O verdadeiro começo da literatura romena fica no fim do século XVIII
e começo do século XIX.
A primeira metade do XVIII é a época dos projectos grandes para criar
uma literatura nacional. A renovação de linguagem incluiu expressões
impróprias e termos caricaturais.
O principal movimento ocorre com a geração de 1848, que
apela ao retorno
à literatura popular, a qual é vista como uma fonte de
regeneração estética, por causa da simplicidade e beleza da sua linguagem.
Entre os grandes escritores deste período destacam-se dois nomes: Vasila
Alecsandri (1821-1890) e Costache Negruzzi (1808-1868). O primeiro
foi um pioneiro da poesia, prosa, drama, mas também
das recolhas do folclore romeno, o segundo foi não apenas o fundador da novela romena, mas
igualmente o criador de um modelo incomparável
na escrita das novelas históricas.
A segunda metade do século XIX foi caracterizada pelo aparecimento de
número significativo de excepcionais escritores, que afirmaram a literatura
romena no contexto internacional. Uma contribuição notável para este
movimento foi dada pela
sociedade cultural Junimea (fundada em 1863) e em especial pelo seu
mentor Titu Maiorescu (1840-1917), que valorizou o mérito e promoveu rigorosos critérios estéticos. O jornal publicado por esta
sociedade - As Conversações Literárias -, ajudou ao reconhecimento dos
grandes escritores da época: Mihai Eminescu, Ion Luca Caragiale
e Ion Creanga.
Eminescu deu o brilho máximo ao romantismo romeno, mudando o linguagem poético
e excluindo as suas tendências retóricas. As peças do teatro de Ion Luca Caragiale são um
espelho cruel da sociedade romena do período, distinguindo-se com a critica
cortante das obsessões políticas e hesitações morais. A sociedade
Junimea descobriu e lançou também o Ion Creanga, um contista
original e único por causa do estilo oral ele usou nas suas obras,
assim como Ioan
Slavici, um escritor de Transilvãnia, autor da primeira obra-prima do
romance romeno.
Ioan
Slavici (1848-1925)
.
O período entre as duas guerras de mundo foi caracterizado enormes polémicas
e inovações. A poesia gravitou em torno de diversos modelos:
Tudor Arghezi (1880-1967), poeta do enobrecimento da expressão sem
limites, Lucian Blaga (1895-1961) que expressou interesses metafísicos
numa poesia expressionista, e George Bacovia (1881-1957), simbolista, poeta da
neurose e do desespero.
Na escrita da prosa, o principal nome do tempo foi Liviu Rebreanu (1885-1944), cujos novelas
Ion e Padurea Spanzuratilor (A Floresta dos Pendurados) são verdadeiras obras-primas.
O primeiro romance é uma obra realista com influências naturalistas, uma
tragédia da vida rural. A última é a primeira novela psicológica na
literatura romena. Mihail Sadoveanu (1889-1961) escreveu um grande número
de novelas, principalmente históricas, mas também narrativas muito
características da
literatura romena devido à densidade e infusão metafórica da sabedoria
oriental.
Entre os escritores mais novos sobressaem nomes como Camil
Petrescu (1894-1957) e Hortensia Papadat-Bengescu (1876-1955), que
se distinguiram por uma escrita analítica em prosa.
A conexão da literatura romena com as tendências europeias, conseguida
pela geração entre as duas guerras, foi abruptamente interrompida com o início do
comunismo. Apesar disto a literatura autêntica foi muito apreciada bem-vinda pelos
leitores, que viram nela o símbolo de uma dimensão cívica. Ocorreu mesmo
uma total sintonia entre o gosto público e a visão crítica de muitos
escritores, sobretudo na última década
da ditadura de Ceausescu. Os escritores como Marin Preda (1922-1980),
poetas como Nikita Stanescu (1933-1983), Marin Sorescu
(1936-1997) e Ana Blandiana foram muito apreciados por
prestigiados críticos (Nicolae Manolescu, Eugen Simion), mas
também pelos leitores.
Após 1990 a literatura foi marcada ensaio, mas também por
um certo afastamento entre os escritores e os leitores. Estes foram
cativados pelas obras literárias que antes lhes eram inacessíveis, e por
aquelas que são promovidas pelos mass-media. Natacha |