Na altura das invasões francesas foi com a família
para os Açores(1804).Aí conviveu intensamente com seu tios sacerdotes que o
iniciaram na leitura dos autores clássicos.
Em 1816 matricula-se na Universidade
de Coimbra, aderindo pouco depois às ideias liberais. Terminou o seu curso em Direito em 1820, empregando-se na
Secretaria dos Negócios do Reino. Três anos depois, após a reacção
absolutista vê-se obrigado a emigrar para Inglaterra. Daqui passou à
França onde se emprega em Havre, como correspondente comercial. Aí
contacta com a estética romântica iniciada por Byron e Shelley em
Inglaterra e Madame Stael e França.
Em França publica os poemas
Camões e D. Branca que são um
verdadeiro manifesto da introdução do romantismo nas letras em
Portugal.
Em 1826 depois de outorgada a Carta Constitucional por
D. Pedro IV regressou a Portugal. Funda os jornais O
Português e O Cronista, através dos quais se
defendem as ideias liberais.
Com a brutal reacção Miguelista, Garrett
vê-se obrigado de novo a exilar-se para Inglaterra (1828). Os liberais
agrupados em volta de Pedro IV resolvem invadir Portugal para
restabelecerem a Monarquia Constitucional. Garrett está mais uma vez na
linha da frente, desembarcando com um contingente de voluntários nas
praias do Mindelo, participando depois no cerco do Porto (1832).
Terminada a Guerra Civil (1934) foi para Bruxelas como Cônsul Geral.
Regressa Portugal em 1826, intervindo activamente na Revolução de
Setembro. Passos Manuel nomeia-o inspector-geral dos teatros; organiza o
Conservatório de Arte Dramática de Lisboa, promove a construção do
Teatro Normal ( hoje Teatro Nacional D. Maria II).
Em 1842 dá-se golpe de Estado de Costa Cabral que
restaura a Carta. Garrett é demitido, passando à oposição ao Governo. Em 1852,
após a queda de Costa Cabral, é nomeado ministro dos negócios estrangeiros. Dois
anos depois, morre numa casa que havia adquirido em Lisboa. Em Janeiro de 2006 esta casa
foi demolida com autorização da Câmara
Municipal de Lisboa, presidida por Carmona Rodrigues. A barbárie contra a
qual se insurgiu Garrett no seu tempo, voltou a tomar conta da capital de
Portugal.
Carlos Fontes
Imagens da Casa de
Garrett
(destruída com a autorização da CML) . |