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Angola era povoada pelo menos desde
o século V a.C., embora existam achados arqueológicos de ocupações muito
anteriores.
Os portugueses, sob o comando de
Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir
daqui que se iniciará a conquista pelos portugueses desta região de Africa,
incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o reino do
Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o de
Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao
reino de Angola (c.1559) .
Explorando as rivalidades e conflitos entre estes
reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região
de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Novais, procura delimitar este
vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os
escravos. A penetração para o interior é muito limitada.
Em 1576 fundam São Paulo de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se
rapidamente no principal mercado
abastecedor de escravos das plantações da cana do açúcar do Brasil.
Durante a ocupação filipina de
Portugal (1580-1640), os holandeses procuram desapossar os portugueses desta
região, ocupando grande parte do litoral (Benguela, Santo António do Zaire as
as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 os portugueses expulsam os holandeses, para
contentamento dos colonos do Brasil.
Até finais do século XVIII, Angola
funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do
Brasil. A ocupação dos portugueses confinam-se às fortalezas da costa.
O colonização efectiva do interior
só se inicia no
século XIX, após a Independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de
escravos(1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação trata-se de uma resposta às pretensões de outras potências
europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França que reclamavam na altura o
seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os
territórios que a cada uma cabem, de acordo com o seu poder e habilidade
negocial.
Uma boa parte destes colonos
são presos deportados de Portugal, como o célebre José do Telhado.
Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos,
científicos e esclavagistas para o interior do território angolano, tais como:
José Rodrigues Graça (1843-1848)-Malanje e Bié; José Brochado-Humbo, Mulando,
Cuanhama; Silva Porto-Bié; Devido à ausência de vias de comunicação
terrestes, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos
cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895,1905,1908); Bacia
do Cubango (1886-1889, 1902,1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto
Zambeze (1895-1896); Entre Zeusa e Dande (1872-1907), etc.
As fronteiras de Angola só são
definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do que o
território dos Ambundos, a cuja língua o território de Angola anda
associado.
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