Emigração
Brasileira Mais de 100 mil
brasileiro emigram todos os anos à procura de melhores condições de trabalho
no mundo. O número global de emigrantes brasileiros ascende já a mais 2
milhões, calculando-se que perto de 33% estejam clandestinamente nos seus países
de acolhimento (Dados de 2005).
A emigração brasileira é um
fenómeno relativamente recente e ocorre apenas a partir dos anos 70 do século
XX. A partir dos anos 80, o brasileiro está a tornar-se num novo nómada do
mundo, seguindo as pegadas dos portugueses.
Paraguai. As primeiras vagas de imigrantes
estão ligadas à expulsão dos campos de milhares de camponeses que se são
literalmente empurrados para os países fronteiriços, como o Paraguai,
onde o seu número não pára de aumentar. A emigração aumentou com a
fundação de Cidade do Leste, mas sobretudo depois da abertura da Ponte entre a
Foz do Iguaçu e esta cidade. A produção de soja foi outros factor de
atracção de novos imigrantes. Ao longo da fonteira com o Brasil tem-se
desenvolvido várias cidades constituídas maioritariamente por brasileiros (brasiguaios).
Esta emigração de brasileiros chegou a ser incentivada na década de 70 pelo
governo de Alfredo Strossner (presidente do Paraguai ente 1959-1989). A maioria destes imigrantes
dedica-se à agricultura e está
registada no Consulado do Brasil em Ciudad del Este (Cidade do Leste), junto à fronteira com o
Brasil.
Na última década o Paraguai tem
vindo a adoptar uma série de medidas descriminatórias contra os brasileiros,
nomeadamente no seu acesso à terra e aos estudos. Em 2002 foi aprovada uma lei
que proibe numa faixa de 50Km da fronteira que qualquer estrangeiro possa
adquirir terras.
urio. Paraguai:
cerca de 500 mil emigrantes brasileiros (dados de 2006), o número de ilegais é também muito
elevado. Na década de 80 e 90, devido à
crise económica em que o Brasil atravessa, a emigração dirige-se para três
destinos privilegiados: EUA, Japão e Europa. Na Europa, vivem 350 mil
brasileiros, a maioria dos em Portugal (dados de 2006).
EUA. O número de
brasileiros não pára de aumentar, malgrado as brutais medidas que tem sido
tomadas para impedir a sua entrada. É curioso constatar que muito estão a
estabelecer-se em regiões e localidades com forte implantação de imigrantes
portugueses. Cerca de 300 mil está na região de Nova York, 200 mil na região
de Boston e mais 150 mil na Flórida. A Califórnia regista também um número
expressivo de brasileiros: 25 mil estão registados no Consulado do
Brasil em São Francisco e 17 mil no de Los Angeles (dados de 2004). A maioria
destes imigrantes é oriunda de Minas Gerais, especialmente da região de
Governador Valadares. Uma larga percentagem entrou nos EUA ilegalmente, sem
visto, pela fronteira com o México.
EUA:
800 mil emigrantes
brasileiros, mais de metade são clandestinos (Dados de Julho de 2003).
Japão. A colónia de
japoneses no Brasil, iniciada nos anos 20 do século XX, está hoje a servir
meio para a circulação de novos migrantes mas em sentido
contrário. Japão: 225 mil emigrantes (Dados de Julho de 2003)
Portugal. Durante
séculos milhões de portugueses foram para o Brasil, agora muitos milhares
brasileiros vêm para Portugal para trabalharem em todas as actividades. A
comunidade brasileira é hoje muito diversificada em função do estatuto social
de cada imigrante. A maioria exerce trabalhos indiferenciados e mal pagos, mas
um grupo muito significativo desempenham alguns dos cargos mais bem pagos de
Portugal. As mesmas clivagens sociais existentes no Brasil estão reproduzidas
em Portugal.
Portugal funciona para muitos
imigrantes brasileiros como um porto de
escala para outros destinos europeus, ou como porto de abrigo quando as coisas correm mal noutros
lugares. Um quarto dos que vem para a Europa fixam-se em Portugal (dados de
2006). Para esta situação contribui uma língua
e uma cultura comuns, para além de uma enorme comunidade brasileira residente
em Portugal. Em 2004 passaram a constituir a maior comunidade de imigrantes do país,
não tendo o seu número parado de aumentar. Portugal: Mais de 100 mil
(85,567mil legais) em 2006 (ver). Itália.
A Imigração brasileira para este país é muito recente, embora seja cada vez
mais intensa. Em 2006, estimava-se que depois de Portugal, a Itália era já o
país europeu com maior número de imigrantes brasileiros. Itália:
67,187 mil (Público, 6/10/2006). Alemanha. Á semelhança
do que acontece com Japão e Portugal, a antiga colónia alemã no Brasil está
agora a funcionar como ponte para a emigração de milhares de brasileiros para este país. Alemanha: 60,5 mil
emigrantes (Dados de Julho de 2003)
Espanha. Desde
2002 o número de imigrantes brasileiros não tem parado de aumentar. Neste ano
contavam-se 24.036 imigrantes. No ano seguinte cerca de 30 mil, dos
quais apenas 18.146 tinham documentação legal. Em 2005 após o
processo extraordinário de regularização, no qual foram legalizados
10.431 brasileiros, o seu número subiu para 50 mil, cerca de 40 mil
ficaram legalizados. Espanha: c. 50 mil (Junho de 2005)
.
Grã-Bretanha.
Desde o 11 de Setembro de 2001 que milhares de emigrantes brasileiros se dirigem
para este destino, utilizando os meios legais e ilegais mais variados. Um dos recursos
ilegais mais utilizados são passaportes portugueses falsos ou falsificados, assim como
casamentos fictícios com portuguesas. A língua comum facilita o uso deste tipo
de expedientes. Estes documentos falsos ou falsificados
são produzidos e vendidos não apenas em Portugal, mas também na própria Grã-Bretanha,
assim como em muitos outros países como a Espanha, França, India ou a Tailândia. Todas as
semanas chegam ao consulado geral de Portugal em Londres cerca de 50 documentos
falsos (Público, 11/6/2005). Depois dos brasileiros, são os angolanos os que
mais recorrem a este tipo de documentos para entrarem na Grã-Bretanha. O
número real de imigrantes brasileiros na Grã-Bretanha é algo que ninguém sabe, dado
que muitos deles possuem "documentos" portugueses.
Holanda.
A situação parece ser aqui em tudo idêntica à que existe na
Grã-Bretanha.
Canadá.
O número de emigrantes brasileiros não pára de aumentar. A sua localização
parece coincidir com a da fixação das comunidades portuguesas.
.
Carlos Fontes |