Director: Carlos Fontes

 

 

  

Cristovão Colombo, português ?

 

.

Inicio . Anterior

 
 

 

 

Canárias

 

Colombo na sua primeira viagem (3/08/14921492- 15/3/1493), depois de sair de Palos, dirigiu-se para o arquipélago das Canárias, mas mais especificamente para a Ilha de Gomera (Gomeira). Esta era a ilha "portuguesa" das Canárias, onde o Infante D. Henrique criou uma base para as suas explorações atlânticas.

 

O episódio tem sido pouco estudado (2 ), sendo no entanto muito importante, como se verá, para perceber a sua profunda ligação a Portugal. 

 

a ) Uma Rota Familiar

 

No percurso entre Palos e as Canárias, desengonçou-se o leme da "Pinta", comandada pelo espanhol Martin Alonzo Pizon. 

 

No dia 11 Agosto estando em frente à Ilha da Grã Canária (Gran Canaria), onde se situava a capital das Canárias ( Real de Las Palmas ), Colombo resolveu separar-se de Pizon, enviando-o à ilha para consertar o leme. A sua atitude é aparentemente incompreensível, dado que seria na capital que poderia obter maior apoio para a sua expedição oficial. 

 

A verdade é que Colombo evita a todo o custo dialogar com as autoridades espanholas, separa-se de Pizon e dirige-se para as três ilhas mais afastadas - Tenerife, Gomera (Gomeira) e Hierro (Ferro) - aportando na segunda. 

 

Colombo revela um claro conhecimento destas ilhas, como é bem notório nas notas do seu Diário de Bordo. Tudo indica que antes de 1492 terá estado em Tenerife e Gomeira, como veremos, possivelmente a capturar escravos guanches, numa acção de conquista, comércio ou de apoio à evangelização.

 

O que teria a ilha de Gomera de especial ? Porque evitou a Grã Canária ? A explicação está mais uma vez em Portugal. A resposta a estas questões está nas guerras que Portugal sustentou durante mais de um século nas Canárias. Há episódios nas mesmas totalmente ignorados (5).   

 

 

b ) As Guerras das Canárias

 

A presença de portugueses nas Canárias remonta pelo menos ao século XIV, e faziam parte do seu plano expansionista no atlântico. Desde 1345 que Portugal reclamou a sua posse, como o fez D. Fernando I. Sucederam-se as expedições portuguesas às Canárias e os conflitos com os castelhanos.   

 

Antes do século XV actuaram sobretudo através de tentativas fugazes de conquista. A sua acção incidia sobre o comércio (ferro, etc), abastecimento de navios, resgate de escravos e evangelização. Junto do papa os portugueses continuaram a reclamar o direito à posse das ilhas descobertas e conquista das ilhas não cristianizadas.

 

 

Infante D. Henrique

 

O Infante D Henrique, depois de 1415,  envolveu-se em várias acções militares para conquistar as Canárias, onde pretendia criar uma base para as suas explorações marítimas a sul do Bojador, mas também das terras a Ocidente. A base seria instalada na Ilha de Gomeira (Gomera).

 

Uma ideia que foi prosseguida depois pelos seu sobrinho e herdeiro, D. Fernando, Duque de Viseu-Beja e continuada pelo principe D. João, futuro rei D. João II.

 

Os castelhanos não tendo capacidade para dominarem e governarem as Canárias, acabaram por dar o senhorio das mesmas a um grupo de franceses (1402-1448), o que para os portugueses pouco alterou a situação. O

 

No mesmo ano que é conquistada Ceuta (1415), o Infante D. Henrique faz a sua 1ª. tentativa de conquista das Canárias, numa expedição comandada por D. João de Castro, mas sem êxito (6). Os portugueses criaram nesta altura uma base de operações na Ilha de Gomera (8).

 

O Infante, agora como mestre da Ordem de Cristo (1420), não desiste e em 1424 envia uma expedição comandada por D. Fernando de Castro destinada a conquistar a Grã-Canária. A expedição era composta por 2.500 homens de pé e 120 a cavalo, envolvendo uma enorme logistica com pesados custos. Os resultados foram nulos, devido a problemas logísticos. O bispo de burgos, Afonso de Cartagena, vem a Portugal como embaixador do rei de Castela reivindicar a posse do arquipélago.

 

Volta a tentar novamente, em 1427, com uma expedição comandada por António Gonçalves da Câmara, com idênticos resultados.

 

A questão não fica encerrada, o Infante em 1435 consegue do papa um bula em que lhe concede as Canárias. Castela reclama através do bispo de Burgos e passa a exigir também a Mauritanea e a Tingitânea (região de Tanger). O papa volta atrás e apela à paz entre os dois reinos (1436). O Infante procura travar as investidas castelhanas em 1437 e conquistar Tanger,  que se salda numa tragédia. 

 

A situação altera-se uma pouco em 1448, quando o último dos franceses - Maciot de Bettencourt -  foge para a Ilha da Madeira e vende a ilha de Lançarote ao Infante D. Henrique. Este envia então uma armada para tomar conta da mesma, comandada por Antão Gonçalves e Alvaro Dornelas, cavaleiros da casa do Infante, para tomarem a ilha de Lançarote. Antão Gonçalves governou esta ilha durante dois anos.

 

Entre 1450 e 1453 são enviadas para as Canárias 4 armadas: Em 1450 enviou 8 caravelas e uma fusta cheia de gente, atacando as ilhas de Lançarote e Gomeira.  Em 1451 enviou uma nova expedição punitiva, com 5 caravelas, sob o comando de Fernão Valermon, Pero Alvarez, Vicente Dias e outros vizinhos de Lagos, Rui Gonçalves, e outros moradores da Ilha da Madeira e de Lisboa, que atacaram a ilha de Lançarote. Neste ano, Luis Afonso Caiado e Rui Sanches de Cales, ao serviço do Infante, ataca os navios onde seguia o embaixador de Castela que vieram a Portugal protestar pelos ataques às Canárias. Em 1453, uma nova expedição a mando do Infante D. Henrique, sob o comando de Palencio e Martim Correia saqueou as ilhas Canárias.

 

Os portugueses conhecem perfeitamente não apenas as Canárias, assim como os seus mares. Os corsários e piratas ao serviço do Infante fazem verdadeiras razias nos navios castelhanos que se aventuram às costas da Guiné, mas também que andam pelas Canárias.

 

A situação altera-se, em 1454, quando Castela  "aceita" o domínio dos portugueses a sul do Cabo do Bojador. Em troca o Infante D. Henrique pára com os ataques às Canárias. Zurara refere que os portugueses terão saído, nesta altura de uma parte da Ilha de Gomera que até aí ocupavam, onde mantinham uma relação muito pacífica com os os guanches.

 

A Santa Sé confirma este domínio do Infante a sul do Bojador. O papa Nicolau  V, em 1455, confirma este monopólio. O problema não terminou.

 

D. Fernando, Duque de Viseu-Beja

 

Após a morte do Infante D. Henrique, em 1460, a luta foi prosseguida até 1470 por D. Fernando, Duque de Viseu-Beja e herdeiro do Infante D. Henrique. Entre as acções que este empreendeu, destaca-se em 1466, a invasão das Canárias, com uma armada comandada por D. Diogo da Silva Meneses.

 

D. João II

 

O Principe e futuro rei D. João, a partir de 1471 passa a controlar as operações em relação às Canárias. A tomada do poder por Isabel e Fernando, em 1474, reacende a guerra pela conquista das Canárias, conduzida pela corte portuguesa. Em 1478, envia 7 caravelas para tentar tomar a Grã Canária, com o apoio dos guanches. A guerra só terminou em 1479, com a assinatura do Tratado de Alcáçovas, quando Portugal renunciou às Canárias em troca do monopólio do Atlântico Sul. 

 

Apesar disso, em 1482, quando mandou embaixadores aos reis católicos para proporem o casamento do seu filho Afonso com a Infanta castelhana, deu-lhes indicações muito precisas para que as Ilhas Canárias constassem no dote da noiva. O cronista Rui de Pina, acrescenta que era para garantir maior segurança da Guiné (Cron. D.João II, cap.VII) . 

 

Os portugueses não apenas pretendiam afastar os espanhóis da costa africana, mas transformarem as Canárias numa base para a exploração do ocidente.

 

Comunidades

 

As guerras, mas também o intenso comércio com as Canárias possibilitou a constituição de importantes comunidade de portugueses nas diferentes ilhas. 

 

 

c ) As razões da escolha de La Gomera

 

A escolha de La Gomera por Colombo só é compreensível se tivermos em conta, o que esta ilha representava no século XV para os portugueses. 

 

Ilha de Gomeira. A sua investida nas Canárias, parece ter-se centrada desde o século XIV nesta ilha. Os reis portugueses parecem ter forjado documentos de forma a legitimarem a sua posse. D. Fernando, numa carta datada de 29/7/1370 fez a doação das ilhas de Gomeira e Lançarote ao seu almirante das galés - Lançarote da Francua. Noutra carta, a 7/7/1376, afirma que Lançarote não pudera tomar posse das ilhas, porque os guanches e os castelhanos se lhe haviam oposto. Torna a doá-las e compensa-o com a concessão do monopólio das saboarias pretas em Tavira, Castro Marin, Alcoutim e Aldeia de Martin  Longo. O caso não fica por aqui. D. João I, a 3/11/1385, confirma estas doações a Lopo Afonso de Francua, filho de Lançarote, que havia morrido pouco antes, em luta contra os guanches na ilha com o seu nome.   

 

O Infante D. Henrique procurou também apoderar-se de La Gomera, através de várias expedições militares e outras acções, tendo em vista estabelecer na ilha uma base para a conquista das Canárias e de apoio às expedições marítimas. Foi o português Fernão Castro que iniciou, em 1424, a evangelização dos seus nativos. Outros  portugueses deram continuidade a esta missão ( 4 ). 

 

Cadamosto. Em meados do século XV, temos um importante relato da viagem de Cadamosto ao serviço do Infante D. Henrique. Na sua passagem pelas Canárias, em 1455, apenas visitou duas ilhas - Gomeira e Ferro "que são de cristãos". A ilha da Palma apenas a avistou, mas não desembarcou (6 ).  Colombo em 1492 fará exactamente o mesmo.

 

Diego da Silva. Henrique IV de Castela, em 1463, em paga por terem levado a Cordoba Dona Joana de Portugal, doou as Canárias aos Condes de Atouguia (D. Martim de Ataíde Gonçalves de Castro ) e de Vila Real (d. Pedro de Castro e Meneses). A verdade é que o domínio destes condes foi sempre muito limitado, dado estarem envolvidos nas praças do Norte de Àfrica.

 

É nesta fase que entra em cena - D. Diogo da Silva Meneses- enviado em 1466 para as Canárias, pelos Conde de Atouguia e Vila Real, e pelo Infante D. Fernando, Mestre da Ordem de Santiago, de Aviz e de Cristo. O seu objectivo era reclamar as ilhas que lhes pertenciam e exercer domínio sobre as mesmas. A sua acção foi de enorme bravura, atacando com enorme sucesso outras ilhas ainda não dominadas com a Grã Canária. 

 

Diego de Herrera e Dona Inês de Peraza, senhores de Lançarote, Fuerteventura (Forte -Ventura), La Gomera (Gomeira) e El Hierro (Ferro), acabam por se submeter a D. Diogo da Silva, e Herrera não tardou a vir a Lisboa prestar vassalagem ao rei. 

 

Estes senhores canários, afim de continuarem a manter o seu poder, deram a Diego de Silva para além de uma significativa soma em dinheiro, a Torre de Gando em La Gomera, símbolo do poder senhorial, e a sua filha D. Maria de Ayala em casamento, e parte dos rendimentos das ilhas de Lançarote e Fuerteventura. La Gomera tornou-se um marco da presença de Portugal nas Canárias.

 

Diego da Silva e a esposa vieram viver para Portugal, tendo sido acolhido como um herói. D. João II, em 1482 (?), fê-lo Conde de Portalegre. Era senhor de Gouveia, Celorico e outras vilas, foi aio de D. Manuel I, depois seus mordomo-mor, escrivão da Puridade, vedor da sua fazenda, etc. O seu filho sucessor em título, casou-se com uma meneses filha dos Condes de Vila Real.

 

A escolha de Gomera não foi feita a acaso. Colombo foi claramente ao encontro de portugueses. No seu Diário de Bordo,  regista precisamente relatos de pessoas que estavam na ilha e que haviam estado ao serviço dos reis de Portugal (Ver 8 de Agosto de 1492).

 

Só depois de uma espera de 12 dias nas Ilhas de Gomera-Tenerife, e perante a ausência de Pizon resolveu, no dia 23 de Agosto, ir procurá-lo à Gran Canaria, onde terá chegado no dia 25. Ter-se-á demorado aqui pouco tempo, pois no seu Diário de Bordo omite esta viagem. Para efeitos turísticos criou-se a "tradição" que terá rezado na Ermita de Santo António Abade (San António Abad), mas não existe qualquer documento que o comprove. Tudo leva a crer que nem sequer tenha estado em Las Palmas, mas apenas ancorou ao largo de uma praia a sul da ilha (Gando).   

 

O que sabemos é que no dia 1 de Setembro estava de novo na Ilha Gomera, de onde partirá no dia 6 de Setembro rumo ao Novo Mundo. 

 

Colombo em todo o percurso revela um perfeito conhecimento dos arquipélago, posições e  distâncias, ao ponto de saber melhor as posições das ilhas do que os próprios espanhóis que seguiam na expedição.

 

Vários historiadores tem afirmado que Colombo teria uma relação amorosa com a senhora de Gomera - Beatriz de Bobadilla (~1462-1501). Este facto justificaria a razão porque se dirigiu directamente para Gomera em 1492, mas também porque continuou a abastecer-se na ilha em 1493 e 1498. A ser verdade esta relação amorosa temos confirma-se também a hipótese que esteve em Gomera e Tenerife antes de 1484, quando se encontrava ao rei de Portugal (3 ). 

 

É fácil agora perceber porque Colombo depois de Palos, se dirigiu para La Gomera, não parando em nenhuma outra ilha. Portugal tinha ali um forte aliado, para além de uma enorme comunidade.  

 

d) Corsários e Piratas Portugueses

 

La Gomera tinha outra enorme vantagem: era uma ilha que albergava corsários e piratas portugueses.

 

Por volta de 1492, o corsário português - Gonçalo Fernandes de Saavedra, sediado em La Gomeira, andava com duas caravelas a assaltar as várias ilhas das Canárias. Apesar da habitual presença deste corsário, e de ter sido informado da mesma, foi para aqui que Colombo se dirigiu em 1492. Sentia-se naturalmente seguro entre corsários e piratas portugueses. Mais

 

  

e ) O segredo de Real de las Palmas

 

A batalha perdida. A guerra entre Portugal e Castela, entre 1475 e 1479, envolve naturalmente as Canárias. Em 1476 os castelhanos pareciam levar vantagem nas águas das Canárias, mas rapidamente tudo mudou. As armadas e a pirataria portuguesa isola estas ilhs, cortando com as suas fontes de abastecimento. Os portugueses aliam-se aos guanches contra os castelhanos.

 

Portugal, em 1478, envia 7 caravelas para tentar tomar a Grã Canária, em especial - Real de las Palmas - contando com o apoio dos guanches seus aliados. O comandante português confiante na sua superioridade militar, acabou derrotado, prosseguindo depois em acções de retaliação pontuais. 

 

Real de Las Palmas trazia para os portugueses más memórias. Colombo terá participado nesta guerra contra Castela, e eventualmente numa destas acções militares nas Canárias. Este episódio não lhe seria desconhecido, por isso não parou aqui quando se dirigiu para as Indias, preferindo aportar a La Gomera (7), cujo senhor havia prestado vassalagem ao rei de Portugal. 

 

Esta última guerra, prometia arrastar-se no tempo, e levou os dois países, em 1479, a assinaram o Tratado de Alcáçovas e Toledo (1480), que pôs fim à disputada das Canárias. Só a partir daqui a Espanha conseguiu vencer e exterminar os guanches, que deixaram de contar com o apoio português.

 

 

F)  Tribunal do Santo Ofício das Canárias

 

O número de portugueses era de tal forma elevado nas Canárias, que se tornaram nas primeiras e das principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício das Canárias. Uma perseguição que lhes foi movida até ao fim da Inquisição em Espanha. Mais

 

Carlos Fontes

 

Inicio . Anterior

 

  Notas:

( 2 ) Santiago, Miguel - Colon en Canarias, In, Anuario de Estudios Atlanticos, nº.1. Ano 1955. Patronato de la "Casa de Colon". Madrid - Las Palmas.

( 3 ) Beatriz de Bobadilla, nasceu em Medina del Campo. Era filha de Juan de Bobadilla (caçador-mor da reis de Castela) e de Leonor Alvarez de Vadillo. Era sobrinha de Beatriz de Bobadilha, a célebre marquesa de Moya. Muito jovem andou amantizada com Fernando, o Católico. Em 1481-1482, por imposição de Isabel,a Católica, foi obrigada a casar-se com Hernán Pereza (~1460-1488), senhor da Ilha de Gomera. Com o seu marido destacou-se pela forma barbara como oprimia e escravizava a população guanche. Ficou viuva em 1488. Voltou a casar-se em 1498, com Alonso Ferandez de Lugo, adelantado das Canárias, que se salientou também por exterminar os guanches e os vender como escravos.

Tudo leva a crer que Colombo conheceu Beatriz Bobadilla antes de finais de 1484, quando fugiu de Portugal. 

Recorde-se que Beatriz Fernández de Bobadilla, esposa de Andrés Cabrera, Marquesa de Moya, terá tido um caso amoroso com D. Alvaro de Bragança, nobre português que se exilou em Castela em 1484, como veremos.

( 4 ) É enorme a influência portuguesa nas ilhas de Tenerife e Gomeira. Muitas localidades foram fundadas e colonizadas por portugueses. Na  evangelização tiveram um papel destacado. Em 1456, por exemplo,  o papa Calixto III louva a evangelização do franciscano português Estevão de Loulé nestas ilhas.    

(5)  Para uma visão geral das Canárias neste período: 

(6) Ráfols, Elías Serra - Los Portugueses en las Canarias. La Laguna. 1941

(7) Os castelhanos só conquistaram la Gomera apenas em 1478, mas a ilha manteve durante um largo período de tempo muito insubmissa.  A ilha de Tenerife era habitada por guanches e só em 25 de 1495 foi conquistada pelos espanhóis. Os portugueses desde o século XIV que a frequentavam, nomeadamente para capturarem escravos para as plantações da cana-de-açúcar da Ilha da Madeira.

(8) Rumeu de Armas, António - Piratarias y Ataques Navales Contra las Islas Canarias. III Tomos.. Inst. Jeronimo Zurita. Madrid. 1947

   
 

.

As Provas do Colombo Português

As Provas de Colombo Italiano

.

  Carlos Fontes
nt
Inicio . Anterior

Para nos contactar:carlos.fontes@sapo.pt