Uma
análise exaustiva a textos de falsários italianos. A partir do final do 1ª.
Volume são expostas as razões porque Colombo (Cristoval Colon) era português.
.
(
3 ) O Português Cristovão
Colombo, Agente Secreto do Rei Rei D. João II, Augusto
Mascarenhas Barreto.
Lisboa. Referendo.1988.
A
obra que relançou uma nova visão sobre Colombo, provocando um verdadeiro
terramoto nos estudos portugueses deste navegador.
O
livro suscitou da parte de três intelectuais uma viva violenta reacção, tendo
sido Mascarenhas Barreto acusado de toda a espécie de crimes. Os argumentos
utilizados nestas acusações apoiam-se em documentos comprovadamente falsos,
como foi posteriormente demonstrado.
(
4 ) A Nacionalidade Portuguesa de Cristovam Colombo, The Portuguese
Nationality of Christopher Columbus,
Patrocínio
Ribeiro. Lisboa. Fundação
Lusiada. 1998.
Este
livro foi publicada, em 1927, e apresenta em síntese das razões
porque Colombo não podia ser italiano, nem sequer espanhol, mas apenas português.
Muitas das intuições de Patrocínio Ribeiro abriram importantes campos de
investigação.
(5
)
Cristobal
Colón. Instrumento da Política Portuguesa de Expansão Ultramarina,
Lisboa, Caderno da Revista Neptuno, 1950 e
D. João II e
Cristobal Colón. Factores Complementares na Consecução de um Mesmo Objectivo,
Coimbra, 1951, da autoria de
Alexandre Gaspar de
Naia. Os livros deste autor passaram
despercebidos na época, mas tornaram-se claramente uma fonte de inspiração
para muitos investigadores posteriores.
( 6 ) Cristóvão
Colombo - Almirante do Mar-Oceano,
Samuel
Eliot Marison. Lisboa.
Editorial Noticias. 1962 (existem outras edições mais recentes). É
fundamental para o estudo das rotas marítimas seguidas nas várias viagens.
( 7 ) A Missão
Secreta de Cristovão Colombo, Simon
Wiesenthal. Lisboa. Futura.
1974. Uma aproximação às ligações com os judeus. O autor rejeita a tese de
Colombo genovês.
( 8 ) Colon y los
Florentinos, Consuelo
Varela. Madrid. Alianza
Editorial.1988. É fundamental para perceber as ligações de Colombo com
mercadores-prestamistas italianos vindos de Portugal. A autora defende a tese de
Colombo genovês, mas debate-se continuamente com questões que não consegue
dar resposta. A sua tese essencial é que Colombo estava envergonhado do seu
passado de tecelão e de corsário, por isso procurou esconder as suas origens.
A questão é que não foi só ele a fazê-lo.
(
9) Cristóbal Colón: siete
años decisivos de su vida
(1485-1492), Juan Manzano y Manzano.
2ª. edição. Madrid. 1989. O autor embora perfilhe a tese genovesa, não deixa
de procurar sem complexos abordar a vida de Colombo. É indispensável a sua
leitura.
(10)
Colón y su Secreto. El Predescubrimiento,
Juan
Manzano y Manzano. 2ª.
edição. Madrid. 1989. Após anos de pesquisa, numa monumental obra este
historiador espanhol afirma que Colombo soube da existência das Indias por um
piloto português.
A
descoberta terá sido feita por volta de 1470, quando uma caravela quando
regressava da Guiné se desviou para a América, na chamada volta da Guiné ou
da Mina.
A
história de outro português - Vicente Dias - apontado pelo Hernando
Colon como o descobridor da América, serviu para ocultar o verdadeiro
descobridor.
Entre
outras afirmações surpreendentes deste autor, está a de que o Brasil terá
sido descoberto nos fins do Verão ou Outono de 1493 (página 280).
A
obra acrescenta muitos dados novos à tese do pre-descobrimento da América
pelos portugueses. A ler !
(
11) Congresso de História del Descubrimiento (1492-1556). Actas. Real Academia de la
Historia. Confederacion Española de Cajas de Ahorros. Madrid. 1992. Duas ou
três comunicações são absolutamente fundamentais, em especial: "Presencia
Temprana de Cristobal Colón en Portugal", de António Rumeu de
Armas, Tomo I, pp.77-115
(
12 ) A Política de Sigilio nos Descobrimentos Portugueses,
Jaime
Cortesão . Lisboa.
1960.
A política e a prática do
sigílio nas explorações marítimas portuguesas. Existe uma vasta bibliografia recente
sobre este tema.
(
13 ) Vida del Muy Magnífico Señor don Cristobal Colón,
Salvador de
Madariaga. Madrid. Espasa- Calpe. ed.2005. Tese do judeu catalão-genovês.
Apesar das enormes inconsistências, omissões e trapalhadas do autor, esta obra
merece ser lida devido à pertinência de muitas das suas
observações.
(14
) La Lengua de Cristobal Colón,
Ramon Menendéz
Pidal. Espasa-Calpe.
Madrid.1942. Depois de constatar que Colombo falava português, o autor
defende a delirante tese de que o mesmo terá aprendido também castelhano
em Portugal antes de fixar em Castela (pág.21), mas sem explicar o motivo
porque o fez.
(15)
Vida y Viajes de Cristóbal Colón, Irving
Washigton. Chile. Valaparaiso.
1893 (tradução). Trata-se da mais popular biografia de Colombo nos EUA e é um
repositório de disparates históricos. Parte do pressuposto que Colombo era
genovês, nasceu em 1435, estudou na Universidade de Pavia, veio para Lisboa em
1470, etc, etc.
(16
) História de Cristobal Colón. Análises Critico de las Fuentes
documentales y de los problemas Colombinos,
Enríque
de Gandia. Editorial
Claridade. Buenos Aires. 1942. Este argentino é o mais consistente defensor da
tese da origem genovesa de Colombo, refutando com grande rigor as teses
espanholas. Considera as teses portuguesas de "eruditas". De uma forma inteligente
ignora ou omite documentos que contrariam as suas afirmações.
(17)
Colón, Filipe
Fernández-Armesto. Editorial
Crítica.Barcelona. 1992.Um acérrimo defensor da tese genovesa, que não hesita
em falsificar nomes, datas, etc. Oculta de forma sistemática todas as
referências e ligações de Colombo a Portugal e aos portugueses. Três coisas
sustenta com alguma lucidez: A estratégia seguida por Colombo para evitar a
fixação de espanhóis nas indias; a sua preocupação em aprender todas as
técnicas para mentir; o enorme desprezo e desconfiança que revelava para com
os reis espanhóis, que contrastava com a grande admiração que manifestava
para com D.João II rei de Portugal...
(19)
Cristoforo Colombo. Gênio do mar,
Paolo
Emilio Taviani, Paolo Emilio
- . Ministerio er i Beni Culturali e ambientali.1991. O autor, principal
propagandista italiano da tese genovista no século XX, mostra-se totalmente
incapaz de exemplicar qualquer ligação entre cristovão colombo e Génova.
Limita-se a enunciar que Colombo à semelhança dos genoveses, como navegador
era um homem de fé, teimoso, gostava muito do mar, etc. Aspectos da sua
personalidade que podiam ser associados a qualquer outra cidade portuária.
(20)
Cristoforo Colombo, la genesi della grande scoperta.
Paolo Emilio Taviani
2 vols. Novara. 3ª. edição. 1988. Apesar de todos os esforços do autor em
sustentar o contrário, a única conclusão de qualquer leitor facilmente retira
da obra é a seguinte: Admitindo que Colombo nasceu em Génova, no seio de uma
familia de tecelões e taberneiros, a unica certeza que se podemos ter é que
quando saiu de Génova (1475), e se fixou em Portugal, cortou com todas as
ligações à sua cidade natal e restante familia.
(21) Obras de Henry Harrisse.
Henry Harrisse
(1829-1910) escreveu algumas das mais influentes obras sobre Cristovão Colombo e
pontualmente sobre os descobrimentos portugueses. Entre as suas muitas
obras, quatro merecem uma referência especial:
a ) Christophe Columb, son
origine, sa vie, ses voyages, sa famille e ses descendents. Paris. Ernest
Leroux Éditeurs. 1884. O levantamento e análise crítica que realizou às
fontes documentais sobre Colombo constituiu um verdadeiro marco.
A falta de um conhecimento mais
preciso sobre a história de Portugal, leva-o a cometer graves erros na biografia
deste navegador. Um exemplo: Colombo afirma que durante 14 anos andou a
tentar convencer o rei de Portugal a aceitar o seu projecto (1471-1485).
Harrisse não consegue encontrar factos históricos que provem esta afirmação, por
isso a nega (pp.720-725). Na verdade Harrisse desconhecia que D. João II, ainda
principe, já tinha a seu cargo os assuntos da navegação, e que desde 1471, era
mestre da Ordem de Santiago,
onde estava a elite dos navegadores portugueses. As palavras de Colombo
correspondem a factos históricos documentados, e não constituem fanfarronadas.
b ) Les Colombo de France et de
d`Italie - fameux marins du XV siècle. Paris. 1874. Nesta obra nega que
Colombo alguma vez tivesse sido corsário. Numa altura que o Vaticano procurava
beatificá-lo era de todo inconveniente associá-lo ao corso ou ao tráfico de
escravos. Harrisse sustenta que "cullan" (Colombo, o velho), que participou na
batalha de 1476 era afinal o vice-almirante francês Guillaume de Casenove.
O corsário que participou na batalha de 1485 (Colombo, o Moço) era grego
Jorge Bissipat. O único corsário italiano que poderia ser parente de Cristovão
Colombo (Colombo corsaro de S. Remo), nunca navegou com os anteriores, nem
participou nestas batalhas.
Harrisse, uma vez mais, desconhece a
documentação existente em Portugal sobre o corsário Pedro João Coulão, mas
também sobre os dois cercos de 1476.Mais
c ) D. Fernando Colón, historiador
de su padre: ensaio critico (1871). Harrisse após estudar esta obra, chega à conclusão que a
mesma foi profundamente modificada, chegando ao ponto de atribuir a sua autoria
ao espanhol Perez de Oliva (cfr. Iris M. Zavala (coord.) - Discursos sobre la "Invención"
de América. 1992). Desta forma lançou uma suspeição generalizada, mais que
legitima, sobre a documentação referente à vida de Colombo.
Harrisse não apenas denunciou
falsificações, mas também acusou os historiadores espanhóis de o copiarem e
deturparem. O primeiro a ser alvo desta grave acusação foi José Maria Asencio -
Cristobal Colon, Su Vida, Sus Viajes, sus descubrimientos (cfr. Salvador
Bernabéu Albert - 1892, El IV Centenário del Descubrimiento de América en España:
coyuntura....)
d ) Les Corte Real et leurs
Voyages au Nouveau Monde d'après des documents nouveaux ou peu connus tirés des
Archives de Lisbonne et de Modène, Paris, Ernest Leroux, Éditeur, 1883;
Gaspar Corte Real. La date exacte de sa dernière expédition au Nouveau Monde d'après
des documents inédits récemment tirés des Archives de la Torre do Tombo à
Lisbonne, Paris, Ernest Leroux, Éditeur, 1883.
Harrisse, entre os portugueses que
fizeram viagens ao Novo Mundo, centrou a sua atenção sobre os irmãos Corte Real,
cujas expedições à Terra Nova referidas e acompanhadas por Colombo. Também aqui,
a sua falta de informação sobre a história de Portugal o leva a duvidar de
factos históricos, como a presença de Miguel Corte Real em Málaga (Agosto 1501),
depois de atacar Mazalquibir, que protegia o acesso a Orán (cfr.Ramalho, Américo
da Costa - Um elogio em latim, contemporâneo de Miguel Corte Real, in, FL - Univ.
Coimbra).
(22) Etudes Critiques sur la vie
de Colombo avant des descouverts. Les origines de sa famille, les deux
Colombo... sa famille portugaise (Paris, 1905),
Henry Vignaud.
Perante tantas contradições e falsificações na documentação sobre
Colombo, a única certeza é que ninguém sabia
de nada. O próprio Colombo mentira e obrigara outros a mentir, ocultando desta
forma a sua identidade.
Continua