Impérios

Impérios Ocidentais no Mundo

6. Império Belga 

O Império Belga começa por ser um negócio privado de um rei - Leopoldo II (1835 - 1909 ), embora com uma justificação humanitária. Em finais do século XIX, Leopoldo olha para o que estava a acontecer em África, onde os grandes capitalistas europeus se estavam a apoderar de vastas regiões,  reúne capitais e parte à conquista do seu quinhão africano. Um saque e um genocídio semelhante aos que os espanhóis fizeram na América ía começar. 

Os portugueses chegaram ao Congo no século XV, tendo mantido com as populações locais durante séculos intensas relações políticas, culturais e comerciais. A cristianização da região foi feita por missionários portugueses até ao século XIX, quando foram substituídos por missionários franceses e belgas. 

No século XIIX, Leopoldo II atacou as pretensões de Portugal em ficar com o Congo, argumentado que era um país sem grandes recursos económicos e praticava a escravatura nas suas colónias. Esta justificação foi então apoiada pela França, Inglaterra e Alemanha que acabaram por lhe dar o Congo, como propriedade pessoal. 

Leopoldo II, em 1876, promove um empreendimento de exploração económica do Congo, sob o pretexto de civilizar os negros da região. Civilizar significava na sua opinião, escravizar a população do Congo, retirá-la da "ociosidade" em que vivia. A escravatura, tratada como "trabalho forçado",  iria dar "utilidade" aos congolenses, ao dar-lhes a oportunidade de contribuírem para aumentar a sua riqueza pessoal e financiarem grandes obras públicas na Bélgica. 

Em 1878, encarrega o "explorador" Henry Stanley de fundar um entreposto comercial no rio Congo. Durante a partilha de África na célebre Conferência de Berlim, em 1885, as potências europeias concedem-lhe a título pessoal um vasto território que não tarda a denominar Estado Livre do Congo. Em 1891 funda a sinistra Companhia do Catanga destinada á extracção da borracha. Outras companhias irão sendo criadas para uma verdadeira rapina do Congo.

O novo "estado" transforma as populações locais em escravos. Milhões de pessoas (homens, mulheres e crianças) morrem extenuados pelo trabalho forçado ou são assassinadas. Será a partir deste "estado" escravocrata que mais tarde será formado o Estado do Zaire (actual República Democrática do Congo).

Leopoldo II através de uma política colonial assente na escravatura, chacina das populações e saque dos recursos naturais, transformou a região do Congo numa das mais instáveis do mundo

Leopoldo II, não se confinou ao Congo, não tardou em apropriar-se da região do actual Ruanda, Uganda e Burundi . As suas populações foram uma vez mais escravizadas, sucedendo-se as matanças e os genocídios. Os territórios de antigas tribos foram divididos, populações deslocadas, assim como foram estimulados os ódios tribais. A típica política colonial: dividir para reinar ! 

Com a morte desta sinistra personagem, em 1909, o Estado Livre do Congo torna-se numa colónia da Bélgica, passando a ser chamada Congo Belga. A política de brutal exploração das populações em nada se alterou.

A Igreja católica belga participa activamente nesta política colonial, fomentando na região ódios tribais, nomeadamente entre Tutsis e Hutus. 

 Ao longo de décadas foram enviados para a região sucessivos bandos de mercenários para manterem ditadores no poder ou apoiarem o saque das populações e dos seus recursos naturais. 

Após a Independência do Congo, em 1960, as ingerências externas continuaram, transformando a região num caos, onde são constantes as guerras e os genocídios. A matriz "civilizacional" do sanguinário Leopoldo II continua viva.

Carlos Fontes

 
 

1. Império Português.  2. Império Espanhol 3. Império Holandês.  4. Império Inglês. 5. Império Francês .  7. Império Alemão . 8. Império Italiano

 
 
 

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