A Questão Francesa
Na retórica dos grandes
princípios republicanos a França é dificilmente superável, mas a prática
política quase nunca os acompanha.
1. O empenho francês na criação da
CEE, não decorreu dos grandes princípios teóricos da Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, mas da estratégia de controlar a antiga RFA - Republica Federal
Alemã, amarrando-a a um crescente conjunto de compromissos políticos, evitando
que a mesma se rearmar-se.
A Alemanha, na estratégia
política francesa, constitui uma ameaça quando é deixada sozinha. Quando nos
anos 80 do século XX, os franceses perceberam que a Alemanha tinha hipóteses de
voltar a reunificar-se, empenharam-se logo na criação da União Europeia, um
Estado Federal Europeu. 2.
A Grã-Bretanha, sempre com um pé dentro e outro fora da CEE/UE, é um claro
incómodo para a França, dado que não a pode controlar. Foi por esta razão que De
Gaulle ameaçou vetar a entrada da Grã-Bretanha, em 1963, e dez anos depois a
França realizou um referendo para decidir se aceitava ou não a sua adesão.
A Grã-Bretanha constitui ainda
outro perigoso maior para os franceses: pode ser uma possível porta de entrada
para os norte-americanos dominaram a União Europeia.
3. A França frequentemente outros
países de egoísmo ou nacionalismo balofos, mas quando estão em jogo os seus
interesses agrícolas, por exemplo, não se coíbe de condicionar as políticas
comunitárias. Entre 1975 e 1985, opôs à entrada de Portugal e da Espanha na CEE,
enquanto não lhe fossem dadas garantias de apoios aos seus agricultores.
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