Agostinho Neto (1922-1979)
António Agostino
Neto,
nasceu em 1922 numa aldeia a cerca de 60 km de Luanda. Os seus pais eram
professores de uma igreja protestante. Estudou no Liceu Salvador Correia em
Luanda. Em 1947 veio para Portugal a fim de estudar medicina. Matriculou-se
primeiro a Universidade de Coimbra e depois na Universidade de Lisboa, onde se
sucediam as manifestações contra contra a ditadura. Agostinho ingressa numa
organização da Oposição - o MUD juvenil -, como representante das Juventude
das colónias portuguesas. É preso pela primeira vez em 1951. Outras prisões
se seguiram. Em 1957 é eleito o Prisioneiro Político do Ano pela Amnistia
Internacional. Em 1958 conclui o seu curso de medicina, tendo no ano seguinte
regressado a Angola onde participa na organização do MPLA - Movimento para a
Libertação de Angola (fundado em 1956). É
novamente preso em 1960, sendo transferido para uma prisão em Lisboa e depois
levado para Cabo Verde. Em 1961 é de novo transferido para uma prisão em
Lisboa, sendo libertado no ano seguinte, tendo fugido de Portugal meses depois. Desfruta
então de um enorme prestígio internacional, sendo em 1963 eleito presidente do
MPLA. O
derrube da ditadura em Portugal, a 25 de Abril de 1974, possibilita o seu
regresso a Angola, o que ocorre em Fevereiro de 1975, numa altura que o país
já está mergulhado numa guerra civil, estimulada por um contexto internacional em que a
antiga União Soviética e os EUA se enfrentavam em vários regiões do mundo
pelo seu domínio. Após
a Independência é torna-se formalmente no 1º. Presidente da República
Popular de Angola, contando com o apoio de largos sectores políticos em
Portugal, mas também dos países ligados à antiga União Soviética,
como Cuba que lhe prestou um importante apoio militar. Agostinho
Neto dirigiu a enorme matança que se seguiu à tentativa de golpe militar (27/05/1977),
liderada por Nito Alves que o procurou derrubar do poder. Dezenas de milhares de
militantes do MPLA são sumariamente assassinados. É uma
figura incontornável na História de Angola e de África na segunda metade do
século XX. Carlos
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