Carlos Fontes

 

 

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A Questão Francesa

Na retórica dos grandes princípios republicanos a França é dificilmente superável, mas a prática política quase nunca os acompanha.

1. O empenho francês na criação da CEE, não decorreu dos grandes princípios teóricos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, mas da estratégia de controlar a antiga RFA - Republica Federal Alemã, amarrando-a a um crescente conjunto de compromissos políticos, evitando que a mesma se rearmar-se.

A Alemanha, na estratégia política francesa, constitui uma ameaça quando é deixada sozinha. Quando nos anos 80 do século XX, os franceses perceberam que a Alemanha tinha hipóteses de voltar a reunificar-se, empenharam-se logo na criação da União Europeia, um Estado Federal Europeu.

2. A Grã-Bretanha, sempre com um pé dentro e outro fora da CEE/UE, é um claro incómodo para a França, dado que não a pode controlar. Foi por esta razão que De Gaulle ameaçou vetar a entrada da Grã-Bretanha, em 1963, e dez anos depois a França realizou um referendo para decidir se aceitava ou não a sua adesão.

A Grã-Bretanha constitui ainda outro perigoso maior para os franceses: pode ser uma possível porta de entrada para os norte-americanos dominaram a União Europeia.  

3. A França frequentemente outros países de egoísmo ou nacionalismo balofos, mas quando estão em jogo os seus interesses agrícolas, por exemplo, não se coíbe de condicionar as políticas comunitárias. Entre 1975 e 1985, opôs à entrada de Portugal e da Espanha na CEE, enquanto não lhe fossem dadas garantias de apoios aos seus agricultores.

 

 
 

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Carlos Fontes

 
 

 

   
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