. História
A geografia foi determinante para a formação da
Roménia. Primeiro porque grandes montanhas protegem vastas planícies com
terrenos muito férteis, estimulando a fixação de diferentes povos. Depois
porque fica situada num corredor de passagem entre o Oriente e o Ocidente
convertendo-a numa zona estratégica na Europa. Entre os primeiros povos que se
fixaram na região destacam-se os Getos (2º. Milénio
a.C), seguindo-se os Cimérios (séc.XIII-VIII
a.C.), as tribos Hallstatto-Ilirica e Italo-Vilanoviana vindas do ocidente
(início do 1º. milénio), os Citas iranianos (séc.VIII-IV a.C), Sármatas (séc. IVa.C.-III
d.C), os celtas (séc. IV), etc..

Roménia.
O Pensador de Hamangia. Período mesolitico (cerca de 4200-3500 a.C). . Os
gregos estabeleceram-se no litoral no séc.VII a.C (Ólbia), junto ao Rio
Danúbio e Mar Negro. Por volta do
século III a.C. os povos da região, denominados pelos romanos de Dácios
possuem já um sólido reino. Roma desde o século I a.C que tenta conquistar a
região. A proeza foi realizada por Trajano entre 101-106 d.C., transformando-a
numa província Romana (Dácia). A língua latina e os seus costumes são
rapidamente assimilados. Durante
o séc.III, a Dácia começa a sofrer invasões dos godos. O impeardor Aureliano
vendo-se impotente para os suster acaba por abandonar a província aos godos
(271-275).Estes acabam por ser dominados totalmente em 375, pelos pelos terríveis Hunos. Após a morte de Átila
(375), o hunos desintegram-se. A região passa então para o domínio dos Gépidas,
que não tardam a ser submetidos pelos Longobardos e Avaros, que acabam
nas mãos dos Eslavos (séc.VI). A sucessão de povos invasores não pára. Chegam entretanto os
sérvios, depois os bulgaros e os hungaros (séc.IX), sempre com o mesmo
objectivo: o domínio da região. Cristianismo Durante o domínio dos
godos (272-375), difunde-se o cristianismo, contribuindo para
reforçar a unidade cultural à populações locais. Estas não tardam a ligar-se ao ao Império Bizantino que
entretanto adopta o cristianismo como religião oficial. Apesar de todas as
invasões os dácios
resistem com os seus costumes, religião cristã e a sua língua latina.
Principados As
primeiras formações estatais romenas tendo como chefes principes locais (voievozi)
datam do séc. IX. Contudo foi só depois da
terrível invasão tartara (1240), que se tornou premente a necessidade de uma melhor
organização política e defensiva das populações, conduzindo à criação de três grandes
principados. O primeiro foi o da Valáquia (
Munténia), entre a curva do Danúbio e o Mar Negro. Foi fundado pela família Basarab, em
1290, não tardando em expulsar os Hungaros. O
segundo foi o principado da Moldávia entre os cárpatos e o Dniester, fundado em
1343 pelo principe Bogdan. ( o nome da Moldávia provém do Rio Moldava,
afluente do Rio Seret ). O
terceiro, o da Transilvânia, foi o que mais tarde se afirmou mantendo-se
sob o domínio dos Hungaros. Ameaça
Turca No século XIV o
avanço dos turcos torna-se na principal ameaça na região. A custo
os principados resistem, quase sempre com concessões aos turcos para manterem
alguma autonomia. Estes em 1394 atacam a Valáquia mas são repelidos. Dois
anos chacinam os cristãos romenos na batalha de Nicópolis. No
século XV, são poucos os estados que conseguem enfrentar com êxito os turcos,
a maioria opta por se tornar seus vassalos. O
principado da Valáquia foi durante algum tempo uma excepção. O príncipe Vlad (Drácula), conhecido
pelo "empalador", devido ao modo como matava os seus inimigos, inflige-lhes
pesadas derrotas (1462). A sua vida e acção inspirou no século XIX a famosa
personagem do Conde Drácula da Transilvânia. O principado da
Moldávia, com a subida ao trono de Estevão o Grande (1457-1504), torna-se unm
verdadeiro bastião do cristianismo no leste da Europa. Estevão reclama para a
Moldávia a herança do Império Bizantino que havia sido destruído pelos
turcos em 1453. A sua morte marca o inicio do domínio dos turcos das regiões
históricas da Roménia, apesar dos contínuos focos de resistência. No
final do século XVI, quando Miguel o Bravo sobe aos trono da Valáquia, assume
como objectivo ao unificação dos três principados (Valáquia, Moldávia e
Transilvânia), tendo em vista formar um estado único e independente. Durante
algum tempo conseguiu a unidades dos três principados, mas após a sua morte
(1601) o reino foi desintegrado.  Nos séculos XVII
e XVIII, os principados são disputados pelas principais potências com
interesses na região. Os turcos são agora os grandes perdedores. -
Os austríacos conquistam aos turcos a Transilvânia em 1686. Em 1775 compram-lhes
uma parte da Moldávia chamada Bucovina ( de Bucov, em ucraniano
"grande floresta"). - Os
russos em 1792 conquistam-lhes metade da Moldávia, a que chamam
Bessarábia (1821). Tudo sob o pretexto de proteger os cristãos locais. Independência. Ao longo do século XIX eclode um forte movimento nacionalista.
Nos principados da Moldávia e da Valáquia, os romenos conseguem que os turcos
lhes permitam eleger os governantes (1821). Foi uma conquista
decisiva para a unificação dos principados. A 24 de Janeiro de 1859 valacos e
moldavos elegem um mesmo príncipe, Alexandre Jean Cuza, por um período de 7
anos. Desta união surge em 1861 a
Roménia, de que Bucareste se torna capital. Cuza abdica
em 1866, sucedendo-lhe Carlos de Hohenzollern-Sigmaring. Em 1877 rebenta a guerra entre a Rússia e a
Turquia, e os romenos aproveitam para proclamar a
independência da Roménia, ajudando entretanto os russos a derrotar os turcos
em Plevna.A independência é rectificada nos tratados de San Stefano e de Berlim
(1877-1878), nos quais a Bessarábia é cedida à Rússia. A Transilvânia,
sob o domínio do Império Austro-Hungaro continua a ficar de fora do novo
Estado. A Roménia recebe, porém, a Dobroja. 
Carol
ou Carlos de Hohenzollern. Principe regente (1866-1881) e depois rei
(1881-1914).Ilustração datada de 1866.
.
A monarquia foi proclamada em
1881, sendo Carlos I (1881-1914) foi o primeiro rei, sucedendo-lhe o seu
sobrinho Fernando I (1914-1927). Unificação A
afirmação do nacionalismo do nacionalismo romeno, acaba por criar garndes
tensões com a comunidade judaica, sendo milhares de judeus expulsos. Durante a
guerra dos balcâs (1912), a Roménia anexa a Silistrina (junto a Dobrudja)
entõa na posse da Bulgária (1913). A
Roménia entra na 1ª.Guerra Mundial (1914-1918), ao lado dos aliados
(1916). É neste contexto que a população da Bessarábia proclama uma república independente (1918) e de imediato decide a sua união com a Roménia.
A derrota do Império Austro-Hungaro permite à Roménia anexar os territórios da Bucovina, Transilvânia e uma parte do Banat,
posição assumida pelas respectivas populações (1918). A Roménia estava finalmente
unificada, mas não por muito tempo. Crise Em
1930 ascende ao trono Carlos II
(1930-1940). O contexto internacional é de depressão e guerra. Em 1940 a
Rússia exige que lhe sejam devolvidos os territórios anteriores a 1918. A
Roménia acaba por aceitar a arbitragem de Viena (1940), na qual perde a
Bessarábia para a Rússia, a Transilvânia
setentrional para a Hungria, a Dobruja meridional para a Bulgária.
Carlos II abdica a favor do seu filho
Miguel, mas na prática entrega o poder ao marechal pró-nazi (Antonescu) . As exigências da Rússia empurram a
Roménia para os lado dos alemães (1941). . Período
Comunista
A Rússia
ocupa a Roménia. Em 1944 Antonescu é derrubado, e o país acaba
por se juntar aos aliados. No ano seguinte, a União Soviética
(1917-1991) impõe-lhe um governo dirigido pelo pró-comunista Groza. Em 1947 o regime monárquico
foi substituído por um regime comunista controlado por Moscovo. Ghorghe Gheorghiu-Dej
sucede a Groza em 1948. A terra
foi colectivizada e toda a economia ficou debaixo do controle soviético. Em
1949 adere ao Comecon (Conselho de Ajuda Mútua Económica) e em 1955 ao célebre Pacto de Varsóvia. 
Bucareste.
Casa da Scinteia. Construída em 1950-1951. A estátua é de Lenine é foi
erigida em 1960 . A partir de
1965 passou a ser governada por Nicolae Ceausescu, que adopta uma
política de progressivo afastamento de Moscovo. Em 1967, por exemplo,
nega-se a condenar Israel pela Guerra dos Seis Dias, opõe-se depois à invasão
da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia (1968). Mantém-se neutral
no conflito ideológico entre Moscovo e Pequim. Em 1969 recebe a vista do
presidente Nixon, a primeira de um presidente dos EUA a um país da Europa
oriental. Ceausescu em 1971
visita os EUA. Democracia
Na sequência da queda do Muro de Berlim, Ceausescu é derrubado e morto a 25 de
Dezembro de 1989. Foi então formada uma Frente de Salvação Nacional (FSN)
liderada por Ion Iliescu que foi eleito presidente. provou uma nova Constituição em 1991 e legalizou a
Igreja Ortodoxa do Oriente. Apesar de uma enorme contestação que é alvo Ion
Iliescu foi reeleito em 1992. A Roménia caminhou no sentido de uma
economia de mercado, atravessando um longo e penoso processo de
democratização e desenvolvimento económico.
Em junho de 1993, o governo romeno
entregou um pedido de adesão à União Europeia (UE)
Em 1994 foi palco de
um enorme movimento grevista de protesto contra as precárias condições de
vida de uma boa parte da população, o que se reflecte no aumento da
emigração. No
final de 1996, a Roménia assinou com a Hungria um tratado de reconciliação e
amizade, procurando por fim às históricas tensões existentes entre os dois
países, actualmente avivadas pelo desejo de autonomia da minoria hungara que
vive na Transilvânia.
Em 1 de Janeiro de 2007, a União Europeia (UE)
passou a contar com dois novos Estados‑Membros, a Bulgária e a Roménia. Carlos Fontes..
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