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Colaboracionistas
Portugal
é uma Estado independente desde 1143, mas desde então não tem faltado
traidores dispostos a venderem os seus concidadãos. Alguns ficaram
tristemente célebres, outros foram remetidos ao mais completo desprezo
tanto pelo país que traíram, como por aqueles que procuraram servir.
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Olivença é desde 1801, um
verdadeiro laboratório para podermos observar as formas que pode assumir a
colaboração com os crimes contra a humanidade. |
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Historiadores
Falsificadores
Portugal é o único país do mundo
onde os historiadores em vez de promoverem os feitos dos seus concidadãos
deliberadamente omitem. Chegam ao ponto de apagaram dos mapas territórios
que durante séculos foram portugueses. O concelho de Olivença é um dos melhores
exemplos deste trabalho de falsificação histórica. Estes concelho desaparece dos
mapas de Portugal, nas obras de alguns dos melhores historiadores portugueses da
actualidade, como José Matoso (História de Portugal, 7 vols ). Incapazes de
explicarem a barbárie que ocorreu durante dois séculos em Olivença, preferiram
ignorá-la, fazendo de conta que nunca existiu. O melhor expediente que
encontraram foi suprimir este concelho do mapa.
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Realismo
Político Uma das forma mais comuns de
traição consistiu em secundarizar a questão do etnocídio em Olivença para
não ferir susceptibilidades ao invasor. Os interesses económicos, diplomáticos
e outros que estavam em jogo sobrepuseram-se à defesa da vida dos cidadãos
portugueses, sancionando desta forma a ocultação do etnocído.
Esta posição foi largamente
seguida na segunda metade do século XIX, e depois durante a ditadura fascista
(1926-1974).De um lado e outro da fronteira os ditadores estavam unidos em
silenciar o etnocídio. A história contemporânea da Europa e do mundo
está repleta destes exemplos. Foi para não ferir as susceptibilidades da Alemanha que a Polónia
foi massacrada durante a segunda guerra mundial perante o olhar cúmplice da
Europa. Foi com esta mesma cumplicidade que os nazis empreenderam os extermínio
dos judeus e ciganos, e mais recentemente a
população de Timor-Leste foi dizimada durante duas décadas pelos indonésios.
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Oliveira
Salazar, o ditador que governou Portugal entre 1929 e 1968 constituiu a melhor expressão
deste posicionamento político. Apesar do seu apregoado nacionalismo
procurou sempre silenciar a questão de Olivença. Tornou-se durante a Ditadura
de Franco (1939-1975) um problema incómodo
entre dois regimes políticos com afinidades ideológicas. É significativo
constatar que na conhecida História de Portugal do principal
historiador do regime - João Ameal - nem sequer se refere a usurpação
de Olivença. Tudo é silenciado.
Porquê? A sobrevivência da
ditadura em Portugal estava, segundo Salazar, intimamente ligada
à existência de um regime ditatorial também em Espanha. É por isso
que Salazar evita todos os possíveis conflitos com a Espanha e apoia
activamente as várias ditaduras neste país (Primo de Rivera, Franco).
Silencia não apenas o etnocídio de Olivença, mas também a barbárie
de Guernica, assim como se recusa a apoiar cerca de trinta mil
judeus holandeses descendentes de portugueses para não desagradar a
Hitler, etc. . |
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Silenciar
a Memória dos Mortos Ninguém ignora que em Olivença
estão sepultados milhares de portugueses que deram a sua vida durante séculos
para defenderem o país que hoje habitamos. Todos sabem mas todos fingem
ignorar. Nenhum tributo lhes é prestado, nenhuma evocação lhes é feita.
Ninguém ignora que a ocupação de
Olivença foi uma usurpação que a Espanha fez a Portugal, sem nenhum motivo
justificativo que não fosse a mera rapina. Todos sabem, mas todos procuram
ignorar. Ninguém ignorava também, quando o
crime do etnocídio se estava a dar no outro lado da fronteira, o que estava a
acontecer. Todos sabiam, mas todos procuravam esquecer.
Estamos perante a mesma atitude que afinal
tornou possível a ascensão do nazismo na Alemanha e o holocausto de milhões
de judeus nos campos de concentração. Apesar de ouvirem, lerem, saberem, todos
procuraram ignorar. É este facto que torna justamente actual o caso de
Olivença, e por isso deve ser reflectido nas escolas de todo o mundo. Os crimes
contra a humanidade nunca prescrevem.
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Ao longo de 30 anos de regime
democrático, a esmagadora maioria dos políticos portugueses continua a
seguir a pegadas do ditador Salazar. Olivença é um tema incómodo,
algo que gostariam de silenciar de vez. O problema é que a história não
se apaga e a sua traição também não.
A Espanha aproveita-se do comportamento
indigno destes políticos e compra-os com empregos em empresas
espanholas, prémios, caçadas reais, etc. Uma infâmia ! . |
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Iberismo e Racismo
Em Portugal ao longo dos séculos,
tem surgido esporádicos grupos de colaboracionistas, denominados de "Iberistas".
Sonham com a unificação de todos os povos ibéricos debaixo de um mesmo poder,
manifestam em geral uma repulsa pela diversidade de povos e culturas. Talvez por
isto, entre os iberistas tenham surgido os mais racistas de todos os
portugueses, assim como os principais defensores de soluções políticas
ditatoriais. Oliveira Martins (1845-1894).
Historiador, político de todos os quadrantes (socialista, republicano,
monárquico), apoiou a ditadura de João Franco e terminou os seus dias
desiludido com os portugueses. No final da vida destacou-se pelas suas
concepções iberistas, racistas e proto-integralistas.
António Sardinha (1888-1925), um dos mais
conhecidos iberistas. Monárquico ultra-reaccionário foi também o mais acérrimo defensor da
discriminação racial e do anti-semitismo. Destacou-se igualmente na preparação do clima
ideológico que antecedeu a ditadura militar instaurada em 28 de Maio de 1926,
sendo o fundador do denominado Integralismo Lusitano, um movimento de
características fascistas. Mais
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Toureiros
A Praça de Touros em Olivença foi desde a
sua construção, em 1856, o principal símbolo da ocupação espanhola. Ela
constitui a glorificação da morte na sua forma espectacular.
Desde o século XX que diversos "toureiros portugueses"
são convidados a participarem nas corridas realizadas nesta praça. A sua presença é depois largamente
publicitada em Portugal através de cartazes impressos em Espanha onde o nome de
Olivença é substituído por Olivenza. Desta forma a Espanha com a
colaboração destes "artistas touromáticos" procura naturalizar o
etnocídio que praticou em Olivença. Alienados na sua consciência social
estes toureiros manifestam-se indiferentes à simbólica da sua presença na
praça de Olivença. Se o exemplo de Olivença fosse também neste
caso seguido em Auschwitz, Birkeneau, Majdanek, Treblinka, Sobibor, Belzec,
Chelmno e outros campos de concentração nazis, teriamos hoje artistas judeus a
realizarem espectáculos nos seus fornos crematórios para entreterem os
turistas que os visitam. A situação não deixa de ser
profundamente vexatória para a memória colectiva dos portugueses.
É preciso dizer que uma boa parte dos
aficionados pelos touros em Portugal afirma as suas preferência por regimes
monárquicos. Se tivermos em conta o caso de Olivença, percebemos melhor
porque a esmagadora maioria da população portuguesa é convicções
republicanas e também a razão porque as corridas de touros estão em completa decadência em
Portugal.
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. Qual é o
preço? Uma das
formas mais patéticas utilizadas pelos jornalistas portugueses em relação a
Olivença, consiste em perguntar aos actuais habitantes deste território se
querem ou não ser portugueses, tendo em conta os ganhos e as perdas de uma
possível transação de nacionalidade.
Colocada a
questão nestes termos, o problema de Olivença, como o do País Basco, ou mesmo
o de Gibraltar, reduz-se a um simples negócio: fixar o valor ou as condições
adequadas para a transação (mudança de nacionalidade). A população actual é tratada como mera mercadoria,
despojada da sua dignidade como pessoas.
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Dossier sobre Olivença
1. Resistência
.2. Cultura . 3. A
Tradição de Bolboa . 4. A traição de
"nostros hermanos". 5.
Isolamento e Extermínio. 6. A
Legitimação da Usurpação. 7.Colaboracionistas
8. Outros casos de etnocídios. 9.Memorial
10. Bibliografia | |