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As
forças armadas de um país servem, em princípio para proteger esse mesmo
país, nomeadamente das ameaças externas, garantindo a necessária
estabilidade. A verdade é que em muitos países as forças armadas constituem
um elemento de permanente instabilidade. Na Guiné-Bissau, como em muitos outros
países de África e da América Latina, os militares lançam periodicamente o
país na ruína e no descrédito internacional, com golpes ou tentativas de
golpe militar. .
A
Guiné-Bissau - um dos países mais pobres do mundo -, possui forças armadas
desmesuradas para a sua dimensão: mais de 20 mil militares, todos profissionais. Os
custos da sua manutenção são incomportáveis para os recursos disponíveis. A vida
militar é entendida como uma profissão para toda a vida. Quem entra não sai, a não ser para
a cova. .
Como
se tudo isto não fosse suficiente, muitos
destes militares são antigos combatentes da guerra contra o colonialismo
português (1963-1974). Reclamam o pagamento de uma divida que o país tem para
com eles, pelo facto de ser independente. A tudo isto, junta-se um outro facto
de enorme importância: o predomínio da étnia Balanta nas forças armadas.
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Ora
quando não aparecem recursos para distribuir, estes homens armados não hesitam
em pegar em armas e apropriarem-se do que julgam que tem direito. O caos volta a
instalar-se e o ciclo de destruição-construção recomeça...
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