Indía -
Portugal
.O
Estado da India foi
um dos garndes símbolos da gesta guerreira da
nobreza portuguesa. Extendia-se desde a região do Cabo (África do Sul ) até
ao confins da Ásia, abrangendo também a Oceania. No imaginário português
representou também um espaço de diálogo e confronto de religiões, onde o
cristianismo travou uma luta titânica para se impôr.
Séc. XVI.
Quando Vasco da Gama chegou à India em
1498, encontrou uma região profundamente dividida, onde o Império
Mongol emergia como a potência em ascensão. Depois de 1526 cerca de
dois terços da India farão parte deste Império.
Em clara inferioridade númerica,
mas sem rivais nos mares, a estratégia dos portugueses foi a de dominaram o
litoral, construíndo ao longo das costas da India uma redes de fortalezas, à
volta das quais acabaram por surgir muitas cidades indianas.
Esta estrutura militar era
acompanhada pela construção de igrejas e difusão de missões
religiosas.
Principais cidades portuguesas no
século XVI:
Região
do Norte
-
Diu
(1535 -1961)
-
Damão
(1539 -1961) -
Goa (1510
-1961). -
Bombaim (1534
-1661).
-
Chaúl (Revdanda).
A 100 km de Bombaím (1521-1739/40)
-
Baçaim.
A 70 km de Bombaim (1536-1739/40).
.
Região
do Malabar: .
-
Cochim
(1503-1663). Em 1663 a fortaleza foi tomada pelos holandeses que destruíram
todas as igrejas locais, com excepção da Igreja de S. Francisco.
- São Tomé de Meliapor (1523-1640)
-
Cranganore ou
Cranganor (Kodungallor): (1536-1663) . Nos
séculos XVI e XVII, os portugueses exploraram todo o sub-continente indiano,
fazendo um levantamento exaustivo dos seus povos, tradições e reinos. . Desde que chegaram à India que todos os anos saíam de
Lisboa navios rumo a esta região, naquela que foi uma das mais antigas e
seguramente a mais longa carreiras da história na
navegação a nível mundial. Dois anos levava um navio a ir e vir da India. É
impressionante a lista dos navios que naufragaram e dos portugueses que morreram nestas
viagens. . Séc.
XVII. Devido à
destruição da marinha de guerra portuguesa durante a ocupação do país pela
Espanha (1580-1640), a defesa do Estado da India torna-se vunerável às
investidas dos muçulmanos e dos protestantes Holandeses e Ingleses. Após
terem recuperado a independência, em 1640, os portugueses constatam que já
não possuem grande parte das suas possessões e não têm meios para defenderem
a quase totalidade das que ainda lhes restam no Oriente. A sua estratégia foi a
de se concentrarem num número reduzido de regiões com uma forte carga
simbólica, mas também onde havia um forte implantação do cristianismo. O
Estado da India reduz-se praticamente a Goa, Damão, Diu e Bombaim. A
cidade de Bombaim foi dada
pelos portugueses aos ingleses, em 1662, como contrapartida pelo seu apoio na
guerra que Portugal travou contra a Espanha (1640-1668). Séc.
XVIII. Apesar
da situação ser muito complexa, o território de Goa é triplicado. Portugal
adquire aos maratas os enclaves de Dadrá
e Nagar Aveli (
1779-1954 ),
situados no actual Estado do Gujarat. Séc.
XIX. A presença de
Portugal na India está longe de ser simbólica, sobretudo em Goa. Em 1843 Pagim
passa a ser a nova capital do Estado Português da India.
Séc.
XX. Após
a IIª. Guerra Mundial (1939-1945) desenvolveu-se na India um movimento
nacionalista que conduziu à expulsão dos ingleses (1947) e à formação da União
Indiana (U.I.). Nos
anos 50 seguiu-se a expulsão dos portugueses dos territórios que aí ocupavam.
Em 1953 a U.I. decreta um bloqueio económico aos territórios portugueses. Um
ano depois, a 2 de Agosto ocupa os enclaves de Dadrá
e Nagar-Aveli. Para
ultrapassar o isolamento, em 1955, Portugal constrrói os
aeroportos em Dabolim (Goa), Damão e Diu, fundando uma
companhia aérea (TAIP-Transportes Aéreos da Índia Portuguesa). A
situação torna-se insustentável. Em 1961 Goa,
Damão
e Diu
são ocupadas pela U.I. A ONU condena a
ocupação, sendo resolução que exigia a retirada das tropas indianas vetada
pela URSS (1961).
A partir
dos anos 60 os nacionalistas indianos começam um destruição sistemática de tudo que
possa testemunhar a sua presença dos
portugueses na
região. Depois
do 25/4/1974,
as relações diplomáticas que haviam sido cortadas desde 1974 voltaram a ser
retomadas, reconhecendo Portugal a soberania da U.I. sobre os territórios que a
mesma havia ocupado em 1954 e 1961. Como reconhecimento do legado católico, em 1986,
o Papa João Paulo II visita Goa.
No ano seguinte, passa a ser o 25º estado da União Indiana e o concani é
reconhecido como língua oficial de Goa.
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