Cristianismo
Esta
religião, na sua interpretação católica, foi introduzida pelos
portugueses, no século XVI. A primeira igreja foi erigida em Sofala(1505),
e dois anos depois outra na Ilha de Moçambique. Pouco depois foram
construídas misericórdias e hospitais (Sena, Moçambique). A
difusão do cristianismo em Moçambique foi sempre muito difícil,
dada a permanente falta de missionários.
Apenas a
partir do século XIX, a Igreja Católica inicia uma acção mais
sistemática, quer no campo da evangelização, quer no campo
educativo. Para tal fundou-se em Portugal o seminário de Cernache do
Bonjardim destinado a formar sacerdotes seculares para África e o
Oriente, tendo-se promovido a ida também de outros missionários
religiosos de diversos institutos (franciscanos, jesuitas, padres do
Espírito Santo, salesianos, etc). Depois da Implantação República
em Portugal (1910), esta acção decaiu bastante. Os republicanos são
activos combatentes do catolicismo, e não tardam em restringir a acção
da igreja, nomeadamente no campo educativo. Os jesuitas são expulsos
da região do zambézia. Com a ditadura (1926), as relações entre o
Estado e a Igreja melhoram, o que possibilita o desenvolvimento da
missionação em África e a consolidação da sua organização.
Após a
Independência de Moçambique, em 1975, a Igreja Católica foi
combatida pelo novo governo moçambicano, sendo nacionalizadas a maior
parte das suas escolas e outras instalações. O pretexto foi as suas
alegadas ligações ao colonialismo português. A devolução destes
recursos só começou a fazer-se depois do Acordo de Paz (1992) que pôs
fim a uma longa guerra civil.
O
catolicismo está dissiminado por todo o país.
Moçambique
conta actualmente com uma Universidade Católica.
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Islão
Calcula-se
que cerca de 10% da população moçambicana, sobretudo no norte e ao
longo do litoral, seja seguidora do islão.
Esta
religião está presente em Moçambique desde pelo menos inicios do 2º.
milênio. A sua difusão ter-se-á feito através da costa, por intermédio
dos swahilis, cuja língua ainda hoje predomina na Tanzânia.
Até à 2º.
Guerra Mundial o islamismo circunscrevia-se ao litoral norte, com
excepção de uma bolsa no Niassa (tribo dos Ajauas).A partir daí
regista-se uma difusão para sul e interior do território, sendo
todavia o norte a região de maior implantação do Islamismo (tribos
macuas e macondes).Quando rebentar a guerra de libertação, será
nesta região que a Frelimo terá a sua maior base de apoio entre a
população.
Nesta
difusão do Islamismo teve um papel fundamental as confrarias sediadas
na Ilha de Moçambique, mas também o clima criado pela reacção
contra a cultura Ocidental produzido pelos movimentos pan-islâmicos e
pan-africanos.
Nos anos
50 do século XX, o número de fieis rondariam os 600 mil. Nos anos 60
assistiu-se a um rápido crescimento do seu número, registando-se em
1974 já um total de 1,2 milhões. Em 1982, segundo números
oficiais estimavam-se em 2,249 milhões.
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