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A) "Partido
Português" em Castela
Desde finais do século
XIV, um
vasto grupos de nobres portugueses, a maioria por razões políticas fixaram-se
em Castela, onde ocuparam os mais elevados cargos na corte influenciando
decisivamente os acontecimentos deste reino, nomeadamente nas suas relações
com Portugal (9). Entre estas destacam-se as famílias Pimentel, Girão, Pacheco,
Portocarrero, Silva, Cunha (Acuña, em castelhano), Coelho, Bragança,
Fonsecas, etc. (10) -
Na Guerra Civil de Castela (1464-1476), apoiaram o poder oligárquico da
grande nobreza, procurando enfraquecer o poder real, tomaram o partido por Dona Joana, a
Beltraneja ou Excelente Senhora contra a infanta Isabel, futura rainha. -
Durante a Guerra entre Portugal e Castela (1476-1479), a maioria apoia a causa de D. Afonso V,
acusando o "reis católicos" de usurpadores e ilegitimos. Com
a consolidação do poder destes, mudaram a posição, mas
mantiveram as mesmas cumplicidades e ligações a Portugal. -
Na sequencia das conspirações contra D. João II, em 1483 e 1484, um
numerosos grupo da alta nobreza de Portugal, refugiou-se em Castela, onde veio a
ocupar, como veremos, os mais altos cargos da corte. Tradição manteve-se. -
A maioria apostou numa União Ibérica, através de casamentos reais,
nomeadamente sob o domínio de um rei português.
Uma tarefa em que se envolveu de forma activa, por exemplo, Alvaro
de Bragança, exilado em Castela desde 1483. Em 1494 chegam a propor aos reis católicos uma invasão de Portugal para
atingirem o mesmo objectivo (Memorial Portugués de 1494). -
Estes nobres exilados não apenas conheciam, como estavam interessados em
participarem nas expedições maritimas que Portugal realizava. Opõem-se
à política do "mar fechado" defendida por D. Afonso V e prosseguida
por D. João II. Nesse sentido, apoiam o projecto de Colombo, conduzidos
por Alvaro de Bragança, o chefe natural da vaga de exilados das conspirações de 1483 e 1484. Desde
meados do século
XV, que os nobres portugueses ou de origem portuguesa detinham uma elevada posição na
Corte castelhana, influenciando as principais decisões políticas, os
territórios junto à fronteira de Portugal, e muito especialmente os principais
portos da Andaluzia: Moguer, Palos, Cádiz,
Málaga, Sevilha entre outros. Foi para esta região, controlada por
portugueses que Colombo se dirigiu e se fixou. O
apoio do "partido português" foi fundamental
para o êxito da sua missão.
Mais.
1.
Fray Diego de Deza (de
Eça, em português)
Diego
de Deza (Toro,1443 ? -Sevilha, 1523), pertencia à Ordem de
Santo Domingo, foi bispo Zamora, Salamanca, Palência e depois arcebispo de
Sevilha e Jaén, mas também Inquisidor Geral de Espanha, tinha origens galegas e
portuguesas.
Foi um dos grandes apoiantes de Colombo
(18).
Nunca abandonou o projecto, mesmo depois do mesmo sido chumbado em 1487. Voltou a
integrar uma nova comissão em Julho de 1491, e depois esteve com Hernando de
Talavera na preparação das Capitulações de Santa Fé (Abril de 1492). Escondia
inúmeros segredos, nomeadamente as ligações familiares a Portugal. Mais
2. Silvas / Silva de Toledo / Condes de Cifuentes
Antiga família nobre portuguesa,
com um ramo de exilados em Toledo,
depois da Batalha de Aljubarrota (1385), a que se seguiu uma nova vaga depois da
Batalha de Alfarrobeira (1449), e mais tarde com a ida de D. Pedro para a
Catalunha (1464-1466).
Durante
a guerra entre Portugal e Castela (1476-1479), os Silva dividem-se no apoio à
causa de D. Afonso V - Juana, a Excelente Senhora:
- Juan Silva, 3º. Conde de
Cifuentes, toma o partido de Isabel, a Católica. É derrotado e preso por
Alvaro de Bragança e o Conde de Faro, dos quais se tornou intimo amigo.
- Beatriz Pacheco, Condessa
de Medellin (29), e esposa de Alonso da Silva, 2º. Conde de Cifuentes, colocou-se decididamente
ao lado de Portugal, transformando o castelo de Medelin (Extremadura
castelhana) num bastião de D. Afonso V (24). Em resultado desta acção, a Duquesa
de Cifuentes e de Medellin exilou-se em Portugal, onde recebia uma generosa tença.
Os
Silva e os condes de Miranda, dominavam
Palos,
o porto onde partiu a 1ª.
expedição às Indias. Não admira que o ramo dos monizes de Filipa Moniz
Perestrelo se tenham instalado em Huelva/Palos/Moguer e para aí se tenha
dirigido também Colombo em fins de 1484 ou princípios de 1485.
Dominavam também a
cidade de Toledo. Em
Sevilha, João da Silva (3º. Conde de Cifuentes), exerceu o alto
cargo de Assistente (corregedor) entre 1482 e 1512. Não apenas apoiou
Colombo, mas também ligará a sua família aos descendentes deste
navegador.
Quando Colombo,
regressou das Indias, nos dias 10 e 11 de Março de
1493,
reuniu-se com D. João II, na Casa dos Silvas, em Vale do Paraíso, Aveiras
de Baixo (Azambuja). Em Sevilha é recebido pelo conde de Cifuentes.
O paço de S.
Cristovão, em Lisboa, onde vivia Alvaro de Bragança, antes de sair de Portugal
(1483), foi adquirido (? ) pelos silva, onde ainda se conserva o seu
brasão.
As suas
raízes portuguesas, assim como a sua fidelidade
ao país manteve-se ao longo dos séculos, ao ponto de ainda depois de 1640 um
dos seus membros ser acusado em Espanha de traição. Os silvas, como excelentes
embaixadores, procuram controlar os
contactos internacionais dos espanhóis (Castela e Aragão).
O panteão desta família
está situado em Coimbra, no imponente Mosteiro de S. Marcos (século XV).
Mais
2.
Portocarreiro (Portocarrero,
em espanhol)
Familia
nobre oriunda do norte de Portugal (Portocarreiro, Vila Boa de Quires, Marco de Canaveses)
(20), muitos dos seus membros foram-se fixando ao
longo dos anos na Andaluzia. Um dos últimos grupos fugiu para Castela depois da batalha de
Aljubarrota (1385), em virtude de terem tomado o partido castelhano.
Eram os grandes senhores de Moguer, onde tinham um panteão familiar. Deram
origem aos Condes de Medellin ou Medelin.
Pedro de Meneses, o primeiro governador de Ceuta (1415-1437), pertencia também
a esta família, por parte da mãe - Mayor de Portocarreiro, casada com João
Afonso Teles de Meneses, 1º. Conde de Viana (do Alentejo).
O
estratégico porto de Tarifa, no estreito de Gibraltar, era
controlado pelos Portocarreiro desde
fins do século XV, cujo alcaide - Martin Fernandes de Portocarreiro (3)-, natural
de Portugal, irmão de Mayor de Portocarreiro, desempenhou um papel fundamental como espião do reis portugueses.
Na conquista de Ceuta, em Agosto de 1415, recebe e apoio uma parte da armada
portuguesa que se havia perdido no mar. É dos primeiros da ser informado por D.
João I da sua conquista. A sua acção foi decisiva, em 1418, quando Ceuta foi
cercada duas vezes pelos mouros. É ele que informa continuamente o rei D.
Duarte da situação. O seu filho - Pedro de Portocarreiro, alcaide de
Tarifa, lutou em Ceuta contra os mouros de Mejece, tendo aí sido armado
cavaleiro (1432).
Os
portocarreiro foram
um dos principais apoios da causa de Dona Joana e de D. Afonso V à sucessão ao
trono de Castela, tendo-se destacado nesta acção a condessa de Medelim (Beatriz
Pacheco Portocarrero), e o comendador da fortaleza de Montánchez (Cáceres) -
Alonso Portocarrero -, que com apoio do clavero de Alcantara - Alonso de Monrroy,
entregou e fortaleza aos portugueses. A grande excepção foi Luis Portocarrero,
senhor de Palma del Rio, se no inicio defendeu a causa de D. Afonso V, ao largo
de 1476, passou para o lado de Isabel, a católica.
Os portocarrero estavam ligados a nobreza portuguesa e às Casa de Medina
Sidónia e de Medinaceli.
Os
Portocarrero eram os grandes senhores de Moguer, onde Colombo e a sua família
se fixou em 1484.
Fruto das enormes cumplicidades com
os portocarrero - Alvaro de
Bragança -, transmitiu indicações precisas, para que o seu filho
primogénito - Rodrigo de Melo (1º. Marquês de Ferreira e Conde de
Tentugal) contraísse matrimónio com Maria de Portocarrero, filha de Pedro
Portocarrero, senhor de Moguer e de Villanueva del Fresno/Vila Nova de
Portugal
(Olivença, Badajoz), filho segundo de Juan Pacheco, 1º. Marques de Villena,
Duque de Escalona, e da senhora de Moguer.
As negociações muito discretas,
foram feitas pelo Duque de Bragança. Foi feito um contrato de casamento, que
recebeu o acordo de D. Manuel I, mas a noiva faleceu, antes do casamento (31) .
Rodrigo de Melo, casou-se então com a filha de Francisco de Almeida, 1º.
Vice-rei da India.
O projecto de Alvaro de Bragança, de
unir os Bragança aos Portocarreiro, realiza-se no final do século XVI: Nuno
Alvares Pereira Cólon y Portugal (1570-1622), 4º. Duque de Verágua e 5º.
Almirante das Indias, casa-se em 1593, com Aldonza Portocarrero.
Em Portugal, os portocarreiro
mantiveram até ao século XVIII uma posição destacada, como se pode verificar
pelas capelas e túmulos em que se fizeram sepultar. Na Igreja da Graça em Santarém, onde está sepultado Pedro
Alvares Cabral, encontra-se
o
túmulo renascentista de
Pero Rodrigues de Portocarreiro
(1532), pertencia à Ordem de Santiago. A capela do Senhor Jesus dos Passos, foi
mandada edificar pela sua filha Mécia Mendes de Aguiar, mulher do navegador
Gonçalo Gil Barbosa,
da Ordem de Cristo.
António Portocarreiro,
almoxarife das rendas da mesa mestral da Ordem de Cristo, edificou em 1626, uma
magnifica capela no Convento de Cristo em Tomar, onde se fez sepultar.
3.
Cunhas (Acuña) (bispos, Condes de valência de Don Juan, Condes de Buendia,
Duque de Huete)
Os
cunhas, de origem portuguesa, ligados aos girão-pacheco, destacaram-se também
no apoio a Joana, a Excelente Senhora.(15)
Martín
Vazquez de Acuña (1357-1417), com os seus irmãos, em 1396, abandonou Portugal
exilando-se em Castela, onde se tornou I Conde de Valência de Don Juan e
rico-homem. Foi o pai de Afonso Teles de Girão Vasques da Cunha
Do
seu irmão Lope, descendem os duques de Huete e os condes de Buendia.
3.1.
Alonso Carrilho y
Acuña.
Arcebispo de Toledo, primaz de Castela, era tio de Juan Pacheco. De origem
portuguesa, foi outro dos grandes defensores da causa de Dona
Joana, a Beltraneja ou Excelente Senhora.
3.
2. Lope Vazquez de Acuña, casou com Maria Mendonza, filha de Diego Hurtado
de Mendonza. Era conde de Viena, I Duque de Huete (1474), comendador de Mérida.
Colocou-se ao lado de D. Afonso V .
4.
Teles de Girão (Téllez de Girón, em castelhano) (Condes de Ureña )
Afonso Teles de Girão
Vasques da Cunha ( Alfonso
Telléz de Giron y Vázquez de Acuña)
(?-1450), nascido em Portugal, senhor de Belmonte, foi o pai
de Pedro Girón e de João Fernandes Pacheco, duas
figuras incontornáveis em Castela no século XV (11).
4.1.
Girão (condes de Ureña)
Pedro
Girão (Pedro Telléz de Girón), senhor de Ureña, Tiedra, Osuna,
Peñafiel, grão-mestre de Calatrava (1445-1466), apoiou a causa de Dona Joana, a
Beltraneja contra a infanta Isabel, futura rainha. Por este facto foi afastado do
cargo de mestre de Calatrava, dado que esta Ordem Militar castelhana se colocara
ao serviço do rei português.
4.1.1.
Rodrigo Téllez Girón. Sucedeu ao seu pai como grão-mestre de
Calatrava (1466-1478) colocando-a pouco depois aos serviço de D. Afonso V
(14).
4.1.2.
Alonso Tellez de Girón, conde de Ureña, manteve a mesma política do seu
pai no apoio à causa de D. Afonso V.
Estes
condes estiveram sempre a serviço de Portugal, continuavam ainda a ser financiados por D. Manuel I.
4.2.
Pacheco ( Marqueses de Villena)
Juan Fernandes
Pacheco,
foi o mais poderoso dos dois irmãos: 1º.
marquês de Villena (1445), Duque de Escalona, Conde de Xiquena, Guarda-mor de
Juan II, mordomo-mor de Enrique IV, grão-mestre da Ordem de Santiago de
Castela, administrador da Ordem de Calatrava, marchal de Castela. Casou
em segundas núpcias com Maria de Portocarrero, senhora de Moguer
(10). Morreu a 4/10/1474, proximo de Trujillo.
O seu filho
e sucessor
-Diego Lopéz Pacheco Portocarrero, casou com Dona Juana Enríquez Luna Velasco y Portugal
e apoiou activamente a causa de Dona Joana. A ligação de Diego a
Portugal está bem patente no seu brasão que ostenta as quinas portuguesas
(Vila de Ayllón, Segovia).
4.2.1.
Beatriz Pacheco de Portocarrero, condessa
de Medellín, filha
ilegitima de Juan Pacheco, casada com Rodrigo Portocarrero. Colocou-se de
forma decidida ao serviço de o Afonso V. Depois de uma heróica
resistência na cidade de Mérida, refugiou-se em Santarém. Foi-lhe dada a
1/5/1480, uma importante tença anual (13).
4.2.2. Alonso
Tellez Girón (?-1527), terceiro filho de Juan Pacheco, recebeu o
Mayorazgo (morgadio),
de Puebla de Montalban, que seu se pai lhe constituiu em 1467.
Alonso
Tellez Girón era amigo intimo de Diego Colon, filho primogénito
de Colombo. Foi na sua casa, em Montalbán, que este morreu em 1526.
Em 1573, Juan
Pacheco Téllez de Girón, tornou-se no 1º. Conde de Montalban.
No final do século
XVI, a primeira acção de revolta em Espanha
contra o domínio espanhol de Portugal irá envolver directamente esta
família.
Em Portugal, uma ilustre descendente desta família -
Dona Filipa de Vilhena, 5º. Condessa de Atouguia - mal soube a revolta de 1640
contra Espanha, armou os seus dois filhos para combaterem pela restauração da
independência de Portugal.
Diego Lopez Pacheco,
marques de Villena, conde de Xiquena e duque de Escalona, vice-rei (virrey) de
Nova Castela, primo e meio irmão do Duque de Bragança, foi preso em 1642,
acusado de apoiar a restauração da independência de Portugal.
4.3. Ponce
de León (Marqueses de Cádiz e Duque de Arcos)
Rodrigo Ponce de
León y Alhama (1443-1492), 1º. Conde de Cádis, conde de Arcos e marquês de
Zahara, era casado com Beatriz Pacheco, filha dos marqueses de Villena, apoia activamente
as pretensões de Dona Joana,a excelente senhora.
Este conde para além de informar,
o capitão português Fernão Gomes, das acções castelhanas, chega ao ponto de
lhes dar caravelas para que as utilizem nos combates contra os reis católicos (
2 ).Os portugueses tinham neste porto importantes interesses económicos ligados
ao abastecimento das praças do Norte de África. El
Puerto, em Cádiz, é outro dos locais ligados à acção de Colombo em Espanha.
5.
Lemos (Condes de
Lemos)
Familia
originária da Galiza (Monforte de Lemos), intimamente ligada à familia real de
Portugal, pelo menos desde o século XIV. O Condado, como título autónomo só
começou a 1456, com Pedro Álvarez Osorio.
Isabel, a católica apadrinhou em Sevilha o casamento de D.
Dinis, filho do Duque de Bragança decapitado, com a herdeira deste
condado. Deste casamento nasceram entre outros: Fernando Rodrigues de
Castro, 7º. Conde de Lemos; Afonso de Lencastre, comendador-mor da Ordem de
Cristo; Isabel de Lencastre, casada com D. Teodósio I, 5º Duque de Bragança;
Antónia de Lencastre, casada Alvaro Coutinho, 7º. Marchal de Portugal.
Dada a sua ligação a Portugal, os
condes de Lemos no século XVI adoptaram o apelido Portugal, tendo os seus descendentes
unido-se às grandes familias de Portugal, em em Espanha aos La Cueva (Albuquerque),
Girón, Guzman (Medina Sidónia) e Colón (séc.XVIII).
Diego, filho de Colombo, é referido em 1524 como sendo sobrinho da condessa de Lemos por um
embaixador de Portugal em Espanha.
6.
Albuquerque (Duques de Albuquerque)
Familia nobre luso-castelhana. O 1º.
Duque de Albuquerque (Beltran de las Cuevas, originário de Úbeda) foi o alegado amante da rainha Joana de
Portugal, irmã de Afonso V e esposa de Enrique IV de Castela, o
Impotente (homossexual). Dona Joana, a Beltraneja, fruto de um alegado
amor adultero, acabou por provocar uma guerra civil e depois uma guerra entre Portugal e Castela.
A razão provável desta calunia terá sido o facto de ter sido nomeado mestre
da Ordem de Santiago (1464), algo que as grandes casas nobres de Castela
não toleraram, acabando por ser pouco depois afastado da corte.
Os
albuquerques de Portugal estavam intimamente aos albuquerques de Castela, pois
ambos tinham as mesmas origens.
Um dos seus
netos (Luis de la Cueva) casou com Joana Colón de Toledo, filha de Fernando
Colón, neto de Colombo. Os casamentos eram sempre feitos num circulo muito
restrito de familias.
Uma das netas de Beltrán - Dona María de la Cueva foi camareira-mor de Isabel de la Paz,
casada com um principe português -D. Miguel da Paz. Casou-se com Juan
Telléz Girón (IV
Duque de Ureña, I Duque de Osuna),o fundador da "Universidade de Osuna"
(Colégio Mayor y Universidad Literaria de la Inmaculada Concepción de Nuestra
Señora). Não deixa de ser curioso que um rei português
(D. João III ) tenha
sido o mecenas da publicação em Osuna, do célebre tratado "Declaración
de Instrumentos" de Juan Bermudo (1549), cuja origem está envolta num
mistério.
7.
Aguiar (Aguilar,
senhores de Cordoba )
Alfonso
de
Aguilar (ou Alonso de Aguillar), alcaide mayor de Córdoba, casado com
Catalina (Catarina) Pacheco, filha dos Marqueses de Villena, com parentes em Portugal, colocou-se no
inicio da guerra da sucessão (1475-1479) ao lado de Dona Joana e de D. Afonso
V.
Os
Aguilar (Aguiar) de Cordoba, eram nobres de origem portuguesa que tiveram
um papel destacado na batalha do Salado (1240), assim como na conquista da
Andaluzia. Fernando III, de Castela, deu a um dos seus membros, o português -
Gonzalo Yánés de Dovinal - o senhorio de
Aguilar de la Fronteira. Estes Aguiar ligaram-se em Castela a
outra família de origem portuguesa os Portocarreiro (Portocarrero em castelhano.
8.
Sousa ( nobres portugueses de Cordoba) Uma
das mais ilustres familias da andaluzia, que ainda no século XVII fazia
questão de afirmar as suas ligações a Portugal. Foi
em Cordova que Dona Joana se casou com
Enrique IV de Castela (1455). Foi também
em Córdova que Colombo
viveu e teve um filho - Fernando Colón - da sua amante, Beatriz Enriquez. Mais
9.
Saavedra (Senhores de Tarifa e Utrera ) A
Saavedra de Sevilha, estavam ligados ao controlo do comercio clandestino com o
reino de Granada e Portugal. Gonzalo de Saavedra, foi investido, em 1445,
de Alcaide Mayor de las Sacas y Cosas Vedadas. Foi mariscal de Sevilha,
comendador de Montalbán da Ordem de Santiago, membro do Consejo de Enrique IV.
Morreu em 1475 a combater pela causa de Joana,a Beltraneja ou Excelente Senhora
(12). O
seu filho - Fernán Arias de Saavedra
(? - 1481) - jurou fidelidade aos reis católicos, conseguindo suceder ao
seu pai como mariscal de Sevilla (20/3/1476) e em outros cargos. Apesar disso,
quando se desencadeou guerra ente Portugal e Castela, colocou-se logo ao
serviço de D. Afonso V, sublevando três importantes bastiões militares: Tarifa,
Zahara e Utrera, apoiando nesta acção por Portugal. Os reis
católicos acabam por tomar estes bastiões. É perdoado nos termos do Tratado
de Alcáçovas-Toledo (1479-1480), que estabeleceu a paz entre os dois
reinos.
10. Pimentel (Duques de Benavente)
A família Pimentel,
oriunda de Portugal estabeleceu-se
em Castela nos finais do século XIV, onde recebeu o senhorio
de Benavente, na provincia de Zamora (1398), e
os de Mayorga e Vallalón. Dominaram Valladolid e aspiraram a dominar a Galiza.
O primeiro Conde de Benavente
foi João Afonso de Pimentel e Vasquez da Fonseca, em Portugal era senhor de
Bragança e Vinhais (+1420), era casado com infanta Beatriz, filha de D.
Fernando I, Rei e Portugal (5). O seu filho - Rodrigo Afonso de Pimentel,
aproveitando das suas ligações familiares ao Infante D. Pedro, durante a sua
regência do reino (1439-1449), exilou-se em Portugal (Fev. 1449-Fev.1450), onde
procurou criar um base para atacar o rei de Castela e o infante Alvaro de Luna.
Depois da morte do Infante D. Pedro (1449), foi expulso por D. Afonso V por
andar, em Portugal, a conspirar contra o rei castelhano (4).
Rodrigo Alonso
Pimentel ( -1499),
4º. Duque, em 1473,
recebeu o titulo de Duque de Benavente.
Era casado com Maria Pacheco de Girón. Em
1476, não acatou a proibição de D. Afonso V que reserva apenas para os portugueses
o
direito de enviarem à Guiné navios para obterem escravos e ouro. Á
semelhança dos seus primos portugueses, enviou também uma caravela à Guiné
com idêntico objectivo. As ligações familiares a Portugal deu a estes
nobres radicados em Castela acesso a inúmeros conhecimentos da Corte
Portuguesa, uma vantagem que procuram tiraram naturalmente partido.
Está
provavelmente aqui a explicação porque os familiares destes Condes, como Alvaro de Athayde,
Lopo e o seu irmão Pedro de Albuquerque (almirante)
sejam dos principais protagonistas da conspiração de 1484. Os
conspiradores prometeram aos reis católicos que acabariam com a
proibição de navios estrangeiros puderem fazer resgates na Guiné.
Como era de esperar, esta família veio também a associar-se ao controlo de
Moguer, onde se fixou Colombo. No século XVI ligou-se aos descendentes de
Colombo.
11. Estuniga /
Zuniga / Niño ( Condes de Placencia, Condes
de Miranda)
Alvaro
Estúniga (Zúñiga), conde de Placência e Arévalo, possuía vastos domínios
na fronteira castelhana com Portugal. Em 1458 casou-se com Leonor Pimentel y Zúñiga,
filha de Juan Alonso Pimentel, também de origem portuguesa. Defendeu de inicio a causa de
D. Afonso V contra os reis católicos. O seu irmão - Diego López de Zúñiga-
conde de Miranda, acompanhou-o neste apoio.
Os
Zuniga no século XV ligaram-se à nobreza portuguesa. D.Fernando de Castela,
concedeu à sua prima Beatriz de Portugal o senhorio de Valverde (Madrigal de la Vera, Cáceres). Esta deu-o à sua filha Dona Leonor
Niño de Portugal em 1415, quando esta se casou com Diego López de Zúñiga
(1350 - 1417), Iº.Conde de Plasencia, Co-Governador de Castila e León,
durante a menoridade de D. Enrique III e Juan II. Ambos foram os primeiros
Condes de Nieva, e estão enterrados em Valverde de la Vera, na Iglesia de Santa
María de Fuentes Claras. A partir daqui sucederam-se as ligações dos Zúñiga
com a nobreza portuguesa, nomeadamente à radicada em Castela como a familia
Pimentel (Condes de Benavente).
Os
condes de Miranda com os Cifuentes dominavam o porto de Palos.
Os Reis Católicos
apercebendo-se da situação, em Maio de 1492, conseguem afastar os
Cifuentes do seu senhorio, mas não os Duques de Medina-Sidónia.
Mais
12.
Mendonça / Mendonza (Condes de Tendilla)
Os Mendonza de Guadalajara foi o caso
típico de uma familia dividida - perante o caso da princesa Juana, a Beltraneja.
Um dos seus membros, o
1º. Conde de Tendilla - Íñigo López de Mendoza y Figueroa (1419-1479), segundo
filho do marquês de
Santillana ( Íñigo
López de Mendoza y de la Vega (1398-1458)
foi de inicio um
apoiante incondicional da sua causa e depois de D. Afonso V.
Enrique IV entregou-lhe a
custódia da princesa Joana (ficando
retida no castelo de Buitrago), foi administrador dos bens da princesa. Em 1468 fez um
protesto por contra o reconhecimento de Isabel (futura rainha de Castela) como
herdeira do trono. Só por ordem de Enrique IV entregou a custódia da princesa
Joana, a Juan de Pacheco, marquês de Villena. Recusou-se também a participar
na batalha de Toro (1476), abstendo-se de combater contra os portugueses.
A ligação desta família com Portugal
não terminou aqui. Isaac Abrabanel
que fugiu de Portugal na sequência da conspiração do Duque de Bragança, em 1483,
contra D. João II, quatro anos depois já estava ao serviço dos Mendonza. Em 1490
era contador mor da Casa dos Duques do Infantado (Casa Mendonza),
residindo em Guadalajara no ano seguinte.
13.
Coelhos
Do
numeroso grupo de nobres exilados portugueses em Castela, destacam-se os da
família coelho (coello). Egas Coello, Pedro Coello, Gomez Coello, todos
portugueses fugiram para Castela entre 1397 e 1400. Egas Coelho tornou-se o I
senhor de Montalbo (Cuenca). O seu filho e sucessor - Pedro Coello - tornou-se
também senhor de El Hito e Villar de Canas. Ele e os seus sucessores procuraram dominar a região do
bispado de Cuenca.
Estas
famílias de origem portuguesa procuravam casar os seus membros entre si, mas
também com os seus familiares em Portugal. Funcionaram como um verdadeiro
"partido", o "partido português" em Espanha. |
14. Fonsecas
O primeiro exilado português da
família Fonseca a estabelecer-se em Toro, no final do século XIV, foi Pedro Rodriguez de
Fonseca, antigo alcaide da vila de Olivença. A sua mulher - Inês Dias Botelho
pertencia ao circulo privado de Dona Beatriz de Portugal, uma das pretendentes
ao trono de Portugal depois da morte de D. Fernando I. (22). Outros fonsecas portugueses exilaram-se na mesma região,
ocupando lugares destacados na corte castelhana (25). Dada a forte presença portuguesa nesta cidade, não é de
espantar que D. Afonso V, tenha estabelecido aqui o seu quartel general
durante a guerra de 1475-1479.
Na familia portuguesa dos fonsecas
de Toro,
no século XV, irão surgir duas personagens da maior relevância para o nosso
estudo: Juan Rodriguez de Fonseca e
Alfonso de Fonseca y Ulloa.
14.1. Juan Rodriguez de Fonseca
(Toro,
1451 - Burgos, 1524), arcediago de Sevilha (1492),
bispo de Badajoz (1494);
de Córdova (1499)
e de Palência (1505);
arcebispo de Rossano (1511),
no Reino
de Nápoles;
e bispo de Burgos (1514),
etc.(23)
Entre 1493 e 1503 tem a seu cargo a administração dos assuntos das indias
espanholas: organização de expedições, atribuição de licenças, etc.
Em Maio de 1493 é encarregado de organizar a segunda expedição às Indias de Colombo, com
o dinheiro sacado aos judeus e o empréstimo de 10 milhões de maravediés cedidos
pelo Duque de Medinacelli .
Em 1494 é ele que escreve à Isabel de Castela recomendando-lhe que assine o
Tratado de Tordesilhas.
A partir de 1496 incompatibiliza-se com Colombo, pois recusa-se a entrar nas
suas fraudes, e quase é substituído por António de Torres.
Ao ter conhecimento da viagem de Vasco da Gama, e o insustentável logo a que
Colombo conduzira a Espanha, resolve a partir de finais de 1499 atribuir
licenças a privados para explorarem as indias em busca das tão desejadas
especiarias.
Em 1500 afasta Colombo do governo das Indias, acabando o mesmo por ser preso.
Ainda, em 1500, manda iniciar o conhecido planisfério político a Juan de La Cosa, que só foi
terminado em 1508/9, mas cuja data aponta para 1500. Voltou a mandar fazer outro mapa politico, que será
inserido numa versão da Opera Legatio Babylonica editada pela primeira
vez em 1511 pelo aldrabão Pedro Martir de Anglerie. O mapa que foi inserido data
de 1514/5, e procura claramente desvalorizar os descobrimentos portugueses, como
o mapa anterior, é um típico instrumento de propaganda espanhola.
Fonseca, entre 1501 e 1505,
esteve afastado dos negócios das Indias, pois foi enviado como embaixador para a
Flandres.
Entre 1508 e 1516 voltou a ter um papel de enorme relevância na política
espanholas das Indias, numa altura que ocorrem os primeiros Pleitos colombinos(26).
Voltou a tê-lo depois de 1519 até 1523.
Fonseca e as Fraudes de Colombo
No nomeação de Fonseca, a 23/5/1493,
para dirigir a organização da segunda expedição, é desde logo encarada com
desagrado por Colombo. Os conflitos entre os dois homens não tardaram. Fonseca
pede-lhes mapas das Indias, Colombo recusa-se a entregá-los. Para o controlar
nomeia Bernal de Pisa, contador mayor da armada, mas Colombo faz-lhe a vida tão
negra que este acaba por ser o primeiro a revoltar-se nas Indias.
Fonseca não tolera são as constantes
fraudes de Colombo:
- Nomeações abusivas
- Fretes por interpostas pessoas
- Dupla contabilidade
- Fraudes nas mercadorias
- Ataques aos agentes da corte
espanhola (28).
Em conclusão: Colombo andava desde a
primeira expedição a roubar a corte espanhola.
O conflito atinge enormes proporções a partir de 1495. António de Torres,
enviado por Colombo, regressa a Espanha em Abril de 1495,
leva consigo um carregamento de 400 escravos (100 morreram na viagem) e o célebre memorial,
onde dá conta
da má organização da segunda viagem e da acção dos rebeldes que Fonseca que para
lá enviou. Fonseca reage, e consegue que, a 8/4/1495, seja enviado para as
indias Juan de Aguado para investigar a situação. Colombo resolve
regressar a Espanha, tendo sido recebido pelos reis espanhóis, na cidade de
Burgos, em fins de Outubro /princípios de Novembro de 1496. Fonseca é o alvo de
todas as críticas.
Colombo, no princípio de 1497, consegue que os reis espanhóis substituam Fonseca por Antonio
de Torres, irmão da ama do principe Juan, mas também dos seus filhos Diego e
Hernando. Torres fez tantas exigências que o
cargo não lhe foi atribuído, e Fonseca sai vitorioso do confronto.
Fonseca começa a atrasar intencionalmente a
preparação da terceira viagem, sabendo que o caos estava instalado nas Indias.
Encontro no Convento de la Mejorada
Quando Vasco da Gama partiu para a India, num sábado,
a 8 de Julho de 1497,
Fonseca
chama Colombo ao Convento de la Mejorada (Olmedo, Valladolid), em onde também se
encontravam os reis espanhóis. É-lhe exigido que faça um "memorial" sobre a
legitimidade das viagens que D. Manuel I estava a empreender para Ocidente e
Oriente à luz do Tratado de Tordesihas (Julho de 1497)
O
local estava, uma vez mais, carregado de profundo simbolismo. Os fonsecas de
origem portuguesa, queriam-no transformar em panteão familiar, tendo oferecido ao convento um magnifico retábulo
com o brasão dos fonsecas, da autoria do mestre Jorge Inglês. Não caso único
(30).
Colombo é neste
espaço, repleto de sinais de exilados portugueses, obrigado a definir a sua lealdade - a Portugal ou a Espanha. Como vimos,
acaba por criticar D. Manuel I, lamentando-se todavia que D. João II não tivesse
tempo de concluir o seu plano ...
Graças à
intervenção de D. Alvaro de Bragança, obteve como recompensa a confirmação dos
seus privilégios e a possibilidade de criar um morgadio.
A verdade é que
Fonseca estava agora mais forte que nunca. Nomeia Jimeno de Briviesca, contador
da armada da terceira viagem. Colombo não desarma, e pouco antes da partida da
armada em Sanlucar de Barrameda, faz questão de humilhar Jimeno em público com
"coces e remesones". Não contente com isto afirma que o mesmo era converso
(judeu), tal como Fonseca... (27).
Em fins de 1499,
numa carta aos reis, acusa Fonseca de ter enviado para as Indias o principal
chefe dos rebeldes - Francisco Roldan (cfr. Las Casas, I, p.418)
Para a história Juan Rodriguez de Fonseca ficou como a besta negra de Colombo e
do seu filho Diego Colon. Estavam no entanto de acordo num ponto: - as Indias
para serem rentáveis era necessário escravizar toda a população indigena e
importar escravos negros de África.
C ) Partido Castelhano
A corte castelhana
estava repleta de espiões portugueses. Estes eram olhados com alguma
desconfiança pelos castelhanos, pois nunca sabiam o que os portugueses estavam a
congeminar.
Após a primeira recusa do seu
projecto, em 1490, Colombo procurou apoio em dois duques andaluzes ligados a
Portugal.
Duas famílias da alta nobreza espanhola - Os duques de Medina-Sidónia e os de
Medinacelli - durante a "Guerra da Sucessão"
lutaram a favor das pretensões do rei de Portugal (D. Afonso V). Foram elas que
apoiaram também Colombo em Espanha.
Estes nobres estavam ligados por laços familiares
muito estreitos quer à própria família de Colombo, quer à da sua esposa.
1. Duque de Medina-Sidónia -
D. Enrique de Guzmán
Deu apoio em 1484 à
cunhada de Colombo, tendo-o depois recebido no inicio de 1485, no seu
palácio de Sanlucar de Barramada. É este Duque que o apresenta ao seu primo D.
Luis de la Cerda. O duque insistiu em casar a sua filha Dona Mencia de Guzman
com o filho de Colombo, D. Diego Colon. O rei D. Manuel I, obrigará depois D.
Jaime, Duque de Bragança, a casar-se com a irmã do Duque de Medina-Sidónia de
modo a unir as duas casas e estreitar as cumplicidades. Mais
2.
Duque de Medinacelli - D. Luis de la Cerda
Este Duque, senhor de Porto de
Santa Maria (Cádis), facilitou o seu acesso à corte, e aloja-o na sua casa durante dois
anos (1484-85). Para pressionar os reis católicos a
receberem-no afirmou-se disposto a armar 4 navios para fazer a expedição. Mais
O
seu estatuto não era o de um plebeu, mas de um nobre.
3. Hernando de Talavera
(1428-1507)
Prior
do Prado, frade jerónimo, confessor real (desde 1475).
Acompanhou Isabel a
católica, na primavera de 1479, ao encontro que a mesma teve, em Alcantara, com
a sua tia materna - Dona Beatriz, duquesa de Beja-Viseu e mestra da Ordem de
Cristo (19). As conversações então realizadas entre as duas mulheres,
determinaram a paz entre Portugal e Castela e conduziram ao Tratado de Alcaçovas-Toledo (1479-1480).
Mais
Filho
(provavelmente) de Garcia Alvarez de Toledo, senhor de Oropesa e de Ayala, de
uma família de um mestre da Ordem de Santiago de Espada.
Estudou e foi
professor de Filosofia Moral na Universidade de Salamanca. Foi prior do convento
de Nª. Srª. do Prado (Valladolid), depois de 1470. Em 1475, escreve o seu
célebre tratado - "Avisacíon a la virtuosa y muy noble señora doña Maria
Pacheco", condessa de Benavente, de origem portuguesa. Foi
bispo de Avila (1485-1492), e depois primeiro arcebispo de Granada (Janeiro de
1493-1507) (16).
Coube-lhe assegurar
o financiamento da estadia de Colombo na corte espanhola, assim como dirigir as comissões de peritos
que estudaram o seu projecto:
A primeira comissão formou-se
por volta de volta de Fevereiro-Março de 1486, entre os seus membros
destacam-se: Fray Diego de Deza, ex-prior do Convento de San Estaban, em
Salamanca, onde Colombo ficou hospedado; Rodrigo Maldonado, que havia
participado nas negociações do Tratado de Alcáovas-Toledo (1479/80). As reuniões
mais importante ocorreram em Salamanca (Outono de 1486 a Janeiro de 1487), tendo
depois o trabalhos prosseguido em Córdoba.
Ao contrário do que
afirmam comunicação muitos historiadores, é pouco provável que a decisão oficial
desta comissão lhe tenha sido comunicada em Málaga (Agosto de 1487) (17).Os
reis estavam na cidade para assistir à tomada cidade. A comunicação é provável
que só tenha sido feita em Murcia (Julho/1488) ou mesmo mais tarde em
Sevilha (1490).
A segunda comissão
formou-se em Julho de 1491, devido à pressão de
Frei Juan Peres de Marchena. Entre os membros que a formavam, destacava-se
Fray Diego de Deza, apoiante de Colombo. Paralelamente foram
surgindo outros apoios ao projecto, como Pedro Gonzales de Mendonça, Juan
Cabrero, Luis de Santángel, os duques Medina Sidónia e de Medinaceli. Apesar
destes apoios, o projecto voltou a ser recusado pela comissão, mas agora apenas
por maioria.
Isabel, a Católica
intervém no processo e manda avançar, nomeando uma comissão constituída apenas
por Hernando de Talavera e Diego de Deza. O seu objectivo era agora definir as
condições da sua realização.
Hernando de Talavera é apontado, por
Hernando Colon e Las Casas como o grande opositor de Colombo, mas nada era mais
injusto.
A sua função durante anos foi evitar que o projecto de Colombo, pudesse
de alguma forma pôr em causa a Portugal. Só permitiu a sua aprovação, em Julho
de 1491, quando soube que o príncipe D. Afonso havia falecido, e que ficavam sem
efeito todos os acordos com Portugal.
Um outro facto
concorreu para esta mudança de posição dos reis espanhóis: a questão da
sucessão de D. João II. Este rei procurou por todos meios legitimar o seu
filho bastardo - D. Jorge de Lencastre- , fazendo-o depois rei de Portugal.
Contra esta intenção do rei, se opunha a familia da Duquesa de Beja-Viseu,
os reis de Espanha e o poderoso cardeal Alpedrinha - D. Jorge da Costa, que
defendiam que o sucessor deveria ser D. Manuel, Duque de Beja e Mestre da Ordem
de Cristo. Mais
Depois de 1499
começa a cair em desgraça política, como aconteceu com Colombo. Com a morte de
Isabel, a católica, desaparece o seu principal apoio. Em 1505 foi acusado de
herege pelo inquisidor de Córdova Lucero, sendo preso com familiares e amigos.
Graças à intervenção do papa, acaba por ser libertado, mas morre pouco depois.
4.
Pedro
González
de Mendonza
Duas filhas
de rainhas portuguesas -
Isabel, a Católica e Joana, a Beltraneja - enfrentaram-se na disputa do trono
de Castela, mas foi a primeira que saíu vencedora, contando com a preciosa
ajuda de Pedro González
de Mendoza e de
Andrés Cabrera.
Pedro Gonzáles de Mendonza(1428
-1495),
arcebispo de Toledo, e depois cardeal. O cronista português João de Barros
(Asia, 1ª. Decada, cap. XI), atribui ao arcebispo a responsabilidade da sua
audição pela corte. Las Casas, refere este facto, embora não concorde
plenamente.
Se no inicio apoiou a causa de Joana, depois da morte de Enrique IV (1473)
passou a apoiar Isabel, como herdeira do trono de Castela. Na
família dos Mendoza (Mendonça) estavam bem presentes a morte de alguns do seus
membros na batalha de Aljubarrota.
Este
conflito dividiu as famílias de Castela. O irmão
de mendonza - Íñigo López de Mendoza y Figueroa (1419-1479),
1º. Conde de Tendilla - revelou-se de
inicio um
apoiante incondicional de Joana. O filho deste - Íñigo
López de Mendonza y Quiñones, II Conde de Tendilla (1440 - 1515) -
mostrou-se pelo contrário um dos apoiantes incondicionais de Fernando de Aragão.
O
II Conde de Tendilla foi em 1488 foi buscar a Roma -
Pietro
Martire di Anghiera - , o italiano que afirmou que Colombo era ligure, e que
realizou durante décadas uma torpe campanha contra Portugal, defendendo a sua
anexação por Castela.
Mais
Pedro
de Mendonza embora estivesse profundamente ligado a Portugal, viu no apoio a Isabel
uma oportunidade para ascender ao topo da hierarquia social de Espanha:
4.1.
Esta aliança com
Isabel, permitiu-lhe derrubar o arcebispo de Toledo - Alfonso Carrilho de Acuña
(1412-1482), tio do Marquês de Villena, ficando com o seu cargo (1482),
chegando dessa forma a cardeal de Espanha. Alfonso
combateu na Batalha de Toro ao lado de D. Afonso V, rei de Portugal, após ter
sido vencido retirou-se para Alcalá de Henares.
4.2.
O arcebispo Alfonso
Carrilho, de origem portuguesa, mostrou-se
muito tolerante para com os judeus, impedindo, por exemplo, o estabelecimento da
Inquisição em Toledo, as perseguições ao judeus e conversos, etc. Um
posição comum a muitos outros nobres castelhanos de origem portuguesa ou
ligados a familias portuguesas.
Pedro de Mendonza assumiu pelo contrário, posições de extrema
intolerância, defendendo a Inquisição em toda a Espanha, assim como a expulsão do judeus
e perseguição dos conversos (cristãos-novos), um expediente destinado a a
apoderar-se dos seus bens.
4.3. As suas ligações
familiares a Portugal permitiram-lhe ter acesso a informações utilissímas. Desde 1460
era sua amante a portuguesa Mencia
de Lemos (ou Mécia de
Lemos, em português), acompanhante da rainha
Dona Joana de Portugal,
da qual teve dois filhos: Rodrigo Diaz de Vivar y Mendoza (1462, Marquês de
Cenete-1492) e Diego de Mendoza (1468, Conde de Mélito-1506). Rodrigo
Mendonza, casou-se a 8/4/1493, com Leonor de la Cerda, filha e herdeira do Iº.
Duque de Medinaceli - Luis de la Cerda, que alojou Colombo, durante dois anos
(1484-1485).
Mencia Lemos estava intimamente ligada a Dona
Juana, a Beltraneja, tendo
inclusive escrito um testemunho dos actos de traição praticados por Isabel, a
Católica.
Este testemunho desapareceu, assim como o testamento de Enrique
IV. Houve a intenção clara de acabar com os testemunhos do caso, o próprio
Marquês de Villena foi envenenado e morreu em Mérida, quando regressava de
núpcias de Joana com o seu tio D. Afonso V, em Palência. O arcebispo de
Toledo, não apenas tinha intimas relações com a nobreza ligada à causa de
Portugal, como era das pessoas mais informadas sobre o caso, estando
provavelmente na posse de importantes segredos, como o Testamento de Enrique IV.
Pedro
de Mendonza é dado como um protector de Colombo. Não terá visto nele um converso
(cristão-novo ou judeu) que abominava, mas um nobre português
que havia fugido para Castela por ter conspirado para matar D. João II, rei de
Portugal. Uma situação do seu agrado. Este facto explica também o
recrutamento de D` Anghiere pelo seu sobrinho.
O
que terá exigido Pedro Mendoza a Colombo ? O segredo da sua identidade ?
Mas quem lho apresentou ? -
O seu sobrinho - Luis II de la Cerda, duque de Medinaceli ? É
provável tenha tido alguma intervenção no caso.
5. Andrés Cabrera
Foi desta a primeira hora
um acérrimo apoiante de Isabel, a Católica.
Casou com Beatriz
Maldonado Bobadilha, amiga de infância de Isabel. Em troca do seu apoio recebeu
o título de Marquês de Moya (1479) e depois o de Conde de Chichón
(1480).
Como Pedro de Mendonza foi um feroz perseguidor de judeus e espoliador
de populações. A condessa em 1487, estava na mesma tenda de D. Alvaro de
Portugal (amigo de Colombo) quando este foi alvo de um atentado por parte um
mouro, durante a conquista de Málaga. O caso está abundantemente relatado nas
crónicas espanholas que registam esta conquista.
Apesar deste factos estavam ambos também ligados à nobreza portuguesa e
inclusive à esposa de Colombo (Filipa Moniz). Talvez por esta razão não deixou de o apoiar.
6.
Alonso de Quintanilla
Contador mor de
Isabel, a Católica ?. Neste caso,
o intermediário terá sido Pedro Diaz de Toledo.
Em Janeiro de
1486, os reis católicos encontraram-se pela primeira vez com Colombo, na cidade
arcebispal de Alcalá de Henares, onde então se encontrava a corte.
Isabel,
mandou que Pedro Diaz de Toledo, lhe desse então 30 doblas
castellanas de ouro, na presença do Doutor Talavera.
Foi Pedro Diaz
que depois ordenou que Alonso a dê-se o dinheiro a Colombo, o que este fez. Recorde-se que Pedro
Diaz, futuro bispo de Málaga, foi quem identificou, num documento oficial, Colombo por duas como
português. A sua formação clássica, renascentista e linguística, assim como
o intenso contacto com conhecedores de obras italianas e portuguesas, certamente
não lhe permitiam confundir um português com um italiano Mais.
A
confiarmos nos historiadores espanhóis, Alonso foi que organizou os
novos encontros de apresentação Colombo com os reis
católicos, mas também com o Cardeal, que tiveram lugar em Maio de 1486.
Quem era
este Alonso de Quintanilha? Foi preceptor de Enrique
IV, secretário do Marquês de Villena e regedor de Medina del
Campo, onde faleceu em 1500. O primeiro senhor desta cidade, a que estava
intimanente ligado, foi Fernando de Antequera (Casa Trastamara), que tinha entre os
seus filhos o Duque de Albuquerque, o conde de Villena e até uma rainha
de Portugal - Dona Leonor, casada com D. Duarte. Nesta cidade existia uma
enorme e significativa comunidade de portugueses, a maior parte dos quais
constituida por mercadores judeus e conversos (cristãos-novos) ( 1).
Este
exemplo mostra, uma vez mais, que estamos sempre à volta do mesmo circulo de
pessoas ligadas a Portugal e que sabem falar português, como Isabel, a
Católica.
Com
tantas recomendações, e os antecedentes que Colombo terá evocado, não admira que
Pedro de Mendonza, em 1492, lhe tenha
facilitado o acesso à alta nobreza espanhola. Colombo não passava de mais um
exilado português, que em Espanha oferecia aos reis católicos segredos
ciosamente guardados pelos reis de Portugal, sobre a existência de ricas terras
a Ocidente e a forma de as conquistar.
C ) Partido Aragonês
Fernando de Aragão
sabia muito bem quem era Colombo. Tinha-o como inimigo, e este mostrava-se
orgulhoso dizendo que havia combatido Juan II de Aragão, pai de Fernando.
Mais
Aragão, à semelhança
de outros reinos e repúblicas do Mediterrâneo estavam profundamente interessadas
em tudo o que disse-se respeito às expedições portuguesas no Atlântico. A
descoberta de um caminho maritimo para a India, através do Ocidente ou
contornando África afectaria a economia do Mediterrâneo.
É nesse sentido, que
envolve alguns aragoneses ou pessoas que lhe eram fiéis nas negociações do
projecto de Colombo.
- Luis de Santángel,
aragonês, escrivão da fazenda na Corte. Hernando Colon afirma (cap.XII),
embora o recebesse bem, nada pode adiantar, pois o assunto o transcendia. Las
Casas, inclina-se para o que facilitador dos contactos tenha sido Santángel.
Colombo, quando chegou a Lisboa,
vindo da América, uma das primeiras pessoas que informou por escrito foi
Santángel.
- Diego de Deza, frade
dominicano, depois arcebispo de Sevilha.
Colombo atribui, o acesso aos contactos
com a Corte a Diego de Deza e a Juan Cabrero (21).
Mais
- Juan Cabrero (Saragoça,
1440-1514), aragonês,
continuo da corte (1477), corregedor de Múrcia (primavera 1488), camareiro mor do rei Fernando de Aragão
(desde 1490).
Era cavaleiro da
Ordem Militar de Santiago de Espada,
o que certamente poderá ter suscitado alguma simpatia por Colombo.
Mais
Foi mais tarde recompensado por Fernando de
Aragão, que lhe deu
100 indios em La Hispaniola (1510), passando a receber o rendimento dos mesmos em Espanha. Diego Colon mostrou alguma resistência em conceder esta
tardia dádiva real, sendo compelido a isso por Fernando de Aragão ( (23 /2 /
1512). Colombo terá o conhecido em Murcia, quando ai se deslocou em 1488.
- Gutierre de Cárdenas y
Chacón ( -1503),
comendador mayor de León da Ordem Militar de Santiago de Espada,
o que poderá ter aproximado de Colombo.
Mais
Foi um dos mentores do
casamento de Isabel de Castela com Fernando de Aragão. Colocou-se ao lado dos
reis católicos durante a guerra contra Portugal (1475-1479). Casou com Teresa Enríquez, filha do Almirante de Castela, e portanto parente de Fernando de
Aragão.
Em 1494 foi um dos espanhóis encarregados de negociar o
Tratado de Tordesilhas
com Portugal. Referido por Las Casas.
D
) Outros Castelhanos
Depois do projecto ter sido aprovado, muitos foram os castelhanos que aparecem
naturalmente associados a Colombo, entre eles destacamos:
1. Irmãos Pinzones
Na primeira viagem às Indias foram com Colombo três irmãos: Francisco Martín
Pinzón (1441-1493), Francisco Martín Pinzón (1445-1502) e Vicente Yanéz Pinzón
(1462-1514). Trata-se de uma familia de antigos corsários e piratas de Palos,
intimamente aparentada com portugueses. As surpresas são mais do que muitas. Mais
2. Juan de la Cosa
Um piloto de origem espanhola que durante anos esteve ao serviço de Portugal,
tendo ido às suas rotas secretas na Guiné. Era um homem de confiança de D. João
II.
Em meados de 1492, estava com a sua nau - Santa Maria - no porto de Palos de La
Fronteira. Colombo fretou o seu navio para a 1º. viagem. A coincidência era
total.
Na 1ª. Viagem de à América, combinado com Colombo, afundam na noite de Natal
de 1492, a nau
Santa Maria. Este foi o pretexto para deixarem nas Antilhas os espiões dos
reis de Espanha. Desta forma impediam que os mesmos falassem sobre o que haviam
de facto descoberto, e por outro lado garantiam que a voltariam às
Antilhas. Mais
3. Diego de Ocaña
Uma das mais enigmáticas figuras que aparece como intermediário em todo o tipo
de negócios, incluindo o contrabando com Portugal.
E
) Comunidade Judaica Espanhola
Os judeus espanhóis que estavam a ser expulsos, mortos e roubados deram
um apoio fundamental para esta viagem. D. João II teve para com eles uma
atitude adequada - recebe-os em Portugal Mais.
Sem
uma tão vasta rede de apoios em Espanha a missão de Colombo seria impossível
de qualquer êxito. |
Carlos
Fontes |
|
Notas:
( 1 ) A feira de Medina del Campo
era muito concorrida por mercadores portugueses que aí se abastecer e vender
produtos (açucar, corantes, etc).
( 2 )
(3) "Martín
Fernández Portocarrero (IV Señor de Moguer). Consta
como IV Señor de Moguer y III Señor de Villanueva del Fresno, desde 1386 por
un documento en el que designa al escribano de Moguer, hasta 1418 en que realiza
su testamento e instituye el mayorazgo de Villanueva del Fresno. Vivió durante
los reinados de Juan I, Enrique III y Juan II. En 1387 consiguió otra
confirmación del mayorazgo de Moguer. En 1394 fue corregidor de Jerez de la
Frontera por orden de Enrique III para acabar con ciertas alteraciones que existían
en la ciudad. En 1403 aparece como alcaide de Tarifa. En 1410 es citado por un
manuscrito genealógico del siglo XVI entre los caballeros que tomaron parte en
el cerco de Antequera. Por último entre 1414-1416 participó en las contiendas
civiles y políticas de los bandos nobiliarios de Andalucía.
Casó con Leonor Cabeza de Vaca, hija del maestre
de la Orden de Santiago, Pedro Fernández Cabeza de Vaca, en 1384. Del
matrimonio nacieron cuatro hijos: Pedro Portocarrero, Francisca Portocarrero,
Beatriz Portocarrero y Elvira Portocarrero.", Wikipedia,19/3/2010
(4 ) cfr. Luis Adão da Fonseca - Alguns Aspectos
das Relações Diplomáticas entre Portugal e Castela em Meados do Século XV
(1449-1456), in, Revista da Fac. Letras
(5)
(6 ) Filha de Martim Allfonso
Tellez de Menezes (1310-1356) e de Aldonza Anes de Vasconcelos (1320-?).
(7 ) Isabel era filha de D.
Pedro, adelantado de Múrcia e neta de Ruy Lopes Avalos (Davalos), condestável
de Castela, conde de Ribadeo (1375-1422).
(8 ) Enrique II de Trastamara, em
1373, entregou como dote
Alba de Tormes ao Infante d.
Dinis, filho de d. Pedro I e de Dona Inês de Castro.
(9) Portilla, Paz Romero -
Protagonismo del partido portugués en la política castellana del siglo XV, in,
Revista da Faculdade de Letras do Porto. História, nº.4, 2003.
(10) Pizarro, José Augusto Sotto
Mayor - De e Para Portugal, in, Anuario de Estudios Medievales (AEM), 40/2,
Julio-Diciebre, 2010.pp. 889-924
(11) Afonso Teles de Girão
era filho de Martín Vázquez de Acuña (c.1357-1417), senhor de Tábua,
Lafões, Besteiros, etc. Alcaide-mor de Lisboa (1372), conselheiro do reino.
Fugiu para Castela em 1397.
(12 ) Romero-Camacho, Isabel
Montes - Las Instituciones de la "saca" en la Sevilla de siglo XV.
Aproximacion al estudio de la organizacion del comércio exterior de la corona
de castilla al final de la Idad Media, in, HID, 31 (2004), pp. 417-436. (Universidad
de Sevilla)
(13) Moreno, Humberto Baquero -
Os Confrontos entre D. Afonso V e os Reis Católicos, in, Revista da Faculdade
de Letras. Porto.
(14) Ruiz, Manuel Ciudad - El
Maestrazgo de Don Rodrigo Téllez de Girón, in, En la España Medieval, 2000,
23. pp.321-365
(15) Cervignón, José Ignacio
Ortega - El Arraigo de los linajes Portugueses en la castilla bajomedieval: el
caso de los Acuña en el obispado de Cuenca ...
(16) Fernandez de Madrid, A - Vida de Fray
Fernando de Talavera, primer Arzobispo de Granada. Granada. 1992.
(17) Martínez, Miguel Molina - Fray
Hernando de Talavera y Colón, in, Rev. Elect. de la Asociacíon Española de
Amerericanistas. 2008, vol. 1, nº.1.
(18) Las Casas, escreve que Diego de Deza
e camarero Juan
Cabrero, " se gloriaban que habían sido la causa de que los reyes aceptasen la
dicha empresa y descubrimiento de las Indias». (Hist. Indias, T.I, cap. 29)
(19) Luis Suarez - Isabel I, Reina... pp. 176-186
(20) A família portocarreiro provém de Garcia
Afonso, rico-homem no reino de Leão, pai de Reimão Garcia de Portocarreiro, que
veio com o Conde D. Henrique para Portugal, e este deu-lhe o concelho de
Portocarreiro, a meia légua de Marco de Canaveses. Consultar: Portocarreiro, in,
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol.22. A entrada é excelente.
21) cartas a Diego Colon, de Sevilla, 21/11/1505, e carta de 21/12/1504.
(22) Olivera Serrano, Cesar- Beatriz
de Portugal: la pugna dinástica Aviz - Trastámara...; idem- Um exilado portugues
castilla: Pedro Rodriguez de Fonseca, Poder y sociedad en la Baja Edad Media
Hispanica, Valladolid. 2002; idem, - Linaje portuguesa en Castilla al fin del siglo XIV, in,
Actas de la XI Reunion Americana de genealogia: España y americana... Sagarra Gamazo, A - El Protagonismo de la familia
fonseca, originaria de Portugal y asentada en Toro, en la política castellana
hasta el descubrimiento de America, Anuario de 1993 do IEZFO, p.421-427;
Silva, Afonso Franco - El Arzobispo de Sevilla Alonso de Fonseca el viejo.Notas
sobre a su vida., in, Boletin de la Real Academia de la Historia. Tomo CXCVI
nº.1. Ano 1999
23) Adelaide Sagarra Gamazo tem uma vasta obra
sobre os fonsecas de Toro e em particular Juan Rodriguez Fonseca.
(24) O Bispo de Évora - Garcia de Meneses -, na
sua desastrada incursão em Castela, acabou preso. Após ter conseguido fugir,
refugiou-se no castelo de Medellin, onde resistiu às investidas castelhanas até
serem acordadas as pazes de Alcáçovas, a 8 de Setembro de 1479. (cfr. Rui de
Pina, Crónica de D. Afonso V, cap.CCV).
(25)
(26) Juan Rodrigues Fonseca perdeu grande parte
da sua influência durante o reinado de Filipe I e da acção do flamengo Jean Le
Sauvage na política das indias. Cfr. Adelaida Sagarrra Gazamo - El Protagonismo
de Juan Rodriguez de Fonseca, gestor indiano, en la diplomacia y la politica castellana desde su sede episcopal de burgos., in, BIFG, Burgos.Ano LXXIV,nº211
(1995/2).- Las
(27) Alguns historiadores afirmam que estes
fonsecas portugueses eram de origem judaica, tendo em conta a enorme quantidade
de judeus portugueses com este apelido e que forma vítimas da Inquisição em
Espanha e nas suas colónias. Cfr. Hova, Eugenio de - Historia de Nuevo Reino de
León (1537-1723) .p.217
(28) Varela, Consuelo - Colón y la Casa de la
Contratación, in, XXV Congreso 500 años de la Casa de la Contratación de
Sevilla, pp.221-236
(29) Beatriz Pacheco era filha ilegítima de Juan
Fernandez Pacheco y Téllez Girón (1419-1474). Casou-se em primeiras núpcias com
Rodrigo Portocarrero (1453), e em segundas núpcias com Alonso da Silva, 2º.
Conde de Cifuentes (1465). Encontra-se sepultada no mosteiro de Santa Maria del
Parral, em Segóvia, mandado construir pelo seu pai.
(30) O retábulo da capela mayor foi feito por
Alonso Berruguete e Vasco de la Zarza ( ? - 1524), escultor castelhano de origem
portuguesa. Vasco foi quem fez o sepulcro de Beltrán de la Cueva e das suas três
esposas, no most. de S. Francisco de Cuellar (Segóvia).
(31) Caetano de Sousa, António - Historia
Genealógica..., LIvro IX, pp. 157-158
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