Carlos Fontes
Descobrir o Porto
 
 

Um percurso em três intensos e maravilhosos dias

Segundo Dia

Manhã:

Mercado do Bolhão.

Percurso: Rua Formosa, Praça Humberto Delgado. Monumento a Almeida Garrett.

Câmara Municipal do Porto.

Percurso: Rua Ramalho Ortigão, Rua do Almada, Rua da Fábrica - Grande Hotel de Paris ( o mais antigo do Porto, 1877) - Rua Cândido dos Reis (belissimo edifício Arte Nova)

Livraria Lello (1906). Projeto do engenheiro Xavier Esteves, combinando o neogótico com Arte Nova. Considerada uma das mais belas livrarias do mundo.

Praça Gomes Teixeira.  Fonte dos Leões (séc. XIX), Edificio da reitoria da Universidade do Porto, foi um antigo colégio de órfãos, aqui funcionou a Academia Real da Marinha e Comércio (1803-1837) e  a Academia Politécnica do Porto (1837-1911) . Estilo neoclássico (séc. XIX)

Igreja dos Terceiros do Carmo.  Edificada entre 1750 e 1768, pelo arquiteto José de Figueiredo Seixas. Estilo barroco.  Fachada foi revestida em 1911  com azulejos de Carlos Branco, segundo cartões do italiano Silvestre Silvestri.

Igreja dos Carmelitas Descalços. 1619-1628. Estilo maneirista e barroco.

Café  “Piolho” (desde 1909). História dos professores e dos piolhosos...

Hospital de Santo António. Projetado por John Carr, para a Misericórdia do Porto. Construído entre 1770 e 1824 (incompleto). Estilo neoclássico.

Museu Soares dos Reis. Museu portuense, criado a 13/04/1833, por D. Pedro IV, num momento em que o Porto estava cercado pelas tropas Miguelistas. Foi o primeiro museu público de Portugal. A atual designação data de 1911. Estava instalado no edifício do Convento de Santo António (atual Bib.Pub. Munic. do Porto). Foi  instalado em 1940 no Palácio dos Carrancas (estilo neoclássico), um palácio adquirido por D. Pedro V a particulares e que D. Manuel II doou  à Misericórdia do Porto. Neste palácio ficou alojado o marechal Soult (2º. Invasão, 1809), D. Pedro IV (1833), D. Pedro V.

Tópicos para ter em conta numa visita às principais obras de arte do museu.

O Museu Soares dos Reis não pode ser desligado do ensino de belas artes no Porto: Aula de Desenho e Debuxo do Porto (-1836), Academia Portuense de Belas Artes (1836-1911)...

1. Vieira Portuense (1765-1805), um renovador. Formação com mestres particulares no Porto.   Lisboa (1784). Bolsa de estudo: Roma (1789), Alemanha, Inglaterra. Regresso a Portugal: professor Aula de Desenho do Porto (1800). Passa do classicismo ao romantismo. Não está exposto.  Morte: tuberculose (morre na ilha da Madeira).

2. Renovação: Em 1873/74 dois artistas – Silva Porto e João Marques de Oliveira - recebem uma bolsa para estudarem em Paris. Entram em contacto com os artistas da “escola de Barbizon” (1830-1870) que haviam reagido contra o romantismo (academismo, formalismo, cenas mitológicas, etc). Fazem uma pintura centrada na natureza, que implica uma observação atenta, o estudo da luz e das sombras e uma apurada técnica na sua representação. Este grupo(Corot, Daubigny  e outros), ao contrário de artistas “realistas” como Coubert, recusam uma pintura com compromissos políticos e sociais.

3. Silva Porto (1850-1893). Estuda em Paris, viagem por Roma, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Espanha. Regressa a Portugal, fixa-se em Lisboa: 1879. Professor de pintura de Paisagem. Impulsionador do “Grupo do Leão” (1881 -1888) que introduz e promove o naturalismo em Portugal: 1ª Exposição: Dez. 1881. – 7ª. Exp.1888.Gosto pela vastidão da paisagem e do céu, claridade, luz envolvente, etc. Obras fundamentais no MNSR: Tigela Partida, Seara, Volta do Mercado (1886), Conduzindo o Rebanho (1893), Ceifeiras (1893)

4. João Marques de Oliveira (1853-1927). No regresso a Portugal, fixou-se no Porto, onde fundou o Centro Artístico do Porto. Professor de Desenho.  Obras fundamentais no MNSR: Céfalo e Prócis (1878), Napolitana. Destaque para figura humana.

Esta pintura naturalista gerou uma imediata adesão do público português à nova estética, que para além da paisagem, centrou-se também nos costumes, crenças e nos modos de viver da população rural.

5. Henrique Pousão (1859-1884). Alentejano, Vila Viçosa. Estudou no Porto. Bolseiro. Paris (1880), contato com o impressionismo. Itália (1882). Obras fundamentais no MNSR: Esperando o Sucesso, Casas  Brancas de Capri (1882), Senhora Vestida de Preto, Rapariga Deitada num Tronco de Arvore (1882), janelas de persianas azuis (1882).Naturalismo, Impressionismo, grande liberdade na composição (enquadramentos, tratamento das manchas de cor, geometrização, etc). Morreu de Tuberculose.

6. Aurélia de Sousa (1868-1922). A problemática de uma mulher pintora. 3 anos em Paris. Obras fundamentais no MNSR: Auto-retrato (c.1900). Auto-interrogação?

7. Soares dos Reis (1847-1889). Bolseiro: Paris (1867), Roma (1877). Obras fundamentais no MNSR: O Desterrado (concebido em Roma, terminado no Porto, 1872), Conde Ferreira (1876), Flor Agreste (1881). Faz a síntese de vários movimentos: classicismo, romantismo, naturalismo… Sentiu-se sempre um incompreendido, tendências melancólicas. Suicidou-se, como fizeram vários escritores e artistas no seu tempo.

8. Curiosidade: Relicário de S. Pantaleão de Nicomédia, patrono da cidade do Porto (1453-1964), até ser substituído por Nª. Srª. de Vandoma.  Ligação à tomada de Constantinopla...

Exposição: Consultar a programação do museu


Biombos Namban – Encontro de Culturas

Período:  1543 (chegada dos Portugueses ao Japão) – 1641 (expulsão dos estrangeiros do Japão).

Os biombos Nanbam, produzidos por japoneses, registam a chegada dos seus navios, assim como os contactos comerciais, culturais e religiosos. Revelam a forma como os japoneses viam os “bárbaros do sul”, como os portugueses eram tratados. Nos relatos escritos afirmam que “falavam alto”, comiam com as mãos”, “não tinham maneiras”, etc.

Como os japoneses observam e descreviam os portugueses?

- Observam-nos com indiferença ?
- Como descreviam o seu vestuário ?
-  e o rosto ?
- Como se faziam acompanhar ?
- Como era o ambiente da sua chegada ?
- Como se vestiam os missionários ?
- Como eram os seus barcos ?
- O que traziam ?

O que escondiam estes biombos.

- No restauro de um dos biombos do MNSR foram encontrados mais de 1.200 papeis (cartas, folhas escritas… em japonês) que haviam sido recicladas para  encher as guardas.
- Onde se encontravam ?

Jardins do Palácio de Cristal. Concebidos no século XIX por Émile David.  Espaço da antiga Exp. Inter. do Porto (1865)- Arquitetura do Ferro. Pavilhão Rosa Mota (arq. José Carlos Loureiro, 1952). Miradouros .

Ponte da Arrábida e Foz do Douro

Museu Romântico ( ?). Antiga casa do séc. XVIII. Aqui viveu o exilado rei da Sardenha e príncipe de Piemonte – Carlos Alberto. Faleceu no Porto em 1848.

Almoço:

Galeria da Biodiversidade/Jardim Botânico

Casa Andresen. Palacete do séc. XIX, onde viveu Sophia de Mello Breyner. Museu de História natural (inaug.1916).
Exposição Photo Ark, da National Geographic. Etc.

Serralves. Museu de Siza Vieira. Residência Art Déco, de Marques da Silva. Parque de 18 hectares,  jardins de Jacques Gréber (1932)

A casa...

Jardins...

Casa da Música (?). Construída no âmbito do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Arquiteto – Rem Koolhaas

Jantar: Matosinhos

Foz do Douro (?)

Continuação

Carlos Fontes

 
 

 

 
 
 

 

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