Como sabemos qualquer organismo animal
ou vegetal é constituído por células, e dentro de cada uma existe
existe um núcleo, com um conjunto de cromossomas. Os cromossomas são
estruturas de ADN (ácido desoxirribonucleico) que contêm toda
a informação sobre o organismo a que pertencem. Os genes,
constituintes do ADN, representam cada um uma propriedade específica.
A manipulação consiste em retirar os
genes de uma cadeia de ADN, introduzindo no seu lugar novos genes. Uma
pequena percentagem introduz-se no ADN. A partir daqui temos
uma novo organismo geneticamente modificado, que se irá reproduzir as
características adquiridas.
No estágio actual da engenharia genética
é possível modificar geneticamente plantas e animais, assim como
produzir microorganismos em ambientes controlados (laboratórios ou
instalações industriais). Estas actividades, em grande expansão,
deram origem a importantes ramos de investigação industrial como a
engenharia genética.
1.
Manipulação de Células de Plantas. Há muito que se produz e se
consome alimentos geneticamente modificados, os transgénicos (milho,
arroz, soja, morangos, etc). um dos exemplos mais antigos desta
manipulação é o Tricale, um cereal que foi criado pelo homem
através do cruzamento do trigo e do centeio.
A manipulação
tem em vista frequentemente corrigir os organismos de forma a torná-los resistentes
a certas pragas, aumentar a sua produção, etc.
2.
Manipulação de Células de Animais. Os laboratórios em todo o
mundo manipulam também há muito as células de animais modificando
desta forma as suas características genéticas, criando também novos
seres. Os que defendem estas
práticas afirmam que os métodos são novos mas a realidade é
antiga. A mula é, por exemplo, o fruto do cruzamento entre o cavalo e
a burra.
3.Manipulação
de Células de Seres Humanos. A descodificação do código
genético humano em curso irá num futuro próximo possibilitar
manipular de forma precisa os genes dos seres humanos, de modo a
realizar algo semelhante ao que se faz com as plantas e os
animais.
Manipulação
genética, realizada actualmente em larga escala, não deixa de
levantar em todo o mundo uma profunda inquietação:
a)
Consequências imprevisíveis. Questiona-se a introdução destes novos organismos geneticamente
modificados (OGM) em
ambientes abertos, uma vez que se desconhece as suas consequências a
longo prazo para os outros seres vivos, nomeadamente os da mesma
espécie.
b)
Integridade biológica. Questiona-se o direito dos seres humanos actuais em
alterarem uma herança biológica que herdaram e que inevitavelmente
irão modificar ou destruir.
c)
Redução da Biodiversdade. Questiona-se a redução que estas
técnicas de melhoria e selecção estão a provocar na natureza,
tendo nós um conhecimento muito limitado dos mecanismo biológicos.
d)
Novas formas de domínio. Questiona-se as novas formas de poder que estão a ser criadas por
parte dos laboratórios que produzem estes novos OGM. Estes ao
possuírem as suas patentes, controlam ( e lucram) com a sua utilização,
reprodução e possíveis melhorias.
e)Sofrimento.
Questiona-se os sofrimento que estas experiências provocam nos
animais, para além dos limites do razoável, tendo apenas um único
objectivo: a sua sobre-exploração.
Estas
objecções são refutadas pelos defensores destes procedimentos,
avançado com duas razões fundamentais: Em primeiro lugar na natureza
nada é estático, dos organismos é uma realidade, embora não
tenhamos a perspectiva suficiente para a observar. Não faz pois
sentido falar da integridade de uma coisa que não existe. Por
último, os engenheiros genéticos quando manipulam geneticamente os
organismos não manifestam falta de respeito pelos mesmos. A sua
perspectiva é outra. A vida para eles não passa de um conjunto de
reacções químicas, um gene fora do seu contexto não é mais do que
uma molécula. Concluindo: os engenheiros genéticos não trabalham
com seres, mas apenas com reacções químicas, moléculas, sistemas
mecânicos sofisticados, etc. O seu trabalho consiste em operar
laboratorialmente com estes elementos.
Este
argumento, baseado na suposta neutralidade da actividade cientifica,
foi há muito refutado pela evidência dos factos. A partir do século
XX, muitos cientistas passaram a colaborar activamente na produção
de armas de destruição maciça. Nem sempre os cientistas buscam o
bem da Humanidade, frequentemente também se envolvem na procura dos
meios de a destruir. Num caso e outro utilizam os mesmos métodos e o
rigor científico.
Em
construção !
Carlos Fontes