Num gesto simbólico um grupo de
cidadãos no dia 26 de Junho de 2015 colocou em dezenas de edifícios públicos,
como a Assembleia da República uma faixa com a palavra "vendido".
A receita da UE-FMI para a saída
da crise financeira em que Portugal se viu arrastado em 2008 é conhecida:
- Venda do país aos capital
estrangeiro de modo a ganhar a confiança dos mercados. Uma medida, como
veremos, o governo de direita se mostrou particularmente célere em cumprir.
- Um longo período de
austeridade necessário para pagar as rendas que os credores internacionais
possuem em Portugal. Para que estas rendas possam ser geradas é necessário
a redução do estado português à sua mínimo expressão através de cortes nos apoios sociais, investimento público,
redução de salários, asfixiar a população com impostos, etc, mas também
facilitar os despedimentos e indeminizações. Só assim se conseguirá, segundo a UE-FMI obter a
confiança dos mercados.
O governo esperava que com a venda
ao desbarato do património público ocorresse uma entrada massiva de capital estrangeiro em
Portugal de modo a relançar o crescimento económico, o que não aconteceu.
Tem-se assistido ao desmantelamento das empresas portuguesas, vendidas aos pedaços,
e à brutal redução do emprego
qualificado. Os novos grupos estrangeiros que se instalaram no país estão apenas
preocupados com as suas rendas e em sacar o máximo de recursos financeiros.
Desde Junho de 2011 que o actual
governo de direita (PSD/CDS-PP), sob as ordens da UE-FMI tem vendido ao
desbarato empresas, edifícios e terrenos públicos alegadamente para pagar uma
dívida que não para de aumentar.
A divida publica que em 2008
era de 71,7% do PIB, subiu para 96,2% em 2010 (1º.resgate da
Grécia), superando
agora os 130% (2015).
Numa política de verdadeiro saque
da população para responder às crescentes exigências dos "credores", o
governo cortou nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego,
convidando os jovens a emigrarem. Cerca de 350 mil portugueses emigraram entre
2011 e 2015.
O brutal aumento da carga fiscal
para arranjar dinheiro para os credores diminuiu o consumo interno, provocando o
encerramento de inúmeras empresas. O desemprego historicamente baixo em Portugal
subiu vertiginosamente. Em 2008 estava nos 7,6%, subiu para 10,8% em 2010
atingindo final de 13,9% em 2014.
Os serviços públicos têm sido
mínimo de modo a cortar nas despesas de forma a gerarem receitas (excedentes
primários) para entregar aos credores...
Privatização de Empresas
Públicas
Nesta onda privatizadora
a única preocupação do
governo tem sido a de gerar receitas, atuando como uma comissão liquidatária de
Portugal. Neste capítulo são absolutamente irrelevantes as consequências que podem resultar da
alienação de sectores estratégicos para o futuro da economia do país.
Portugal foi posto à venda !
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