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Diego Colon/Giacomo Colombus
(Jacopus, Jacobe) ( 1457 ? - 21/2/1515)
1. Tecelão Era supostamente 16 anos mais novo que Colombo, e
teria nascido em 1468/69. Com 16 anos, em 1484, começou a aprender o ofício de
tecelão (1).
De acordo com as Actas Genovesas, em Agosto de
1491 ainda estava em Génova, onde era um humilde aprendiz
de tecelão e um completo analfabeto. A
data do seu nascimento, como veremos, não coincide com as análises forenses
que foram feitas aos seus ossos, as quais apontam para uma data muito
anterior. Na
análise aos seus restos mortais (ossadas), em 2003-2005, comprovou-se que Diego
Colón, quando faleceu, teria
entre 52 e os 58 anos, e não os 47 anos que lhe dá biografia italiana. Uma idade que está conforme
com a sua carta de 12/7/1512 aos reis católicos, onde se afirma "viejo y
pobre" (velho e pobre).
< 2. Chegada a
Espanha. Mudança de Nome e Esquecimento da Língua Materna Em 1493,
este suposto humilde tecelão, apresenta-se em Espanha como navegador e
fidalgo. Os reis católicos confirmam-lhe
este privilégio e passam a tratá-lo por "Don". Em
Espanha, o tecelão Giovanni (Giacomo, Jacobus ou Jacobe) Colombo ou Columbus, passou a chamar-se Diego
Colón,
passando a fazer parte do
circulo restrito da alta nobreza.
Não se conhece um único caso no
século XV e XVI de um italiano que tenha mudado o seu nome de Giovanni,
Giacomo, Jacobus ou Jacobe para Diego. Os nomes são muitos distintos, tendo
etimologias muito diversas. Estamos perante uma clara mistificação Aprendeu rapidamente a ler e escrever em
espanhol e latim, esquecendo totalmente a sua língua materna. Não sabia uma única palavra de italiano, nem nunca foi identificado
como tal na documentação da corte espanhola. Esta
história revela bem o elevado nível de falsidade que atingiu vida dos três
irmãos Colon. 3.
Governador das Indias Acompanhou Colombo na 2ª. viagem às Indias (1493), onde passou a
partir de Fevereiro de 1494 a exercer as funções de Governador da La Hispaniola (actual ilha da República Dominicana e
Haiti). Quando Colombo regressou da Jamaica
(Setembro de 1494) é enviado a
Espanha, na esquadra de António de Torres, para ser ouvido na Corte, devido às
acusações que ele e os seus irmãos eram acusados de estarem a enganar os reis
católicos. Os reis
ficaram chocados com a sua presença, pois haviam pedido que viesse Colombo ou o
seu irmão Bartolomé Colón, nomeadamente para os ajudarem nas negociações do
Tratado de Tordesilhas. Acontece que Diego Colon não percebia nada de
cartografia e cosmografia. Uma vez mais, os três irmãos estavam a trair os
espanhóis. Voltou depois às Indias, em
Agosto de 1495, onde passou a exercer o cargo de
governador interino La Hispaniola. Ficou encarregando de assassinar em processos
sumários centenas de espanhóis que lhe eram enviados pelos seus irmãos. A 23
de Agosto de 1500 recebe o comendador Francisco Bobadilha enviado para
averiguações pelos reis católicos, numa altura que tinha num poço à espera de serem enforcados
17 espanhóis. Na sequência do processo instaurado por Bobadilla acaba por ser
preso e remetido para Espanha com os seus irmãos. 4.
Entrada
para o Convento A 8 de Fevereiro de 1504 os reis
católicos concederam-lhe a nacionalidade espanhola para que pudesse exercer
cargos e obter benefícios eclesiásticos, o que nunca lhe foi permitido. Dado
importante: o documento oficial de concessão de nacionalidade espanhola, não identifica
a sua origem. um facto inédito. Alguém ao mais alto nível do Estado espanhol
protegia a identidade destes irmãos, evitando que se soubesse a sua origem. Diego nesta altura torna-se frade num convento
da Ordem de S. Francisco. Nesta
altura, vários filhos de nobres portugueses exilados em Espanha, entram também
para conventos dominicanos e franciscanos sevilhanos: a)
João de Albuquerque, filho do Conde de Penamacor, entra no dia 5/10/1505 para o
convento dominicano de San Pablo. Foi neste convento que funcionou a "Santa
Inquisición", antes de se mudar para o "Castillo de San Jorge"
em Triana. b)
João Godinho, filho de João Alvares Godinho e de Aldonza Pegado, pertencentes
ao séquito da Marquesa de Montemor-o-Novo, entra também no mesmo dia para o
convento dominicano de San Pablo. c)
Cristobal Atayde, filho de Diego de Atayde e de Isabel Ayala, entra em 1513 no
Convento de San Jerónimo de Buenavista, fundado por um frade do Convento de
Guadalupe. 5.
Regresso
às Indias Em
1509 voltou às Indias, como o filho de Colombo e seu sucessor o português -
Diogo Colón. Devido à morte do seu irmão Bartolomeu (1514) foi obrigado a
voltar a Espanha, onde veio a falecer a 21 de Fevereiro de 1515. Foi sepultado
na Convento da Cartuxa, na Capela de Santa Ana. Os
únicos italianos em quem parece ter confiado foi os irmãos Verde, oriundos de Portugal. Um
ponto que era comum a seus irmãos. 6.
Testamento O
Testamento de Don Diego Colon, datado de 24 de Fevereiro de 1515, no Convento de
las Cuevas, revela alguns pormenores interessantes. O
padre Gaspar Gorricio é o
se testamentário.
Confirma que confiou
dinheiro a um italiano: "Dexaba
dosmill ducados de oro en poder de Juan Francisco de Grimaldo é Gaspar
Centurion, é más ochenta ducados en un porta cartas". Contempla
no seu testamento um italiano: "Iten, mando que
se dén á Juan Antonio Colon cient castellanos de oro". Ignora
por completo a sua alegada família italiana, como a sua irmã Bianchentta, não
os contemplando no seu testamento, mas não se esquece de duas personagens
portuguesas: -
"Iten, mando que
se paguem al padre fray Gregorio, capellan de la señora marquesa de
Montemayor, tresmill maravedis en lismona."
Este padre funcionava como agente de ligação entre Portugal e a
comunidade de exilados portugueses em Sevilha.
- "Iten, mando que su paguen á Briolanza
Muñiz diéz ducados de oro, en limosna que el dicho señor don Diego Colon
mandó que le diesen; é mas, en su nombre (manda Gaspar Gorricio,
testamenteiro), le fago gracia è suelta de siete ó ochomill maravedis
que le debia ál dicho señor don Diego por préstamo". Briolange ou
Violante era cunhada de Colombo, irmã da sua esposa Filipa Moniz Perestrelo.
7.
Misterioso apelido Melo Na
Biblioteca dos Duques de Verágua, segundo Mascarenhas Barreto, existe uma árvore genealógica que tem
confundido os historiadores, pois os irmão de Colombo - Diego e Bartolomeu -
surgem com o estranho apelido de "Melo". Na referida árvore
genealógica consta o seguinte nome: Don Diego Colón y Melo.
Carlos Fontes
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