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Rússia - UE
A antiga União Soviética
encarou a CEE/UE sempre como uma ameaça: era o símbolo do capitalismo, cujo
prosperidade contaminava a Rússia e os seus países satélites. A situação
pareceu mudar, em 1989, em consequência da queda do Muro de Berlim e o fim
da antiga União Soviética e a libertação dos seus países satélites.
Chegou-se mesmo a falar que a Rússia pudesse vir a integrar a UE, mas
rapidamente o equivoco se desfez, quando vários do bloco soviético, pediram a
adesão à UE.
Em 2004 aderiram a Letónia,
Polónia, Lituânia, Estónia, Hungria, Eslováquia, República Checa e
Eslovénia. Em 2007 seguiu-se a Bulgária e a Roménia, e mais recentemente a
Croácia (2013), sendo os próximos a Sérvia, Macedónia e e o Montenegro.
A UE
não apenas está a integrar países satélites da antiga União Soviética, mas
também membros do antigo Pacto de Varsóvia, exercendo uma forte influência
em países como a Ucrânia, Arménia, Geórgia, Bielorrússia, Azerbeijão e Moldavia.
Para além disto, a UE
tem agora fronteiras com a própria Rússia. A tensão tem vindo a crescer,
levando a Rússia a aproveitar vários situações para retaliar as aproximações
destes países à UE.
Museu da Artilharia, São
Petersburgo
Retaliações
A Rússia não apenas tem
manifestado o seu desagrado por estas aproximações em relação à UE, mas
adoptou uma vigorosa política de retaliações para com os países do leste
europeu que o fizerem.
A Ucrânia pretendeu
estabelecer um acordo de associação com a UE. As negociações prosseguiram, a
resposta da Rússia não se fez esperar. A Ucrânia, em Novembro de 2013, face
à chantagem económica que estava a ser alvo, acabou por desistir do acordo
com a UE. A Rússia demonstrou, uma vez mais, o enorme poder que possuía
nesta região do mundo.
Estratégia na UE
A Rússia tem um crescente
poder no seio da UE. Calcula-se que cerca de 40% das suas reservas de moeda
sejam em euros. É o terceiro parceiro comercial da UE, depois dos EUA e da
China.
O seu enorme poder na UE
reside no facto de ser, um dos seu principais fornecedores de gás
natural, permitindo-lhe obter enormes receitas.
Perante uma potencial ameaça
russa, os países da UE, mais dependentes destes hidrocarbonetos, têm vindo a
diversificar as suas fontes energéticas e a origem das suas aquisições. Como
resposta a esta situação, alguns multimilionários russos, passaram a
financiar equipas de futebol da UE...
As enormes receitas dos
hidrocarbonetos têm sido uma importante alavanca para a diversificação e
internacionalização das empresas russas. A partir de 2000 o número destas
empresas no seio da UE, tem vindo a aumentar ano após ano.
Marinha, São Petersburgo
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A União Soviética faz falta à União Europeia ?
A pergunta nada tem de original,
tantas vezes nos últimos anos tem sido feita. Durante a "Guerra Fria", a CEE
(actual UE), combatia o avanço do comunismo, mostrando que os países
capitalistas e democratas garantiam aos trabalhadores melhores condições de
vida, oportunidades e uma segurança social pródiga de recursos.
Enquanto durou a antiga União
Soviética (1917-1991), quando um país membro da CEE/UE tinha dificuldades
financeiras, a solidariedade dos restantes membros não se fazia esperar.
Depois da queda do Muro de Berlim
(1989) e da consequente derrocada do "Bloco Soviético" (Comunista), tudo começou
a mudar. Para a UE o importante era agora aumentar a dimensão do mercado
comunitário através da integração de novos países. A feroz luta pelo
domínio do vasto mercado que ia sendo construído, tornou ridículo o velho
discurso da solidariedade, coesão, desenvolvimento, etc.
Enterrado o comunismo na Rússia,
como na China, o liberalismo triunfante na UE, depois de 2008, passou a atacar
os Estado Social, a regulamentação das leis laborais, etc. | |