Fédon, de Platão
Considerações Gerais -Textos Provisórios
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Antes de iniciar a leitura desta obra de Platão, sugiro que leia a sua biografia e algumas notas sobre a sua filosofia. |
Teorias Platónicas que devem ser previamente analisadas
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Temas Fundamentais A Imortalidade da Alma Explicar como morre um homem sábio e o modo como a encara.
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Cenário
A cena passa-se em Fliunte, uma cidade de Sícon, no nordeste do Poloponeso, na Grécia, um dos mais importantes centros do pitagorismo. Personagens Fédon de Élis, discípulo de Sócrates, que segundo Diógenes de Laércio (II,105) foi feito prisioneiro na guerra entre Esparta e Atenas.Em 399 a.C. fazia parte do círculo restrito de Sócrates.Fundou uma escola socrática na sua cidade e terá escrito dois diálogos. Símias e Cebes.Originários de Tebas, onde foram discípulos do pitagórico Filolau.Pertenciam a famílias abastadas a avaliar pelo dinheiro que arranjaram para uma possível fuga de Sócrates. Críton. Era um rico ateniense e amigo de Sócrates desde muito novo. Equécrates. É a personagem a quem Fédon conta a morte de Sócrates. Trata-se de um dos últimos pitagóricos.
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Estrutura do
Diálogo Neste diálogo são abordados os momentos que precederam a morte de Sócrates, relatados por Fédon de Elis, discípulo de Sócrates, a Equécrates. Este diálogo pode ser dividido nas seguintes partes: Prólogo (57a-60b) Fédon procura responder à curiosidade de Equécrates, sobre as circunstâncias em que ocorreu a morte de Sócrates e se o mesmo acreditava nas teorias pitagóricas sobre a metempsicose. Capítulo I (60b-69e) Como o Filosofo Encara a Morte. A Morte como Libertação Analisa-se a questão do suicídio e faz-se a sua condenação. A natureza e objecto da filosofia face à questão da morte. A morte é a separação da alma do corpo (63b-64c) A oposição alma - corpo (64c) O corpo é visto como um obstáculo que impede a alma de atingir a sabedoria (65a-66e) A Filosofia como preparação para a morte (67d-68b) A esperança dos homens virtuosos que cultivaram a Filosofia é encontrarem no Hades deuses, sábios e bons.
Capítulo II (69d-72e) Sócrates começa a expor os seus argumentos sobre a imortalidade da alma A sobrevivência e imortalidade da alma (69e-70c) Uma coisa tem origem na que lhe é oposta.Á vida sucede-se a morte e a esta a vida, e assim sucessivamente. 1º.Argumento: A alternância dos contrários ou opostos prova a existência da via para além da morte(70c-72e).
Capítulo III A pre-existência da alma em relação ao corpo 2º.Argumento: A reminiscência (Anamnese) pressupõe a existência da alma (73b-77a).
Capítulo IV As coisas compostas estão sujeitas à decomposição, as coisas simples como a ideia de Bem, são imutáveis e invisiveis. A teoria das Ideias 3º.Argumento:A simplicidade da alma fundamenta a sua eternidade(78d)
Capítulo V Os contra argumentos de Símias e de Cebes (84c-88b): a Alma Harmonia e a Degradação na Alma nas sucessivas reincarnações.
Capítulo VI O objectivo de toda a pesquisa: a procura do bem O problema da Física: a causalidade 4º. Argumento: A análise da causa da geração e da corrupção das coisas, leva-nos a concluir sobre a alma como imperecível (102a-107a). Capítulo VIII (107d-115a) O Destino da Alma no Cosmos Faz-se uma descrição da Cosmos de forma articulada com o destino das almas. Epílogo (115a-118c) O diálogo de Sócrates com os seus discípulos é interrompido, com a chegada dos servidores do Onze, os quais dão-lhe o veneno (cicuta) que o matará. A última mensagem de Sócrates.
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Principais questões colocadas no Fédon Imortalidade da alma.A questão central deste diálogo.Platão procura dar neste diálogo uma fundamentação filosófica da Psyké (princípio vital, alma) até então muito envolto em concepções mágico-religiosas (cfr.E.R.Dodds).Todas as provas que apresenta para a imortalidade da alma são apoiadas na sua teoria das ideias: a) O conhecimento como reminiscência das ideias contempladas; b) o conhecimento das ideias pela alma demonstra a semelhança desta com aquelas; c) As coisas são o que são devido à sua participação nas ideias. Dualismo antropológico. O corpo é associado a um túmulo que aprisiona a alma e a impede de pensar-se a si própria e a toda a realidade. A alma só o poderá fazer separando-se das necessidades e fruições corporóreas, o que só acontecerá após a morte, na outra vida, mas para que isso aconteça é necessário que a alma esteja preparada. Teoria do conhecimento. Platão começa por distinguir neste diálogo, o mundo sensível do mundo inteligível.O primeiro só nos permite um conhecimento aparente do mundo e portanto não um verdadeiro conhecimento. Os sentidos constituem verdadeiros obstáculos para a alma de atingir o verdadeiro conhecimento, o que só o poderá obter afastando-se ou libertando-se do corpo (sentidos).A fim de garantir a possibilidade do próprio conhecimento Platão sustentam que as coisas sensíveis são cópias (sombras) das ideias que a alma contemplou no mundo inteligível. Quando esta reincarna num corpo trás consigo recordações destas formas (ideias inatas), transformando deste modo toda a aprendizagem numa recordação. Ideias Inatas. O ciclo de reincarnações da alma fundamenta a teoria da reminiscência e a do conhecimento. Questão que emerge desta concepção: Qual o valor do conhecimento sensível e da aprendizagem ?. Isomorfismo da Alma com o Cosmos (107d-114c). A concepção da alma em Platão, dividida em três partes (Alma Racional, Alma Irascível e Alma Concupiscente) tem um paralelismo na sua concepção de Estado (Polis), onde encontramos também três funções básicas (função económica, defensiva e legislativa), mas também na sua concepção do cosmos onde sustenta a existência de três terras (Fédon, Cap.VIII). Política.A teoria política de Platão está intimamente relacionada com a sua teoria das ideias. Só um Estado governado por quem tem o conhecimento dos fundamentos da ordem e da justiça, pode ser ordenado e justo. Moral.O renascimento das almas após a morte, sob formas desiguais, fundamenta a justiça que transcende os homens e que os julga pelas escolhas que fizerem durante a vida.
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Teoria do Conhecimento (desenvolvimento) Nesta obra Platão desenvolve um conjunto de questões sobre o conhecimento com enormes repercussões na história do pensamento ocidental.
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As ideias são os critérios ou princípios de julgamento das coisas sensíveis |
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Isomormisfismo entre a Alma e o Cosmos Em construção ! |
lmortalidade da Alma
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Bibliografia
Recomendada
Em construção ! Traduções do Fédon Platão, Fédon, Tradução de P.e,Dias Plameira, Atlântida, Coimbra.1962 Platão, Fédon, Tradução de P.e. Eusébio Dias Palmeira. Introd. e Coment. Maria Arminda Alves de Sousa, Porto Editora,Porto,1995. Platão, Fédon, tradução de Maria Teresa Schiappa de Azevedo, INIC.Coimbra.1983. Platão, Fédon, tradução de Maria Teresa Schiappa de Azevedo, Livraria Minerva. Coimbra. 1988
Comentários e outras obras de referência Abbagnano, Nicola, História da Filosofia. Vol.I, Lisboa. Almeida, Vieira, Os Argumentos do Fédon, in O Ocidente, vol.LII, 1957.p.3-11 Brun,j., Platão, Dom Quixote.Lisboa.1983 Carvalho, J., Introdução ao Fédon de Platão, Obras Completas.FCG. Lisboa.1981 Chatelêt, François, Platão,Rés, Porto, 1977 Cornford, F.M.,Principium Sapientiae.FCG.Lisboa.1975. Freire, António, O Pensamento de Platão, Livraria Cruz, Braga.1967, in Brotéria, vol.XXXIV, 1944, pp.397-413 Freire, António, A Ideia de Alma na Filosofia de Platão Maire, Gaston, Platão, Edições 70, Lisboa,1991. Mesquita, António Pedro, Fédon de Platão, Texto Editora. Lisboa.1995 Mesquita, A.P., Reler Platão. Ensaio sobre a teoria das ideias. Lisboa.1995 Mesquita, A.P., O argumento Ontológico em Platão. I: O Problema da Imortalidade, Philosophice,2, 1993.pp. 31-42 Mondolfo, Rodolfo, O Pensamento Antigo.Editora Mestre Jou.São Paulo.1971 (3ªed.) Koyré, Alexandre,Introdução à Leitura de Platão, Editorial Presença, Lisboa.1988 Philonenko, Alexis, Lições Platónicas. Instituto Piaget. Lisboa.1999 Penedos, A.,Platão no País dos Sonhos, Rev.Fac.Letras do Porto da UP, Porto.1993 Robin, L., Platão, Inquérito, Lisboa , S/d Santos,José Trindade, Existência e Sabedoria no Fédon, Análise 2, 1984 Santos,José Trindade, Fédon, de Platão. Lisboa.1998
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