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Portugal na União Europeia
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Grã-Bretanha: Um
membro incómodo?
Desde a sua
adesão, em 1973, à CEE tem mantido uma singular coerência na sua política. A
actual União Europeia, como a anterior CEE é para a Grã-Bretanha uma
organização de estados soberanos, cujo único objectivo aceitável é a
facilitação das trocas comerciais. Tudo o mais é dispensável. Mais |
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EUA - EUROPA
Os EUA viram na Europa,
depois da 2ª. Guerra Mundial (1939-1945), um enorme "mercado protegido" para
as suas empresas.
É lógico que tenham apostado na estabilidade política da Europa, pois isso
garantia o escoamento das suas exportações, dando aos EUA uma grande
prosperidade. Os EUA receberam enormes reservas de ouro da Europa. A criação
da CECA (1951) e depois da CEE (1957) foi apoiada, embora sem entusiasmo,
pelos EUA.
O sucesso da CEE nos anos 60,
com o consequente aumento das exportações de produtos deste bloco económico
para os EUA causou-lhes alguma preocupação. O défice comercial dos EUA
não parou de aumentar. A resposta americana não se fez esperar: o dólar
deixou de ser convertível em ouro, em 1971, mas continuou a ser imposto como
moeda usada no comércio internacional. Mais
Comércio Livre
EUA-UE
O acordo
estava a ser negociado em segredo desde 2012, mas só em 2013 se ouviu falar
dele. O principal objectivo é criar um grande "bloco económico", com mais de 819
milhões de consumidores (506 da UE e 313 dos EUA), para estimular o seu
crescimento económico. Outro objectivo geo-estratégico é fazer
frente à expansão dos chamados BRIC (Brasil, Rússia, India e China),
dificultando-lhes o acesso a estes mercados. Em contrapartida, os europeus,
garantem a continuidade como moeda do comércio internacional e facilitam a
entrada de produtos agrícolas do EUA, etc. Mais |
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Rússia - UE
A antiga União Soviética
encarou a CEE/UE sempre como uma ameaça: era o símbolo do capitalismo, cujo
prosperidade contaminava a Rússia e os seus países satélites. A situação
pareceu mudar, em 1989, em consequência da queda do Muro de Berlim e o fim
da antiga União Soviética e a libertação dos seus países satélites.
Chegou-se mesmo a falar que a Rússia pudesse vir a integrar a UE, mas
rapidamente o equivoco se desfez, quando vários do bloco soviético, pediram a
adesão à UE. Mais
Igreja do Sangue Derramado, em
Moscovo. Foi construída em 1881 no local onde foi assassinado o Czar
Alexandre II
A Estratégia
da UE-EUA face à Rússia
O atual conflito da UE face à
Rússia, numa perspectiva histórica, nada tem de novo. É simplesmente a
continuidade de um objectivo que desde o século XVIII é regularmente
prosseguido: enfraquecer ou mesmo aniquilar a grande potência que se criou a
leste da Europa. Mais |
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A China à Conquista
da Europa
Grande
potência até a século XVIII, humilhada pelos europeus no século XIX, e pelos
japoneses no século XX, acordou de novo a partir dos anos 80 do século XX,
abraçando um modelo de capitalismo sem regras.
Com a
abertura da China ao mundo, os EUA, a UE e vários países asiáticos (Coreia
do Sul, Japão) viram na mão de obra chinesa (abundante e barata), uma
incrível oportunidade de ouro para fazerem grandes negócios. As suas
unidades de produção foram deslocadas para a China, que rapidamente se
converteu na grande fábrica do mundo. A exportação em massa de
produtos "made in China", permitiu-lhes acumular enormes reservas dólares, e
mais recentemente de euros. Mais
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Fotografia de Yannis Behrakis,
fotógrafo da agência Reuters (2015)
O
Drama dos Refugiados que Abalou a Europa
A fuga em massa
de centenas de milhares de pessoas dos países muçulmanos para a União Europeia
evidenciou aquilo que já todos sabíamos: a palavra solidariedade tem pouco
valor entre os estados membros.
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A Questão da Identidade
Europeia
A Europa, berço de muitas civilizações e da própria
democracia foi ao longo do século XX o palco de muitas guerras e dos mais
ferozes regimes totalitários onde a barbárie ultrapassou todos os
limites. Uma das coisas que os europeus aprenderam nas últimas décadas, foi a
de que a paz e a democracia não são conquistas definitivas, exigem pelo
contrário um empenho constante de todos os cidadãos na sua preservação e
aprofundamento. A cidadania da união Europeia tem sido forjada neste paradigma. Mais
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Matrizes do Pensamento
Ocidental
Aquilo que designamos por Cultura
Ocidental não passa de uma construção ideológica que ao longo dos séculos os
europeus foram formando para se distinguirem dos outros povos, nomeadamente os
orientais. Mais |
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Marcos
Históricos da Construção Europeia
A Ideia de unir todos os povos da Europa tem mais
de dois mil anos. Os que a tentarem concretizarem, recorreram quase sempre à
força, provocando enormes matanças. A ideia de construir pacificamente esta união é
muito recente, continuando a despertar as maiores desconfianças em muitos europeus.
Mais |
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Um Improvável Império: União Europeia
A União Europeia (UE) é uma
associação (voluntária) de países que foram antigos impérios ou que
resultaram da fragmentação de impérios. Todos eles tem uma longa história de
guerras entre si pela conquista da Europa, mas também do mundo. Guerras que
custaram a vidas a centenas de milhões de pessoas.
Mais |
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Federalismo à Força
Os chamados "pais" da União
Europeia, como Jean Monnet ou Spinelli, ainda durante a II Guerra Mundial
(1939-1945), defenderam que a única forma da Europa evitar as guerras internas
era criar uma "federação", uma entidade supranacional que governasse todo o
continente. A CECA-Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço (1951)
foi a expressão mitigada destas ideias federalistas, mas que se
irão traduzir na criação da
CEE- Comunidade Económica
Europeia (1957). Os anos 60 e setenta foi pouco propício às ideias federalistas,
que receberam a partir dos anos 80 um decisivo impulso.
Mais. |
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Defesa Comum
É corrente
dizer-se que o principal inimigo dos europeus são eles próprios, e a sua longa
tradição de guerras devastadoras. Apesar da formidável obra que tem sido a União
Europeia, a verdade é que a desconfiança é enorme entre os estados-membros.
Existe inúmeros conflitos latentes (históricos) os mantém permanentemente alerta
com os seus vizinhos.
Nesse sentido, todas as tentativas para criar uma força militar conjunta, ou
coordenar a política externa tem terminado num completo fracasso. Em matéria de
defesa, o princípio básico, continua a ser cada uma assegurar a sua própria
defesa, deixando para os EUA a defesa global. Mais
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A Construção do "Estado"
Europeu
Quem hoje visita
a "cidade da UE" em Bruxelas, quando a UE está mergulhada numa profunda crise,
não deixa de ficar surpreendido com a dimensão das edifícios comunitários já
construídos e aqueles que estão em construção. Dir-se-ia neste domínio, o das
infra-estruturas que a UE respira dinamismo, o que se reflecte num orçamento
de funcionamento cada vez mais elevado.
Este movimento
construtivo reflecte um outro fenómeno mais significativo no seio da UE: a
centralização das esferas de decisão comunitárias, num grupo cada vez mais
restrito de pessoas, não eleitas, em Bruxelas.
Alguns teóricos
(anti-democratas) falam de um fenómeno inevitável de desterritorialização da
política, reflexo da globalização, desmaterialização da produção, do
ciberespaço, etc. O sistema democráticos, como os conhecemos estariam desta
forma condenados a desaparecer.
Os representantes
escolhidos pelos cidadãos deixaram de ter qualquer poder efectivo sobre um dado
território, quem agora toma as decisões são entidades difusas, anónimas, que
actuam em organizações supra-nacionais e em última instância nos
mercados.
A UE seria aliás
o melhor exemplo desta desterritorialização da política. Os parlamentos
nacionais, onde antes se tomavam as grandes decisões sobre os países,
desde 2010 foram reduzidos nas suas competências nucleares. O chamado Eurocid
-"Semestre europeu" (aprovado a 7 de Setembro de 2010), alterou uma
longa tradição dos estados democratas europeus: a aprovação do orçamento.
.As linhas orientadoras dos
orçamentos (e programas) de governo são agora previamente elaborados pelos
burocratas da UE (Janeiro), que as submetem depois ao Conselho Europeu (Março).
Os governos têm que elaborar os respectivos orçamentos com base nestas
orientações, e negociar alterações com os burocratas da Comissão Europeia
(Abril).
No caso
português, por exemplo, o orçamento quando é apresentado pela primeira vez na
Assembleia da República para discussão (Outubro) já foi discutido e aprovado em
Bruxelas ! Aos inúteis deputados apenas resta mostrarem a sua inutilidade, lerem
e aprovarem aquilo que já está aprovado.
Neste processo, o papel dos
parlamentos nacionais, mas também o do parlamento europeu é irrelevante ou nulo.
As decisões estruturantes são tomadas por anónimos burocratas da UE. Mais |
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Futuro da UE
A crise do Euro,
depois de 2008, gerou um novo jogo: prever o futuro da UE. O economista Gavyn
Davies, antigo quadro da Goldman Sachs, em 2011, divulgou quatro cenários
possíveis, que com algumas alterações têm servido de inspiração para outros
exercícios futurológicos semelhantes. Mais |
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A Ameaça Alemã
A ideia de uma União Europeia
está ligada à tentativa de controlar os impetos expansionistas da Alemanha, que
estiveram no século XX na origem de duas guerras mundiais, que provocaram a
morte de mais de 70 milhões de pessoas.
Mais As Duas Alemanhas
A ideia de um
"Império Europeu" é um dos mitos mais persistentes nos países germanófonos
(Alemanha, Austria), mas também nas regiões onde existentes importantes
comunidades de falantes desta língua (Suíça, Luxemburgo, Bélgica).
A própria
propaganda oficial da União Europeia, sob influência germanófona, com alguma
frequência estabelece remonta a origem da União Europeia ao ano 800,
quando Carlos Magno (Charlemagno, Great Karl) funda o
Sacro-Império Romano- Germânico, o Iº. Reich. A ideia de um Império sob a
égide de um imperador germano irá alimentar durante séculos inúmeras
guerras. Mais
A Alemanha tentou
conquistar a Europa por duas vezes (1914-1918 e 1939-1945) e fracassou. Hoje,
para muitos analistas, procura dominar a Europa através da EU e do Euro.
BCE, um banco alemão?
Foi sem qualquer
surpresa que se ficou a saber, em Agosto de 2013, que a Alemanha, assumindo-se
como uma potência hegemónica no seio da UE, havia lucrado 41 mil milhões de
euros com a crise da divida soberana dos chamados países periféricos.
Este lucro obtido
pelo estado alemão só foi possível graças a uma ação concertada com Banco Central
Europeu (BCE), responsável pala gestão do euro, e que se encontra sediado em Frankfurt (Alemanha).
As
orientações vieram do Deutsche Bank, sediado igualmente em Frankfurt.
Mais
Alemanha contra o EURO
Para o comum dos cidadãos europeus é difícil perceber porque a
Alemanha constitui um perigo para os países que adoptaram o Euro. As acusações
que lhe são feitas, numa perspectiva alemã são interpretadas como elogios...
Mais
A Grécia e a Afirmação
da Hegemonia Alemã
Se falência do
Lehman Brothers Holdings Inc (Setembro de 2008), nas suas ondas de choque por
todo o mundo, descobriu as enormes fragilidades dos países que haviam adoptado a
moeda única - o euro (2002). Estas economias caminharam rapidamente para a sua
insustentabilidade, ao abandonarem a produção de bens transacionáveis,
passando a viver do comércio de bens importados e do crédito barato, e
das transferências da UE. A divida dos Estados, familias e empresas não
tardaram a atingir valores incomensuráveis.
A Grécia foi,
neste contexto, onde esta política maior impacto registou. A construção e
reparação naval, por exemplo, da sua gigantesca marinha mercante
(controlam entre 15% e 20% da tonelagem da marinha mercante mundial)
foi praticamente abandonada. Os
próprios armadores gregos passaram a operar fora da Grécia, onde no entanto a
marinha mercante não paga impostos. A cultura da produção foi substituída pela
da importação, consumo. O crédito barato permitiu a expansão do consumo interno,
concessão de benefícios sociais, realização de eventos de grande dimensão (Jogos
Olímpicos, 2004), grandes investimentos em armamento, etc. Como se tudo isto não
bastasse, a Grécia tem um sistema partidária de características mafiosas,
muito semelhante ao que existe em Portugal, o que contribuiu para o desvario das
contas públicas. Mais |
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Portugal à
Venda
Num gesto
simbólico um grupo de cidadãos no dia 26 de Junho de 2015 colocou em dezenas
de edifícios públicos, como a Assembleia da República uma faixa com a
palavra "vendido". Desde 2011 que o actual governo de direita, sob as ordens
da UE-FMI tem vendido ao desbarato empresas, edifícios e terrenos públicos
alegadamente para pagar uma dívida que não para de aumentar. O saque tem
sido completo. Mais
Endividamento
Externo de Portugal
A crise económica
que ocorreu em 2008, revelou um grave problema da economia portuguesa: o
país estava a gastar muito mais do que a riqueza que produzia.
Para manter e
melhorar o bem estar das famílias e promover o desenvolvimento económico não parou de
se endividar ao exterior.
As dívidas do
Estado, famílias e empresas representavam em finais de 2008, cerca de 300% do
PIB. Um
fenómeno comum à maioria dos países desenvolvidos, mas que em Portugal
atingiu enormes proporções. Mais Condenados ?
Estará Portugal condenado
historicamente a ser um país pobre? O atual primeiro-ministro de Portugal -
Pedro Passos Coelho - anunciou como um dos objectivos do seu governo
empobrecer os portugueses. Mais
Portugal na
Construção da União Europeia (I )
Portugal embora não tenha
participado na IIª. Guerra Mundial (1939-1945), não deixou de estar envolvido
nos movimentos que lhe sucederam no sentido de se criarem na Europa organizações
de cooperação entre os vários Estados.
A manutenção das suas colónias de
Portugal em África, Ásia e Oceânia rapidamente se tornaram num obstáculo a
esta cooperação, acabando por isolar progressivamente o país no contexto
internacional.
A partir dos anos 60 a situação tornou-se insustentável. A
manutenção das colónias, com tudo o que elas implicaram, representou um
obstáculo brutal ao desenvolvimento numa fase de expansão económica do mundo
ocidental. Mais Portugal na
Construção da União Europeia (II)
Portugal após a entrada na CEE
(actual UE), em Janeiro de 1986, deu alguns contributos decisivos para a
construção de um novo modelo supra-nacional na Europa.
Um dos melhores
momentos para assinalar o que tem sido a estratégia portuguesa tem analisar
aquilo em que se tem empenhado nas várias presidências (1992, 1999 e
2007). Mais História da Adesão
de Portugal à CEE
O incremento da
cooperação entre os vários países europeus após a II Guerra Mundial foi
atentamente seguido pela ditadura em Portugal (1926-1974).
O ditador
Salazar, apesar de defender uma via isolacionista foi obrigado pela
circunstâncias, a aderir de forma mitigada a este movimento integrador
europeu. Portugal, por exemplo, em 1948 foi um dos fundadores da OECE-
Organização para a Cooperação Económica, futura OCDE, cujo objectivo era
promover a cooperação entre os países membros e coordenar a distribuição dos
fundos do
Plano Marshall e promover as relações económicas
económicas entre os estados membros e os
EUA.
Mais
Emigrantes Portugueses Vítimas de Racismo e
Escravatura em países da União Europeia
.
Desiluda-se quem pensar que os
cidadãos europeus estão mais seguros contra o racismo e a escravização quando
migram na própria comunidade. Tomando apenas como referência o que acontece as
cidadãos portugueses na UE o panorama é aterrador.
Mais Portugal: as lições da
UE
O papel de
Portugal na UE continua a ser uma questão irrelevante para a esmagadora maioria
dos portugueses. Antes da crise de 2008, o debate sobre a UE em Portugal
cingia-se quase sempre as duas questões fundamentais: a boa ou má aplicação dos
financiamentos comunitários e as algumas bizarrias das exigências das directivas
comunitárias, nomeadamente em termos de consumo.
Mais |
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Gravura do séc. XVII. Filipe IV de
Espanha deu a Miguel de Vasconcelos e Brito, um nobre português, plenos poderes
para aplicar à população portuguesa pesados impostos. Ordem que cumpriu
fielmente, arruinando ainda mais Portugal. No dia 1º de Dezembro de 1640, quando
um corajoso grupo de portugueses entrou no Paço Real de Lisboa, escondeu-se
dentro de um armário. Descoberto foi morto e atirado à rua numa janela do paço.
O governo de Portugal
liderado por Passos Coelho (2011-2015), retirou da lista de feriados nacionais o dia 1º. de
Dezembro.
1986 = 1580 ?
A história não se
repete, mas num país tão antigo como Portugal, não faltam situações
aparentemente semelhantes ao longo da mesma.
Foram muitos os
que em 1580, viram imensas vantagens em Portugal passar a fazer parte da
Espanha, e nas duas primeiras décadas, muitos dos seus objectivos foram
concretizados. O casamento parecia perfeito.
Os traficantes de
escravos, conseguiram o monopólio do tráfico para as Indias espanholas
(América). A burguesia mercantil obteve parte do ouro e da prata das indias que
necessitava para o comércio internacional. A alta nobreza, como a Casa de
Bragança, viveu uma fase de opulência. A Inquisição Portuguesa, e a vasta
clientela de nobres e clérigos que alimentava com os seus saques aos hereges e
"judeus", reforçou o seu poder ao associar-se à Inquisição espanhola, mais
antiga e experiente.
Os vários
governos de Portugal, durante o domínio espanhol, foram entregues a uma casta
social, ligada às famílias mais tradicionais do reino. Os seus membros
desfrutavam na corte espanhola de enormes privilégios e reconhecimento pelo
trabalho realizado em Portugal.
Findo o período
de "encantamento" (cerca de 18 anos), os portugueses são confrontados com uma
dramática factura: o seu império colonial estava a ser tomado pelos ingleses,
holandeses e franceses. A sua magnifica marinha havia sido destruída. A sua
poderosa rede de comércio internacional havia desaparecido. As camadas da
população mais dinâmica estavam em fuga do país perseguidas pela Inquisição. Os
impostos aumentavam brutalmente. O recrutamento militar para ocorrer as guerras
espanholas, provocava uma verdadeira sangria na força do trabalho disponível.
A fome não tardou alastrar por todo o reino, perante a indiferença dos
sucessivos governos fieis servidores dos interesses estrangeiros. Quanto mais
eram odiados pela população, mais fiéis se mostravam para com a corte espanhola.
Mais |
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.Alex
Ballaman
Católicos versus
Protestantes, Norte versus Sul
Numa obra
mundialmente famosa - A ética protestante e o "espírito" do
capitalismo (1904/5) - , Max Weber, traçou as fronteiras
económicas da Europa depois do século XVI: o sul, onde predomina o
catolicismo, era o espaço dos perdulários, esbanjadores, iletrados,
preguiçosos, gente com uma forte aversão ao trabalho e poupança. O norte,
onde predomina o protestantismo era espaço do empreendorismo, poupança e
trabalho. Esta divisão era definida pela religião, mais
especificamente, por duas visões cristãs diferentes sobre o trabalho e o
lucro. Mais |
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Grandes e
Pequenos
Se em teoria
a UE todos os estados-membros (28) são iguais, a verdade é que a realidade é
muito mais complexa.
Embora a UE não possua nenhuma super-potência como os
EUA, a China ou a Rússia, tem três potências regionais: a Alemanha,
Grã-Bretanha e a França, mas que há muito deixaram de ter uma
capacidade de intervenção global. No quadro da UE o poder de decisão,
sobretudo da Alemanha, é decisivo. O Tratado de Lisboa consagrou o poder
destes estados no seio da UE.. Mais |
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Democracia na União
Europeia
A União Europeia (UE), apesar de
todos os avanços feitos para a aproximar dos cidadãos europeus, está longe
de ser uma organização supra-nacional democrática. Os seus principais orgãos
- Parlamento Europeu, Conselho Europeu, Conselho da União Europeia, Comissão
Europeia, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Banco Central Europeu - estão completamente
desligados dos cidadãos da UE.
Estamos perante uma organização
supra-nacional, cujo poder e dimensão não pára de aumentar. Conta
actualmente com mais de 43 mil funcionários (2012), a maioria dos
quais oriundos das regiões onde estão instalados os seus principais centros
de decisão. Os ordenados e privilégios de todos os que trabalham para a UE
são um verdadeiro escândalo público. Mais |
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Lóbis e Corrupção na
UE
Dada dimensão do
mercado económico da UE - 503, 7 milhões de habitantes (27 Estados, 2012),
e a enorme centralização das suas decisões - 75% da legislação nacional é
proveniente da UE -, é natural que nos seus principais centros de decisão
(Bruxelas e Estrasburgo), pululem os grupos de pressão (lóbis) para
influenciar directa ou indirectamente as decisões e a legislação
comunitária.
Calcula-se que
só em Bruxelas existem cerca de 15.000 a 20.000 lobistas que a trabalhar
para países, regiões, empresas, organizações patronais e sindicais,
associações de cidadãos, ONGs, etc.
O estado Alemão
é um dos que mais investem nesta pressão sobre os orgãos de decisão da UE.
Mais de 200 funcionários do Parlamento Alemão (Bundestag),
por exemplo, trabalham
junto do Parlamento Europeu a
recolherem e tratarem informação, de modo a anteciparem-se a qualquer
decisão. Não é por acaso, que as sedes dos principais centros de decisão da
UE estejam situados junto à fronteira da Alemanha, de forma a permitir um
mais fácil controlo.
Em resultado dos
enormes negócios envolvidos, a corrupção no seio da UE atinge hoje todos os
níveis, desde comissários, altos dirigentes, deputados até aos simples
funcionários. Um número crescente deles têm sido demitidos ou demitem-se,
como o comissário John Dalli, responsável das pasta da saúde e defesa do
consumidor (Outubro de 2012). A maioria dos corruptos, depois de fazer o
respectivo "serviço" nas estruturas da UE, transfere-se para as
empresas que os subornavam. Mais |
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A Europa no Mundo
O discurso
sobre a decadência da Europa não é novo. A novidade está no facto de que no
passado, se falava de decadência cultural, e hoje se fala sobretudo de
decadência económica e política. A Europa, o "museu do mundo", assumiu a
sua irrelevância internacional vivendo de recordações de um passado
"glorioso".
Ao longo do século XX foram
constantes os sinais desta decadência: a resolução da Iª Guerra Mundial (1914-1918) e
depois da 2ª. (1939-1945), embora tenham começado na Europa, só terminaram,
em grande parte, devido à intervenção de uma potência externa - os EUA. Nada
disto foi, no entanto, suficiente para abalar a confiança dos europeus na Europa,
mergulhados que estavam num discurso europocentrico.
A "crise
europeia" começou nos anos 80 do século XX, com aquilo
que se denominou chamar de "globalização". Uma conceito que mascara todavia
uma realidade mais complexa. Mais |
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Mercado Comum Contra a
Europa?
As críticas
contra a União Europeia não são de hoje, mas de sempre. Para muitos a ideia
de um mercado comum não passa de uma união alfandegária. O objectivo não é
aproximar os povos europeus, mas de os explorar num mercado livre, onde só
os mais fortes sobreviverão. Mais |
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O Euro, uma moeda
maldita?
Dez anos
depois de ter entrado em circulação (2002), a conclusão é consensual: o euro
foi mal concebido. Muitos são as deficiências que tem sido apontados: Havia
países, como a Grécia, que não deviam ter sido admitidos na zona euro; Uma
moeda demasiado forte diminui a capacidade competitiva de países, como
Portugal, provocando a destruição dos seus sectores produtivos; Não foram
previstos regras e sanções eficazes, baseadas em tratados, para dos países
incumpridores dos limites do defíce do Estado (3%) ou da dívida pública (60%
do PIB); A Alemanha e a França, como é sabido, foram os primeiros
incumpridores dos critérios de convergência; A falta de controlo na
concessão do crédito barato e abundante, depois de 2002, estimulou o
endividamento dos estados, famílias e empresas; Os estados, uma vez
que haviam perdido o controlo da política cambial, pouco ou nada
podiam fazer para alterarem a situação. A lista de graves deficiências do
Euro podia prosseguir. Em síntese, podemos dizer que falhou a regulação
política do sistema, dados que os conceptores do euro estavam convictos nas
virtudes da auto-regulação.
A moeda única
tornou-se, para uma boa parte dos europeus, num problema, atribuindo-lhe
inúmeros males. No discurso oficial de Bruxelas, o problema não está no
Euro, mas naquilo que faltou criar com o Euro: Um orçamento, política
fiscal, regulação bancária e políticas comuns. O Euro pressupunha afinal,
um sistema federalista. Bem vistas as coisas, a moeda única foi e é um
sucesso, o que falhou foi a criação dos Estados Unidos do Euro... Mais |
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O Factor Demográfico
A melhoria da qualidade de
vida na União Europeia, teve como reverso a diminuição da taxa de
natalidade e o envelhecimento da população. A situação em muitos
países teria sido muito pior, não fossem os milhões de imigrantes
recebem. A UE deixou de poder "funcionar" sem a continua captação de milhões
de imigrantes.
Em consequência do
envelhecimento da população, os custos com o sistema de saúde e de
reformas não tem parado de aumentar. Esta situação tem evidentes
reflexos na capacidade de inovação, produtividade e
dinamismo económico dos países mais afectados.
Uma análise do indice de
envelhecimento na UE, espelha com clareza as razões do debate que percorre
toda a Europa. A UE, a 27, em 2011, apresentava um indice de
envelhecimento de 113, 2% (nº. de pessoas com 65 anos ou mais, por cada
100 jovens, com idades entre 0 e 14 anos). Neste ano, o recordista do
envelhecimento era justamente a
Alemanha, o "motor económico"
da UE, com 154,9%.
Seguia-se a Itália -
145,9%, Bulgária - 140,2%, a Grécia -135,4%,
Portugal
e a
Letónia
com 129,6%,
Austria - 121, 1%,
Lituânia
-120,6%,
Eslovénia
- 116%, Espanha
-113,7%,
Hungria - 115,6%,
Suécia - 111,8%, Checa - 109%, Finlândia e Malta - 108,1%,
Bélgica- 101,5%, Roménia - 99,1%, Dinamarca - 96%,
Reino Unido-
95,8 %, Holanda - 91,5%,
França-
91%,
Polónia
- 90,6%para só citar
estes países.
A crise económica, depois de
2008, em países como Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha o Itália estão a
provocar a emigração em massa para o outros países de vastas camadas da
população mais jovem e qualificada, acelerando o seu processo de
envelhecimento e diminuindo as suas capacidades de inovação. Mais |
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A Questão Francesa
Na retórica dos
grandes princípios a França é dificilmente superável, mas a prática política
quase nunca os acompanha. Mais
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Nações Sem Estado |
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Conflitos Latentes
na UE
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União Europeia? Testa os teus
conhecimentos |
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