Colombo esteve sempre ligado a membros
das duas principais casas da nobreza em Portugal, a casa dos Duques de
Beja-Viseu e a Casa de Bragança, os quais herdaram os seus títulos em Espanha.
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Duques de Bragança
A casa de Bragança começa, em 1401,
com o casamento do filho bastardo de D. João I, com a filha de D. Nuno Alvares
Pereira, condestável de Portugal.
O enorme património adquirido pelo
condestável, foi incorporado na Casa de Bragança, o qual até 1483 foi
consideravelmente ampliado, através de uma hábil estratégia de matrimónios (4).
No inicio do reinado de D. João II
(1481), o património e poder da Casa de Bragança era uma verdadeira ameaça para
a casa real.
A
ascensão política da Casa de Bragança deu-se a partir do reinado de D. Duarte,
como defensora do poder senhorial. Os bragança são os principais beneficiários
da batalha de Alfarrobeira (1449), em que foi derrotado e morto o infante D.
Pedro, regente de Portugal, defensor de uma política centralizadora do Estado.
Desfrutando de um enorme poder em
Portugal, a Casa de Bragança protagonizou, em 1483, a
primeira conspiração contra D. João II.
- D.
Fernando
(1430-1483), 3º. Duque de Bragança e Conde de Arraiolos. Foi julgado e decapitado em 1483, por
conspirar contra D. João II. A sua esposa, Dona Isabel de Lencastre, e seus filhos refugiaram-se em Castela.
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Brasão da Casa de Bragança |
O
brasão dos Condes de Veragua, no século XVII, juntava o Brasão de Colombo com
o escudo de Portugal.
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-
D.
Álvaro de
Bragança,
irmão do 3º. Duque de Bragança. Era casado com
Filipa
de Melo (1460-1516), 2ª. Condessa de Olivença. Fugiu para Castela em 1483.
Foi um dos grandes protectores de Colombo. O seu filho D. Jorge Alberto de
Portugal y Melo (1º. Conde de Gelves ), depois de um primeiro casamento com uma parente de Vasco da
Gama, casou-se com a neta de Colombo - Isabel Colon. A linhagens de Colombo
ligou-se desta forma à Casa de Bragança. Os Condes de Gelves, não
tardam a unirem-se aos de Verágua, dois ramos da Casa de Bragança. D. Alvaro
de Bragança nunca se desligou dos
negócios das expedições marítimas em Portugal, tendo aqui negócios em
parceria com mercador marchione, o provável financiador da 1ª. viagem de
Colombo. Mais. - D. João de Bragança,
Marquês de Montemor-o-Novo, casado com Isabel
Henriques de Noronha. Era irmão
do 3º,Duque de Bragança. Isabel era parente de Colombo e
foi a principal protectora da sua família em
Sevilha. Fugiu para Castela em 1484.
-
D. Afonso
de Bragança, Condes
de Faro, casado com Maria
Enriques de Noronha ( 1440 - 1523 ),
2ª condessa de Odemira.
Era irmão do 3º. Duque de Bragança.
Estes condes, uma vez em Castela,
com o apoio de Isabel, a Católica, ligaram-se desde logo ao Duque de
Medinaceli, que acolheu Colombo na sua casa durante dois anos (1484-85).
O
II Conde Faro e Odemira foi quem deu o dote, em 1504, a Ana Moniz, sobrinha de Colombo,
para que esta se pudesse casar com Juan de Barahon.
Mais
Após
a conspiração de 1484 grande parte da Casa de Bragança mudou-se para Castela,
levando consigo um grande número de serviçais, mas também pessoas muito
influentes, como Isaac Abranavel. A acção destes nobres era apoiada
numa poderosa rede que envolvia a principais casas de Espanha.
-
D. Dinis de
Bragança e Pereira (
D. Diniz de Portugal-Castro, em Castela) (1481
-1516, Orense).
Era
sobrinho de D. Alvaro, filho do 3º.Duque de Bragança.
Foi enviado para Castela em 1484, com os seus irmãos D. Filipe e D. Jaime
(futuro 4º.Duque de Bragança. Naturalizou-se castelhano em 1498. Em
primeiras núpcias, casou-se em 1501, Beatriz de Castro
Osório (1484-1560), 6ª Condessa de Lemos (Galiza) ( 1 ) e 3ª. Condessa de
Sarriá.
Deste casamento nasceram 9 filhos, entre os quais se contava 1 bispo de Lamego,
1 mestre da Ordem de Cristo, 1º marquesa de Vila Real, 1ª. Duquesa de
Bragança, etc. Apesar da sua naturalização castelhana as ligações a Portugal mantiveram-se inalteráveis.
Recorde-se
que esta Condessa fez chegar a D. João III, os documentos de
Colombo sobre as Molucas, que lhe entregou o filho deste D. Diogo.
A condessa, em
segundas núpcias casou-se com Álvaro Osorio, filho do bispo de Jaén. Deste
matrimónio teve uma
filha - Ana de Castro Osorio - que se casou com Luis Colón (1522-1572), 3º. almirante
das Índias (1º. Conde de Veragua, 1537), neto de Colombo.
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Origem Judaica
da Casa de Bragança
Os Duques de Bragança
viviam rodeados de judeus (mercadores, serviçais, etc). Uma das suas principais
fontes de rendimento eram as rendas da judearia de Lisboa.
A
Casa de Bragança, a casa Real de Portugal, tem origens judaicas.
O
mestre de Avis, futuro rei D. João I, teve um filho bastardo de uma judia -
Dona Inês Pires Esteves, filha única de Mendo da Guarda ou Pêro
Esteves, o "Barbadão".
A
alcunha de "Barbadão" terá derivado do desgosto que Pêro Esteves
sentiu por assistir na cidade da Guarda a este romance impossível da sua filha judia com um
cristão (Mestre de Avis). Terá então jurado não cortar as suas barbas. Como
muitos outros judeus, "converteu-se" ao cristianismo, mantendo-se
todavia fiel às suas crenças.
Inês
Esteves entrou para o Convento de Santos, cujo governo lhe será confiado. Foi
neste convento em Lisboa, que Colombo conheceu e se casou com Filipa
Moniz Perestrelo.
Pêro
Esteves está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros (Avis,
Alentejo), povoação onde nasceram duas crianças deste amor impossível:
-
Dona Brites, que se casou com um nobre inglês, conde de Arundel.
-
D. Afonso (1377 ou 1380) que foi o 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança. O
iniciador da poderosa Casa de Bragança, após se casar com Dona Beatriz
Pereira, filha de D. Nuno Alvares Pereira.
Dadas
estas ligações aos judeus, não admira que D. João I tenha sido um dos seus
protectores, impedindo inclusive que fossem convertidos à força. A Casa de
Bragança mostrou-se sempre muito próxima dos judeus.
Duques de Beja - Viseu
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