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1. Fronteiras.
O Brasil tem fronteiras
com cinco países que são os maiores produtores e exportadores de cocaína do
mundo: Colombia, Peru, Bolívia, Venezuela e Paraguai.
As fronteiras com os quatro
primeiros situam-se em plena Amazónia, onde as possibilidades de controlo por
parte das autoridades brasileiras são reduzidas. Para além dos caminhos e
inúmeros fluviais, proliferam por toda a região pistas de aviação
clandestinas.
Este facto foi aproveitado pelos
cartéis da droga colombiana para transformarem o Brasil, a partir do final da
década de 90 do século XX, na rota alternativa para o tráfico
internacional de cocaína, numa altura que se tornou mais dificil utilizar a rota
das Caraibas.
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2. Criminalidade organizada.
Tem percorrido mundo as imagens televisivas dos combates da polícia e
exército brasileiro contra as organizações de
traficantes (PCC - Primeiro Comando da
Capital em São Paulo, Comando Vermelho no Rio Janeiro, etc). Estas
organizações são a expressão mais visível da dimensão económica atingida
pelo tráfico, mas também do seu poder numa sociedade profundamente desigual.
Os números desta guerra são
aterradores. Todos os anos registam-se no Brasil cerca de 30 mil homicídios,
grande parte dos quais estão ligados ao uso e ao tráfico de drogas (Dados de
2004)
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3. Países lusófonos.
Os cartéis da droga tem procurado aproveitar as ligações linguísticas e
culturais do Brasil com os países lusófonos africanos (Angola, Guiné-Bissau,
Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe) para os transformar em
entrepostos intermédios para o tráfico da cocaína destinado à Europa e
África. A partir destes países utilizando meios marítimos, aéreos, mas
também "Mulas" ou "passadores" enviam a droga para os
diferentes países.
Angola e Moçambique tem servido
sobretudo de passagem para o tráfico destinado à África do Sul, mas também
para Portugal.
Cabo Verde, devido à sua
posição geográfica e conexões aéreas e marítimas, opera como uma escala
entre três destinos: o fornecedor (a parte norte do Brasil), o mercado
(Portugal/Europa) e o ‘armazém’ (Guiné-Bissau).
Nesta conexão brasileira, os
narcotraficantes tem procurado constituir Portugal
como mais um entreposto neste tráfico internacional.
É crescente o número de
traficantes que tem sido detidos e que estão ligados a esta conexão
brasileira.. |
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