Marcelo Rebelo de Sousa
(2016- ?)
Antigo líder do
PSD, professor de direito na Faculdade de Letras de Lisboa e popular comentador
televisivo. Não era preciso fazer muito para surgir aos olhos dos portugueses
como muito melhor que o seu antecessor.
Foi eleito com
52% dos votos expressos (2.411.925 votos), tendo a abstenção se fixado em
51,34%. A maioria dos portugueses recusou-se a ir à urnas de tal modo era
mediocre a qualidade dos candidatos.
Cavaco Silva (2006 -2011,
2011- 2016
Líder do PSD.
Primeiro-Ministro (1986-1995). Foi derrotado nas eleições presidenciais de
1996. Chega à presidência com a imagem de um economista liberal, embora com
algumas preocupações sociais, que ao longo dos anos criticou o descontrolo das
contas públicas e a excessiva dimensão do Estado, mas foi justamente um dos
que mais contribuiu para isso.
Pouco depois de ser
eleito, os portugueses não tardam a perceber que estavam perante uma figura
sinistra, maníaca, vingativa e incompetente para as funções que exercia. Ao
longo de dois mandatos pareceu sempre ter apenas dois objectivos: derrubar o governo socialista,
levando ao poder o seu partido (PSD) e instalar em Portugal um regime
ultraliberal.
Segundo Mandato
(2011- 2016)
Cavaco Silva, neste
mandato, assume publicamente a sua intenção de tudo fazer para derrubar o
governo socialista, manobrando de forma a evitar qualquer compromisso ou
entendimento entre os partidos, e estimulando um clima político de
confrontação.
A sua tarefa de
derrube do governo estava facilitada por dois motivos fundamentais:
- Nas
eleições de Setembro de 2009, o PS apenas conseguiu 36,5% dos votos, sendo
obrigado a constituir um governo minoritário, dependente de apoios pontuais na
Assembleia da República;
- A extrema-esquerda
(PCP e BE) saiu reforçadas destas eleições, continuando a apostar numa
estratégia de permanente contestação ao governo.
Cavaco Silva no
dia da sua tomada de posse, a 9/3/2011, ataca o governo minoritário do PS, apelando
ao seu derrube no parlamento. Não foi preciso esperar muito, no dia 23/3/2011,
o seu partido (PSD), com o apoio dos restantes partidos da oposição derrubam o
governo, lançando o país na bancarrota.
No dia 6/4/2011,
Portugal vê-se obrigado a pedir a ajuda do FMI/UE para honrar os seus
compromissos financeiros.
Quando abandonou a
presidência em 2016, com as mais baixas taxas de popularidade de qualquer
presidente da república desde 1910, o país sentiu-se aliviado. Pior era
impossível.
Primeiro Mandato
( 2006- 2011)
Este mandato foi marcado por
três episódios absolutamente preocupantes: Presidenciais de
Acumuladores de Reformas; O caso da SLN-BPN, Despesismo da Presidência e a
tentativa de golpe de Estado
1. Eleições
Presidenciais de Reformados. As eleições
presidenciais de Janeiro de 2011 foram disputadas por dois ilustres reformados:
Cavaco Silva
- Quatro Reformas do Estado: Banco de Portugal (€ 4.152,00 ), UNL ( €
2.328,00), primeiro-ministro ( € 2.876,00) e a de Presidente da República.
Manuel Alegre
- Duas reformas do Estado: RDP, por ter trabalho apenas 1 ano (1974/1975), no
valor de € 3.219,95; Deputado da Assembleia da República. Candidata-se
portanto a mais uma reforma do Estado.
De acordo com a
conjuntura política, e os interesses em jogo, algumas destas reformas podem ser
pontualmente suspensas pelo beneficiário. Uma estratégia muito seguida por
políticos no activo.
Cavaco Silva, por
exemplo, em Outubro de 2010, recebia apenas duas reformas - uma do Banco de
Portugal e outra da UNL, que somavam cerca de cinco mil euros - e o vencimento
enquanto Presidente da República, que ultrapassa os sete mil euros.
Face à nova lei
(Dezembro de 2010), que impede que os políticos acumulem por inteiro os
vencimentos e as reformas do Estado, Cavaco Silva decidiu ser o primeiro
presidente a exercer cargo gratuitamente, recebendo apenas duas reformas
do Estado e várias mordomias. Mais
2. Caso SNL-BPN. O
banco que em Portugal está no centro da roubalheira era dirigido por amigos de
Cavaco Silva, a maioria dos quais ligados aos PSD.
3. Tentativa de
Golpe de Estado. Cavaco Silva muito
antes das eleições legislativas de 27 de Setembro de 2009, envolveu-se numa luta contra
o governo (PS), que terminou durante as mesmas numa aberta tentativa de manipulação da informação
destinada a favorecer o seu partido (PSD).
Início da
Conspiração
A conspiração
presidencial iniciou-se, ao que sabemos, no inicio de 2008. Fernando Lima,
assessor de Cavaco Silva, encontrou-se num café discreto da Av. de Roma, com um
jornalista do jornal "Publico". Entregou-lhe um dossier, sobre
alegadas espionagem que um assessor do primeiro-ministro andava a fazer a
Cavaco. A "prova" era um suposto comportamento estranho deste assessor
numa visita presidencial Madeira (Abril de 2008).
Os assessores do
Presidente da República, continuaram a informar os jornalistas do Público
sobre alegadas acções de espionagem e escutas realizadas por homens do partido
do Governo (PS).
Em plena pré-campanha
eleitoral, em Agosto de 2009, a comunicação social (Semanário), incluindo o site
oficial do PSD, referem que assessores de Cavaco Silva estavam a colaborar no
programa eleitoral deste partido político. Deputados do PS, apelam ao
presidente para que esclareça qual a sua posição sobre o assunto, mas não
obtém qualquer resposta.
Ignorando o facto desta
colaboração ser pública, a presidência da República, pressiona os jornais
para que divulguem a noticia que o Presidente está a ser espiado pelo Governo,
dando como prova o seu conhecimento dos factos anteriores.
Presidência, o
jornal "Público" e um Partido Político
O A
difusão da "notícia" é feita pelo jornal "Público", nos dias
18 e 19 de Agosto 2009. O jornal é propriedade do capitalista Belmiro de
Azevedo, que havia acusado o governo de o ter prejudicado numa OPA que lançara
sobre a PT. O director deste jornal, em sintonia perfeita com a tese da
conspiração governamental, sugere que as escutas foram realizadas pelos
serviços secretos a mando do primeiro-ministro. Portugal estaria portanto à
beira de um golpe de estado.
Enquanto isto acontecia, um
partido político, com acesso aos computadores do jornal
"Público" ou combinado com o mesmo, passava a dois outros (Diário de
Notícias e Expresso) a investigação que neles estava guardada, sobre as alegadas
escutas do Governo ao Presidente da República. A confirmação desta
interferência partidária foi confirmada pelo director do jornal Expresso no programa
televisivo Prós e Contras,
12/10/2009).
A conspiração montada pela Presidência da República,
envolveu não apenas o jornal Público, mas também uma partido político, que
funcionou como ponte para a restante comunicação social.
Qual foi o partido político
que estava envolvido com Cavaco Silva na conspiração contra o Governo do PS ?
Os directores do Diário de Notícias e do Expresso, embora afirmassem
pretenderem manter o segredo, no citado programa, apontaram claramente para dois
partidos políticos envolvidos na conspiração de Cavaco Silva:
a) Bloco de Esquerda. As
declarações de Francisco Louça sobre o assunto, parecem indiciar a sua
colaboração com Cavaco Silva nos ataques ao PS.
b) PSD. A campanha deste
partido em torno da alegada "Asfixia Democrática", revelam uma
perfeita coordenação com a conspiração da Presidência da República.
O conteúdo da investigação do
jornal Público, envolvendo assessores do Presidente da República, foi publicado
pelo jornal Diário de Notícias, com o título: "Assessor
do Presidente encomendou o caso das escutas" (18/9/2009). Os
directores dos três jornais acima citados, referiram explicitamente que o
assessor actuou a mando de Cavaco Silva e não a título individual, como este
depois pretendeu dizer.
Aproveitamentos
Políticos
O PSD, o
principal partido da Oposição, na altura que estes acontecimentos
ocorriam, começou a falar em escutas e espionagem por parte do governo e depois em
"asfixia democrática". O governo estaria a aterrorizar a sociedade
portuguesa, instalando um clima de medo generalizado.
Cavaco Silva,
continua a alimentar as suspeitas das
alegadas escutas
e espionagem do governo com o seu silêncio, recusando-se a esclarecer a
situação. O tema torna-se incontornável durante as eleições. O governo
está sob suspeita. Vários partidos da Oposição, como o PCP, reforçaram a
ideia de um medo generalizado. É neste clima conspirativo que decorrem as
eleições legislativas de Setembro de 2009 em Portugal.
Presidência
alimenta a confusão
Cavaco Silva apenas
resolve falar no dia a
seguir às eleições legislativas e antes das autárquicas. Numa comunicação ao país sobre o assunto, prosseguiu
a sua nefasta acção conspirativa. Não esclareceu nenhuma das suspeitas
que o seu assessor havia difundido na comunicação social, mas continuou
inclusive a alimentá-las, reafirmando a ideia que destacados dirigentes do partido governo (PS) o andavam a
espiar e o procuraram manipular.
A única "prova" que apresenta para
tão graves acusações reduz-se a um
completo disparate: após ter ouvido vários peritos em sistemas informáticos, chegou à conclusão que o seu computador era vulnerável a intrusos... A
partir daqui concluiu que os únicos intrusos só poderiam membros dos governo ou a seu mando.
Ficou-se depois a
saber (DN), que Cavaco Silva, também mentiu sobre este assunto, ao afirmar que
só naquele dia se havia preocupado com a segurança das suas comunicações
informáticas. Meses antes mudaram o responsável pela segurança desta
comunicações.
A presidência da
República em Portugal depois de 1974 atingiu o mais elevado nível de
cretinice, tomando os portugueses como mentecaptos. Está hoje claro que de
forma planeada os homens do presidente procuram afastar um partido político do
governo. Estamos perante uma verdadeira conspiração, 35 anos depois do derrube
da ditadura.
Nunca da democracia
portuguesa um presidente da república se havia envolvido directa nas
eleições, visando deliberadamente prejudicar um partido
político.
Despesismo. A
presidência da República com Cavaco Silva tornou-se em mais um buraco sem
fundo das contas públicas, com os seus gastos a aumentaram de forma
exponencial.
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