Inquisição
de Barcelona
(1484-1834)
Foram
já identificados 31 portugueses condenados pelo Tribunal da Catalunha. O
número total é seguramente muito superior, dada a forte comunidade que aí
existia até ao século XVIII.
Inquisição
de Cuenca
(1489-1834)
Milhares
de portugueses instalaram-se nesta região em meados do século XVI (49), acabando por ser alvo
da cobiça dos espanhóis, sobretudo depois da restauração da independência
de Portugal em 1640. Cerca de 200 famílias, só em 1650, fugiram de Cuenca.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Cuenca:
Auto
de Fé de 9/3/1614, entre os portugueses condenados contam-se:
-
Miguel Lopo, natural de
Lisboa, médico em Pastrana e Bodia. Era casado com Blanca Goméz ;
-
Felipe Rodriguez Montalbo, médico
O
Auto de Fé, a 29/6/1654, envolvendo 57 réus,9 dos quais foram queimados. A
maioria destas vítimas eram portuguesas, tais como:
-
Simón Núnez Cardoso, natural de Lamego, médico formado em Salamanca, morador em
Pastrana, exercia medicina em Cifuentes. Foi preso em 1652. Era casado com Elena
também de Lamego.
-
Baltazar Lopez, filho de portugueses.
-
Rafael de la Parra,
natural de Portugal. Esteve preso na Inquisição em Lima, mas foi morto pela
Inquisição de Cuenca em 1654.
-
Méndez Núnez. Preso em 1654 (8)
-
A familia do banqueiro Manuel Cortiços, sofre uma brutal repressão,
sendo o seus bens confiscados. A sua mulher - Luisa Ferro, assim como a sua mãe - Luisa de Almeida -, apesar de todas
as tentativas de fuga, acabam por ser presas (1554-1556).
-
Mendes Brito, Auto
de Fé de 1656.
-
Fernando de Montesinos Téllez, Auto
de Fé de 1656.
-
Francisco Coello, natural de Lisboa, banqueiro, administrador dos impostos de Málaga, condenado em
1654. Os seus bens foram confiscados.
-
Diego Gómez de Salazar, administrador do monopólio de tabaco de
Castela. Condenado.
-
Inquisição
de Las Palmas da Gran Canária (Canárias)
(1505-1834)
A
importante comunidade portuguesa do arquipélago foi das primeiras a ser atingida
pelas perseguições da Inquisição espanhola. Uma parte significativa dos
2.329 acusados eram portugueses, assim como a quase totalidade dos 10 queimados
vivos.
Entre
1504 e 1510 foram presas 34 pessoas acusadas de judaísmo, a esmagadora maioria
eram portugueses, entre eles estava -
Juan de Ler (Leiria ?), natural
de Portugal, vizinho de Tenerife, condenado em 1507. Trata-se da primeira vítima de uma Auto
de Fé nas Canárias (catedral de Las Palmas).
Auto
de fé de 1510:
-
Alvaro Estevez, almotacén, natural de Portugal,
vizinho das Canárias.
-
Pedro Dorador
-
Beatriz de la Cruz
-
Juan Francisco, tintureiro.
-
Alfonso Váez, padeiro. Preso a 10/2/1514.
-
António Fonseca, natural do Porto. Preso em 1525.
Auto
de Fé de 24/2/1526, foram condenados entre outros os seguintes portugueses:
-
Alvaro
González, natural
de Castelo Branco, Portugal, vizinho de La Palma. Sapateiro de profissão. Morto
em 1526. Os seus bens foram confiscados em 1506.
-
Mencia
Baez, natural
de Castelo Branco, mulher
de Alvaro Gonçalves, morto em 1526..
-
Silvestre
González, filho
dos anteriores. Sapateiro. Morto em 1526.
-
Alomo
Yanez, lavrador, natural de Vila Viçosa (Villaviciosa),
vizinho de Tenerife. Morto em 1526.
-
Diego de Valera (Isaac Levi), médico, chegou a ser administrador da praça
portuguesa de Safi, em Marrocos (1517). Foi morto em 1526.
-
Hedor Méndez
-
Diego Diaz, preso em 1529
-
Pedro Gonzalez, preso a 8/8/1530
-
Duarte Perez e Duarte Gaspar, em 1534, antes de serem apanhados conseguem fugir
para Cabo Verde.
-
Catalina Gonzalez, presa em 1570
-
Joan Almeida, preso em 1581
-
Gaspar Diaz, preso em 1581
-
Diego Diaz, preso em 1587/88
No
princípio do século XVII, um poderoso grupo de mercadores portugueses,
instala-se em Tenerife - La Laguna, onde através de uma inteligente ligação às
famílias locais consegue resistir, apesar da vigilância e denúncias à Inquisição. O núcleo principal era liderado pelos irmãos Diego e Tomás Pereira
de Castro, naturais de Barcelos. Estabeleceram-se como mercadores em 1610,
passaram a controlar o comércio com Portugal, as Indias espanholas e
Amesterdão (55), arrendam as
rendas reais (1640-1652), adquirem enormes propriedades, ascendem ao governo da
ilha. Financiam a construção da Igreja del Santisimo Cristo de Tacoronte, em cujo portal colocam as suas armas...
- Sebastião Pais de Vega (natural de
Lisboa), Luis Barreto, Simão Mendes, Gaspar Ramos e Luis Peres, em 1610, fugiram
de Marrocos para as Canárias, onde acabaram por cair nas mãos da Inquisição
espanhola por alegadamente terem renegado à Fé Cristã (59).
-
Pedro Lobo, mercador. Preso em 1611.
Em
consequência dos terramotos do Açores por volta de 1620, muitos portugueses
fixaram-se nas Canárias. A Inquisição de Las Palmas, assustada com o seu
número, move-lhes uma brutal perseguição. O frade Juan de Medina, em 1621,
afirma que nas Canárias "Todos os portugueses eram judíos".
Em 1625 sucedem-se as prisões de portugueses:
-
António Rodrigues da Fonseca, natural do Porto, mercador em La Laguna (1626)
-
Adriana Sosa
-
Diego Gomes e os seus irmãos Acosta e Heredia
-
Antonio Diaz de Moraes
-
Inês Granada, moradora em Tenerife. Presa e morta (?) em 1629.
-
Perpétua Lopez, Lorenzo Rodriguez Lindo (esposo), Lucinda Rodriguez (sobrinha),
Gonzalo Rodriguez Baez (esposo de Lucinda), todos foram presos.
-
Fernão Pinto, mercador. Em 1635 foi avisado antes da prisão e consegue fugir para a Holanda.
-
Duarte Henriquez Alvarez, arrendatário de rendas, preso em 1658. Foi morto em estátua.
-
Gaspar Pereira, preso em 1663.
-
Rafael da Silva y Montero, médico, preso em 1689 e condenado em 1691.
Inquisição
de Córdoba
(1482
-1834)
No
final do século XVI, os portugueses começam a ser alvo de uma sistemática
repressão que se prolongará até meados do século XVIII. O processo desencadeia-se em 1593, na sequência de uma
investigação inquisitorial. O municipio de Andujar, a 7/7/1600, toma um
conjunto de medidas especificas contra os comerciantes portugueses, procurando
incentivar atitudes xenofobas.
Do importante grupo de portugueses
que se havia estabelecido em Baeza no princípio do século XVII, uns são mortos,
outros conseguem fugir (60).
Auto
de Fé de 1596 foram condenados um grupo de portugueses presos em Antequera.
-
Pedro Lorenzo Aguiar, natural de Vila Real, preso em 1624.
Estudos
recentes revelaram que só entre 1625 e 1640, pelo menos 230 portugueses, na sua
maioria comerciantes, foram julgados pela Inquisição de Córdoba.
No
Auto de Fé de 2/12/1625, dos 45 condenados, 39 eram portugueses, entre
eles estavam:
-
Manuel Enríquez, natural de Vila Flor, negociante, morador em Andujar.
-
Violante Nunez, esposa de Manuel Enríquez
-
Valentim Fernandez, natural de "Riosus" (Portugal), morador em Andujar.
-
Marquesa Fernandez, esposa de Luis Sanches, moradores em Andujar.
- Dois membros da familia Lopez,
moradores em Baeza (mortos).
-
No
Auto de Fé de 21/12/1627, entre os 81 réus, contavam-se muitos
portugueses ou seus descendentes, entre eles:
-
Alonso Lopez da Acuña.
-
Perea (Pereira) Machado, morador em Andujar
-
Diego
Alvarez
-
Susana, 16 anos.
-
Maria Núnez, 13 anos.,
-
Elena Correa, o seu marido Gaspar Fernandez conseguiu fugir.
O
Auto de Fé de 1629, envolveu um vasto grupo de portugueses acusados de
terem queimado um crucifixo. O seu assassinato foi presenciado pelo rei de
Espanha.
Em
1644, 19 portugueses de Sevilha e 7 de Cádiz, foram implicados num caso de
judaísmo de outro português - Simón Rodriguez Ángel, de apenas 15
anos. Era, filho de Artur Mendez, o mais rico comerciante da última
cidade. Como as prisões da Inquisição de Sevilha estavam cheias, foram
enviados para Córdoba (5), onde foram "julgados" e com outros
portugueses presos ou mortos.
Através
de uma denúncia ficou-se a saber que os portugueses, em 1647, tinham
informadores no Tribunal da Inquisição de Córdoba, que os avisavam das
prisões que os inquisidores planeavam fazer (35). Na sequência das
investigações que então são feitas muitos portugueses são presos.
O
Auto de Fé de 1655, levou à morte pelo menos 5 portugueses(17).
Em
1648 um galego apresenta-se voluntariamente no tribunal para denunciar um
grupo de portugueses.
Em
todos os Autos de Fé eram habitual serem condenados portugueses, como:
-
Domingos de Chaves, capitão. Fora já anteriormente preso em Saragoça.
1656
-
Nuño Machuca, 1656
-
Ana de Sosa, 1660
-
Maria Luis, 1660
-
Maria Álvarez, 1661.
O
Auto de Fé de 29/9/1684 foi marcado pela morte de muitos
portugueses. O mesmo aconteceu nos Autos e Fé de 1723 e 1724.
Auto
de Fé de 5/12/1745 foi condenado a prisão perpétua Manuel de Acuña,
natural de Lisboa, médico, morador em Jaén.- Com a sua mulher,
foram os últimos portugueses a serem presos pela Inquisição de Jaén. O
motivo da condenação deveu-se a ter socorrido um outro português moribundo, que segundo a
Inquisição praticava judaísmo em segredo.
Inquisição
de Ciudad Real
A
comunidade portuguesa era muito activa no comércio e artesanato. O seu acabou
por gerar uma profunda inveja, que não tardou a desencadear o seu saque pelos
espanhóis.
-
Fernando Méndez, em 1591, é preso.
Os portugueses contam-se entre as principais vítimas nos oito Autos de Fé
entre 1634 e 1681:
-
Maria Acosta, presa em 1634
-
Tomás Núñez Gómez, comerciante de tabacos, condenado em 1651.
-
Antonio Rodriguez, preso em 1654
-
Andrés Núñez Enríquez, mercador, preso em
1666
-
Martín Ruiz, financeiro, preso entre 1678 e 1681.
-
Mateo de la Torre, preso
entre 1678 e 1681.
Inquisição
de Granada
(1526-1834)
A
comunidade portuguesa, sobretudo em Málaga, era muito numerosa no século XVI, aumentando durante
a tenebrosa União Ibérica (1580-1640). O número dos presos e
mortos não tem parado de aumentar à medida que se estudam os processos deste
Tribunal.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Granada:
-
Hedor
Méndez, condenado
em 1526.
-
Francisco Baez, alfaiate, morador em Marbella, preso em 1560.
-
Juan Rodriguez, moradora em Marbella, 1563
-
Gaspar Soarez, preso em 1568
-
Maria Luisa, negociante moradora em Málaga, 1568 (duas pessoas com o mesmo nome
e apelido?).
-
Andrés Franco, morador em Málaga. 1570
-
Catalina Méndez, moradora
em Málaga,1571
-
Isabel Mendez, morta em 1572.
-
Frade portugues, residente em Archidona, preso em 1575.
-
Catalina Martim, casada com Hernan Martim, morador em Málaga. Presa em 1581.
-
Manuel Afonso, caseiro, morador em Ronda, preso em 1582.
-
Salvador Alfonso, natural da Guarda, morador de Archidona, 1585
-
Gaspar Romero, morador em Antequera, preso em 1589
-
Pedro Alvarez, mercador, 1590
No
Auto de Fé de 1593, foram queimados em estátua Pedro Alvarez e a
sua esposa Blanca Sierra, moradores em Antequera.
-
Antónia Enríquez, casada com Hernando Rodriguez, morador em Málaga. 1594
-
Antónia Enríquez, moradora em Antequera, acusada de islamismo, presa em 1596
-
Clara Lucena, casada com Simón Lopez, moradores em Antequera. Acusada de
islamismo, presa em 1596
-
Ana Mendez, moradora em Antequera, presa em 1596 acusada de islamismo.
-
Isabel Mendez, moradora em Antequera, 1597
-
Gerónimo Fernandéz, preso em 1653.
No
Auto de Fé de 1654 a quase totalidade dos condenados eram portugueses.
O
Auto de Fé de 1571, entre os portugueses mortos contam-se: Catalina
Mendez, natural de Mertola; Hernando López, vizinho de Málaga e
guardador do almoxarifado da mesma cidade.
No
Auto de Fé de 30/5/1672, dos 90 condenados 57 eram portugueses (3
mulheres mortas e 1 jovem de 19 anos).
Entre
eles, contam-se as irmãs: Isabel Mendes (morta) e Margarida Mendes, Leonor
Rodrigues, Mayor Nunez e Maria Blanca. O filho de Isabel - Esteban Mendez - foi
preso.
No
Auto de Fé de 1673 são mortos Pedro Alvarez, natural de Vinhais e Blanca
Nunez, entre outros..
O
ano de 1678 ficou marcado por uma feroz perseguição aos portugueses. Foram presos, entre
outros: Manuel Garcia e mulher (Juana Marin); António
Garcia (desc.); Blasco Pereira, natural de Vila Flor; Juan López
Pinto, natural de Vila Flor; Cristobal, detido em Málaga; Fernando
e Beatriz de Acosta, etc.
-
Albin Lopez, vizinho de Coin. Morreu nos cárceres desta inquisição
(1679?)
-
Juan de España Sotomayor (ou Pedro Prieto), vizinho de Málaga. Morreu
nos cárceres desta inquisição (1679?)
No
Auto de Fé de 1680 foram condenados 58 portugueses ou seus descendentes.
Inquisição
de Jaén
A
comunidade portuguesa era muito importante nos séculos XVI e XVII, dedicando-se
a múltiplas actividades: medicina, comércio, gestão de rendas, etc (53). A maioria
eram oriundos de Vila Flor, Vila Real e Almeida.
Na
primeira metade do século XVII, os portugueses constituíram uma importante
comunidade em Baeza, que adoptou práticas judaicas (12), que será alvo
de um brutal repressão..
Inquisição
de Llerena (Badajoz)
(1485-1834)
Um
dos tribunais mais sanguinários de Espanha, abrangia as regiões de Ciudad Rodrigo,
Plasencia, Coria e Badajoz.
Llerena era a sede da Ordem de
Santiago espanhola. Estabeleceu relações privilegiadas com o Tribunal
da Inquisição de Évora. Calcula-se
que mais de 350 portugueses tenham sido presos ou mortos pela Inquisição de
Llerena.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Llerena:
-
Francisco Gutierrez, morto em 1562.
Em
1569, os inquisidores de Llerena prendem um importante grupo de portugueses
(18).
No Auto de Fé de 14/6/1579,
conhecido por "Auto de Fé dos Alumbrados", foram condenados e mortos vários portugueses
(22), entre eles:
-
Francisco Diaz, morador em Fregenal.
-
Gregório Crespo. Foi preso por afirmar que não era pecado ter relações
sexuais com uma prostituta, desde que pagasse o serviço.
-
Maria de Cheles, moradora em Cheles. Foi condenada porque não via nenhum pecado
em ter relações sexuais com solteiros e clérigos.
-
Catalina Afonso, natural de Coimbra, viúva de um escrivão.
-
Juan Garcia, boticário, filho de portugueses. Casado com Gracia Gómez. Foram presos em 1605.
-
Miguel Lobo de Lisboa, casado com Blanca Gómez. Preso em 1614.
-
Maria Gonzales, presa em Jerez, 1634
No
processo chamado "Cumplicidad de Badajoz", em 1638, muitos foram os
portugueses acusados e condenados.
-
Isabel e Beatriz de Acosta, presas a 6/2/1639.
Na
sequência da restauração da independência de Portugal, em 1640, muitos
portugueses que se haviam fixado na região de Mérida são acusados de tentarem
entregar a cidade às tropas portuguesas (Cfr. Carta de Durán de Torres,
escrita em Zafra, 1/10/1643), o que originou grandes perseguições da
Inquisição.
-
Beatriz Mendes, presa a 4/7/1643, consegue fugir.
-
Catalina Mendez, natural de Olivença foi presa a 12/7/1646, conseguiu
fugir. Foi apanhada e acabou por morrer nos cárceres da Inquisição.
O
Duque de Béjar, era um dos muitos nobres espanhóis que andou a apropriar-se dos bens de
portugueses sentenciados pela Inquisição de Llerena. Ficou, em 1651/4, com os
bens de Luisa Rodriguez e do seu esposa Juan Méndez Campos, e de Jorge
Rodriguéz Peteno e da sua esposa Blanca Enríquez, entre outros
portugueses que foram mortos (3).
-
Maria Báez López, natural de Bazin (Beja ?), comerciante, foi presa a 24/3/1660.
O
Auto de Fé de 23/4/1662, dos 88 condenados 78 eram portugueses ou seus
descendentes, entre eles: Juan Gomez, natural de Cabeza David (Cabeço de Vide),
mercador; Gaspar Gomes, irmão de Juan; Francisco Fernández Méndez, natural de
Chacim, morador em Medellin, era administrador de tabacos.
-
Francisco Enriquez de Ocalla (Vivarón), natural de Vila Flor (Trás-os-Montes).
Morreu nos cárceres desta inquisição (1679).
-
Manuel Lopez, é morto em 1679.
-
Manuel Lobato, moleiro. Foi preso a 1/8/1720.
-
Martin de Olivenza, preso em 1722, nos cárceres de Coria.
-
Família Rodriguez é devastada em 1725.
Inquisição
de Logroño
(1512-1834)
O
Tribunal de Logroño assumiu no final do século XVI uma importante função
estratégica para a Inquisição: controlar as fugas de portugueses para
França, na direcção de Amesterdão.
Filipe
II, em 1587, proibiu que os portugueses pudessem atravessar a fronteira com os
seus bens. Com duas importantes comunidades em San Sebastian e em San Juan de la
Luz, os portugueses ao mesmo tempo que apoiavam as fugas, envolviam-se também
no contrabando de dinheiro (46). Em 1602, o Tribunal de Logroño, tomou medidas especiais contra
eles, enviando espiões para San Juan de Luz (França).
Na
primeira metade dos século XVII, portugueses, oriundos sobretudo de
Trás-os-Montes, dominam grande parte do comercio internacional de Navarra,
tornando-se um alvo privilegiado da Inquisição (30), pela inveja local que
provocavam.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Logroño:
-
Dionis Portugues, morador em Zervera, morto em 1519.
-
Diego de Acosta Cañas, mercador de produtos chineses.
O T. de Logroño, a pedido do T. de Toledo, participa em 1596 na sua captura.
-
Jorge Fernández, vizinho de Cieza. Condenado em 1593.
-
Juan Núnez Vega, integrando uma sólida rede internacional de mercadores
portugueses, oriunda de Trás-os-Montes. Foi preso em 1621.
-
Luis Fernandez Pato, natural de Vila Real, mercador,preso em 1635.
-
Lorenzo González. Foi queimado vivo, num lugar chamado "Los
Quemados", próximo de Logronho, a 23/8/1719.
.
.
Inquisição
de Maiorca (Mallorca)
(1488-1834)
A
perseguição de portugueses é anterior a 1516, quando já se contavam com pelo
menos duas condenações (54), o que se seguiu foi a barbárie.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Maiorca:
No
Auto de Fé de 13/1/1673 foram condenados à morte em estátua, entre outros:
-
Lázaro Rodriguez
-
Gaspar Rodriguéz e Isabel Mendes (esposa)
-
António Moldonado e Beatriz Pereira (esposa).
-
Francisco Diaz, do Porto. Cativo em Argel, renegou o cristianismo, andava no
corso. Foi preso em 1579.
-
António da Fonseca, de Oleiros. Renegado. Foi preso em 1581
-
Antor, como mouro Alza, de 65 anos. Renegou em Argel. Foi preso em 1614.
A
importante comunidade portuguesa que aqui existia no século XVII foi quase
exterminada entre 1675 e 1691, quando pelo menos 300 portugueses foram
condenados (51).
..
Autos
de Fé em Madrid
Na
Praça Mayor de Madrid largas centenas de portugueses foram assinados pela
Inquisição espanhola, em grandiosos acontecimentos públicos, presididos pelo
próprio rei.
Auto de Fé,
a 4/6/1632,
organizado pelo Tribunal de
Toledo (34), na Praça Maior de Madrid (Plaza Mayor), a que assistiu Filipe IV de Espanha, acompanhado de
toda a corte. Ao todo foram condenadas 57 pessoas, sendo 7 queimadas ao
vivo e 4 em estátua. A maioria destas vítimas eram portuguesas, tais como: Miguel
Rodriguez e a sua mulher Isabel Martinez Albarez; Antonio Gomez, médico,
professor na Universidade de Coimbra; Jorge Quaresma, natural de
Lisboa, graduado em cânones.
Este
Auto de Fé está ligado à reacção contra os portugueses que se desencadeou
em Cádiz em 1629. Estes foram acusados de terem açoitado e queimado uma imagem
do "Cristo de la Paciência". Sob este pretexto 6 portugueses foram
queimados em Madrid, e muitos mais presos e espoliados. Face a estes
acontecimentos, em 1633,
apareceu nas
ruas de Madrid cartazes em português, onde se afirmava a superioridade
do judaísmo sobre o cristianismo. Francisco Quevedo (1580-1645), a este
respeito escreve um folheto contra "Los Judíos que hablan portugués"
(Execracion de los Judios, 1633), apelando ao seu extermínio em Espanha.
Pintura
de Francisco Ricci do Auto de Fé, de 30 de Junho de 1680 (Museu
do Prado, Madrid).
Foram
sentenciadas 104 pessoas, portuguesas na sua quase totalidade.
a
Auto de Fé,
a 30/6/1680, também em Madrid, na Praça Maior, a que assistiu Carlos II e
toda a corte espanhola. A maioria dos 104 condenados eram portugueses. As idades
variavam entre os 14 anos e os 70 anos de uma idosa portuguesa.
Portugueses
mortos neste Auto de Fé:
-
Francisco Leão, vizinho em Málaga (morto em estátua)
-
António
de Vergara,
(morto em estátua)
-
Leonor Nunez, vizinho em Málaga
-
Beatriz Benitez Cardoso, da comunidade portuguesa de Pastrana (Guadalajara).
Desterrada.
-
Rodrigo del Caño, mercador em Málaga.
-
Cristobal del Caño, vizinho em Málaga
-
Luisa de Castro, vizinhoa em Málaga
-
Diego Núnez Chacon, mercador de lenços.
-
Melchior Ruiz, vizinho em Málaga
-
Leonel de Ribera (ou Daniel Gomez, Abran Gomes Brito), vizinho de Madrid
-
Graviel de Salazar, filho de Diego Gomes de Salazar, negociante
-
André Salazar
-
Maria Lopez, solteira, natural do Porto, vizinha em Orense (Galiza)
-
Luis Enriquez, solteiro, vizinho em Antequera
-
Francisco de Salinas (ou Francisco de Leão)
-
António Enriquez, comerciante de lenços.
-
Ana Vargas (ou Ana Gomez, Lopez), mulher de Manuel Francisco. comerciante. Foi
já presa na Inquis. de Toledo (1651).
-
Manuel Suarez da Fonseca, natural de Trancoso, mercador. Foi preso na Inq. de
Valladolid.
-
Leonor Pereira, natural de Évora. Mulher de Manuel de Galvez, comerciante. Foi
presa na Inq. de Granada.
-
Simón Diego de Morales, natural de Viseu, comerciante. Foi preso na Inq. de
Cordoba.
-
Baltasar Lopez Cardoso, oriundo de Verin (Galiza)
-
Filipa Lopes, oriunda de Verin (Galiza).
-
Juana Lopez, viúva de Francisco de Acosta, natural de Vila Flor, vizinha de
Orense. Foi presa na Inq. de Granada.
-
Pascoal Nuñez, vizinha de Málaga.
-
Francisco Navarro de Acuña, vizinha de Neiva de Galiza.
-
Maria Mendes, filha de António Mendes, capitão Farapa e Maria Maria Mendes,
vizinha de Orense.
-
Francisco Machado, natural de Vila Flor, vizinho de Orense.
-
Francisco Rodriguez Castellanos, natural de Vila Flor, vizinho de Orense.
-
Diego Gomes de Salazar (ou Abran Gomes de Salazar), negociante. Preso na Inq. de
Toledo (1677), morto em estátua em Madrid (1680), faleceu no Bairro d Santo
Espírito, em Bayona (França).
-
Pedro de Salazar (Moisés Salazar), foi morto em estátua. Fugiu.
-
Felipe de Campos, natural do Porto, morador em Pastrana. Condenado a prisão
perpétua.
-
Rafael de Paz, médico na corte espanhola. Condenado a prisão perpétua.
-
Gerónimo Alonso sapateiro.
Condenado a prisão perpétua.
-
Manuel de saldanha, natural de Olivença, solteiro, Condenado a prisão
perpétua.
-
Fllipa Nogueira, viúva de Luis Enriquez, natural de Vila Flor. Condenada a
prisão perpétua.
-
Francisco Nogueira, natural de Mirandela. Condenado a prisão perpétua.
-
Angela Nunes Marques, Vila Flor, Condenada a prisão perpétua.
-
Leonor Núnez Marques, viúva de Rodrigo da Silva, natural de Vila Flor. Condenada
a prisão perpétua.
-
Gerónimo Nunez Marques, médico na corte, natural de Vila Flor. Condenado a
prisão perpétua.
-
Pedro Nunes Marques, Vila Flor. Condenado a prisão perpétua.
-
Manuel Diaz Sardo (Manuel Enriquez), de Estremoz, Condenado a prisão
perpétua.
s,
1680.
Continua.
Inquisición
de Medina del Campo
O
número de portugueses presos ou mortos, a avaliar pelos referências pontuais,
foi seguramente muito elevado.
-
Gonzalo Baéz, em 1558, estava preso, tendo sido espoliado dos seus bens.
-
Os inquisidores, a 30/3/1605, dão conta que os cárceres secretos deste
tribunal estavam cheios de portugueses, de cujos bens haviam sido espoliados
(11).
Inquisição
de Múrcia
Desde
finais do século XVI que existia em Murcia uma importante comunidade de
portugueses, ligados sobretudo à produção e comércio de sedas (52). Em
Cartagena dedicavam-se ao comércio, tráfico de lã, tecidos e trigo.
No
século XVII dedicou-se a perseguir portugueses, depois de ter assassinado os
mouriscos. Estes inquisidores perseguiram os portugueses de Orán.
A
maioria foi exterminada na segunda metade do século XVII.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Múrcia:
-
Juan Fernandez. Morador em Cartagena em 1632. Dizia que era "Jesus Cristo,
redentor" e todas as mulheres lhe pertenciam. Foi acusado de
fornicação.
-
Rodrigo Nunez Enrique, preso em 1660.
-
Francisco e Manuel Enrique, presos a 6/6/1678. Fora também presos muitos outros
seus familiares.
Auto de Fé
de 20/5/1563, condenados portugueses: Juan Ribero, natural de Viseu. Morador em
Madrid; Alfonso Rodriguez, comerciante de
lenços, morador em Múrcia, etc.
-
Guiomar Enriquez, e seus filhos foram presos em 1678
-
A
família Acosta, ligada ao comércio de seda, entre 1681 e 1682 viu cerca de 100
dos seus membros serem presos pela Inquisição (52).
-
Diego Fernandez de Silva, com a esposa - Isabel Rodriguez, foram presos em 1682.
-
Francisco Zapata e a sua esposa, clara de marcado, presos em 1689 ( 1679?)
-
Diego Rodriguez Núnez,
-
Catalina Nunez, foi queimada em estátua,1696.
Na
primeira metade do século XVIII, os inquisidores espanhóis, como os de Múrcia
estavam apostados em destruírem os últimos "redutos" (48) de
portugueses ou seus descendentes em Espanha. Famílias inteiras são presas. As
perseguições, prisões e condenações sucedem-se:
-
Gaspar López Rubio, cirurgião. Preso em 1715
-
Manuel Rubio, médico. Preso em 1715
-
José Lopez Rubio, sangrador. Preso em 1715.
-
Simón Lopez Rubio, cirurgião
-
Catalina Nunez, esposa de Sauca (Pastrana).
-
Ana Lopez, presa em 1718. Era casada com Melchior Melo
-
Francisco Melo, morador em Orihuela. Preso em 1720. Os inquisidores afirmam que
o mesmo se dizia publicamente portugues.
-
Clara Anhés, "Portuguesa" "Cristã velha".
-
Jorge Rodriguez, morador em Tutança. Preso em 1721.
-
Inês Alvarez Pereira, preso a 23/5/1722.
-
Jerónimo de Melo, preso em 1723.
No s
Inquisição
de Santiago de Compostela
(1574
-1834)
Inúmeros
portugueses refugiavam-se na Galiza para fugirem à inquisição em Portugal,
mas acabavam desta forma cair nas malhas de numa Inquisição ainda mais
sanguinária (1).
-
Inês Gomes, viúva, oriunda de Évora, com mais 4 filhos são identificados em
1625 e depois presos.
-
Baltazar López foi preso, em 1677, em Santiago no regresso de uma viagem a
Bayona (França), onde existia uma importante comunidade de portugueses.
Em
Verín (Orense), por exemplo, só entre 1676 e 1678, foram apanhados 20
portugueses.
-
Isabel Lopes Artur, mulher de Gaspar Lopes. Morreu nos cárceres da
Inquisição (1679?).
-
Catalina Rodriguez (Pasquine), natural de Buarcos, mulher de Gaspar de Sena,
vizinha de Cangas (Galiza). Morreu nos cárceres desta inquisição (1679?).
-
Catalina Antonia, viúva de Manuel Neto, natural de Buarcos, morreu nos
cárceres desta Inquisição (1679).
Inquisição
de Saragoça
O
número de portugueses presos e mortos ascende a mais de 100 pessoas. Não foram
mais porque depois de 1643, a comunidade portuguesa fugiu quase toda da região.
Auto
de Fé de 25/2/1639, entre outros foram condenados os seguintes portugueses:
-
António Rodrigues
-
Diego Rodriguez
-
Beatriz Nunez, esposa de Diego Rodriguez
-
Serafina Nunez, esposa de Manuel Ferreira
-
Pedro Rodriguez Arras, mercador
-
Gaspar Ibanez, mercador
-
Francisco Pineyro
-
Simón Pineyro
Inquisição de
Sevilha
(1482-1834)
Está por determinar
o número de portugueses que foram condenados e queimados em Sevilha,
calculando-se que oscile entre os 800 e os 1.000. No século XVII mais de
10% da população da cidade era portuguesa. Em 1640 só nesta cidade existiam
mais de 2.000 comerciantes e mercadores portugueses. Existiam outras importantes
comunidades em Cádiz, Osuna, Huelva, Utrera, Ayamonte, Puerto de Santa Maria,
Sanlucar de Barrameda, Jerez onde a inquisição fez verdadeiras matanças. A
maioria eram comerciantes, mercadores, banqueiros, arrendatários, médicos e
artesãos.
Na igreja da Madalela (Iglesia de
la Magdalena), erguida no local onde existiu a antiga igreja do Convento de São
Paulo (convento de San Pablo el Real de los dominicos), a primeira sede
da Inquisição em Sevilha, existe uma pintura mural que retrata um auto de fé
de um mercador de origem portuguesa: Diego López Duro, queimado vivo em
1703.
Data de 1434 a morte do primeiro
português, um frade franciscano, acusado de estar à frente de um grupo de
revoltosos independentistas em Sevilha, identificado com judeus ou conversos
(56).
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Sevilha:
Auto de Fé de 21/5/1559,
entre os portugueses condenados conta-se Gonzalo Vaez.
Entre 1560 e 1599, pelo menos 42
portugueses foram condenados por vários motivos, tais como: judaísmo (a
maioria), heresia, protestantismo, fornicação ou sodomia (38).
O século XVII, inicia-se
com o grandioso Auto de Fé a 30/11/1604, cuja principal atracção foi a
condenação de portugueses (31).
- Gabriel Rodriguez, era
líder desde 1610 de um importante grupo de portugueses em Coria del Rio. Foram
presos em 1620 (14).
- Juan de Jesus Maria, condenado
por ser "alumbrado", em 1624.
O caso do "Cristo de la
Paciencia" de Cádiz, em 1629, enchem durante anos as prisões de
portugueses, seis deles, como vismo, foram queimados em 1632 na Plaza Mayor de
Madrid.
- Pereira (Perea), foi
preso pela Inquisição em 1636, por andar a difundir ideias luteranas.
Condenado à morte, conseguiu fugir, sendo queimado em estátua a 23/8/1637, na
Praça de S. Marcos.
Entre 1639 e o primeiro quartel
do século XVIII, o número de homens de negócios portugueses que ingressaram
nos cárceres do castelo de Triana (Sevilha) foi muito elevado. "No se
cansaban los inquisidores de repetir ante el consejo cuán ricos y poderosos
eran éstos y todos os demás conversos de esta nación aficandos en Sevilla"
(37).
-
Fernando Báez de Silva, médico e mercador nas Indias espanholas. Foi
denunciado em Lima e Cartagena das Indias. Foi condenado em 1641.
-
Família Passarinho (Passariños), mercadores. Foram alvo de uma
brutal perseguição.
-
Diego Diaz Baez, condenado em 1643.
-
Francisco Baez Castelbanco. Condenado.
-
Damian Diaz de Santillana, caixeiro dos Passarinhos (Passariños),
oriundo de Castelo Branco.
-
Luiz Gomez Lobo, com mulher e sogra. Condenados em 1643.
-
Damián Baéz (ou Vaez) de Lucena e o seu irmão Diego Diáz Baez foram presos,
em 1648. A inquisição sevilhana neste ano quase concluir
a matança desta família em Sevilla.
-
Artu Mendez, mercador. Faleceu durante as torturas em 1648.
-
Simón Núnez Cardoso, natural de Lamego. Médico em Cifuentes. Preso em 1652.
Foram também presas, entre outros os seguintes portugueses: Diego Nunez,
Francisco Nunes, Lucrécia Nunez, Maria Nunez, Gracia Nunez, Gracia Cardoso.
O
Auto de Fé de 2/3/1653, condenou 24 pessoas, sendo 14 delas portuguesas.
A Inquisição de Sevilha, à
semelhança de outras por toda a Espanha, agia como um verdadeiro bando de
ladrões, prendendo de forma arbitrária
portugueses, sobretudo comerciantes, para os roubar. No dia 17/5/1655, por
exemplo, foram presos 4 mercadores portugueses, que não tardaram a ser
espoliados de imediato dos seu bens (6).
-
Isaac Orobio de Castro, nasceu em Portugal (1617). Formou-se em medicina.
Foi preso mais a sua família
em 1654 na cidade de Málaga.
-
Manuel de Paz, morre durante as torturas em 1659.
Auto
de Fé de 13/4/1660, o último de grande aparato, dos 64 réus, 58 eram
portugueses, 7 foram queimados vivos, 33 em estátua porque tinham fugido ou
porque já haviam sido mortos nos cárceres da Inquisição. Entre os portugueses
condenados destaca-se:
António Enríquez Gómez (1600-1663), poeta, natural de Cuenca, filho de
portugueses. Foi um dos mais activos defensores da Independência de Portugal, em 1641, publica Triunfo Lusitano. Primeiro
foi queimado em estátua (13/4/1660) e depois de descoberto, acabou por morrer
preso nos cárceres da Inquisição de Sevilha.
-
Valentín Rodriguez Baéz, preso em 1662
-
Luis Perez de Leon, médico. Preso em Málaga a 27/8/1664.
-
Manuel de la Pena, mercador e negociante de tabacos. Preso em 1666.
-
Diego Morales, preso em 1674 (?)
-
Juan António de Medina, natural de Lisboa, administrador da renda do sal de
Utrera.
-
Enrique Jorge Acosta
-
Diogo Henriques, natural de Faro. Médico e presbitero, seguidor de Miguel de
Molinos, preso a 22/8/1687.
-
Rafael de Silva y Monteiro, barbeiro. Foi preso em 1689.
-
Gabriel de Anabia (Anadia?), natural de Lisboa, médico. Foi preso em Cádiz em 1693 (33)
-
No dia 19 de Abril de 1699, um grupo de 29 portugueses oriundos de
Trás-os-Montes foram presos em Cádiz, e entregues à Inquisição de Sevilha.
Entre eles encontrava-se o célebre médico Jacob Rodrigues Pereira.
Auto
de Fé de 28/10/1703, no qual foi queimado Diego López Duro, mercador,
morador em Osuna.
O
ano de 1709 foi marcado por uma enorme repressão dos portugueses:
-
Diego de Ávila foi preso com a sua esposa Maria de Avila e as suas filhas
Claudia e Juliana, incluindo o marido desta - José Alvarado y Maldonado;
-
Francisco Luis Diáz Espinosa
-
Fernando de Saldanha
-
António Fernandez Matos (29)
Entre
1718 e 1733, os portugueses sofreram em Granada, Sevilha e Cordoba uma brutal
repressão: 36 foram condenados à morte em Granada, 14 em Sevilha e 17 em
Córdoba, isto sem contar com aqueles que sofreram outras penas ou morreram nos
cárceres da Inquisição (39) .
Entre os muitos condenados
de origem portuguesa, contam-se:
-
Juan Muñoz Peralta, médico fundador da Sociedade de Medicina de Sevilha. Preso em 1724
-
Diego Mateo Zapata (1644-1749), filho de portugueses, médico. Foi preso em 1691
(Logronho) e em 1724.
A
importante comunidade portuguesa de Cádiz é dizimada na primeira metade do século
XVIII (32).
Inquisição
de Toledo
(1485-1834)
A
perseguição contra os portugueses foi sistemática, mas no final do século
XVI o terror foi completo (2). De 1566 a 1570 - 20 condenados. 1576-1580 - 10;
1581-1585 - 10; 1586-1590 -3; 1591-1595 - 24; 1596-1600 - 44. Números que não
pararam de crescer.
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Toledo:
-
Auto de Fé de 22/2/1501 é morto pelo menos um português - Luis Dias,
alfaiate de Setubal
-
Estevan de Çapata (Zapata?), mercador. Morto em 1581
-
Diego Enríquez (mercador de tecidos), morto em 1581. A sua mulher Justa Febos
e outros familiares foram presos e espoliados. Moravam em Toledo.
-
Manuel Thomas. Morto em 1581.
-
Felipe de Nájera, bacharel médico em Argamisilla. Foi preso em 1605 e depois
em 1607. Profetizou que Portugal iria ter um novo rei, livrando-se do domínio
espanhol. A sua confiança no futuro do país era impressionante.
-
Joana Carpio, morava em Granada. Foi presa a 19/8/1616.
-
Felipe Godinez, poeta e dramaturgo. Preso em 1624
As
prisões eram continuas. Em 1625, um grupo de portugueses é preso, denunciado
por Diego de Lima, provavelmente também portugues.
-
Diego Garcia (português), segundo a Inquisição, em 1630, denunciou
voluntariamente dezenas de portugueses.
-
Juan Núnez de Saraiva, um dos maiores banqueiros do tempo, foi preso em
1632 e levado um Auto de Fé, com outros portugueses a 13/12/1637.
-
António Diaz Montesinos (1582-1633), natural de Mogadouro, foi morto a
22/5/1633. A sua mulher (Isabel Rodrigues) e outros familiares acabaram também
presos.
É
impressionante a listagem dos portugueses que estavam presos, em 1634, nos
cárceres da Inquisição de Toledo, revelando claramente que eram o seu
principal alvo (13).
-
Bartolomé Febos ou Febo, negociante, morador em Madrid. Preso m 1634 e morto em
1636 (10).
-
Miguel de Silveira, nascido em 1580 na vila natural de Celorico da Beira. Foi
preso em Madrid (1635), acusado de judaísmo. Conseguiu fugir no ano seguinte
para Nápoles, onde publicou os seus mais conhecidos poemas.
-
Manuel Fernandes, banqueiro. Preso em 1636.
Depois
de 1640, quando Portugal restaurou a sua independência, vários nobres
portugueses que não aceitaram no novo rei (D. João IV), passam a colaborar com
a Inquisição espanhola na perseguição de portugueses que viviam em Espanha.
É o caso de Agostinho de Lencastre, natural de Lisboa, Duque de
Abrantes. Em 1680 solicitou o cargo de familiar da Inquisição de Toledo
(9).
-
Gaspar Méndez de Vaez, natural de Portalegre, morto a 20/3/1641 no
"hospital" da Inquisição.
-
Diego Saraiva, financeiro. Foi preso em 1641, acabou espoliado.
-
Esteban Luis Diamante, financeiro. Preso em 1646, acabou espoliado. Era
sócio de outros portugueses: Gaspar e Alfonso Rodrigues Pasarino (Foi preso e
espoliado).
-
Manuel Enrique, financeiro. Foi preso em 1647, acabou espoliado.
-
Valeriano de Figueiredo, frade. Preso em 1648.
No
Auto de Fé de 13/11/1651, pelo menos 8 portugueses forma condenados,
entre eles: Gabriel Enríquez, natural de Viseu, morador em Madrid; Gaspar Álvarez Çereço, natural de Torre de Moncorvo.
O
ano de 1655 é marcado por uma brutal repressão aos portugueses residentes na
região de Madrid. No inicio de Setembro 11 famílias são presas e espoliadas.
Em meados do mês são presos 11 homens de negócio portugueses. O objectivo dos
espanhóis era o saque.
-
Rodrigo Núnez da Silva, mercador de tabacos, natural da Guarda, vizinho
de Colmenar (Madrid). Morto em 1655.
-
Juan López de Castro e a sua mulher Ysabel Rodriguez, foram presos em
1655 e mortos em 1660.
-
Luis de Lima Coronel, membro de uma familia de Ponte de Lima, é preso em
1659. Fora já preso em Cuenca (1643).
-
Simón Fernandez de Acosta e a sua filha Maria Nunez, estabelecidos em Hita (Guadalajara),
foram presos em 1660 e condenados no ano seguinte.
-
Joseph de Borxes ou Borjes, comerciante de tabaco. Estava preso em 1660.
-
Ana da Costa, com apenas 15 anos, é presa em 26/5/1662.
-
Melchior Méndez de los Rios, preso em Madrid em 1666.
-
Luis Marquez Cardozo, diretor do monopólio de tabacos. Morto no Auto de
Fé de 1669.
No
Auto de Fé de 1670 é condenado, entre outros, Diego Lopez Pereira.
-
Leonor Lopez, presa em 1670.
-
Pedro Rodriguez Ferro, mercador. Preso em Setembro de 1670.
-
As principais familias da comunidade portuguesa de Pastrana, em especial - os Oliveira,
Simón Muñoz de Alvarado e os Mendes - a partir de 1678 começam
a sofrer uma brutal perseguição da Inquisição. A comunidade estabeleceu-se
aqui no século XVI, ligada à produção e comercialização de seda.
-
Beatriz de Campos, presa em Dezembro de 1678.Morreu nos cárceres da
Inquisição.
-
Francisco Suarez (Abran Suarez), morreu nos cárceres da Inquisição
(1679/1680).
-
Manuel Pimentel, mercador, a sua esposa Blanca Rodriguez Francia e o seu filho
Simón Pimentel, moradores em Cádiz, são pesos em 1690.
-
Francisco Baéz Eminente, o maior financeiro de Castela ao tempo.
Condenado em 1691.
-
Diego Mateo Zapata (1664 -1745 ),médico, filho de portugueses. A sua
mãe foi morta pela Inquisição (1681), assim como o seu pai. Diego foi preso em 1692.
A
primeira metade do século XVIII é marcada por grandiosos Autos de Fé em
Madrid, Sevilha e Granada, onde os portugueses se destacam entre as principais
vítimas.
-
Sebastían Antonio Paz, administrador das rendas de tabacos. Auto de Fé de
19/3/1721.
-
Juan Rodrigues, 33 anos, condenado em 1726 a 8 anos de prisão e às
galés.
Inquisição
de Valladolid
(1488-1834)
Este
tribunal estava no centro de uma das principais rotas seguidas pelos portugueses
para atingirem a França e os países do Norte da Europa. Calcula-se que mais de
250 portugueses tenham sido presos ou mortos nos seus cárceres.
Entre
1519 e 1648 este tribunal e o de Sevilha não deram descanso aos portugueses que
seguiam ideias protestantes, pelo menos 12 foram presos (24).
-
Andreas de Prohaza, estudante de medicina português é preso em Valladolid, em
1548, sob a acusação de práticas diabólicas.
-
No Auto de Fé de 21/5/1559, é morto pelo menos um português - Gonçalo Baez
-,
oriundo de Lisboa, que havia sido preso em Medina del Campo.
-
Genéz Fonseca, estudante artista de Penamacor. Preso em 1567/74
-
Blanca Henriquez, presa em 1567/74
Os estudantes portugueses na Universidade de Salamanca, em Abril de 1582, espalham
pela cidade a
profecia que a Espanha iria entrar em várias guerras e a morte de Filipe II
estaria para breve, em consequência da anexação de Portugal. O facto provocou a intervenção
deste tribunal (20).
-
Andrés de Fonseca, natural de Miranda do Douro, advogado de muitos
portugueses em Espanha, morador em Madrid. Foi julgado em Valladolid em 1624
voltou a sê-lo em Cuenca, no Auto de Fé de 29/6/1654.
Numa
visita da inquisição a Segovia, em1630, fica-se a saber que estavam nos
cárceres 7 portugueses e 2 ou 3 outros estavam a ser perseguidos (19).
Em
1640, os inquisidores de Valladolid lançam-se na caça aos portugueses e aos
seus bens.
A
inquisição de Valladolid, notabilizou pela brutal repressão dos portugueses
na década 20 do século XVIII (7). Depois de 1730, os historiadores
identificaram mais de 340 julgamentos de portugueses, 42 dos quais acabaram
condenados à morte.
Inquisição
de Valência
(1482-1834)
Alguns portugueses
vítimas da Inquisição de Valência:
-
Daniel Português é morto em 1/8/1502
-
António Enriquez foi morto em 1598, acusado de sodomia.
-
Luis Portugues. Foi denunciado à Inquisição, em 1626, por um seu
vizinho de Tortosa, por práticas de sodomia (cfr. Archive Historico Nac.
Inq.Libro 940, fol. 232).
.
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