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Domínios
alentejanos dos Duques de Viseu- Beja e dos Duques de Bragança
A região do
Alentejo na 2º. metade do século XV está em convulsão. A nobreza local
envolve-se em revoltas, conspirações, mas também em acções de enorme
patriotismo. Foi neste clima que nasceu e viveu Colombo. Os seus apoios apoios
em Espanha estavam todos ligados ao Alentejo e a Lisboa.
Os segredos da sua missão passam por
localidades como Beja, Alcaçovas, Aviz, Moura, Serpa, Alcacér do Sal, Palmela,
Évora, Alvito, Vimieiro, Alandroal, Olivença, Montemor-o-Novo, Odemira e Vila
Viçosa e outras terras alentejanas.
As distâncias entre estas povoações são pequenas, mas os segredos que
escondem enormes.
No século XVI, mais
uma vez é a nobreza que reside no Alentejo tem um papel decisivo em ocultar as
provas do que aqui terá acontecido e que provocou a fuga de muitos portugueses,
entre 1483 e 1484, como aconteceu com Colombo.
1. Beja
(Alentejo)
É cada vez
mais evidente que para conhecer a origem de Colombo, assim como dos nomes que
deu às terras que descobriu, é
necessário ir ao antigo Ducado de Beja-Viseu.
a) Paço dos
Duques de Beja-Viseu
O infante D.
Fernando (1433-70), duque de Beja, condestável do reino, mestre da Ordem de Cristo e de
Santiago, senhor de Serpa e Moura e de muitos outros lugares e a sua esposa a infanta Dona
Beatriz, tinham a sua residência oficial nestes paços, conhecidos por Paços
dos Infantes, embora se demorassem mais tempo em Lisboa, Viseu e Setúbal. O
infante andou também em permanentes guerras em África.
Depois da morte de
D. Fernando, em Setúbal (18/9/1470), D. Beatriz passou a fazer o seu Paço
estadias mais demoradas, contribuindo desta forma para o crescimento de Beja,
elevada em 1521 à categoria de cidade..
O paço situava-se
junto ao Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, com o qual comunicava. Foi
destruído em 1895.
O principe D. João
(futuro rei) e Dona Leonor, quando em 1472, ficaram finalmente casados, foi-lhes
dada casa em Beja, onde passaram a residir durante algum tempo (Garcia de
Resende, Crónica D. João II).
b ) Viagem de
Bartolomeu Dias
Em 1488 Colombo
solicitou a D. João II autorização para, em segurança, se deslocar a Portugal.
Em Dezembro de 1488, na cidade de Beja, assistiu na presença de D. João II e de
D. Manuel (Duque de Beja) à exposição de Bartolomeu Dias dos cálculos que fez
durante a sua viagem ao cabo da Boa Esperança.
O pedido de
autorização dirigido directamente ao rei, parece indiciar algum contencioso com
os Duques de Beja, envolvidos na conspiração de 1484, e a cuja casa pertencia a
família da sua esposa Filipa Moniz Perestrelo.
c ) Real Convento
de Nossa Senhora da Conceição.
O Convento começou
a ser construído, em 1459, por D. Fernando e D. Beatriz, onde se fizeram
sepultar com 5 dos 8 seus filhos.
O mosteiro destinou-se às freiras franciscanas de Santa Clara.
À
2ª. ilha que descobriu deu-lhe o nome de Santa Maria da Conceição.
Colombo ergueu também, em São Domingo, uma igreja
chamada de Nossa Senhora da Conceição onde pretendia que fosse
sepultado.
d ) Igreja de S.
Salvador.
A Igreja data do
século XIII. O orago era muito popular em Portugal, nomeadamente nas Beiras e
Lisboa. Junto à mesma nasceu S. Sisenando, patrono de Beja, cuja relíquias se
encontram em Córdova, onde foi martirizado. Colombo, recorde-se, viveu
na cidade de Córdova entre 1486-1487.
À 1ª. ilha a que
deu um nome chamou-a de S. Salvador.
Para os que sustentam a hipótese de Salvador Fernandes Zarco teria sido
baptizado nesta Igreja.
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1.1. Moura
O
Tratado de Alcaçovas, em 1479, determinou que D. Afonso, filho de
D. João II se casasse com D. Isabel filha dos reis católicos, e que Dona
Joana, a célebre "Excelentissima Senhora" em Portugal ou "Beltraneja"
em Espanha, se casasse com o príncipe D. João, filho também dos reis católicos.
Todos ficariam reféns em Moura, sob a guarda de Dona Beatriz, duquesa de
Beja-Viseu, sogra de D.João II.
.
Dona
Joana recusou-se a casar com o principe castelhano e entrou para o Convento de Santa Clara, em Santarém,
onde professou em 1480. Os filhos de Colombo foram pagens deste principe (Don
Juan).
Dom
Afonso e Dona Isabel acabaram por ser os únicos a ficarem reféns em Moura. Em
Castela, alternadamente, ficaram refens - D.Manuel (futuro rei) e D. Diogo
(futuro conspirador).
Em
1482 D. João II tem conhecimento que se estava a preparar uma conspiração
destinada a matar o seu filho e
colocar no trono os Duque de Bragança.
D.
João II apressou-se a acabar com a clásula do Tratado de Alcáçovas que
implicava ter reféns em Moura (Janeiro de 1483). O principe D. Afonso foi salvo
de uma morte certa, mas a conspiração contra o rei prosseguiu, conduzida em
1484, por
João de Bragança, 7º.
Condestável do reino, marquês de Montemor-o-Novo e sobrinho de Colombo.
No
ano seguinte, ocorreu uma nova conspiração, chefiada por D. Diogo, Duque de
Viseu-Beja, a cuja casa pertencia Filipa Moniz Perestrelo.
Colombo,
segundo o seu filho Hernando Colón, "fugiu" (sic) para
Castela, em fins de 1484 , indo ao encontro de outros portugueses exilados na
Andaluzia.
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2. Cuba
A 3ª. ilha que deu nome
-Fernandina - evocou o nome do seu alegado pai e do rei de Espanha. A 4ª. o nome da sua
suposta mãe e da rainha de
Espanha, chamando-lhe - Isabela;
A 5ª.
Ilha deu-lhe o nome de Cuba, o concelho onde nasceu no Alentejo. Os
nativos desta Ilha disseram-lhe que se chamava "Colba", mas Colombo
tratou logo de mudar o nome para Cuba (Colombo, Diário ).
Em Cuba atribuiu
outros nomes de origem portuguesa.(2)
Água de Peixes
(Alvito)
Alvaro de Bragança, protector de
Colombo em Castela/Espanha, desde 1501 começou a várias terras na região de
Cuba/Alvito, como Água de Peixes, Albergaria de Fusos, Vila Alva e
Vila Ruiva.
Antiga propriedade
de Vasco Martins de Melo, alcaide de Évora, antepassado da sua esposa Felipa
de Melo Vilhena e Menezes. Transformou completamente o
antigo paço do século XIV, dando-lhe um
aspecto mudejar.
O Paço de Água de
Peixes apresenta nos últimos anos um lastimável estado de abandono, ameaçando
ruir a todo o momento.
Vila
Ruiva (Cuba)
Esta a localidade,
muito perto de Água de Peixe, muitos são os que afirmam que Colombo terá aqui
nascido. Trata-se de uma das
mais antigas povoações de Portugal. Possui uma magnifica ponte medieval. A Igreja
Matriz de N. Sra. da Conceição com estruturas em estilo
gótico e manuelino tem excelentes frescos que datam dos sécs. XIV, XV e XVI.
Alvito
O filho do barão do
Alvito foi um dos principais conspiradores contra D. João II.
3. Odemira / Vila
Nova de Milfontes
Odemira foi
reconquistada aos mouros por D. Afonso Henriques (1166). O seu
primeiro foral foi-lhe dado por D. Afonso III . O Rio
Mira, importante meio de transporte e via de comunicação para o interior
do Alentejo, era até século XVII navegável a Odemira.
Tornou-se
num enclave real, numa região dominada pela Ordem de Santiago de Espada,
à qual Colombo, como é sabido estava ligado. Mais
Odemira foi
dada também ao almirante Manuel Pessanha (Emanuele Pessagno),
para que nela fosse desenvolvida as actividades maritimas, que no tempo
significavam o corso.
Depois de
1449 passou a estar ligada aos Condes de Odemira e de Faro, familiares
de Colombo, com os quais viveu e conviveu em Sevilha.
Mais.
Colombo,
no regresso da sua
segunda viagem às "Indias" (América), depois de se ter dirigido para
os Açores, veio directamente para a costa do Alentejo com duas
caravelas (India e Niña), tendo aqui chegado a 8 de Junho de 1496..
Passou
dois ou três dias entre Milfontes e Odemira, pois só no dia 11 de Junho de
1496 chegou a Cádiz.
A grande incógnita está em saber o que
andou aqui a fazer, com quem se encontrou, que informações transmitiu
aos portugueses, etc. Mais
Milfontes. Povoação, junto à
foz do Rio Mira, pertenceu aos domínios da Ordem de
Santiago de Espada ( a Ordem a que pertencia a família de Colombo).
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3.2. Vimieiro
(Arraiolos)
Os
Condes de Faro fugiram para Castela em 1484, onde tiveram uma ligação
muito intima com a família de Colombo. Estes condes, estavam ligados à Casa de
Bragança, usavam o mesmo brasão. Os seus principais domínios estavam no
Alentejo, em particular na antiga Vila de Vimieiro, perto de Arraiolos.
O
filho do 1º. Conde de Faro foi Fadrique (Frederico) de Portugal foi conselheiro
de Fernando de Aragão e um dos principais apoiantes de Carlos V, que em
1525, o nomeou Vice-Rei da Catalunha e seu Capitão General. D.
Frederico de Portugal, nunca se desligou do seu país. Mandou construir, por
exemplo, no Convento de São Francisco, em Estremoz, uma magnifica
capela renascentista onde estão bem patentes as armas dos Condes de Faro. Em
Vimieiro, antigo concelho perto de Arraiolos, subsistem um
importante espólio desta familia à espera de ser estudado.
Um
seu descendente e herdeiro - D.Francisco de Faro foi o primeiro Conde de Vimieiro
(1614), tendo-se casada com Mariana de Sousa Guerra, pertencente a uma
família de grandes navegadores, nomeadamente a um célebre pirata português
com quem Colombo terá andado no corso.
4. Alcáçovas
(Viana do Alentejo, Alentejo)
Alcáçovas está
sob diversas formas ligada a Cristovão Colombo :
a ) Fernando Henriquez
(c.1365-1438), filho bastardo de Enrique II de Castela e de Beatriz Fernandez
de Angulo, senhora de Villafranca (Córdoba) (4), foi o primeiro senhor de
Alcaçovas.
O seu neto -
Henrique Henriques, 3º. senhor de Alcáçovas, aposentador e caçador mor
de D Afonso V, D. João II e D. Manuel - casou-se com a Dona Filipa de Noronha, filha do 2º.
Donatário do Funchal, a cuja família pertencia a esposa de Colombo. A
filha de ambos - Brites (Briolanja) casou-se com Diogo Moniz, senhor de
Angeja, herdeiro dos Albuquerques de Angeja.
A sua neta Catarina
Enriques (3), casou-se com Henrique de Albuquerque
(de Angeja), cujo irmão era
o célebre Lopo de
Albuquerque (de Angeja), cujo filho adoptivo (Diego Mendes de Segura) foi o secretário
vitalício de Colombo e de Diego Colón.
b
) Os Henriques de Alcáçovas eram aparentados com os Enriquez de Córdova
e os Enriquez almirantes de Castela.
c ) Foi em
Alcáçovas que, em 1479,
D. Afonso V recebeu a embaixada de Garcia Sanchez Toledo que firmou o Tratado de
Alcaçovas ( 4
de Setembro de 1479), que pôs fim à Guerra da Sucessão (1475-1479). Este Tratado
dividiu pela primeira vez o mundo entre Portugal e Castela. A Espanha nunca aceitou as condições deste Tratado que a
excluía das explorações marítimas em troca da posse (provisória) das
Canárias. A missão de Colombo em Espanha parte deste problema: como contentar
o inimigo de Portugal, afastando-o da Mina e da Rota da India.
Desde D. Afonso III
que havia em Alcáçovas um Paço Real. Foram aqui realizados, a 6/4/1457, os casamentos das
irmãs netas de D. João I e de Nuno Álvares Pereira: Dona Isabel com o
Rei de Castela D. João II, pais de Isabel, a Católica; Dona Beatriz com o Infante D. Fernando (Maio de
1447), pais de Dona Leonor e D. Manuel I. D. João II fez aqui também o
seu último testamento (20/9/1495).
Possui um magnifico património ligado ao século
XV e XVI ainda não estudado.
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5. Avis
No dia 12 de Outubro
de 1492, Colombo chega às Indias. Quando desembarca leva consigo o estandarte
real da coroa espanhola, mas também duas bandeiras que tinham desenhadas uma
Cruz Verde, o símbolo da Ordem de Avis. No seu Diário de Bordo,
faz questão de assinalar o facto e de dizer que tratava da sua divisa. Colombo
terá pertencido a esta Ordem militar ?
A questão nunca foi estudada.
Recorde-se que a filha do seu principal cúmplice
em Espanha - Alvaro de Bragança -, casou-se com Jorge de Lencastre, filho bastardo de D. João
II, mestre da Ordem de Avis e de Santiago.
Pavia ( Mora, Alentejo)
Colombo refere que foi
em Pavia que terá estudado latim. Estes estudos, conforme afirma o seu filho Hernando de
Colon, eram muito
considerados em Portugal.
Os historiadores
ignoraram o contexto da informação, e afirmaram que se tratava da cidade
italiana de Pavia. A verdade é que nesta cidade, na documentação dos séculos
XIV, XV e XVI nunca foi encontrado nenhum aluno ou pessoa com qualquer nome
igual ou semelhante a Colombo, Colon, Colom, etc.
Pavia, fica no
Alentejo, a poucos quilómetros de Aviz, sede da Ordem de Avis.
Próximo de Pavia,
fica uma capela datada do século XIV, que se enquadra perfeitamente no universo
mistico de Colombo: São Salvador do Mundo !
6. Évora
Évora está ligada
a Colombo através de várias figuras históricas, nem sempre de imediato
relacionáveis.
Foi nesta cidade que
se formou no século XII a Ordem Militar deu origem à Ordem de Aviz, cuja cruz
verde Colombo fez questão erguer quando chegou às Indias.
A mais antiga de
todas é o condestável Nuno Alvares Pereira que residiu no Alcaçar da
cidade durante 26 anos. Os descendentes de Colombo, nomeadamente os Duques de
Verágua, assumiram o seu nome. Dona Filipa Moniz Perestrelo, foi sepultada no
Convento do Carmo em Lisboa por ele fundado. D. Diogo Colon Moniz Perestrelo, 2º. vice-rei das
Indias, confiou em 1523 a
administração dos seus bens a um prior deste convento.
A conspiração de
1483 chefiada pelo IIIº. Duque de Bragança - Fernando - teve aqui o
seu centro. Foi no Palácio
dos Duques do Cadaval, com a sua imponente Torre das Cinco Quinas, julgado e sentenciado à morte pelo Tribunal da Relação de Lisboa, em
Junho de 1483, tendo sido decapitado na Praça do Geraldo desta cidade. Esta morte chocou
deforma particular a nobreza portuguesa, mas em particular a sua prima
castelhana e incentivadora da conspiração - Isabel,
a Católica filha de uma infanta portuguesa, que foi também rainha de Castela.
A figura mais enigmática de todas será talvez Alvaro de Bragança, irmão do Duque
de Bragança também ele envolvido na conspiração de 1483. Apesar de ter
abandonado Portugal neste ano e se exilado em Espanha, continuou sempre ligado a Évora
onde se fez sepultar, no Convento dos Lóios que ajudou a construir. Alvaro de
Bragança foi indiscutivelmente o grande apoio de Colombo em Espanha, o que ao
mais alto nível do Estado espanhol permitiu a protecção dele próprio e da
sua familia en quanto foi vivo. Um dos seus filhos casou-se com a neta de Colombo,
herdando os seus descendentes os títulos do Almirante das Indias.
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7. Montemor-o-Novo
Esta vila alentejana
vive uma verdadeira convulsão por volta de 1482, o Marquês de Montemor-o-Novo,
D. João de Bragança, Condestável do reino e irmão dos Duques de
Bragança lidera uma conspiração contar o rei. Tem o apoio dos reis de
Espanha, de quem espera a apoio militar e a aquém prometeu acabar com as
clásulas do Tratado de Alcaçovas que impediam a Castela navegar até à Guiné
sem autorização dos reis de Portugal.
Descoberta a
traição, o marquês foge para a Castela, em 1483, refugiando-se nos domínios dos Duques de Medina Sidónia. O marquês era
sobrinho de Colombo, os duques foram os seus protectores em Castela para onde
fugiu "secretamente"no ano seguinte.
D. João de
Bragança era casado com Isabel Henriques de Noronha,
sobrinha de Colombo. Em Espanha era conhecida por "marquesa de
montemayor ou de Portugal". Senhora de uma enorme fortuna, mandou
construir nesta cidade uma igreja no Convento de Santa Paula, para panteão da
sua familia exilada neste país. Dona Isabel foi até 1520 a principal
protectora da sua cunhada de Colombo - Violante Moniz - estabelecida em Sevilha.
Carlos V, rei do
Império Austro-Hungaro e de Espanha, em 1528, nomeia um nobre de origem
portuguesa "Marquês de Montemayor". Está por esclarecer a sua
ligação destes marqueses aos de Montemor-o-Novo.
8. Alcácer do
Sal (antiga Sede da Ordem de Santiago de Espada)
Não restam dúvidas
que Colombo e a sua família tinha uma profunda ligação à Ordem de Santiago
de Espada, cuja sede até fins do século XV estava em Alcácer do Sal. Entre os
muito episódios que o liga a esta vila alentejana está o seguinte:
No
dia 3 de Março de 1493, no regresso da 1ª. viagem, no meio de uma tempestade,
Colombo jura que no caso de se salvar que iria em peregrinação a Santa
Maria da Cinta. Las Casas que compilou o seu Diário de Bordo onde aparece esta
referência, afirma que se trata de um santuário em Huelva. (O original do
Diário de Colombo desapareceu)
A
verdade é que no Castelo da Ordem de Santiago, em Alcácer do Sal, na Igreja de Santa Maria
dos Mártires, existia no século XV uma imagem de
grande devoção chamada de Santa Maria da Cinta. A Imagem, datado de
fins do século XIV, ainda existe e está no mesmo local. Não se trata
de uma invenção para turista ver.
Em
Huelva, o santuário que aí existe, assim como a imagem é muito posterior. Será
que na compilação de Las Casas alterou a alterou o local, em vez de Alcácer
do Sal escreveu Huelva ?. Recorde-se que no mesmo paragrafo onde faz estas
referências descreve os arredores de Lisboa.
Alcácer
do Sal é fornece outra pista interessante para se descobrir outras facetas de
Colombo, nomeadamente a sua ligação ao ramo da Casa Real Portuguesa e em
particular à Casa de Bragança e a D. Nuno Alvares Pereira. Colombo era ruivo e
sofria provavelmente de paludismo. Ora acontece que os filhos de D. João I e de
D. Filipa de Lencastre eram também ruivos e um deles sofria e morreu de
paludismo. Trata-se do infante D. João, grão mestre da Ordem de Santiago de
Espada. Nos longos períodos que passou em Alcácer do Sal acabou por contrair
esta doença que transmitiu à sua filha - Infanta D. Isabel futura rainha de
Castela e Leão. Recorde-se que esta infante portuguesa era a mãe da rainha
espanhola Isabel, a Católica, protectora de Colombo. Esta pista nunca foi
investigada.
Alvaro
de Bragança, principal protector de Colombo em Castela/Espanha, tinha todos
os direitos e rendas das judearias de Alcácer do Sal, um facto de enorme
alcance para perceber as ligações entre estes dois homens.
Consultar
Sede da Ordem de
Santiago de Espada até 1481. Foi aqui que D. João II soube da conspiração em
1484.
Convento de Palmela
( sede da Ordem de Santiago a partir de 1482)
Castelo
de Palmela. Colombo terá assistido às enormes campanhas de obras que
precederam a instalação da sede da Ordem de Santiago em Palmela.
9. Vidigueira / Sines
/ (Alentejo).
A vila da Vidigueira
foi doada por uma vida, em 1367, a Vasco Martins de Melo. A partir do século XV
foi integrada nos domínios dos Duques de Bragança. Em consequência da
conspiração de 1483 voltou a fazer parte dos bens da bens da Coroa. Com
D.Manuel I voltou à posse dos bragança que a venderam a Vasco da Gama.
Na região onde Colombo
tem as suas raízes, nasceu em Sines, no ano de 1469, o verdadeiro descobridor do caminho marítimo para a India
- Vasco da Gama.
O rei D. Manuel I, em 1519, atribui-lhe o título de Conde da
Vidigueira, uma terra que fica muito perto daquela onde Colombo alegadamente terá nascido.
Após a sua morte no
Oriente (Cochim), os seus restos mortais vieram para a vila da Vidigueira, de
onde saíram, em 1880, para o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa..
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Carlos Fontes
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