|
|
Economia
Moçambique possui
importantes recursos naturais, entre eles destacam-se a energia
hidroeléctrica (Cabora Bassa), gás, carvão, minerais, madeiras e
extensas terra agrícolas. As pescas possuem um enorme potencial.
Os principais produtos
exportados, para além da electricidade de Cabora Bassa, são
camarão, algodão, cajú, açúcar, chá, copra (dados de 2002).
Moçambique possui três
importantes portos, que servem de entrada e saída dos produtos
destinados a países vizinhos, e lhes poderão permitir obter
importantes receitas:
Porto
de Nacala, porta de entrada do Malawi
Porto
da beira, porta de entrada da Botswana, Zimbabué, Zambia e Zaire.
Porto
de Maputo, o segundo maior porto de África, e que foi amplamente
modernizado em 1989 de forma a poder servir as regiões do sul de África.
Serve de porta de entrada da Swazilandia e África do Sul (norte)
, |
|
Da
Crise à Recuperação
1975-1985.
A seguir à Independência, em 1975, a
economia moçambicana entrou em declínio. Entre as razões para
explicar esta apontam-se as seguintes:
1.O êxodo da maioria
dos seus quadros técnicos e empresários, a maioria dos quais de
origem portuguesa.
2. As opções políticas
marxistas-leninistas da Frelimo, o único partido, e que eram contrárias
a uma economia de mercado e privilegiavam os relacionamento com
os países socialistas (Ex-União Soviética, China, RDA, etc). Os
antigos empresários, sobretudo os portugueses, são encarados como
neo-colonialistas.
3. A Estatização da
economia, que se traduziu na nacionalização dos principais sectores
económicos (industria, agricultura, etc), criando um sistema
altamente centralizado e ineficiente.
4. O apoio dado por Moçambique
aos movimentos de libertação na região, o que provocou o boicote e
represálias de países vizinhos, como a Rodésia (Zimbabué) e
sobretudo da África do Sul.
5.A Guerra Civil que
alastrou por todo o país a partir de 1980 e contribuindo para
destruir e paralisar as suas infra-estruturas económicas.
A produção não
tardou a entrar em ruptura e a balança de pagamentos rapidamente se
tornou deficitária.
Apesar de tudo entre
1977 e 1981 registaram-se alguns sinais de abrandamento da crise, mas
com o alastramento da guerra civil a situação não tardou a piorar.
Assim, entre 1982 e 1985, o crescimento do PIB foi de - 5,9%.
As condições de vida pioraram de forma dramática, centenas de
milhares de moçambicanos morreram à fome. A situação da balança
comercial tornou-se insustentável. O país tinha que mudar de rumo
para poder subsistir.
Taxa
de Cobertura das Importações pelas Exportações
1975 |
46,99% |
1981 |
35,05% |
1976 |
49,94% |
1982 |
27,41% |
1977 |
45,49% |
1983 |
20,67% |
1978 |
31,07% |
1984 |
20,67% |
1979 |
44,74% |
1985 |
? |
1980 |
35,09% |
1986 |
17,10%* |
* Estimativa
Fonte: RPM/CNP
1985-1992. Face
à crise económica generalizada, ao aumento da pobreza para níveis
incomportáveis, o governo moçambicano inicia uma mudança na sua política,
no sentido de uma liberalização da economia. Em 1984 adere ao FMI,
Banco Mundial e Convenção de Lomé. Em 1985 reintroduz a cultura
obrigatória do algodão. Dois anos depois é lançado o Programa de
Reabilitação Económica (PRE), com o apoio do Banco Mundial e do
Fundo Monetário Internacional, depois de intensas negociações entre
1985 e 1986. Abandona também a orientação marxista-leninista que
era a sua imagem de marca desde 1977.
O crescente aumento da
pobreza do país começou finalmente a ser travado. O PIB, em 1987,
teve um aumento de 4,6%, no ano seguinte foi de 5,5% e em 1989 de
5,3%. A produção agrícola ( a base da economia do país), em 1989,
conheceu um crescimento de 9%, e a produção industrial um aumento de
12%.
Esta melhoria interna,
não se reflectia numa melhoria na balança de transações correntes.
O défice comercial aumentou, assim como o endividamento do país.
O fim da União Soviética, em 1989, acabou por contribuir para esta
situação, na medida que com ela se fecharam também os mercados dos
países socialistas. A taxa de inflação atingiu então valores
impressionantes: 50,1% em 1988, e 42,1% em 1989.
Na primeira metade dos
anos 90, persistiram as dificuldades. O crescimento do PIB em 1990,
situou-se nos 1,5%, mas em 1991 foi de apenas 0,9%.O valor mais baixo
desde 1987. A inflação continuava elevadíssima (47% em 1990 e 45,1%
em 1992). A escassez de divisas não permitia a renovação e expansão
das empresas moçambicanas. A continuação da Guerra Civil não
permitia melhorias significativas em termos económicos, o que se
reflectia na evolução desfavorável dos produtos exportados.
Evolução
das Principais Produções Agrícolas Comercializadas por Moçambique
(Unidade: Toneladas)
|
|
1975 |
1980 |
1990 |
1992 |
Milho |
95.000 |
65.000 |
96.600 |
75.000 |
Arroz |
94.000 |
43.600 |
25.500 |
16.600 |
Algodão |
52.000 |
64.900 |
29.700 |
49.800 |
Nós
de Caju |
160.000 |
87.600 |
22.500 |
54.200 |
Copra |
50.400 |
37.100 |
31.200 |
16.900 |
Chá |
59.100 |
90.200 |
4.250 |
1.000 |
Madeira |
199.000 |
138.100 |
55.600 |
38.700 |
Fonte:Comis.Nac.do
Plano; Direc.Nac. Estat.-Anuário Estatísticas.1992.Maputo.1993.
|
|
|
|
.
1992-2002.A
paz alcançada em 1992, abriu novas possibilidades ao desenvolvimento
do país. A economia começou a recuperar logo em 1993, tendo o PIB
crescido 5,6%, à custa sobretudo da agricultura. Este crescimento
manteve-se de forma sustentado até ao final da década. Em 2000
situava-se nos 6,1%.Na base deste comportamento da economia, estão
diversas medidas que entretanto foram adoptadas, tais como as
privatizações, simplificação de procedimentos administrativos,
redução das tarifas aduaneiras, modernização dos sistema
financeiro, etc.
Os sectores mais dinâmicos
têm sido a construção, o turismo e a produção de energia eléctrica.
Alguns empreendimentos, como uma fábrica de alumínio são
importantes sinais deste desenvolvimento económico.
Entre os principais
parceiros económicos destaca-se a África do Sul, tanto nas exportações,
como nas importações. As remessas dos emigrantes dos moçambicanos
na África do Sul, embora sejam fundamentais para minorar o
desequilibrio da balança comercial, não deixam também de acentuar a
excessiva dependência económica de Moçambique do seu vizinho.
Portugal, apesar de ser
um forte investidor, tem uma cota muito reduzida neste comércio. Ao
longo da década 90, representou em média 8,6% das exportações e
6,4% das importações moçambicanas.
Apesar dos graves
problemas internos, em grande parte fruto duma longa Guerra Civil, a
economia moçambicana parece estar finalmente no bom caminho, a fim de
proporcionar ao povo melhores condições de vida
|
|
Principais
Carências de Moçambique
Entre a vasta lista dos
problemas que estrangulam o desenvolvimento do país, destacam-se os
seguintes:
1.
Na agricultura, a precaridade do sistema de armazenamento e
comercialização dos produtos que permitam incentivar a produção
dos pequenos agricultores.
2.
Na industria. Falta de quadros e transparência de regras. A corrupção
está largamente difundida.
3.
No Comércio. O comércio informal continua a predominar. Falta quase
tudo, sobretudo nos meios rurais, onde habitam cerca de 70% da população.
4.
Infra-estruturas: As vias de comunicação do país (estradas, portos,
aeroportos, redes de abastecimento de energia eléctrica, água, etc )
estão na sua maioria em péssimo estado, ou funcionam de forma
deficiente.
5.
Administração Pública. Carece de uma renovação completa, de modo
a ajustar o seu funcionamento aos desafios que o país atravessa.
6.
Educação e Saúde. O sistema de ensino e o de saúde foram
profundamente afectados pela guerra civil e carecem de fortes
investimentos e sobretudo de quadros técnicos.
7.
Inflação e Dívida. Um verdadeiro bloqueio.
|
.CF
|