Império Russo/União Soviética

1. Antigo Império Russo

Depois da China , a Rússia é desde o século XVIII o grande império oriental. A sua expansão fez-se por anexações sucessivas dos seus vizinhos. No final do século XIX era um imenso mosaico de povos, línguas, culturas e religiões. 

A unidade do Império assentava num regime totalitário, que não hesitava no extermínio de povos. O terror era uma dos meios mais usados na política russa.

2. União Soviética - URSS (1917-1991)

As enormes desigualdades na distribuição das riquezas acabaram por gerar tensões internas que provocaram, em 1917, uma uma revolução social. Os antigos imperadores feudais foram substituídos por imperadores comunistas (Lenine, Estaline, etc). Os meios de produção foram centralizados e a população posta ao serviço do Estado. 

A brutalidade do Estado continuou, assim como os extermínios do povos que se manifestavam mais resistentes a uma completa assimilação. 

Os novos imperadores justificavam o seu poder num princípio ideológico de validade universal: a igualdade entre os homens. O império assumiu como missão  combater todas as formas de exploração do homem pelo homem. O capitalismo era a expressão do mal e das desigualdades. Na prática quem não se sujeitasse aos novos imperadores era morto ou perseguido. Esta acção projectou a influência o Império Soviético no mundo, apoiado pelo movimento comunista internacional. A Rússia passava a ter uma dimensão global através do poder mobilizador da ideologia.  

A IIª. Guerra Mundial (1939-1945) possibilitou à URSS anexar novos povos, mantendo outros debaixo do seu controlo. 

O poder militar da Rússia, mas também a sua influência ideológica permitiu-lhe chegar a um entendimento com o Império dos EUA, para dividir o mundo em duas partes, ficando cada um com a sua.  Foi a era da "Guerra Fria", "Equilíbrio do Terror". A influência da Rússia foi reforçada nos anos 50 e 60 com os movimentos de descolonização e o despertar do nacionalismo árabe. A URSS agrega à sua volta todos os povos que se opõe às potências ocidentais que simbolizavam o Capitalismo. 

Apesar dos enormes investimentos em armamento, o seu poder militar está longe de acompanhar a sua influência ideológica. Estes gastos acabam por constituir um travão ao desenvolvimento interno da URSS.

O Império Soviético acabou por ruir, deixando atrás de si uma multiplicidade de povos vivendo em condições miseráveis. O mundo descobriu que afinal o "Homem Novo"  nunca existira. A queda do Império provocou a independência de múltiplos povos há muito dominados (Ucrânia, Georgia, etc).

3. Novo Império Russo

O Império que começa a ser reconstruído, sobre os escombros da URSS  tem agora uma nova orientação ideológica. A Rússia afirma-se como um país capitalista, pronto a utilizar todos os seus enormes recursos naturais (petróleo, gás, diamantes, etc) ao serviço da expansão dos seus grupos económicos controlados pelo Estado. A matriz centralista mantém-se.

Estes vastos recursos naturais não tardaram em ser usados para tornar a impor o seu controlo sobre os povos que haviam ascendido à sua independência após a queda da URSS. A própria União Europeia começou a perceber que está cada vez mais dependente dos fornecimentos da Rússia. 

A Rússia continua  ter um mergulhada em velhas tensões internas, resultantes da sua enorme diversidade de povos e culturas. Os povos islâmicos são todavia os mais resistentes à assimilação, ameaçando hoje como no passado o próprio Império. O novo império em gestação não abdica do uso da força para esmagar os povos que resistam ao seu domínio. A barbárie nunca deixou de estar presente na política russa. O medo continua a ser usado como um instrumento de poder.

Tal como está a acontecer com a China, a Rússia irá ser dentro dos próximos anos um terror para os capitalistas ocidentais, pois irá usar as suas armas para os comprar no mercado globalizado. O facto de não ter os problemas típicos das democracias facilita-lhe o trabalho.  

Carlos Fontes

Mais:

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