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História
A
Ucrânia era uma das 15 repúblicas que
integravam a antiga União Soviética (1922-1991), tornando-se independente após a sua dissolução.
Primeiro Reino Eslavo
A região era habitada desde o neolítico por povos eslavos.
Entre eles destacam-se os ucranianos (rutenos), um povo com civilização e língua própria.
No século VI d.C. assistiu-se à formação de alianças entre os grandes
senhores da região. No fim do século IX, durante o reinado do príncipe
Oleg (879-912), os principados de Kiev e Novgorod uniram-se, formando-se um poderoso reino
eslavo, com sede em Kiev, o mais antigo de toda a Rússia.
O cristianismo foi
introduzido por Vladimir Baroslof (980-1015), príncipe de Keiv, tendo-o declarado religião oficial em
988. Este reino atingiu um enorme esplendor entre os séculos X e XII, Ainda
hoje existem diversas igrejas e mosteiros datadas
deste período:
Igreja de Santa Sófia - Igreja de Santa Sófia de Kiev. Iniciada
em 1017 e terminada em 1037. A sua aparência exterior data dos séculos XVII e
XVIII (estilo barroco) .
- Catedral de Tchernigov, iniciada em 1035-1036 (
Kiev ) - Catedral de S. Miguel (1017-1113)
( Kiev ). Foi destruída em 1934 e reconstruída em 1999.
- Mosteiro Laure
de Pechersk ( mosteiro das grutas) (séc.XI
). (Kiev ) -Igreja de São Cirílio (séc.XII) (Kiev )
. - Catedral de São Nicolau, O
Taumaturgo (1113), em Novgorod
- Igreja de São Jorge (1119), em Novgorod.
Desagregação
Os Mongóis conquistam-no no século XIII, sendo
depois dominada pelos lituanos entre o século XIV e 1569, quando passou
para o domínio dos polacos, mas também dos russos.
Em 1654, o "hetman" da Ucrânia,
Bogdan Khmelnitski, fez um acordo (Rada) com o czar russo, que levou à adesão
de parte significativa do território actual da Ucrânia à Russia. No
reinado de Catarina II, na segunda metade do século XVIII, Moscovo
conquistou o Sul da Ucrânia ao Império Otomano. Entre os militares ao
serviço da Rússia que conquistaram praças como Ismail e Otchakov, estavam
oficiais portugueses, nomeadamente Gomes Freire de Andrade.
Enquanto as partes central e oriental da Ucrânia
iam sendo integradas no Império Russo, recebendo o nome de Pequena Rússia,
a parte ocidental era dividida entre países vizinhos a Ocidente como a
Hungria, a Polónia e a Áustria.
Nacionalismo
No século XIX , na cidade de Lviv (Lemberg)
desenvolve-se uma forte movimento cultural em torno da causa da independência da Ucrânia.
Curta independência
No final da 1º. Guerra Mundial, em 1917, deflagra a guerra entre ucranianos e
nacionalistas. Logo após a queda dos império russo e austriaco, a Ucrânia
torna-se num Estado
independente, uma república popular, dirigida pelo nacionalista Vladimir
Gruchevski, tendo durado apenas alguns meses.
Em 1919 foi invadido a
leste pela Rússia, e em 1920 a oeste pela Polónia, que controla uma parte do
seu território até 1939. Domínio Soviético
A partir de 1922 a Ucrânia torna-se numa das 15
Repúblicas da antiga União Soviética (1917-1991).
Entre 1932 e 1933 a maioria dos camponeses são
expropiados devido á colectivização forçada das suas terras decretada por
Estaline, sendo mortos cerca de 7 milhões de ucranianos.
Em 1939, os
territórios anexados pela Polónia voltam de novo a ser integrados na
Ucrânia. Durante a II guerra mundial, os alemães ocupam
a Ucrânia entre 19 de Setembro de 1941 e 6 de Novembro de 1943, morrendo cerca
de 7,5 milhões de ucranianos (25% da população).
Em 1956, o então dirigente comunista soviético
Nikita Khrutchov, um ucraniano, decidiu tirar a Península da Crimeia à Rússia
e oferecê-la ao seu país de origem, estabelecendo desta forma as suas
fronteiras actuais. As regiões orientais e centrais do país,
transformaram-se em grandes centros mineiros e industriais (dois terços da
indústria ucraniana estão aí concentrados ainda hoje), enquanto a parte
ocidental permaneceu mais rural e pouco desenvolvida. A primeira está muito
marcada pela influência russa, a segunda pela influência ocidental.
Ao longo das décadas
seguintes aumentou os sinais de descontentamento da população face ao
domínio da União Soviética.
Independência e
Democracia
Depois da tentativa de
golpe de 19 de Agosto de 1991 contra o presidente de la URSS, Mijail
Gorbachov, a Ucrânia proclamou a sua independência 24, decisão que foi
rectificada por referendo a 1 de Dezembro de 1991, por 93% dos ucranianos.
Ainda em Dezembro de 1991 adere à Comunidade de Estados Independentes (CEI). Leonid Kravchuk foi o
primeiro presidente do novo país, sucedendo-lhe em 1994 Leonid Kuchma. A 9 de
Novembro de 1995 adere ao Conselho da Europa.
Após a independência e desintegração da
URSS, as indústrias mineira, pesada e militar ucranianas entraram em crise.
O desemprego atingiu níveis muitos elevados. Nas regiões ocidentais, a
crise foi mais profunda e longa, obrigando milhões de ucranianos a emigrar
para a Europa e Estados Unidos.
No meio de grandes conflitos sociais, a 28 de
Junho de 1996, o parlamento aprovou a nova Constituição, instituindo um
poder presidencial muito forte. O poder executivo é exercido pelo
presidente, o primeiro-ministro e os respectivos ministros. O poder
legislativo pertence à Rada (Parlamento) com 450 deputados, eleitos por quatro
anos (metade por listas de partidos e metade por circunscrições
maioritárias). Nas eleições eleições parlamentárias de
2006, os deputados serão eleitos pela primeira vez exclusivamente por
listas de partidos.
Leonid Kuchma (pró-russo), em 1999, voltou a
ser reeleito presidente. Nas eleições
presidências de Novembro de 2004, como era de esperar, voltaram a
enfrentar-se as duas grandes tendências sociais da sociedade ucraniana, a
pró-russa e a pró-ocidental. Em Novembro de 2013, o Governo recusou-se a afirmar
um Acordo de Associação com a União Europeia (UE), o que provocou uma enorme
contestação.
Em Fevereiro de 2014 o Parlamento
destituiu o presidente, mudou a Constituição e convocou eleições
antecipadas, a partir daqui consumou-se a divisão do país. Uma parte é
apoiada pela UE e os EUA, e a outra pela Rússia, que ocupou a Crimeia e
depois o leste Ucrânia, instalando-se a guerra civil no país.
Carlos Fontes |