Breve História da Adesão
de Portugal à CEE
O incremento da
cooperação entre os vários países europeus após a II Guerra Mundial foi
atentamente seguido pela ditadura em Portugal (1926-1974).
O ditador Salazar,
apesar de defender uma via isolacionista foi obrigado pela circunstâncias, a
aderir de forma mitigada a este movimento integrador europeu. Portugal, por
exemplo, em 1948 foi um dos fundadores da OECE- Organização para a Cooperação
Económica, futura OCDE, cujo objectivo era
promover a cooperação entre os países membros e coordenar a distribuição dos
fundos do
Plano Marshall e promover as relações económicas
económicas entre os estados membros e os
EUA.
1962-1972:
A Grã-Bretanha, em 1962, solicita negociações com a CEE, tendo em vista a sua
futura adesão. Portugal, a 18 de Maio, segue o exemplo britânico. A França, em
1963, veta as negociações com a Grã-Bretanha. As negociações com Portugal são
adiadas sine die.
Os anos 60 são marcados por uma enorme emigração de portugueses para os países
da CEE, o que aproxima naturalmente as duas realidades económicas e políticas.
Um facto que a ditadura, agora liderada por Marcelo Caetano, não podia ignorar.
As trocas comerciais entre Portugal e a CEE não param de aumentar. A 22 de Julho
de 1972 é assinado um acordo comercial entre Portugal e a CEE.
A adesão da Grã-Bretanha à CEE, em 1973, deixa Portugal cada vez mais isolado no
contexto europeu.
1974-1975:
No período revolucionário que se seguiu ao golpe militar de 25 de Abril de 1974,
liderada pelo Partido Comunista Português desenvolveu-se uma intensa campanha
contra a CEE, identificada como um espaço capitalista, dominado pelas grandes
multinacionais norte-americanas. Uma possível adesão de Portugal à CEE, poderia
neste contexto, significar um enorme obstáculo à via "socialista" preconizada
pelo MFA- Movimento das Forças Armadas.
Cartaz do PS, 1976
1976-1978:
O I governo Constitucional, liderado por Mário Soares, toma posse em Julho de
1976, definindo como uma das suas prioridades a adesão de Portugal à CEE. Em
Setembro de 1976 ocorrem dois importantes atos: a assinatura, em Bruxelas, o
Protocolo Adicional ao Acordo de 1972, que abria caminho para um pedido de
adesão plena nos termos do artigo 237º. do Tratado de Roma (20/9/1976), e a
admissão ao Conselho da Europa (22/9/1976).
Mário Soares inicia, em Fevereiro de 1977, uma série de visitas a vários países
dos países da CEE, para sondar os respectivos governos face a um possível pedido
de adesão de Portugal. A 28 de Fevereiro é formalmente pedida a adesão à CEE. A
19 de Maio de 1978 é dada uma resposta positiva ao pedido português, durante a
vigência do II Governo Constitucional, também chefiado por Mário Soares. A 17 de
Outubro iniciam-se as negociações entre Portugal e a CEE. |