 Navegando na Filosofia . |
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.. "A Filosofia é uma actividade que, por discursos e raciocínios, nos proporciona uma vida feliz." . Epicuro | |
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Vencer os medos
Que vida feliz é esta que fala Epicuro? Uma vida feita de agradáveis diálogos que não visam provocar os interlocutores, mas antes os adormecer com palavras e belos discursos ? Ou pelo contrário, trata-se de uma vida feliz repleta de debates que suscitam a reflexão e provocam a agitação interior em quem os ouve? Se tivermos em conta toda a tradição filosófica, teremos que concluir que a hipótese certa é a segunda. Não tem a filosofia como missão despertar os espíritos para a reflexão? Esta tarefa não implica um continuo esforço para romper com o senso comum, a pacatez do dia-a-dia ? Não é o filosofar uma tarefa sumamente perigosa para quem a pratica? A felicidade proporcionada pela Filosofia não pode ser assim confundida com um processo de alheamento social, mas é desfrutada quando o homem através do dialogo supera os seus medos e descobre o sentido da própria existência. Luís, Lisboa, ESRDL. 17/3/2004 . |
| 2 | A
Filosofia busca a felicidade
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Epicuro (c.341-270 a.C.). O prazer é o bem procurado pelo homem. Mas não se trata de um prazer momentâneo, porque a este se segue o desprazer, a dor. O prazer de que fala Epicuro é a ataraxia - o prazer estático do equilíbrio, da ausência de dor do corpo e da ausência de perturbação da alma (ataraxia). Aos prazeres ligados à agitação momentânea, opõe os prazeres mentais proporcionados por uma vida feliz e tranquila. . O Jardim, nome pela qual era conhecida a escola criada por Epicuro, era um oásis na sociedade atormentada da Atenas no séc.IV a.C. Lucrécio, o autor da obra De Natura Rerum, foi o mais célebre discípulo de Epicuro. . O epicurismo desenvolveu-se no séc.II a.C. no Egipto, na Antioquia e em Roma; no séc.I, com Fedro, fundaram-se centros epicuristas em Roma. O epicurismo ressurgiu de novo na Europa no séc. XVIII, com Gassendi e inspirou, em muitos aspectos, a moral utilitarista de filósofos como Benthan e Stuart Mill. CF.Lisboa . Abril 204 . Nota: ataraxia, do grego a-taraxis, livre de perturbação . | |
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| 3 | O principal
objectivo da felicidade está em buscá-la
O principal objetivo da felicidade está em buscá-la.
Sem perceber, buscamos a felicidade através do pensamento. E afinal de
contas, o que está mais ligado à filosofia do que pensar? Além de, também,
buscar! Buscar significados para as nossas maiores dúvidas, buscar o que está
mais a fundo de tudo o que nos cerca. Pronto! Estabeleci aqui as principais
relações entre felicidade e filosofia. Afinal, se pensamos em buscar
felicidade, pensamos no que ela representa para nós, no que nos traria
felicidade. E fazendo isso recorremos à filosofia. |
| 4 | .
A vida nos traz problemas, e é através do pensamento que encontramos soluções. Situações quotidianas desagradáveis, às vezes nos cegam, não permitindo que exerçamos um direito precioso concedido por Deus: o de pensar e acabar "resgatando" tudo aquilo que parecia estar perdido, vencendo as frustrações. A Filosofia baseia-se no pensamento. Ela é uma verdadeira "ponte" entre o mundo exterior e o nosso próprio mundo. Nem tudo que nos traz prazer é o melhor, por isso o raciocínio nos foi dado para analisarmos aquilo que realmente contribuirá para o nosso crescimento e felicidade. Natália Estrella de Oliveira - 1o ano B Colégio Santa Isabel. Abril 2004 .. |
| 5 | Epicuro . Tal como Epicuro afirmou, a filosofia permite-nos atingir a felicidade na vida quando nos confrontamos com discursos e raciocínios. De facto, através da filosofia, conseguimos atingir um bem estar próprio. Ao nos confrontarmos com as dúvidas que nos surgem, somos obrigados a elaborar raciocínios que nos tirem desse «desconforto» da dúvida. Assim, ao longo dos tempos conseguimos proporcionar-nos uma enorme felicidade por termos clarificado os nossos problemas, conseguindo, assim, viver em bem-estar, lidar com a vida de uma forma mais simples e digamos, simpática. . Quando o espírito é conduzido para a reflexão, é uma forma de relaxamento, de tentativa de descobrir tantas respostas a tanto que nos questionamos. Assim, o ser humano, desembaraça-se dos seus receios e vive livre, já que descobre o Mundo em que vive e o Mundo que o rodeia. No entanto, o homem só se digna a reflectir quando entristece, quando o Mundo à sua volta lhe parece destruído, quando o Mundo à sua volta não lhe agrada. Este facto de pensarmos na vida, de pensarmos nas questões do Mundo, da sociedade, de tudo o que existe em nós e ao nosso lado, faz-nos sentir vivos, faz-nos crer que lutamos por algo, que vivemos por algo; lutamos por nos descobrirmos. E só assim, o Homem consegue viver, descobrindo onde está, onde vive, e porque vive. Reflectindo, tornamos tudo menos sombrio e a luz ao fim do túnel acaba sempre por aparecer. . Ana Fiadeiro
11º 3ª. Lisboa. Esc.Sec.Rainha
D.Leonor. Abril.2004 . |
| 6 | Ignorância
X Complexidade Esses termos são distintos à todos. saberíamos
definir perfeitamente seus significados separadamente, mas talvez tenham uma
relação lógica. |
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VIVER . Esquecer de nós não é a melhor forma de viver, mas viver para quem não vive, é viver em função do "ter" e não do "ser". Quem está vivendo? Todos nós? Será? Viver não é apenas respirar e amar, é poder entender o que fazemos aqui e para que serve tudo que estamos fazendo. Mas nós não sabemos isso, logo, não estamos vivendo, estamos "vagando" num mundo estranho achando que isso é viver. . De que adianta sermos o dono de tudo, se nem donos de nós mesmos somos? Ser donos de tudo é mais fácil do que ser donos de nós mesmos. E será que a fecilidade vai nos levar aonde queremos chegar? Dependerá de onde e por que queremos chegar. Mas como não sabemos a razão de estarmos aqui, nunca conseguiremos o que queríamos e sim o que conseguimos ao acaso, consequentemente esse acaso se transformará numa boa, mas não verdadeira justificativa. Buscar a razão, é achar a justificativa para o que achamos ser a grande resposta. . |
| 8 |
Feliz . Seu pensamento é o seu caminho; sua vida, um veículo
que o levará ao tão sonhado destino, que só conhecem aqueles que não
podemos rever. Cada um tem um destino, então para que queremos descobrir algo
que poderemos descobrir ao final de uma grande jornada? Cada um faz seu
caminho, e neste há muitos obstáculos iguais para todos. Mas a grande
"graça" disso tudo, é como cada um de nós se sairá
diferenciando-se assim de tudo que é mais comum e monótono. Devemos
conhecer a essência de nosso viver, antes de conhecer o nosso desfecho, pois
isso só torna as coisas mais confusas. Tudo tem sua hora e momento certo e é
justamente por isso que temos a esperança de encontrar todas as respostas
para essas perguntas tão "embaraçosas". E se talvez ao
final disso tudo, não encontrarmos as respostas? Foi porque nós nos
preocupamos demais em apressar as coisas, e elas acabaram passando tão rápido
que nós nem achamos o sentido e a finalidade do viver e do existir. |
| 9 |
Preocupações
Tenho observado que muitas pessoas têm a necessidade de
se preocuparem sem motivo, criando motivos para se preocupar. Desde nossas
remotas origens, o homem busca sempre algo novo para tentar decifrar perguntas.
Perguntas estas que tem suas respostas claras e diretas. O problema seria a
ordem cronológica desses fatos. |
| 10 |
. Subjectividades
Afirmar que a filosofia é uma atividade que proporciona uma vida feliz é, como tudo na vida, muito relativo, se considerarmos a felicidade algo deveras subjetivo. O que é irrefutável é o poder de reflexão acerca da realidade proporcionado pela filosofia. Quem se dedica aos estudos filosóficos acaba por sofrer de uma inquietude perene, na medida em que faz da indagação uma constante em sua vida. Os questionamentos surgem, mas suas possíveis respostas nem sempre são encontradas. Mas que graça teria se para tudo houvesse resposta ? . O importante é que todo esse processo concede-nos maior autonomia, poder de decidir e deliberar sobre o que de fato queremos para nós e para a sociedade em que estamos inseridos. E isso me faz feliz, muito feliz. Para mim, portanto, a afirmação de Epicuro é válida. Resta-nos saber se todos se sentem assim...
Ana Letícia Araújo - aluna do 2º período de
graduação da Faculdade de Educação da UERJ. Setembro de 2004 |
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