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Hungria
Camões, nos Lusíadas
refere uma antiga lenda que afirmava a origem hungara do Conde D. Henrique, pai
do primeiro rei de Portugal. Antes da própria Independência, aqui se
estabeleceu o hungaro Martinho de Dume. O
fundador do reino da Hungria - Estevão (9971038) - foi canonizado no século
XII, tornando-se um santo muito popular em Portugal. Os contactos não
terminam por aqui. No século XIV, a conhecida rainha Santa Isabel, mulher do
rei D. Dinis, era sobrinha da rainha Isabel da Hungria, celebrizada também
por milagres com rosas. No século XVI
a Hungria passa a ser dominada pelos austríacos (1526-1918) e os turcos
(-1699), foi durante este período que aqui se estabeleceu neste país uma comunidade de portugueses
judeus. No século
XVIII, estabeleceu-se em Portugal o arquitecto hungaro Carlos Mardel, que
desenhou a Baixa Pombalina, após o terramoto de 1755. Durante a IIª.
Guerra Mundial a ditadura (salazarista) terá concedido aos judeus da Hungria alguma
protecção (cerca de 1 milhão foram mortos nos campos de concentração).
Na Grande
Sinagoga de Budapeste foi erigido um memorial que recorda o
Holocausto, e faz uma justa homenagem a todos aqueles que ajudaram a salvar
muitos judeus. Aí se recorda um diplomata português - Carlos Alberto de Liz-Teixeira
Branquinho - que em 1944 salvou mais de 800 judeus dos campos de concentração.
Na Embaixada de Portugal estabeleceu uma posto da Cruz Vermelha Portuguesa para
ocupar-se dos judeus refugiados. Não foi caso único, o seu
antecessor, Carlos de Almeida Fonseca Sampayo Garrido, embaixador também
em Budapeste entre 1939 e 1944 ajudou inúmeros judeus salvando-os de uma morte
certa. Em Maio de 1944 prestou igualmente apoio a judeus na Suiça.
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Painel
de azulejos de João Vieira, evocativo de poetas portugueses e hungaros, na estação
Deák Tér do Metropolitano de Budapeste (1996).
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