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4. Império Inglês Nos séculos XV e XVI os ingleses dedicaram-se sobretudo à pirataria de navios portugueses e espanhóis. No início do século XVI começam a perceber que estavam a ficar para trás nas expedições marítimas e nos lucrativos negócios que as mesmas envolviam. Sem abandonarem a pirataria, instalam-se nas rotas dos portugueses, seguindo igualmente a sua estratégia militar e colonial: 1. A expansão inglesa é apoiada numa poderosa armada tecnologicamente evoluída. Entre os séculos XVIII e meados do XX, a "real armada" inglesa dominou de forma absoluta os mares, cortando as linhas de abastecimento marítimo às potências rivais; 2. A sua principal preocupação foi dominar os pontos estratégicos do mundo, em particular os estreitos, de forma controlar a circulação das mercadorias a nível mundial; 3. Em África, o seu grande objectivo nos séculos XVII e XVIII, foi dominar as rotas da escravatura de modo a abastecerem as colónias de mão-de-obra escrava. Depois foi proibir o tráfico de escravos de modo a asfixiar a economia baseada na escravatura das colónias que, entretanto, se tinham tornado independentes (EUA, 1776). Ao contrário dos portugueses, os ingleses não deram qualquer importância à evangelização dos povos. A questão religiosa nunca foi evocada para justificar a sua expansão. O seu objectivo é assumidamente capitalista. Trata-se de uma acção realizada por companhias ou capitalistas individuais. O Estado Inglês não foi o principal impulsionador da expansão, mas assegurou aos que a fizeram o indispensável apoio militar. América do Norte. O primeiro território onde se estabeleceram foi na América do Norte, no actual Canadá, tendo avançado depois para sul. Foi só no século XVII que a Inglaterra reclamará estes territórios, numa disputa com a França. Ao longo de todo o século XVIII persiste o conflito entre os dois países. A França acaba por se contentar em confinar as suas pretensões territoriais, à manutenção de uma comunidade francófona (Quebec ).
Apoiados no Canadá, avançam para sul e instalam-se na região dos actuais EUA, onde fundam várias colónias junto à costa ao longo dos século XVII e XVIII. A matança dos indios locais, expulsão dos holandeses e espanhóis, mas sobretudo a importação de milhões de escravos africanos contribuíram para dar um forte impulso e prosperidade a estas colónias. Esta estratégia tive menos êxito na América Central e América do Sul, dado que os espanhóis e portugueses estavam melhor preparados para lhes fazer frente. Africa. Em África começam por ocupar antigas possessões portuguesas, com destaque para as que existiram ns costas da Guiné, onde obtinham milhões de escravos para as suas colónias da América do Norte. Progressivamente instalaram-se em pontos estratégicos portugueses que lhes permitem o controlo das navegações entre a Europa e a Ásia : Ilhas de Santa Helena, Ascensão, Gâmbia, Costa do Ouro e no Cabo (África do Sul). No século XVIII, instalam-se em Gibraltar (Espanha), mesmo em frente à antiga colónia portuguesa de Ceuta, o que lhes permite controlar a entrada do Mediterrâneo. Assegurado o domínio indiscutível dos mares, no século XIX, os ingleses avançam por terra, submetendo vastas regiões de África, expulsando holandeses e alemães das suas possessões africanas. A 1ª. Guerra Mundial (1914-1918) permitiu-lhes dilatarem o seu poder em África, criando um vasto império que se estendia desde o Egipto à África do Sul. Ásia. Á semelhança dos Holandeses, os ingleses aliam-se aqui frequentemente a muçulmanos para combaterem cristãos. A sua instalação é facilitada pelo apoio que lhes é concedido pelos portugueses, quando em meados do século XVII lhes dão a cidade de Bombaim na Índia ( A Jóia da Coroa Britânica). É a partir de Bombaim que iniciam a sua expansão pelo Oriente, como os portugueses o haviam feito a partir de Goa. Os seus pontos estratégicos são praticamente os mesmos dos portugueses. Na China instalam-se em Hong Kong, muito perto de Macau. Na Malásia instalam-se em Singapura, perto de Malaca onde os portugueses se haviam fixado, etc. A derrocada do Império Otomano, e a decadência dos reinos muçulmanos permitiu-lhes nos séculos XIX e XX, dominar militarmente vastas regiões onde o IsIão predominava. Depois começam as retalhá-las, criando "colónias artificiais", de forma a dividir a resistência local aumentando as inimizades entre eles ("Dividir os indigenas para reinar", a velha política colonial) Oceania. Bem perto de Timor, onde os portugueses se estabeleceram no inicio do século XVI, os ingleses vão criar uma vasta colónia penal - a Austrália ( o nome foi dado por um português). Na região ainda fundam outras colónias como a Nova Zelândia, escravizando ou dizimando de forma sistemática os indígenas locais, como haviam feito na América do Norte. O seu objectivo é vender, explorar, gerar lucro. O melhor exemplo deste tipo de expansão, ocorre no século XIX, quando ameaçam os decrépitos imperadores chineses que se não comprarem ópio vendido por ingleses, a "real armada" provocaria uma verdadeira chacina na população. A moralidade capitalista é a do lucro, nada mais importa. Carlos Fontes | ||||||||||||||
1. Império Português. 2. Império Espanhol . 3. Império Holandês. 5. Império Francês . 6. Império Belga . 7. Império Alemão . 8. Império Italiano | ||||||||||||||
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