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A ciência e a
técnica, desde o século XVII, permitiram à humanidade realizar enormes progressos, nomeadamente no
controlo e exploração da natureza. As suas
descobertas e invenções moldaram as nossas sociedades
actuais. Para o bem e para o mal. Muitas aplicações
se por um lado permitiram minorar o sofrimento humano, por
outro, contribuíram
também para aumentar a capacidade destrutiva
dos aparelhos militares ou a degradação da vida na terra. As suas implicações morais são
por demais evidentes para que as possamos ignorar.
Continua a ser frequente
encarar-se a ciência e a técnica como neutrais. Um cientista ou um inventor teria apenas um único compromisso
e pelo qual teria apenas responsabilidade: Descobrir tudo o
que pode ser descoberto. Experimentar tudo
aquilo que pode ser experimentado.
No século XX muitas
descobertas e experiências levadas a cabo, mostram que não
era possível continuar a sustentar o princípio da
neutralidade da ciência e da técnica:
a) A ciência e a técnica estão hoje, em muitos domínios,
claramente ao serviço das estratégias do poder ou do
aumento dos lucros das multinacionais.
b) Muitas experiências científicas tem assumido formas
condenáveis ao reduziram seres humanos a meras cobaias. As
experiências realizadas durante a 2ª. Guerra Mundial, nos
campos de concentração alemães,
estão longe de
constituírem casos isolados.
Uma das questões que está hoje em causa, não é apenas a
da responsabilidade moral dos cientistas e inventores, mas
também a necessidade de se estabelecerem limites
para as experiências científico-tecnológicas.
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