|
| |
|
| | |
Cristovão Colombo,
português ?
.
Inicio
. Anterior . Próximo | | |
.
As Provas do Colombo Português
17.
Lugares em Espanha
Colombo
e a sua família, depois de saírem e Portugal, escolheram para se fixarem na
Andaluzia, as povoações onde existiam importantes comunidades portuguesas. Este
foi o principal critério da escolha.
O seu filho Diogo Colon,
seguindo o exemplo do pai, como veremos, fez questão de adquirir o senhorio de
La Palma del Condado e a Fortaleza de Alpizar (Huelva), em 1516, para
ficar mais perto de Portugal. mais
Portugal tinha uma
longa relação histórica com esta região:
a) Conquistas
Portugal disputou durante um século
a região da Andaluzia, onde Colombo se fixou, a Castela. As principais
conquistas castelhanas em toda a Andaluzia contaram sempre com participação de
portugueses.
O príncipe português D. Sancho, em 1178, invadiu a
Andaluzia, tendo se chegado às portas de Sevilha, cercado ou saqueados várias
povoações, como Triena.
D. Sancho II, apoiando-se na
Ordem de Santiago, sob o comando de Paio Peres Correia e da
Ordem dos Hospitalários invadiu a região tendo conquistado
várias povoações, como Aroche, Aracena (1230-1233), Torres, Cortegana, Higuera
de la Sierra, Zufre, Galaroza, Alájar (1234), Ayamonte
(1238), Puebla de Guzmán (Alfajar de Pena) (1238).
D. Afonso III procurou
consolidar a presença portuguesa em várias povoações, como Aroche e Aracena (1251), mandando-as
repovoar.
Nesta região, a fronteira entre Portugal e Castela só ficou praticamente resolvida, em 1297, com a celebração do
Tratado de Alcanices entre D. Dinis e Fernando IV de Castela.
Para além da questão da delimitação
das fronteiras, os reis portugueses apoiaram ativamente os castelhanos na
reconquista da Andaluzia, por uma questão de segurança do reino. Os mouros a partir do Norte de África e do Reino de Granada faziam verdadeiras
razias às costas portuguesas.
É por esta razão que vemos na linha da frente
encontramos sempre
nobres portugueses na tomada de
importantes povoações ou lugares como Sevilha, Jaén, Carmona, Cordova, Cadiz, Gibraltar, Málaga, Granada, etc.
Apoiaram os castelhanos em muitas batalhas, como a de
Batalha de Navas de Tolosa (1212) ou
a Batalha do Salado, junto a Tarifa (1340), em que participou
D. Afonso IV, rei de Portugal que derrotou o Rei de Granada.
b) Povoadores
Milhares de portugueses
participaram no repovoamento de muitas das cidades, vilas e aldeias reconquistadas aos mouros,
tais como: Sevilha, Cordova, Baeza, Ubeda, Jaén,
Jerez de la Frontera, Málaga, Huelva, Cadiz, etc.
Em Sevilha, havia a rua dos Portugueses e em Jerez, o bairro
do Algarve (barrio dei Algarbe). O controlo cristão desta região era vital para a segurança de
Portugal.
Nos livros que se conhecem do século
XIII do "Repartimiento" das cidades reconquistadas , aparecem sempre
portugueses, nomeadamente em Ubeda, Baeza, Jerez de la Frontera, Cordova, Jaén,
Sevilla, Cádiz-Puerto de Sta Maria, Arcos de la Frontera, Vejer de la Frontera
(6). O mesmo ocorre nas conquistas posteriores, como em Málaga ou Granada.
c ) Toponímica
A forte presença histórica de
portugueses na região está amplamente espelhada no seu património, mas também na
própria toponímica, cujos nomes de inúmeros locais e localidades reflectem a
língua portuguesa (11).
d ) Economia
As relações económicas entre a
Andaluzia e Portugal eram muito intensas até ao século XVII. Os portugueses importavam
grandes quantidades de trigo, em troca vendiam na região navios (12), escravos
(13), peixe (14), açúcar (15), panos, corantes e muitos
outros produtos, e
asseguravam muito dos transportes marítimos nesta região e das canárias.
As estatísticas sobre o
transporte de mercadorias de Sevilla, entre 1472-1515, mostram claramente a
importância do comércio com Portugal: mais de 50% dos fretes conhecidos tinham
como destino os seus portos, com destaque para Lisboa, Funchal, Setúbal,
Coimbra, Açores, Sesimbra e Cabo Verde, envolvendo naturalmente navios
portugueses(16) .
O comércio dos portos do Condado
de Niebla, por exemplo, era no princípio do século XVI maioritariamente feito com
Portugal, calculando-se que representasse cerca de 42% do total (10).
Os mercadores portugueses estavam
amplamente espalhados pela Andaluzia, integrando-a a região no século XVI e
primeira metade do XVII numa rede de comércio mundial que haviam criado
(17).
Após a conquista pelos portugueses de Ceuta (1415) e de outras cidades muçulmanas no norte de África,
tornou-se absolutamente necessário assegurarem na Andaluzia fontes permanentes de
abastecimento das suas fortalezas em África. A navegação à vela assim o exigia. "Quando o vento sopra
de norte, Arzila é abastecida pelo Algarve, por Cádiz e por Puerto de Santa
Maria quando sopra de leste - o famoso Levante - é de Gibraltar e de Málaga
que vêm os navios" ( 1 ). Nesse sentido,
Os grandes senhores da Andaluzia, como os Duques
de Medina Sidónia, Medinaceli ou de Cádiz, eram fornecedores de Portugal. Nos seus principais portos, como Moguer, Palos,
Sanlucar de Barrameda, Puerto de Santa Maria, Cádiz (El Puerto), Gibraltar, Tarifa, Málaga e outros criaram-se armazéns
permanentes de trigo, biscoitos e outros produtos vitais para abastecer as
fortalezas portuguesas. Não raro foi preciso ir buscar também trigo à Sicilia para garantir esta
fonte de abastecimento. O negócio era muito significativo, gerando enormes
cumplicidades.
Em 1500, os
portugueses oficializam a sua presença em Málaga e Sevilha (Puerto
de Santa Maria) criando duas feitorias, cuja actividade se centrava na
aquisição de produtos para abastecer as fortalezas no Norte de África, seguindo uma prática muito anterior ( 2 ).
e
) Nobreza de origem portuguesa
Acompanhando esta acção expansionista, as famílias nobres portuguesas radicadas em Castela,
como os Portocarrero ou os Silvas procuraram controlar os principais portos
marítimos da Andaluzia, mas também as suas principais cidades (Sevilha,
Málaga ou Jaén ). Tratou-se de uma estratégia da Corte Portuguesa, conduzida
de forma magistral desde o século XIII e que se
revelou de uma enorme eficácia.
Para além da Andaluzia, os raros
outros lugares de Espanha que Colombo, frequentou com alguma constância, como La
Gomera (Gomeira, Canárias), tinham todos uma forte ligação a Portugal. Em
Burgos, por exemplo, contou também com o apoio directo de uma figura proeminente
na corte espanhola: Alvaro de
Bragança.
Ocultações
Espanholas
A Espanha
sempre sentiu com algum incómodo que os seus principais descobrimentos e
conquistas tenham sido feitos por estrangeiros, em particular os
portugueses. O assunto é particularmente penoso na Andaluzia. Os
historiadores locais fazem um verdadeiro trabalho de mistificação
histórica ocultando e alterando, por exemplo, a origem dos navegadores.
Mais
|
Percursos
Percorrendo
Andaluzia no tempo de Colombo, não seria difícil descobrir um vasto
conjunto de pessoas, com enormes recursos financeiros, envolvidas neste controlo
das fontes de abastecimento às praças fortes portuguesas do Norte de África.
Uma questão
que Colombo foi particularmente sensível, ao ponto de pôr em risco uma
expedição às Indias,
e ser extremamente severo a punir todos aqueles que fornecessem armamento aos
mouros para atacarem estas fortalezas, ou que pudesse impedir o seu controlo
pelos portugueses, como era o caso de Safim.
Mais
As
surpresas são todavia muito maiores e não se reduzem à Andaluzia.
| |
San Juan del Puerto / Huelva
/
Puerto de Palos / Mosteiro de la
Rábida / Moguer
( Duques de Medina Sidónia,
Silvas de Toledo, Condes de Cifuentes)
Quando Colombo
saiu de Portugal dirigiu-se para San Juan del Puerto, onde se fixara a sua
cunhada Violante Moniz, em vastas terras que alugara ao Duque de Medina Sidónia.
Diego Colón, natural de
Lisboa, foi deixado aos cuidados da sua tia, e não
entregue ao frade astrólogo também português - João Perez de
Marchena, no Mosteiro de la Rábida (Palos). Uma situação ridícula, só
possível na cabeça fantasiosa de Lopez Gómara.
Voltou a Moguer 7 anos depois, no verão,
para levar Diego para Córdova. Voltou de novo a Moguer/Palos, a 22 de Maio,
para partir na sua 1ª , onde regressou em Março de 1493 vindo de Lisboa, para
conferenciar o dito frade astrólogo. Foi também de Moguer /Palos que partiu
para a segunda viagem (1493), mas não regressou, pois a sua família já vivia
em Sevilha.
Estamos
perante a região de Espanha provavelmente mais ligada a Portugal, e cuja
conquista se deveu em grande a parte D. Paio Perez Correia, um português que
foi grão-mestre da Ordem de Santiago de Espada.
Familiares de Colombo em
San Juan del Puerto
(Huelva), Moguer, Palos.
Há um dado que tem sido sistematicamente ignorado, é que Colombo não vivia
aqui sozinho, mas sim com os seus cunhados e outros familiares da sua mulher - Filipa
Moniz Perestrelo. A sua cunhada - Violante
Moniz Perestrelo - a matriarca da família Colombo.
Um destes cunhados - Pedro Correia - o próprio
Colombo afirma que foi quem lhe forneceu as provas da existência de terras a
Ocidente. Estes familiares só se mudaram para Sevilha, depois do regresso de
Colombo da sua primeira viagem (Março de 1493).
Para
além dos cunhados estabelecidos em San Juan del Puerto, de Fray Juan Peres de Marchena,
dos Condes de Cifuntes e dos Condes de Portocarrero, Colombo
contou entre 1484 e 1493 com uma impressionante rede de portugueses que viviam
nestas três localidades. Entre eles destacam-se os seguintes: Pedro Vasques,, a
família de Arias de Tavira, Juan de Mafra e o seu irmão Diego
de Lepe, Francisco Ruiz de Santarém, Pedro Ladesma, etc.
etc.
A
rede de espiões portuguesa em San Juan del Puerto (Huelva)/ Palos/Moguer era muito significativa. Os próprios
senhores de Palos, o porto de embarque da primeira viagem às Indias, pertenciam
à nobreza portuguesa.
A corte portuguesa também tinha aqui uma feitoria para abastecer as suas fortalezas no Norte
de África.
A ordem que os reis católicos deram a 30 de Abril de 1493, ao alcaide de Palos
- Diego Rodriguéz Prieto - para arranjar duas caravelas e respectiva
tripulação procura desde logo sossegar os portugueses desta povoação,
afirmando que Colombo iria fazer uma viagem para certas partes do mar Oceano,
mas não iria à Mina (Guiné) nem entraria nos domínios do rei de Portugal
conforme haviam sido já acordados nos tratados de Alcáçovas-Toledo
(1479/1480). Esta é a única condição que aparece claramente escrita nesta
ordem real para que a viagem se pudesse realizar. Terá sido naturalmente uma
exigência do próprio Colombo.
Pedro Vasques de Fronteira
(Pero Vázquez de la Fronteira),
português.
Entre Maio e Agosto de 1492, estava em Palos e
assiste à rebelião contra a viagem comandada por Colombo, teve um papel
decisivo a convencer a tripulação
a embarcar, assim como a mostrar que as
Indias Ocidente não eram uma miragem de Colombo. Em 1452 andando ao serviço
de rei de Portugal com Diogo Teive, a descobrir junto das ilhas dos Açores,
afastou-se para sudoeste tendo chegado ao Mar dos Sargaços, perto das ditas
Indias e só não foi às mesmas porque o impediram. Pedro
Vasques foi pouco depois assassinado por um espanhol.
Só
este facto explica o espantoso à vontade como Colombo viaja e contacta em toda a
Espanha com as mais importantes famílias do tempo e reclama os títulos mais
elevados, sem que ninguém o conteste. Mais
| |
Sevilha
Casa de Colombo em Sevilha / Mosteiro de Santa
María de las Cuevas (Cartuja de Nuestra Señora de las Cuevas) /
Catedral de Sevilha /
Convento de Santa Paula/
Casa de Contratación / Inquisicão
Sevilha
era foi entre os séculos XV e XVI, uma das cidades castelhanas onde a influência
dos portugueses mais se fazia sentir. Foi naturalmente aqui que Colombo se
instalou na Rua dos Francos com a toda a sua família portuguesa, pouco depois
do seu regresso (Março de 1493). A nobreza portuguesa, sob o comando de D.
Alvaro de Bragança, dominava a administração e a justiça na cidade.
No
século XV existiam em Castela, e depois de 1492, em Espanha várias e
importantes comunidades de Portugueses.
Na Andaluzia destacavam-se as de Sevilha
e as dos portos marítimos (Palos, Moguer, Cádiz/El Puerto,
etc). Após a conquista do Reino de Granada, centenas de portugueses foram
repovoar entre outras, a cidade de Málaga. Nos principais centros de
comercio da meseta, como Medina Del Campo, a comunidade portuguesa era igualmente
muito numerosa. Não é pois estranho que frequentemente sejam referidos
portugueses no sítios mais dispares.
O
apoio recebido por Colombo em Espanha, por parte de nobres e outros portugueses foi permanente. No
total, só em Sevilha, se contarmos com os familiares portugueses e respectiva
criadagem temos seguramente mais de um milhar de pessoas. Recorde-se que estas
famílias sustentavam nesta cidade, no princípio do século XV, pelo
menos três conventos o que revela o seu enorme poder económico. Mais
| |
Medina Sidónia
Duques de Medina Sidónia
Os
Duques de Medina Sidónia foram aliados de Portugal contra
Castela, uma posição política apoiada em laços familiares. Colombo foi um dos
muitos portugueses protegidos pelos Duques que participaram em diversas acções
contra Castela e Leão. Mais
| |
Porto de Santa Maria
(Puerto de Santa María) / Cádiz
( Duques
de Medinaceli / Duques de Cádiz )
A poderosa Casa de Medinaceli
estava ligada à nobreza portuguesa, laços que se aprofundaram no final do
século XV. Nas guerras de sucessão, entre 1475 e 1479,
tomou o partido de Portugal. Não admira que a partir daí as cumplicidades se tenham reforçado, e que
o Duque de Medinaceli tenha alojado durante dois anos Colombo (1484-1485).
O Puerto
de Santa Maria, situado no interior da
Baia de Cádiz, pertencia desde 1368 à casa dos Duques de Medinaceli,
que disputava o seu controlo com os Duques de Cádiz, outros dos
apoiantes de Portugal na guerra da sucessão de castela.
Foi aqui que Colombo
regressou da sua 2ª. viagem, partiu para a 3ª. Viagem (1498), regressou
preso das Indias (1500) e voltou a partir na última (1502). Foi também daqui
que partiu outro português - Fernão de Magalhães - para a primeira viagem de
circum-navegação da Terra. Mais
| |
Cordoba
Foi em Córdova, em
Maio de 1486, que Colombo teve a oportunidade de expor as suas ideias aos reis católicos. Terá
vivido nesta cidade durante algum tempo, pois nela teve em 1488 um filho ilegítimo -
Hernando Colón. Em 1491 mandou para aqui o seu filho Diego Colon, filho de
Filipa Moniz Perestrelo. Não parece que tenha volta mais alguma vez a Córdova.
Os seus dois filhos, em 1493 foram levados para Sevilha, para companhia de
Violante Moniz Perestrelo, a sua cunhada, em casa da qual passou a viver. Colombo
só voltou a lembrar da mãe de Hernando Colón, em 1506, quando Diego Deza, o
Inquisidor Geral de Espanha e seu amigo, perseguia e matava
indiscriminadamente desde 1500 os cristãos-novos da cidade. Diego Deza era de
origem portuguesa. Mais | |
.
Gelves
Esta
localidade foi reconquista pelo mestre português da Ordem de Santiago de Espada
- D. Paio Peres Correia - e após
a saída dos mouros foi repovoada por portugueses. O facto não foi
esquecido. A 13 de Junho de de 1527 a vila foi comprada por D. Jorge Alberto de Portugal y Melo por 10 contos de
maravedis (10.000 maravedís). Era
filho de um exilado português - D. Alvaro de Bragança -, ligado à Casa Real de Portugal e que fugiu para Espanha, em 1484, no mesmo ano
que Colombo. Mais
| |
Jaén Colombo
foi recebido em Jaén por Isabel, a Católica, na primavera de 1489. O próprio
Colombo atribui a responsabilidade deste encontro ao português - João Perez
de Marchena, antigo confessor da rainha Isabel, a Católica, cuja mãe era portuguesa. A
presença de portugueses em Jaén, remonta ao século XIII, quando aí se
instalaram depois da repartição da cidade a que tiveram direito por terem
participado na sua conquista (6).
No final do século XIV instalam-se
os Coelhos de Portugal (coello, em castelhano), e no princípio do século
XV, surge a linhagem do Torres de Portugal, a partir do casamento de
Maria de Torres y Solier com D. Fernando de Portugal, filho do Infante D. Dinis
de Portugal (8). Os Coelhos e os Torres de Portugal eram duas das principais
famílias nobres da cidade na segunda metade do século XV (7), tendo a última
estendido a sua influência ao Peru (8).
Nobres de origem portuguesa não
faltavam na cidade, mas há um outro dado de mais importência:
Alvaro
de Bragança, era o alcaide de Andújar (Jaén, onde Colombo provavelmente se
alojou. Curiosamente, nesta cidade, um dos principais monumentos é o
Palácio Coello de Portugal (9). Outras povoações perto de Jaén estão ligadas
a nobres portugueses, como Villardompardo.
No século XVI existia em Jaén uma
importante comunidade de cristãos-novos portugueses, muitos dos quais foram
vítimas de uma brutal perseguição. Um dos últimos portugueses
residentes em Jaén condenados pela Inquisição espanhola foi, em 1745, o médico
Manuel da Cunha (Manuel de Acuña), natural de Lisboa, acusado de ter tratado de
um judeu... Mais . | |
Málaga /
Peña de Los Enamorados
Antequera A
cidade de Málaga foi conquistada em 1487, com o apoio de um numeroso grupo de
portugueses, entre os quais se destacava o seu protector - D. Alvaro de
Bragança. Há um
célebre episódio desta conquista cuja personagem principal é justamente D.
Alvaro, e que envolve Dona
Beatriz, mulher do 1º. marquês de Moya (Andrés de Cabrera), durante o
cerco. A marquesa
encontrava-se sozinha na mesma tenda que o português, quando este foi assaltado
por um mouro que o confundiu com Fernando de Aragão. Colombo
não cita a história, dado que todos os cronistas do tempo o fazem, mas destacou a penha
dos namorados de Antequera ...
para bom entendedor meia palavra basta. A
cidade de Málaga foi repovoada depois da conquista por centenas de portugueses. Um dos seus
grandes proprietários era justamente D. Alvaro de Bragança. Os
portugueses foram das principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício de
Málaga. Uma perseguição que lhes foi movida até ao fim da Inquisição em
Espanha. Mais |
|
Múrcia É
certo que os reis católicos estiveram em Múrcia em Maio de 1488, afirma-se sem
nada possa provar que Colombo também esteve nesta altura na cidade. Se foi de
Sevilha a Múrcia certamente que terá ficado em Aledo de Múrcia, cidade
conquistada pelo português D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago,
e que depois foi dado a um grupo de cavaleiros portugueses no tempo de D. Afonso
(IV ou V ?), de cuja origem a família aledo de múrcia descende. O brasão
desta cidade até 1960 tinha ainda uma torre e as armas de Portugal, depois os
espanhóis trataram também aqui de ocultar o passado desta povoação da
Andaluzia. A única
coisa certa e que existem provas é que neste ano de 1488 se correspondeu com D.
João II rei de Portugal e este lhe escreveu. Como o próprio afirma esteve
igualmente em Lisboa, a assistir à chegada de Bartolomeu Dias vindo do Boa Esperança (África do Sul). |
|
Granada Colombo
terá assistido à queda do Reino de Granada, a 2 de Janeiro de 1492, onde
morreram dois dos seus familiares que também fugiram para Castela: D. João de
Bragança, Marquês de Montemor-o-Novo e o seu cunhado Leão de Noronha. Foi
outro dos seus familiares - o Conde de Faro -, que deu
a notícia destas mortes à "marquesa de montemayor" - Dona Isabel de
Noronha - , mãe adoptiva do secretário particular de Colombo e do seu
filho Diego. Recorde-se que
entre os muitos portugueses que tomaram parte nesta conquista, se contava
também D. Francisco de Almeida ( c. 1450 - 1510), vice-rei da India, o
mesmo cujo filho dará, em 1506, o nome de "Colombo" a uma povoação
na Ásia. A 17
de Abril, na cidade de Santa Fé, a 11 km de Granada, foram finalmente
acordadas as célebres "capitulaciones", onde o representante dos reis
católicos e o representante de Colombo, um português (João Perez de Marchena), estabeleceram as
condições em que seria feita a 1ª. Viagem às Indias e respectivos
privilégios que lhe seriam concedidos. Voltou
a Granada em 1500. Passavam poucos meses depois daí ter morrido D. Miguel da
Paz, principe herdeiro de Portugal e da Espanha, cuja chegada da mãe e do pai
presenciara em 1498 em Toledo. Em 1502 está de novo na cidade, onde escreve ao seu filho Diego
Colón, recomendando-lhe que não se esquecesse das suas origens (portuguesas)
Os
portugueses foram das principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício de
Sevilha. Uma perseguição que lhes foi movida até ao fim da Inquisição em
Espanha. Mais
|
|
|
Salamanca
Graças a uma
habilidosa manobra diplomática, que envolveu - Fray Diego Deza,
professor de teologia de origem portuguesa - , o estudo da ideia de Colombo foi
transferido para Salamanca (Outono de 1486/Primavera de 1487). A
cidade não podia ser melhor escolhida, pelas suas relações históricas com
Portugal. A comunidade portuguesa era muito significativa, registando-se também
a presença na altura de alguns conspiradores de 1483/84, como Isaac e José Abranavel
(portugueses) que se mostraram logo dispostos a financiar a 1ª.
viagem. Na
Universidade, desde a sua fundação, em 1242, que não faltavam centenas de
estudantes e mestres portugueses em todas as suas áreas (4). Recorde-se que
aqui ensinaram, entre muitos outros, Pedro Nunes, Garcia da Horta, etc
Os
portugueses foram das principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício de Salamanca.
Uma perseguição que lhes foi movida até ao fim da Inquisição em Espanha.
Mais
|
Burgos
Colombo esteve em
Burgos em 1497, onde assiste a 3 de Abril, à boda do príncipe das Astúrias -
D. Juan de Castilla -, com Dona Margarida de Austria, neta da uma portuguesa -Leonor
de Portugal, Imperatriz da Alemanha. As negociações que realiza com a Corte
Espanhola são mediadas por um português:
Alvaro de Bragança. Voltou depois em 1502, o que apuramos é
ainda segredo. |
|
Barcelona
Colombo
esteve em Barcelona em Abril de 1493, tendo antes no caminho pernoitado no
Palácio de Medinaceli. Voltou de novo à cidade que contou nos séculos XV e XVI com um rei (D. Pedro,
Duque de Coimbra), um vice-rei (D.Fradique) e generais portugueses. |
|
Toledo A
cidade de Toledo está intimamente ligada à história de Portugal. Aqui se
exilou, faleceu e foi sepultado D. Sancho II (1248). Nos séculos XV e XVI foi dominada uma família portuguesa - os Silvas (Condes
de Cifuentes) -, mas não foi só por esta família que esteve em Toledo em Abril
de 1498. Os historiadores afirmam que se tratou apenas do seu encontro com os
seus filhos - Diego e Hernando - que eram então pagens de Isabel, a Católica
(22/4). Só
isto ? Na verdade, em a 29 de Março deste ano D. Manuel I saiu de Lisboa
a caminho de Toledo. Era casado com Isabel de Castela , e herdeira do trono de
Castela-Leão-Aragão, por morte do principe castelhano D João, filho e
sucessor. Em Abril o rei português foi então proclamado herdeiro do trono dos
Reinos de Castela e Leão. Colombo assistiu à cerimónia, ao lado entre
outros portugueses como D. Francisco de Almeida, 1º. vice-rei da India. No
Oriente, a 7 de Abril, Vasco da Gama, chegou a Mombaça, no actual Quénia.
Colombo estava radiante com tudo os acontecimentos que sabia ou previa, e como
prova deu a Isabel, a Católica uma pepita com cerca de meio quilo. Não
era a primeira vez que Colombo e D. Manuel I se encontravam, a última havia
sido em Março de 1493, no Convento de Santo António, em Vila Franca de
Xira. D.
Manuel I seguiu para Saragoça, onde chegaram a 1 de Junho. A 24 de Agosto, dia
de São Bartolomeu, assistiu à morte de sua esposa em trabalhos de parto
do principe - D. Miguel da Paz, jurado herdeiro dos reinos de Portugal, Castela,
Leão, Aragão e Sicília. Morreu a 19 de Julho de 1500, na cidade de Granada.
Os
portugueses foram das principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício de
Sevilha. Uma perseguição que lhes foi movida até ao fim da Inquisição em
Espanha. Mais
|
|
Valhadolide (
Valladolid ) Colombo
chega a Valladolid a 2 de Abril de 1506 e acaba por falecer a 20 de Maio, junto
ao seu leito da morte, estão vários portugueses, uns conhecidos e outros nem
tanto, como Frade Fernão Martins, Pedro Ladesma, Alvaro Peres de Meneses,
etc. Foi
sepultado no Convento de S. Francisco, na capela de Santo António ou de Nª. Srª.
da Conceição, dos
senhores de Villora, historicamente ligados a Portugal.
O convento já não existe, mas a
documentação histórica possuímos mostra o seguinte: A sua fachada foi
reformada em 1455/6, por Alfonso Carrilho de Acuña, arcebispo de Toledo, um dos
principais apoiantes de D. Afonso V e da causa de Dona Joana, a Beltraneja. O
mais significativo é talvez um tumulo que aqui existia, o de Pedro Alvarez
de Astúrias, senhor de Noreña, pai de Rodrigo Álvarez de Asturias,
o primeiro Conde das Asturias e seu governador (séc.X), isto é, o
antepassado mítico de todos os
Noronhas. O
mais importante é todavia o que aconteceu neste convento em 1506 e princípios
de 1507. Aqui
esteve hospedado duas vezes e até deu missas, o embaixador de D. Manuel I, o franciscano Frei
Henrique de Coimbra, bispo de Ceuta (1507).Este frade, em 1500, chefiara o
grupo de franciscanos que embarcou na armada de Pedro Alvares Cabral e celebrou
a 1ª. Missa em solo brasileiro (5). Não podia ser a pessoa mais apropriada
para ir a semelhante convento, naquela altura. O mais interessante é que o
convento se transformou então num centro de reuniões políticas, envolvendo o
dito franciscano, o condestável de Castela, D. Bernardino Velasco, o marquês
de Villena, Diego Lopes Pacheco, o bispo de Mondoñedo, o embaixador do rei
católico e outras pessoas "baixa condição" (3 ). Mensageiros andavam
num rebuliço entre Lisboa e o convento de Valhadolide.
Os
portugueses foram das principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício de
Sevilha. Uma perseguição que lhes foi movida até ao fim da Inquisição em
Espanha. Mais
| |
Alcalá de
Henares No
palácio arzobispal, a 20 de Janeiro de 1486, Colombo encontrou-se pela primeira
vez com Isabel, a católica que lhe mandou logo dar, sem nada ter descoberto,
nem grandes discussões, uma avultada tença. No livro de registo aparece a indicação que o mesmo era
"português", é o único documento oficial da Corte que atesta a sua
nacionalidade. | |
Segóvia
Agosto de 1505 para
negociações com Fernando, o Católico. Nesta altura, D. Alvaro já tinha
morrido, mas Colombo ainda encontra apoio na Corte não apenas no seu filho D.
Jorge Alberto de Portugal, mas também em D. Juan de Silva, de origem
portuguesa.
| |
Guadalupe
Colombo nunca esteve
em Guadalupe (Espanha), mas tinha uma relação especial com estes santuários.
O problema é saber a qual ele se estava a referir: aos de Portugal ou o de
Espanha ? Mais
| |
Canárias
Na sua 1ª. Viagem
às Indias, depois de sair do porto de Palos dirigiu-se para as Canárias, mas
mais especificamente para a ilha de la Gomera (Gomeira). Descubra
porquê. Mais
Carlos
Fontes | |
Notas:
( 1) Robert Richard - Études,
pág. 159 ( 2) Godinho,Vitorino Magalhães
- Os Descobrimentos na Economia Mundial, Lisboa.Arcádia. 1965, vol. II, pag.
522 e seguintes.
(3 ) Buesco, Ana Isabel -
Catarina de Áustria, Infanta de Tordesilhas. Rainha de Portugal. Lisboa.
Esfera dos Livros.2007. pp.15-17.
(4 ) Serrão, Joaquim Veríssimo - Portugueses no Estudo de Salamanca.I.(1250-1550), Lisboa.1962; Marques,
Armando de Jesus- "Portugueses nos "Claustros" de Salamantinos do
séc. XV", sep. Rev.Port. Filosofia, Vol. XIX.fasc.2 (1963); Marques,
José - A Universidade de Salamanca e o Norte de Portugal nos séculos XV-XVII,
Univ. Porto. O autor identifica vários familiares portugueses de Fray Diego
Deza a estudarem nesta época na Universidade., etc.
(5) Costa, João Paulo Oliveira ,
D. Manuel I, Lisboa, Temas & Debates. 2007, p.270
(6) David, Henrique - Os Portugueses no Livros de
"Repartimiento" da Andaluzia (Século XIII), in, Revista da Fac. Letras da Univ.
Porto
(7) Laguna, Alfredo Cazabán - Jaén como base de
la conquista de Granada. Jaén. 1904.pp.45-46
(8) Serrano, Cesar de Oliveira - Beatriz de
Portugal. La Pugna Dinastica Avis-Trastamara...
(9) Martinez, Miguel Molina - Los Torres y
Portugal: Del Señorio de Jaén al Virreinato Peruano, in, Actas II Jornadas de
Andalucía y America...
(10) Vallejo, Eduardo Aznar; Domínguez, Natalia
Palenzuela - El comercio de los Puertos del Condado en 1502. El testimonio del
almojarifazgo, in, Huelva en su historia - 2ª época, Vol.13. 2010
(11) Diaz, Francisco de Asis Molina - La
Toponomástica: Métodos y terminos, in, Actas del I Congres International de
Filologia Hispânica: jovens investigadores. Oviedo. 2008
(12) Uma das mais extraordinárias invenções
tecnologicas dos portugueses foi a "caravela", um navio que foi largamente
utilizado na exploração do continente africano e das américas. Os armadores
castelhanos e espanhóis, apesar de todas as proibições compravam regularmente
estes navios em Portugal.
(15) Desde pelo menos 1480 que Sevilha importava
açucar que chegava da Madeira e dos Açores. Cf. Ana Aranda Bernal
-Sevilla y los negocios de la mar.
Recursos que financiaron la arquitectura y el
arte a fines del siglo XV, in, Atrio, 18 (2012).
(16) Aznar, Eduardo - Barcos y Barqueros de
Sevilla... pp.6-7;
(17 ) Garcia, Rafael M. Perez; Chaves, Manuel F.
Fernandez - La penetración económica portuguesa en la Sevilla del siglo XVI, in,
UNED. Série IV. Historia Moderna. t. 25. (2012)
| |
Continuação:
18.
Descobridores e Conquistadores
19. Castelhanos
20.
Portugueses em Espanha. 21.
Apoio de
Judeus
22.
Negociante
Oportuno de Miragens
23.
A Bandeira de
Colombo 24.
Nomes
de Terras
25.
Regresso
da primeira viagem 26.
Significado de um reencontro
27.
Partilha
do Mundo
28.Defensor de
Portugueses 29. Patriotismo
30.
Mentiroso e Desleal
31.
Regresso
da segunda viagem 32.
Manobrador
33.
Assassino de Espanhóis
34.
Impacto da Viagem de Vasco da Gama 35.
Perseguido
36.
Ocultação
37.
Armadilha
Genovesa
38.
Mercadores-Negreiros Italianos
39. Genoveses
a Bordo
40.
Descendentes de Colombo 41.
Descendentes
(cont. ) 42. Descendentes (concl.)
43.
Historiadores Portugueses. 44.
Lugares do Navegador em Portugal
45.
Cronologia
da Vida de Colombo
| |
.
As Provas do Colombo Português
As
Provas de Colombo Italiano
.
| |
Carlos Fontes |
| |