A
estrondosa vitória eleitoral de José Sócrates (PS), em Fevereiro de 2005,
agitou o mundo da cultura. Sócrates prometeu durante a campanha
eleitoral aumentar o orçamento do Ministério da Cultura para 0,5% do PIB,
mas rapidamente se esqueceu da promessa.
A sua maior obra na cultura foi os
investimentos feitos nos equipamentos escolares e no Programa
Polis, o qual permitiu lançar cerca de três dezenas de
emblemáticas intervenções de requalificação urbana e ambiental por todo o
país.
Os principais investimentos culturais foram
realizados pelas autarquias locais, quase sempre faraónicos e insustentáveis
a médio e longo prazo.
Face a esta "política cultural", os ministros
da cultura de José Sócrates continuaram a mostrarem-se totalmente incapazes
de se adaptarem aos novos tempos.
Isabel Pires de Lima (12/3/2005 a
30/1/2008), enquanto ministra foi de uma gritante incompetência. Depois de
abandonar o cargo, criticou José Sócrates e começou a reclamar por coisas
que estavam ao seu alcance ter feito quando ocupou o lugar ministerial. O
espetáculo que deu foi absolutamente degradante até que se calou.
José Pinto Ribeiro (2008/2009),
revelando ambições mais modestas, limitou-se à gestão corrente do Ministério
da Cultura até às eleições de 2009.
José Sócrates voltou a ganhar as eleições de
2009, formando depois um frágil governo (XVII Constitucional)Para ministro
da cultura escolheu Gabriela Canavilhas (26/10/2009 - 21/6/2011). A
ordem era para reduzir despesas, fundindo serviços ou extinguindo tudo o que
fosse "dispensável".
Depois de 2008 a situação era de profunda
crise financeira. Uma situação era agravada por um presidente da República -
Cavaco Silva -, que desencadeou uma verdadeira guerra ao governo
(minoritário), tendo em vista o seu derrube.
No meio de um verdadeiro caos político os
dois governos de José Sócrates, conseguiram lançar algumas importantes
obras, tais como: ampliação da Biblioteca Nacional de Portugal,
novo Museu dos Coches, arranjos exteriores da Mosteiro de Alcobaça,
do Convento de Mafra, etc.
Carlos Fontes |