A
biografia de Colombo mais divulgada em todo o mundo é de origem italiana. Os
italianos foram os primeiros e os que mais investiram na construção da História de
Cristovão Colombo (Cristoval Colon) acabando por mistificar completamente a sua
biografia. Uma tarefa que envolveu a própria Igreja Católica quando o pretendeu
santificar...
É hoje muito difícil separar os factos históricos daquilo que foi
inventado para sustentar a tese da sua origem genovesa. Porque o fizeram ?
Referências
Históricas
O primeiro
documento oficial que regista a sua nacionalidade afirma que era português, no
entanto outras referências posteriores dão-no como "ligure",
genovês ou simplesmente italiano. Uma análise rigorosa destes último testemunhos
revela facilmente que os mesmo são falsos e falsificados.
Herança
Colombo
negociara com os espanhóis lucrativos rendimentos no caso de descobrir o
caminho marítimo para a India/Asia, navegando para Ocidente. Os caçadores de
heranças italianos, no século XVI, que se haviam especializado em fazerem desaparecer
documentos, em falsificações e até em assassinatos, viram que tinham na
situação vivida por este enigmático navegador a possibilidade de ficarem com os enormes
rendimentos provenientes do saque que os espanhóis estavam a fazer das Indias. Colombo
e a sua família, embora não pudessem revelar a sua identidade, trataram de os
afastar quando estes se revelavam demasiado perigosos.
Colombo
morre em 1506, dois anos depois o italiano Francisco Berardi que se havia casado
com a sua cunhada - Violante Moniz Perestrelo - aparece morto. Foi o
único que se havia conseguido introduzir no clã familiar. É por esta
razão que nenhum italiano herdou o que quer que fosse de Colombo, nem sequer
está ligado a qualquer ramo da sua descendência !
Estes métodos
italianos eram na
altura defendidos por o florentino Maquiavel (1469-1527), sempre que
estivessem em jogo os interesses do Estado ou dos "Principes" locais.
A apropriação do nome e sobretudo da herança de Colombo era um dos casos.
Banqueiros
A partir do século XV, os italianos, sobretudo os genoveses, com o apoio do
Vaticano lançaram uma ofensiva contra os judeus, os seus principais
concorrentes no sistema bancário na Península Ibérica. Após o
estabelecimento da Inquisição em Espanha (1478), os genoveses estão na
primeira linha do saque dos bens de judeus, nomeadamente em Sevilha. Em 1536 quando foi estabelecida a
Inquisição em Portugal, a maioria dos estrangeiros que participavam neste
"Tribunal" eram genoveses. Os banqueiros
genoveses e a Igreja Católica estavam unidos na contra os judeus e no seu saque.
Durante
o reinado de Carlos V em Espanha (1517-1558), este reino ficou totalmente
endividado. Grande parte das rendas provenientes das Indias acabaram parar às mãos dos banqueiros estrangeiros,
em particular dos genoveses ( 1 ). A "naturalização" de Colombo
como genovês, acabava por legitimar este saque que os genoveses faziam
à Espanha.
Prestígio.
Estava em jogo o prestígio dos navegadores italianos no confronto com os
portugueses. No
séculos XVI estava também em jogo uma enorme rivalidade económica. Portugal
e as cidades italianas disputavam os mesmos mercados orientais. Os italianos aliaram-se frequentemente aos muçulmanos para combaterem os
portugueses no Oriente. Prestígio e interesses comerciais andaram sempre
juntos.
A biografia de Colombo para
sustentar esta alegada origem italiana foi construída na quase totalidade com base
documentos falsos ou falsificados.
Provas Italianas
Quais
são as provas que sustentam a sua origem italiana ? Documentos falsos ou
falsificados. Basta uma simples análise da vida deste navegador para se
perceber a fragilidade destas provas. Qual a relação de Colombo com a
Itália? Nenhuma !
Nunca
manifestou qualquer ligação a Itália. No seu "Diário de
Bordo", por exemplo, ignora por completo a Itália e os italianos.
Desconhecia a
língua ou qualquer um dos
seus dialectos, nem um único nome italiano deu a qualquer terra ou ilha das
Indias. O facto é tanto mais incrível quanto Colombo, segundo os biógrafos italianos, teria feito estudos superiores em Itália. Apesar disso nem
uma única palavra se recordava da sua suposta língua materna, o mesmo
acontecia com os seus
dois irmãos. O seu estandarte pessoal ostentava a Cruz Verde, o símbolo da
dinastia real de Portugal.
Enquanto
foi corsário a maioria dos navios que atacou eram italianos, nomeadamente os
genoveses. Os restantes eram espanhóis e muçulmanos.
A
sua ideia de atingir as Indias/Asia navegando para Ocidente, tinha em vista prejudicar os interesses italianos
no comércio com o Oriente, transferindo o poder do Mediterrâneo para o
Atlântico.
Fez tudo
o que pode para afastar os italianos da
suas expedições, assim como da sua própria família. Ainda na 1ª. viagem
(1492/93) acaba por condenar à morte um dos raros italianos que foi forçado a
levar consigo.
As
únicas ligações de Colombo a Itália ou aos italianos resumem-se a meros
contratos financeiros. Usou-os apenas para assegurar a
protecção internacional para os seus privilégios, efectuarem transacções de
capitais de Espanha para Portugal e persistir nas suas mentiras na corte
espanhola.
Colombo
ignorava por completo e Itália e os italianos, e nunca manifestou qualquer
ligação afectiva a esta região da Europa.
Carlos
Fontes
Anterior . Próximo |