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PORTUGAL COMO DESTINO
A história recente dos imigrantes que se
tem estabelecido em Portugal está repleta de dramas: roubos, assassinatos,
vigarices, extorsões,etc. Abandonados à sua
sorte, estes imigrantes tornaram-se presas fáceis de redes mafiosas e exploradores sem
escrúpulos. Estas redes não
hesitam em falsificarem documentos ou em assaltar os próprios serviços dos
Estado para aí roubarem passaportes e outra documentação.Em média são
apreendidos diariamente cerca de uma dezena de passaportes falsos (dados de Novembro de
2002). Eis alguns registos seleccionados nos últimos meses na comunicação
social.
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Mafias
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31
de Maio de 2002. A Polícia Judiciária, prende o russo Anatoly I., chefe de uma
quadrilha russa, bielorussa e moldava, que se dedicava a extorquir dinheiro
a ucranianos e moldavos, para além do se dedicar ao negócio da
prostituição no norte do país (Braga, Amares, Póvoa do Lanhoso e Ponta
do Pico). Esta extorsão era feita em colaboração com empresários
portugueses. Os mafiosos, que cobravam 100 euros por mês a cada
imigrante, ficavam em seu poder com a sua documentação.
21 de Maio de 2002. É descoberto um grupo
organizado de dez elementos que operavam dentro do próprio Estado
Português, no serviço público encarregue da imigração (SEF-Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras). Esta rede que se dedicava à falsificação de
documentos, tráfico de pessoas, legalização de imigrantes, cobrança por
documentos gratuitos, etc. era constituída por três funcionários do
SEF, dois polícias, um advogado e quatro paquistaneses. O serviço estava
tão bem montado que até tinham uma tabela definida para os diferentes
casos. 13 de Maio. Dois bandos de mafiosos rivais,
originários do leste da Europa (Ucranianos e Moldavos), enfrentam-se mesmo
em frente do Casino do Estoril (Cascais). A polícia tem que intervir para
evitar um banho de sangue, prendendo 13 dos seus elementos. O motivo da luta
frente prendia-se com um ajuste de contas.
Maio de 2002. Ghevadie Flacea, mais conhecido por Borman, é condenado, no Tribunal
do Monsanto, em Lisboa, a 18 anos de prisão. Borman era o cabeçilha de
uma organização mafiosa, com 25 membros (14 moldavos,2 russos, 7 ucranianos,
1 azeri e 1 letão) que se dedicavam a aliciar os seus compatriotas para imigrarem para Portugal,
cobrando verbas entre 500 e os 1500 euros.
Quando aqui chegavam, ficavam sob controlo, viviam as vítimas, em casas
alugadas pelos presumíveis «patrões» e onde, muitas vezes, eram infligidos
os «castigos» pelo incumprimento do pagamento do imposto que chega a
ascender a 50% do vencimento.Nesta acção eram usados todos os meios (extorsão,
espancamentos, etc). 19 de Janeiro de 2002.Um
grupo de dez falsificadores de documentos, detido na terça-feira pelo Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras e que se encontra em prisão preventiva, tinha
selos brancos dos governos civis de Lisboa, Porto, Leiria, Braga, e Coimbra e
de vários consulados portugueses. A polícia ainda não conseguiu apurar se são
verdadeiros ou falsos. Mas a existência destes selos, de carimbos de grandes
empresas, carimbos de entrada de processos em câmaras municipais, um carimbo
da polícia francesa, papéis com linha de água para fabrico de passaportes e
folhas de impressos originais para autorizações de residência comprovam o
profissionalismo da maior rede até agora desmantelada. «Os
documentos eram de grande qualidade, e se fossem apresentados numa fronteira
estrangeira dificilmente seriam reconhecidos», admitiu o director do SEF,
Júlio Pereira. Os clientes eram sobretudo imigrantes de leste e africanos.(Expresso) | |
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PROSTITUIÇÃO
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| 14
de Fevereiro de 2'002. Milhares
de mulheres brasileiras são aliciadas por mafias organizadas que depois de
lhes garantir emprego e altos ordenados entregam-nas a redes de prostituição
que actuam em Portugal. Muitas delas vivem em autêntico regime de
escravatura. A denúncia foi pelo procurador da República da
Federação do Brasil, Guilherme Schelb, durante uma conferência de imprensa
realizada na Cáritas Portuguesa, em Lisboa.
7 de Dezembro de 2001.
18 de Outubro de 2001.A PJ de Braga deteve 11
suspeitos de tráfico de mulheres, incitamento à prostituição e
branqueamento de capitais em dois bares de alterne de Famalicão e Arcos de
Valdevez. Fonte policial disse à Lusa que, a par destas detenções,
visando homens e mulheres entre os 25 e 65 anos, a PJ identificou 11
alegadas prostitutas, a maioria brasileiras. Um dos suspeitos, patrão do
negócio, está preso à espera de julgamento sob a acusação de ter
assassinado, em 2000, um jovem de 18 anos, porteiro dos bares de que é
proprietário. Segundo a fonte, o arguido continuava a gerir a actividade de
prostituição a partir da cadeia.
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Negreiros
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Milhares
de imigrantes nos últimos anos têm sido vítimas de todo o tipo de
"empregadores" sem escrúpulos, que perante a complacência do Estado
são sujeitos a condições infra-humanas. A questão é tanto mais grave, quando se constata que nesta
exploração têm participado organismos públicos. Muitos destes imigrantes nem
sequer chegam a receber qualquer ordenado após meses e meses de trabalho. Na
sua esmagadora maioria são mal pagos, vivem em
alojamentos miseráveis, trabalham sem horários, nem dias de descanso, nem
sequer são abrangidos pela segurança social. Frequentemente trabalham com equipamentos
sem as mínimas condições de segurança. Por tudo isto não admira que a sua
taxa de mortalidade seja elevadíssima. Uma vergonha para para o país. O
que os faz aceitarem muitas vezes estas condições é, muitas vezes, apenas a
simples promessa de um "contrato" de trabalho que lhes permita
legalizarem a sua situação em Portugal. «A falta de decência e de
cuidado legal no tratamento dos imigrantes é também um reflexo do modo como
se trata quem trabalha em Portugal, sem atenção à nacionalidade»
António Barreto, Público,20 de
Janeiro de 2002
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Escravatura
no Alentejo. Sucedem-se as notícias de casos de verdadeira escravatura de
imigrantes do leste nos campos do Alentejo, a região do país que foi ainda
há pouco tempo um bastião do Partido Comunista Português. Recorde-se que o Alentejo, mais precisamente em Alcácer
do Sal, funcionou um importante mercado de escravos. Ainda hoje subsistem
vestígios da presença destes escravos nos traços fisionómicos de
habitantes de diversas povoações
deste concelho de Portugal (S. Romão, etc). Será que estes novos negreiros,
que a polícia se recusa a divulgar a identidade, pretendem re-introduzir o
tráfico? Câmara Municipal da
Vidigueira, aloja e explora em condições infra-humanas mais de duas dezenas de
imigrantes do leste e do Brasil. A denúncia partiu do sindicato da
Construção Civil do Sul (Público, 26/5/2002). Recorde-se que neste
concelho, numa época que que florescia o tráfico negreiro, estiveram
depositados os restos mortais do navegador Vasco da Gama. Será que esta
Câmara pretende reviver esses tempos? | | |
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VIGARICES
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2
de Março de 2002. Quatro romenos foram encontrados num contentor no porto de
Bissau, num barco proveniente de Lisboa. Os quatro imigrantes, de idades entre
os 27 e os 53 anos, trabalharam quatro meses em Portugal. Tinham pago quatro
mil euros a um intermediário para os levar para o Canadá, mas foram
enganados e colocados num contentor para a Guiné-Bissau. Embarcaram no início
de Fevereiro e, quando perceberam que tinham chegado a terra, puseram-se a
bater com martelos nas paredes do contentor. (Expresso) | |
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