Director: Carlos Fontes

 

 

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Negreiros, Capitalistas, Políticos e Iberistas

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Políticos, Empresários e Jornalistas

com Mentalidade de Antigos Negreiros

Nos primeiros meses de 2004, o jornal Expresso, numa atitude de completa subserviência face ao grande capital veiculou a ideia que o futuro de Portugal estava dependente do patriotismo de um punhado capitalistas. 

Nessa época muitos capitalistas portugueses estavam a desfazerem-se das suas empresas e a venderem-nas a outros capitalistas estrangeiros, nomeadamente espanhóis. A conclusão que alguns jornais se apressaram a retirar é que Portugal não tinha futuro.

Desde então a imprensa portuguesa, sobretudo a que está a soldo de grupos estrangeiros, tem divulgado e dado particular destaque opiniões e posições de conhecidos capitalistas que discorrem de forma catastrófica sobre o futuro de Portugal. A sua conclusão é quase sempre a mesma: o país não tem futuro, a questão reside apenas no preço da sua venda.

Existe um ponto em comum entre estes capitalistas, é o facto de todos terem vendido importantes empresas a grupos espanhóis, o que não os impede de por vezes fazerem rasgados discursos patrióticos.    

António Champalimau

Um símbolo sempre evocado dos grandes capitalistas portugueses no século XX. Foi particularmente favorecido pela ditadura salazarista, tornando-se um dos homens mais ricos do mundo. Não consta que alguma vez se tenha incomodado com a ausência de liberdade em Portugal ou com a desenfreada exploração de milhões de pessoas em Portugal, Angola, Moçambique e em outras colónias onde possuía negócios protegidos pelo regime. 

Este capitalista, em 1985, insurgiu-se num discurso patriótico contra a adesão de Portugal à União Europeia (então CEE), pois via na mesma o fim do próprio país. A Espanha iria absorver Portugal. Uma posição que era defendida então pelo Partido Comunista Português, onde pontificava o escritor José Saramago. 

O alegado patriotismo desta capitalista terminou poucos anos depois. Nos anos 90 vendeu um dos principais bancos portugueses a capitalistas espanhóis, transformando-se numa das figuras mais odiadas da população portuguesa. Pouco antes de morrer, em 2004, deixou parte da sua fortuna para a criação de uma Fundação dedicada a apoiar a  investigação na área da saúde.

Diogo Vaz Guedes

Herdeiro de uma empresa ( Somague, criada em 1947) que se expandiu à custa de obras públicas promovidas pela ditadura.

Nos últimos anos, numa acção de puro oportunismo comercial promoveu com outros capitalistas uma campanha "patriótica" denominada "Compromisso com Portugal" (2004), cujo objectivo era defesa do capitalismo selvagem. O seu apregoado patriotismo não tardou a desaparecer, vendendo a sua empresa de construção, a Somague, a capitalistas espanhóis. Desde então a população portuguesa deixou de lhe dar qualquer crédito ao seu alegado patriotismo.   

Dois anos depois da venda da Somague, as suas ideias tornaram-se mais claras. Numa entrevista ao jornal Diário Económico (2006-11-28) afirmava já de forma conclusiva: " Quando lhe falo em Portugal, falo em Ibéria. Portugal já não existe."  

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Somague Financia PSD

Em Agosto de 2007, os portugueses tem conhecimento que menos em 2001 e 2002, esta empresa espanhola financiou ilegalmente um dos maiores partidos portugueses. Quais terão sido os favores pagos com avultadas verbas ? O jornal Público (23/8/2007) lança a hipótese de ter sido para pagar o adiamento da concessão da Auto-Estrada A-17 por um Governo do PSD. As hipóteses são muitas envolvendo este empresário.

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Pais do Amaral

 

Capitalista e monárquico, apressou-se a vender aos espanhóis um dos principais grupos de comunicação social portugueses (Media Capital). O negócio nada tinha de chocante se não fosse os discursos patrióticos que antecederam a venda das suas acções. A cena repetia-se.   

 

 

Ricardo Salgado (Grupo Espírito Santo-Bes)

 

Estamos perante um grupo económico que se afirma muito patriota, apoiante activo da selecção nacional de futebol, distribuir de bandeiras gratuitas de Portugal, etc.  Foi durante décadas particularmente protegido pela Ditadura, e recentemente pelos diversos governos.

 

Uma das muitas campanhas patrióticas do BES 

 

A PT foi sempre considerada uma empresa estratégica para Portugal, e o BES assumiu-se como o núcleo duro português. Publicamente o seu presidente (Ricardo Salgado), afirmou que o governo devia intervir na PT caso os espanhóis lançassem uma oferta de compra hostil. Quando em Junho de 2010, a Telefónica espanhola lançou uma acção hostil contra os interesses portugueses na PT, apressou-se a dizer que estava disposto a vender as suas acções na empresa portuguesa. "O capital não tem pátria", Karl Marx.

 

PSD defende a venda da PT aos espanhóis 

Passos Coelho, o líder do PSD (ultra-liberal), não espantou ninguém quando se colocou ao lado da acção hostil dos espanhóis. O objectivo deste partido é liberalizar toda a economia e desregular o próprio mercado. 

O seu modelo de sociedade é o capitalismo selvagem entregue a predadores internacionais. Este partido mostrou-se, uma vez mais, que está ao serviço dos interesses especulativos do grande capital.

Tratam-se de exemplos típicos dos esquemas usados por capitalistas para fazerem dinheiro, pouco lhes importando os meios utilizados, nem sequer as consequências que provocam as suas acções no país onde nasceram. 

Negócios. Como Marx disse e a história da Humanidade confirma - o capital não tem pátria. O objectivo dos capitalistas é fazer lucro, acumular capital, mesmo que isso signifique muitas vezes a miséria dos seus concidadãos. 

Negreiros. Em Portugal, as declarações de diversos capitalistas mostram também que continua a persistir no inicio do século XXI muito da mentalidade dos antigos negreiros. Como é sabido, no final do século XVI, os negreiros portugueses viram na integração de Portugal na Espanha uma excelente oportunidade para expandirem os negócios de tráfico de escravos. Neste sentido conspiraram para que Portugal perdesse a sua Independência em 1580, a qual só foi restaurada pelo povo 60 anos depois. Os novos negreiros continuam a alimentar a veleidade de voltarem a vender Portugal.

Infâmia. O que é verdadeiramente vergonhoso, neste processo é a atitude de completa subserviência da comunicação social  face ao grande capital. Lendo alguns jornais fica-se com a ideia que, a maioria dos jornalistas está convencida que o futuro de Portugal está nas mãos de alguns capitalistas portugueses, nomeadamente daqueles que tratam a população como um mera mercadoria. O futuro de Portugal é reduzido a um simples negócio. Quanto vale Portugal? Quanto vale um português? Com quem será preferível fazer o negócio, como a Espanha ou os EUA? Ou haverá outro potencial interessado no negócio? .


Ninguém parece ter percebido a infâmia que este tipo de discursos comporta, pois eles negam a todo e a qualquer português a dignidade que merece qualquer ser humano.


Carlos Fontes

 
 

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1. Novos Discursos   2.Desestabilização da Sociedade Portuguesa  3. Decadência   4. Imprensa  5. Ingerências Externas. 6. Morte de Iberistas  7. Traição à Pátria  8. Alianças Políticas.  9. Imagem de Portugal 10.  Oliveira Martins - Ideólogo do Iberismo  11. Olivença  12. Bibliografia

Para saber mais:

Tradição Totalitária e Xenófoba Espanhola

Misérias da Emigração Portuguesa em Espanha

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