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A emigração dos caboverdianos
para Portugal, pode ser dividida em 4 grandes fases.
Anos
50 . Portugal funcionou é então um ponto de passagem (placa giratória)
para a emigração caboverdiana em direcção à Europa, função que nunca
perdeu. .
1961-1973.
O governo portugueses promove a vinda destes emigrantes a fim de colmatar a
falta de mão-de-obra que se fazia sentir para as obras públicas (construção
do metropolitano de Lisboa, Hotéis no Algarve, obras várias no Porto).
As
calcula-se que entre 1963 e 1974, tenham vindo para Portugal 104.767
imigrantes caboverdianos. A fim de apoiar este emigração o regime da
altura criou um Centro de Apoio aos Trabalhadores Ultramarinos. O meio mais
utilizado por estes emigrantes primeiro foi o barco e depois o avião.
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1974-1975.
Na sequência da descolonização, nos espaços de dois anos entraram em
Portugal uma importante vaga de novos caboverdianos.Na sua maioria eram
funcionários públicos do Estado português, mas também muitos outros
resolveram vir e optar pela nacionalidade portuguesa.
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1976-Anos 80. As
crescentes dificuldades sentidas em Cabo Verde, após a descolonização
empurram para a emigração milhares de caboverdianos. É enorme o número dos
que chegam a Portugal nos anos 80. As condições de acolhimento são as piores,
devido à crise económica em que este país está mergulhado. Mais de 90%
destes novos emigrantes instala-se na região de Lisboa-Setubal, sobretudo nos
concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras e Loures. Muitos rumam para o Algarve, e um
menor número para região de Aveiro-Porto-Braga.
A maior parte destes emigrantes,
com elevados níveis analfabetismo, emprega-se na construção civil, nos
serviços domésticos e sociais, mas também na agricultura. Os baixos salários
que auferem, as condições precárias em que vivem, deixa-lhes poucas
possibilidades para saírem do estado de pobreza.
Os caboverdianos tornam-se
rapidamente no maior grupo de imigrantes existente em Portugal. O número de
ilegais supera largamente os que têm a sua situação
regularizada.
Um parte significativa desta nova
vaga de emigrantes, instala-se em improvisados bairros de barracas, que não
tardam a transformar-se em autênticos "guetos" onde os problemas
sociais se avolumam, como o tráfico de droga. Alguns membros desta comunidade são vítimas atentados
racistas.
Anos 90.
Os imigrantes caboverdianos estão
longe de serem um grupo homogéneo, distinguindo-se diferentes grupos sociais de
acordo com o seu nível de integração na sociedade portuguesa. Dois problemas
surgem com alguma frequência associados a esta comunidade de imigrantes:
a) A desintegração social de
uma vasto número de jovens nascidos em Portugal, mas que não se identificam
com o mesmo, nem com Cabo Verde.
b) O alojamento condigno que
tarda em aparecer para milhares de caboverdianos, que continuam a viverem em
habitações degradadas ou improvisadas (barracas).
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No
início do século XXI, os
caboverdianos deixam de ser o principal grupo de imigrantes em Portugal, quando
são ultrapassados em número primeiro pelos Ucranianos e depois pelos
brasileiros.
Carlos Fontes.
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