_blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif_blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif _blnk.gif
  Início. Anterior . Próximo     

 

 

 

 

 

 

Bíblia, Livro do Génesis (séc.XIII), iluminada com motivos geométricos.

 Ms 1352 da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra 

 

 

Iluminura em Portugal - Séculos XIII -XIV (Gótico)

  
 

Portugal termina a sua expansão peninsular com a conquista do Algarve (1250) e a definição das fronteiras (Tratado de Alcanizes, 1297), que não tiveram alteração posterior, com exceção da usurpação de Olivença pela Espanha em 1801. O clero, as ordens religiosas e militares reforçam o seu enorme poder. Introdução das ordens mendicantes - franciscanos e dominicanos (meados do séc.XIII). Aumento da frequência de estudantes portugueses nas universidades no estrangeiro (Paris, Montpellier, Bolonha, Salamanca). Criação em Lisboa do Studium Generale (1290), seguindo o modelo universidade de Bolonha. A poesia  (cancioneiros), assim como a língua portuguesa, adquirem uma expressão escrita. A corte e algumas casas nobres deixam importantes testemunhos da elevação cultural dos seus membros.

As obras produzidas nos scriptoria dos mosteiros continuam a ser muito significativas, mas entretanto surge uma realidade nova - as universidades e uma vida de corte  - , que impõe novas exigências no produção de códices e funções para a iluminura.

PEREIRA, Isaías da Rosa (1973) - A "pecia" em manuscritos universitários : estudo de três códices alcobacenses dos séculos XIII e XIV / pelo académico correspondente Isaías da Rosa Pereira.- Lisboa : Academia Portuguesa da História, 1973.- p. 248-278 : 19 fac-símiles; 26 cm.- Sep. Anais, II série, vol. 22

Bíblias

A Bíblia  que vai desde o Génesis até ao Apocalipse, quer dizer, desde o começo do mundo até ao fim dos tempos (3), era não  apenas o livro fundador da religião cristã, mas também constitutivo das sociedades cristãs. Os seus interpretes procuram evidenciar o facto de nele se encontrar a resposta para todas as perguntas fundamentais que o homem coloca. Nenhum cristão pode ignorar a sua existência, ainda que o acesso ao mesmo lhe pudesse ser vedado. Dado a o seu lugar centralidade na vida dos cristãos foi naturalmente o mais iluminado de todos os textos sagrados.

A expansão dos estudos universitários, sobretudo a partir do século XIII, fez surgir a necessidade da produção em série de biblias, o que implicou a especialização das diversas fases da produção dos códices, redução do seu formato e do tamanho das letras, o uso intenso de abreviaturas e a adopção de suportes mais adequados (velino fino). Um programa iconográfico mais definido, mas também a fixação da ordem dos livros e a divisão dos textos para facilitar o seu estudo. Os scriptorios de Paris, ao colocarem em prática estes novos conceitos, tornam-se os principais fornecedores de textos biblicos para toda a Europa.

Luis Correia de Sousa desenvolve um estudo de pós-doutoramento sobre as bíblias existentes nas bibliotecas e arquivos portugueses.

Sousa, Luis Correia de - Rex Musicus - Iconografia do Salmo 80 nas bíblias francesas do séc. XIII, in, Revista de História da Arte, nº3.

Miranda, Maria Adelaide; Sousa, Luis - “A representação dos Judeus nas Bíblias Historiadas do Século XIII nos fundos portugueses (em colaboração com Luís Sousa), in Revista de História da Arte. Revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, Lisboa, Nº7, 2009

 Bíblia (1220-1230), copiada e iluminada em Paris. Proveniente do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. BNP, Alc.455. (4)

 

Livros Litúrgicos

PEREIRA, Isaías da Rosa (1996) - Dos livros e dos seus nomes : bibliotecas litúrgicas medievais / Isaías da Rosa Pereira.- Alcalá de Henares : Universidad de Alcalá de Henares, 1996.- p. 133-161; 24 cm.- Sep. Signo : revista de historia de la cultura escrita, nº 3, 1996

a) Missais

PEIXEIRO, Horácio –  Missais iluminados dos séculos XIV-XV: contribuição para o estudo da iluminura em Portugal., 1987

PEIXEIRO, Horácio – O missal Alc. 26 e as representações da Virgem e de S. Bernardo”. Sep. IX Centenário do Nascimento de S. Bernardo – Encontros de Alcobaça e Simpósio de Lisboa. Braga, 1991, p. 195-218

TEIXEIRA, Luis - As iluminuras num Missal Alcobacense do Século XIV, in, Bol. Assoc. Defes. Patrim. Cultural Reg. Alcobaça, I,1978.

- Missal carmelita de Toulouse (séc.XIV).BNP

Claudia Rabel - «Sous le manteau de la Vierge: le missel des Carmes de Toulouse (vers 1390-1400)». In Le livre dans la région toulousaine et ailleurs au Moyen Âge. Toulouse, 2010, p. 85-106

 

Livros de Teologia

As Sentenças de Pedro Lombardo foram até meados dos século XVI  uma das obras mais divulgadas. As bibliotecas portuguesas possuem muitos exemplares manuscritos e impressos, algumas das quais de excepcional beleza. 

- Quatro livros das Sentenças ou Sententiarum libri IV, de Pedro Lombardo (Alcobacense, 417). BNP

 

Aguarda-se a publicação do magnifico comentário de Catarina Fernandes Barreira feito, no dia 3/10/2013, no ambito da iniciativa "Um mês, Um Códice Iluminado", na BNP.

 

Sententiarum libri IV, Pedro Lombardo (séc.XIV). Alc.417, fl.1, BNP

 

Cartolários

- Cartolário da Sé de Coimbra (segunda metade do séc. XIII).

Marujão, Maria do Rosário Barbosa -Um outro cartulário da Sé de Coimbra: o Manuscrito Iluminado 98 da Biblioteca Nacional, in, Revista de História da Sociedade e da Cultura, 10 Tomo I (2010) 73-96

Obras Literárias

 

a) Cancioneiro da Ajuda

 

PEIXEIRO, Horácio - "Cancioneiro da Ajuda", in,  MIRANDA, Adelaide- A Iluminura em Portugal: identidade e influências. Catálogo a Exposição / 26 de Abril a 30 de Junho 1999. Lisboa: Ministério da Cultura, Biblioteca Nacional: 363-380

RAMOS, Maria Ana - O Cancioneiro da Ajuda. Confecção e Escrita. Tese de Doutoramento. UL. Lisboa.2008

Lopes, Graça Videira; Ferreira, Manuel Pedro et al. (2011-), Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA. Disponível em:http://cantigas.fcsh.unl.pt.

Cancioneiro da Ajuda. Nobre, jogral tocando harpa.fl.15

b) Speculum Historiale, de Vincent de Beauvais (fins séc.XIV). BNP

Schaefer, Claude - LE MAITRE DE JOUVENEL DES URSINS (COPPIN DELF), ILLUSTRATEUR DU SPECULUM HISTORIALE DE VINCENT DE BEAUVAIS / CLAUDE SCHAEFER. Paris : Fundação Calouste Gulbenkian, 1974

Livros Jurídicos iluminados

 

- Corpus Iuris Civilis, Imperador Justiniano. Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (Ms. 3155)

 

ANTUNES, José, A cultura erudita portuguesa nos séculos XIII a XIV (Juristas e Teólogos), Dissertação de Doutoramento (policopiada), Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1995.

 

 

Manuscritos Hebraicos

 

O primeiro testemunho da presença de judeus no território que veio a constituir o reino de Portugal, data do ano 482 (1). No período de domínio muçulmano, entre 711 e fins do século XI, existiam certamente nas principais cidades como Coimbra, Lisboa ou Évora comunidades de judeus. Em S. Martinho do Bispo (Coimbra) aparece, em 1156, a primeira referência a uma sinagoga em Portugal. A partir do século XII, o número de comunas e judiarias foi-se expandindo lentamente por todo o país, embora se forma menos expressiva na região entre o Douro e o Minho. Depois da 2ª. metade do século XIV, devido às perseguições em Castela, Aragão e Navarra, um grande número de judeus refugiam-se em Portugal (2).

 

Embora fosse significativo o seu número em Portugal no século XIV, só no século seguinte, a sua produção cultural se torna  verdadeiramente assinalável.

 

- Bíblia de Cervera

Uma das mais antigas bíblias sefarditas, pertence à colecção da BNP. Foi iniciada a 30/7/1299 e concluída a 19/5/1300, em  Cervera (Lérida, Catalunha).O iluminador  foi Josef Asarfati. Esta magnifica obra inclui um Tratado de gramatica, «Sefer Haniqud», de David Qimhi (1160?-1235?).

 

METZGER, Thérèse - LaIllustration biblique dans la bible hébraïque, Rev. Biblioteca Nacional, S. 2, vol. 5, n. 2, Jul.-Dez. 1990

La masora ornamentale et le décor calligraphique dans les manuscrits hébreux espagnols au moyen âge», La Paléograpgie hébraique médiévale, Paris, Colloques internationaux du CNRS, n.o 547, 1974

 

 

Iluminura da Bíblia de Cervera

(1299-1300), BNP, Lisboa

Falcoeiro e caçador. Iluminura da Bíblia de Cervera

(1299-1300), BNP, Lisboa

 

Manuscritos Árabes

 

A criação do reino de Portugal, no processo de reconquista, foi acompanhado por um processo de anulação sistemática dos testemunhos da cultura árabe. Está provavelmente aqui a razão porque as nossas bibliotecas possuem um tão reduzido número de manuscritos árabes, anda assim pouco ou nada estudados.

 

SIDARUS, Adel - Manuscritos Árabes em Portugal. Separata do Livro "Estudos Orientais, II - O Legado de Judeus e Mouros. Instituto Oriental, Lisboa. 1991

Perspectivas globais:

MIRANDA, Maria, CEPEDA, Isabel, PEIXEIRO, Horácio - A Produção universitária e a iluminura em Portugal nos séculos XIII a XV, in, MIRANDA, Adelaide (ed.). – A Iluminura em Portugal. Identidade e Influências (do séc. X ao XVI). Lisboa: Biblioteca Nacional, 1999,

PEIXEIRO, Horácio – A iluminura portuguesa nos séculos XIV e XV. In idem, pp. 289-331.

 

Iluminura em Portugal- Século XV

 

Século XV

 

Iluminura em Portugal - Século XVI-XX

 

Livros Manuscritos Iluminados - Livros Impressos Iluminados (séculos XVI-XVIII)

Século XVI . Século XVII . Século XVIII

 

Expressões Contemporâneas (séculos XIX-XX)

 

Séculos XIX - XX

 

Carlos Fontes, 2014

Início. Anterior . Próximo

 

  .

Notas:

(1) Na basílica peleocristã de Mértola foi encontrada uma lápida com epitafio latino, com representação do cadelabro de sete braços, datada de 4 de Outubro de 482. Outras lápides funerárias hebraicas foram encontradas em Espiche, Lagos (Algarve), datadas dos séc. VI-VII (Museu Arqueológico do Carmo, Lisboa).

(2) TAVARES, Maria José Ferro - A Herança Judaica em Portugal, CTT. Lisboa. 2004

(3) MARTINS, Mário - A Bíblia na literatura medieval portuguesa. Biblioteca Breve.Lisboa.1979

(4) Luis Correia de Sousa, numa conferência sobre esta biblia (Medieval Europe in Motion International Conference Lisbon, 18 - 20 April 2013), começou por a inserir no quadro das chamadas  biblias parisienses, caraterizadas por letras e formatos reduzidos, fdestinadas a serem produzidas em série, para um crescente número de universitários. Sobre este exemplar salientou, entre outras as seguintes características específicas

"Os seus 438 fólios acolhem a totalidade dos textos bíblicos, 73, assim como 61 prólogos. Em termos iconográficos, o programa inclui 83 iniciais historiadas e 62 ornadas elaboradas sobre fundos de folha de ouro, produzidas, provavelmente, no atelier do designado maître d’Almageste. Ainda em relação ao conteúdo, além dos textos bíblicos e dos prólogos, tem registados mais doze textos que não fazem parte do cânone bíblico, elementos que conferem particular singularidade ao manuscrito. Encontramos estes textos adicionais no 17.º caderno, o mesmo que contém o final do saltério e parte das Parábolas de Salomão, não se tratando, pois, de um acrescento posterior, mas de conteúdos previstos originalmente. Tratando-se, quase todos, de cânticos usados na Liturgia das Horas, poderá esta bíblia considerar-se então um manuscrito litúrgico? "

 

 

Copyright © 1998 Filorbis Portugal . Todos os direitos reservados.
 

carlos.fontes@sapo.pt

 

 

 

   

 

 

 

   
Filorbis

Rede portuguesa de sites temáticos. Uma das primeiras a nível mundial

Carlos Fontes

Responsável e autor da rede Filorbis 

 

 

Interesses:

Filosofia, Comunicação, Cultura, Educação e Formação Profissional.

Formação Académica

Licenciado em Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa.

Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação no ISCTE (Lisboa).

Currículo Profissional

 

Professor do Ensino Secundário em Portugal. 

Foi dirigente no Instituto de Emprego e Formação profissional (IEFP) e no Ministério da Cultura.

Dirigiu e editou diversas publicações.

 

     
.