-138.

 

(10) A rainha de França Catarina de Medicis, incumbiu o seu embaixador em Lisboa - Jean Nicot - de contratar André Homem para desenhar um mapa do sul de África.

l

(11) Os Welser, em 1528, conseguem de Carlos V um importante acordo em troca do dinheiro que lhe emprestaram. A  imperador alemão, casado com uma portuguesa, concede-lhes uma parte da actual Venezuela. Até 1546 andaram neste território à procura de ouro, com escravos que lhes eram fornecidos por portugueses. Na ilha Hispaniola (atual Haiti e Santo Domingo), em 1529, criam uma feitoria. O objectivo era procurarem ouro e repovoarem a ilha com espanhóis e portugueses. Prometeram levar para esta ilha 4.000 escravos por ano fornecidos por negreiros portugueses...

 

O problema é que os alemães não se conseguiram adaptar aos trópicos, dedicando-se ao massacre das populações indigenas e ao saque do que podiam. 

 

 12 ) Damião de Góis, Crónica de D. Manuel,  P. IV, cap.38, fl.50

 

(13) Gil, Juan - Mitos y Utopias del Descubrimiento. 1. Colon y su tiempo. pp.77- 81.

 

(14) A realização desta expedição continua a ser objecto de alguma polémica. O historiador russo T. A. Chumovsky, em 1958, num trabalho intitulado - Três Roteiros Desconhecidos de Ahmad Ibn Madjid, o Piloto Árabe de Vasco da Gama - sustentou que D. João II, em 1495, mandou uma expedição para a Índia que acabou por naufragar ao largo de Sofala.

 

Muitos historiadores afirmam, pelo contrário, que a viagem nunca se realizou, porque o piloto Ibn Magid deixou de navegar em 1465, e o seu Roteiro tem várias referências a acontecimentos posteriores, que só podem ser resultados de acrescentos. Ibn Magid, por esta razão também não podia ser, o piloto árabe de Vasco da Gama.

 

(15) Sobre esta temática luso-alemã têm sido publicados vários estudos, sendo de destacar os de Marília dos Santos Lopes: Os Descobrimentos Portugueses e os novos horizontes do saber nos discursos alemães dos séculos XVI e XVII, in, Icalp - revista do Inst. de Cultura e Lingua Portuguesa, Lisboa, nº 7/8, pp.28-40; etc.

(16)  Contratados a peso de ouro, levam os franceses, em 1503-5, ao Brasil (nau L’Espoir)

(17) (D. João III conseguiu afastá-lo de uma nova viagem às Indias Orientais patrocinada por Jean Ango)

 

(18) João Afonso ou João Afonso "Francês", piloto e cartógrafo. Estabeleceu-se em França em 1526-27. Foi o piloto maior da expedição de Jean-François de La Roque de Roberval na viagem ao Canadá de 1542-1543. Cfr. Michel Mullat do Jourdin - Le Témoignage de la Cartographie, in, Fernando Braudel & Moullat du Jourdin (dir), Le Monde de Jacques Cartier. Paris. 1984

 

(19) Piloto português com a alcunha "Rosado", levou em 1529, os franceses à India. A embarcação foi aprisionada em Diu pelo sultão Bahador, 82 dos tripulantes foram mortos em 1533. Os 32 sobreviventes da expedição, pediram auxilio ao governador português da India.

 

(20) Foi para França  em 1525, tendo-se colocado ao serviço dos normandos. Acabou enforcado no Brasil, por ordem do governador Afonso de Sousa.

 

(21) Lima, Susana - Grandes Exploradores Portugueses...

(22) Woodward, David (edit) - The History of Cartography Cartography in the European Renaissance, III. Chicago, 2007.

(23) Atlas Universal de Fernão Vaz Dourado. Ed. Moleiro, Barcelona. 2013. Entre os vários estudos que acompanham esta edição, destacamos o de Maria Fernanda Alegria - Les Atlas Vaz Dourado et la Cartographie du XVIe. Siècle. 

 

Continuação:

 

35. Perseguido 36. Ocultação

37.  Armadilha Genovesa  38 Mercadores-Negreiros Italianos  39.  Genoveses a Bordo 

40. Descendentes de Colombo 41. Descendentes (cont. ) 42. Descendentes (concl.)

43. Historiadores Portugueses. 44. Lugares do Navegador em Portugal

45. Cronologia da Vida de Colombo

 

.

As Provas do Colombo Português

As Provas de Colombo Espanhol

.

 

 

Carlos Fontes

 
Início . Anterior . Próximo

Para nos contactar: carlos.fontes@sapo.pt

s