França
No
século XVI e XVII os franceses tentaram ocupar partes das costas do Brasil, mas
acabaram por ser expulsos pela população. Destas acções falhadas
conserva-se o nome de São Luis de Maranhão. Grande parte da sua actividade no
Brasil limitou-se a acções de pirataria e corso. Recorde-se o saque do Rio de
Janeiro em 1710 e 1711 pelos corsários Jean Francois Du Clerc e Duguay-Trouin.
Quando D. João VI se fixou a
corte no Brasil, em 1807, uma das grandes acções que empreendeu foi a de
contratar artistas franceses para renovarem o Rio de Janeiro, transformando-a
numa verdadeira capital dos trópicos.
As ligações efectivas entre o
Brasil e a França só foram iniciadas durante o Império (1822-1889), através
do casamento da Princesa Isabel, filha de D. Pedro II, imperador do
Brasil casou Príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu, primogénito do Duque de
Nemours e neto de Luís Filipe, Rei dos Franceses. Após
o fim do monarquia, o Conde Eu levou para o seu palácio em França, um vasto
espólio que trouxe do Brasil, e que para aí fora levado pela familia real
portuguesa.
D. Pedro II faleceu em Paris, a
5 de Dezembro de 1891 no Hotel Bedford.
O seu corpo foi trasladado para Lisboa sendo sepultado no Panteão na
Igreja de S. Vicente de Fora, de onde em 1921 partiu para o Brasil.
Há um outro acontecimento que
liga os brasileiros à França, as experiências de navegação aérea de Santos Dumont.
A França foi para os brasileiros
até ao anos 60 do século XX, sobretudo uma fonte de inspiração teórica para
intelectuais, artistas e revolucionários.
O Brasil para os franceses até
ao século XIX resumia-se uma terra de indios selvagens, cujos costumes
canibais eram objecto de curiosidade intelectual. No século XIX foi encarado
como um povo de degenerados devido à miscigenação. Entre os que difundiram
esta visão destaca-se o Conde de Joseph Artur de Gobineau, que
desembarcou no Janeiro em 1869, como embaixador da França. Gobineau foi o autor
do célebre Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas (1853-1855), a
biblia dos racistas. No século XX os franceses não formaram uma ideia melhor
do Brasil,recorde-se o que escreveu Claude Lévy-Strauss na obra Tristes Trópicos
(1955), após a sua estadia no Brasil (1935).
Durante a Ditadura Militar
(1965-1984) muitos brasileiros viveram exilados em França, sem que este facto
aumentasse o conhecimento mútuo dos povos.
O Brasil só começou a adquirir
para os franceses um nova dimensão quando se afirmou como uma potência
emergente a partir do ano 2000. Não é por acaso que em 2005 a França lhe
tenha dedicado uma temporada cultural.
A presença do Brasil em França
está todavia a impor-se através da música e do futebol, e mais lentamente por
uma imigração ainda pouco significativa.
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