Portugal da Ditadura / Portugal
depois da Ditadura
Todos os indicadores económicos,
sociais e culturais são coincidentes num ponto: A situação da maioria da
população portuguesa é hoje incomparavelmente melhor do que era durante a
ditadura. Ninguém pode afirmar o contrário, a não ser por ignorância ou má fé.
O que continua a fascinar tantas
mentes perturbadas ?
Analisando os discursos dos
"salazaritas" é frequente a evocação de um mítico passado, que teria
sido destruído pelo actual regime democrático:
- Nostalgia
do Império: A propaganda da
ditadura repetiu até à exaustação que o povo português estava orgulho do
seu vasto império colonial e não se furtava a sacríficios para o manter. O
balanço deste orgulho nacional é conhecido: milhares de mortos e estropiados e
um país empobrecido pelo esforço de manter a todo o custo o Império.
- Nostalgia
da Ordem: Portugal era mais o
seguro país do mundo afirmava a propaganda da ditadura. Embora os criminosos
fossem poucos, as prisões estavam cheias de presos políticos.
Uma vasta rede de bufos espiavam a população à procura de "elementos
subversivos" da Ordem Pública.
- Nostalgia
da Identidade Nacional.
Durante a ditadura Portugal não era um país de imigrantes, mas de emigrantes.
Muitos poucos o procuravam para residir e trabalhar. Dada a escassez de
imigrantes não existia o medo da perda da Identidade Nacional que tanto hoje
assusta os "salazaristas". O drama é que milhões de portugueses tiveram que sair das suas terras para o estrangeiro à procura de
melhores condições de vida. Apesar da esmagadora maioria gostar da sua terra e a ela se sentir emocionalmente ligada, dificilmente se
poderiam sentir safisfeitos com o rumo do país e do facto de serem portugueses.
O resultado foi a criação de uma mentalidade fechada e povoada de complexos de
inferioridade que continua a condicionar a afirmação de Portugal no mundo.
Há nos discursos
"salazaristas" acusações mais explicitas contra casos do actual regime democrático,
aos quais se contrapõe os "brilhantes" exemplos da ditadura.
- Corrupção.
Proliferam por todo o país os casos de corrupção, nomeadamente nas
autarquias, onde políticos incompetentes ligados a bandos de mafiosos
lançaram o caos urbanístico, pondo em causa a qualidade de vida actual e das futuras
gerações. A constatação é verdadeira, mas de pouco serve evocar a figura de
um ditador cuja propaganda afirmava ser impoluto. Nada nos garante que a
corrupção não fosse idêntica na administração pública, embora mais
discreta.
- Contas
Públicas. O descalabro
actual das
contas públicas é conhecido, não há que negar a evidência. A receita de
Salazar não é solução - um país empobrecido com enormes reservas de ouro. O
Estado está ao comunidade, não o contrário. A solução passa por outros
caminhos que não o regresso ao nero passado.
. |