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6.
Império Belga
O Império Belga começa por ser um negócio privado de um rei - Leopoldo II (1835 - 1909 ), embora com uma justificação humanitária. Em finais do século XIX, Leopoldo olha para o que estava a acontecer em África, onde os grandes capitalistas europeus se estavam a apoderar de vastas regiões, reúne capitais e parte à conquista do seu quinhão africano. Um saque e um genocídio semelhante aos que os espanhóis fizeram na América ía começar.
Leopoldo II, em 1876, promove um empreendimento de exploração económica do Congo, sob o pretexto de civilizar os negros da região. Civilizar significava na sua opinião, escravizar a população do Congo, retirá-la da "ociosidade" em que vivia. A escravatura, tratada como "trabalho forçado", iria dar "utilidade" aos congolenses, ao dar-lhes a oportunidade de contribuírem para aumentar a sua riqueza pessoal e financiarem grandes obras públicas na Bélgica. Em 1878, encarrega o "explorador" Henry Stanley de fundar um entreposto comercial no rio Congo. Durante a partilha de África na célebre Conferência de Berlim, em 1885, as potências europeias concedem-lhe a título pessoal um vasto território que não tarda a denominar Estado Livre do Congo. Em 1891 funda a sinistra Companhia do Catanga destinada á extracção da borracha. Outras companhias irão sendo criadas para uma verdadeira rapina do Congo. O novo "estado" transforma as populações locais em escravos. Milhões de pessoas (homens, mulheres e crianças) morrem extenuados pelo trabalho forçado ou são assassinadas. Será a partir deste "estado" escravocrata que mais tarde será formado o Estado do Zaire (actual República Democrática do Congo). Leopoldo II através de uma política colonial assente na escravatura, chacina das populações e saque dos recursos naturais, transformou a região do Congo numa das mais instáveis do mundo. Leopoldo II, não se confinou ao Congo, não tardou em apropriar-se da região do actual Ruanda, Uganda e Burundi . As suas populações foram uma vez mais escravizadas, sucedendo-se as matanças e os genocídios. Os territórios de antigas tribos foram divididos, populações deslocadas, assim como foram estimulados os ódios tribais. A típica política colonial: dividir para reinar ! Com a morte desta sinistra personagem, em 1909, o Estado Livre do Congo torna-se numa colónia da Bélgica, passando a ser chamada Congo Belga. A política de brutal exploração das populações em nada se alterou. A Igreja católica belga participa activamente nesta política colonial, fomentando na região ódios tribais, nomeadamente entre Tutsis e Hutus. Ao longo de décadas foram enviados para a região sucessivos bandos de mercenários para manterem ditadores no poder ou apoiarem o saque das populações e dos seus recursos naturais. Após a Independência do Congo, em 1960, as ingerências externas continuaram, transformando a região num caos, onde são constantes as guerras e os genocídios. A matriz "civilizacional" do sanguinário Leopoldo II continua viva. Carlos Fontes | ||||||||||||||
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