Carlos Fontes

 

 

 

Figuras de Angola  

 

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  Alvaro Holden Roberto, nasceu em 1923, na província do Zaire, em Mbanza-Congo, no Norte do país. Estudou em Léopoldville (Congo).

É a partir do exterior de Angola que inicia a sua luta contra o colonialismo. É um dos fundadores no Zaire da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), em 1954, mais tarde a UPA (1958). Em 1960, assinou um acordo com o MPLA que não iria cumprir, pois pretendia assumir sozinho a liderança da luta armada contra o colonialismo português. A UPA foi o movimento que iniciou a guerra colonial em Março de 1961, destacando-se desde logo pela extrema violência nas suas acções.

Em 1962 a UPA passou a designar-se Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA),  rivalizando com o MPLA e a UNITA na luta pela independência. A sua principal base de apoio era o Zaire (Congo-Kinshasa), francófono, dominado pelo ditador Mobuto Sese Seko. Esta organização constituiu no exterior de Angola o Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), onde Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios Estrangeiros.

Em 10 de Outubro de 1974, Holden Roberto encabeçou a delegação da FNLA nas conversações com a delegação do Governo Português, em Kinshasa, com vista a pôr fim às hostilidades em Angola, entre a FNLA e o exército português. O acordo de suspensão das hostilidades foi assinado no iate do Presidente Mobutu, do Zaire, entre Holden Roberto e o general Fontes Pereira de Melo, chefe da Casa Militar do então Presidente da República Portuguesa, general Francisco da Costa Gomes.

Em Janeiro de 1975, Holden Roberto, juntamente com Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA) assinaram com o estado Estado português o Acordo do Alvor, que estipulava o processo e calendário do acesso de Angola à independência, proclamada a 11 de Novembro do mesmo ano.

No período conturbado de 1974/1975 os EUA apostam em Holden Roberto, mas cedo se apercebem da sua falta de apoios no terreno, devido à sua fraca implantação junto das populações. Durante a guerra civil (1975-1991) a FNLA praticamente desaparece devido à falta de ajudas exteriores. Holden Roberto acabou por exilar-se em Paris, tendo regressado a Angola em 1991, após a assinatura, Lisboa, a 31 de Maio, do Acordo de Paz de Bicesse. Faleceu em Luanda a 2 de Agosto de 2007.

A FNLA continua a ser um referência histórica dos movimentos de libertação de Angola, tendo nas últimas décadas apoiado de forma sistemática a reconciliação nacional dos angolanos.

Carlos Fontes

 

   
 

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