Navegando na Filosofia - Carlos Fontes

O que é a Filosofia ?

Para que serve?

                 Voltar

Textos

 

A minha opinião pessoal é que a filosofia é o conjunto de considerações de índole especulativa que se fazem acerca de assuntos sobre os quais ainda não é possível  ter um conhecimento exacto. Bertrand Russel, A Minha Concepção do Mundo 

A filosofia, ao visar a totalidade do real, comporta necessariamente dois caracteres que constituem a sua originalidade própria: o primeiro é que ela não poderia dissociar as questões umas das outras, uma vez que o seu esforço específico consiste em atingir o todo; o segundo é que, tratando-se duma coordenação conjunta de actividades humanas, cada posição filosófica determina valorações e uma adesão, o que exclui a possibilidade de um acordo geral dos espíritos na medida em que os valores em questão permanecem irredutíveis. J. Piaget, A Situação das Ciências do Homem no Sistema das Ciências.

Uma filosofia definitiva, feita e assente uma vez para todo o sempre, implicaria a imobilidade do pensamento humano: o absoluto anestesiá-lo-ia. Essa tal verdade, aspiração ingénua de espíritos incultos, pode animar os crentes e exaltar os entusiastas: no domínio do puro pensamento nunca produzirá senão ilusão e vertigem, Antero de Quental, Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX.

Ao lado da ciência que separa, lenta e penosamente, a árida verdade, como a picareta do mineiro separa o minério, eis que com uma intuição rápida se pretende apreender toda a verdade. Procura-se chegar à formula definitiva do mundo, assim como o engenheiro se esforça por adivinhar o filão inteiro e avaliar a sua riqueza. É para designar está última orientação que, desde sempre, se tem reservado o termo filosofia. (...), Abel Rey, La Philosophie Moderne.

Definições de Filosofia (para discussão)

Ciência do geral.

Ciência Universal do Mundo (Edmundo Husserl, Manuscrito de 1936)

Saber racional, ciência, na acepção mais geral do termo (André Leland, Vocabulaire Techique et Critique de la Philosophie) 

 

 

Conceitos

 

 

Filosofia . Ontologia . Epistemologia . Lógica .Ética .Estética

 

 

Síntese da Matéria

Definição de Filosofia - Uma Aproximação Histórica

 

 

Símbolos da Filosofia

 

1. Não é fácil definir a filosofia. Nunca o foi. O seu conteúdo tem variado ao longo dos tempos, nomeadamente com o entendimento que cada filósofo faz da mesma. 

A palavra é formada pelas palavras "philos" e "sophia" que significam "amor à sabedoria". Foi Pitágoras que no século VI a.C. a utilizou pela primeira vez, para designar os homens que procuravam a sabedoria, separando-os assim dos deuses que a possuíam.  

2. A filosofia surgiu historicamente nas antigas colónias gregas da  Ásia Menor no século VI a.C. Os primeiros filósofos substituíram as narrações mítico-religiosas do cosmos, por explicações racionais, partindo de um conjunto de ideias que farão parte da tradição filosófica:

- A convicção que na natureza as coisas não acontecem a acaso, mas obedecem a uma necessidade que determina o quando e o como de acontecerem. 

- A convicção que o homem possui uma faculdade que lhes permite aceder à verdade, ultrapassando as aparências dos sentidos ou as ideias correntes.

- A convicção que por detrás da multiplicidade e mudança permanente das coisas subjaz uma ordem oculta que tudo determina.

3. Embora o filósofo seja aquele que procura o saber, a verdade é que rapidamente os primeiros filósofos se convenceram que já possuíam esse saber. Entre o século VI a.C. e o século XVII, predominou a concepção da filosofia como o verdadeiro saber. A verdade revelada pela filosofia era única, eterna e irrefutável. O filósofo era aquele que se erguia a cima do seu tempo, e contemplando a verdade das coisas a revelava aos homens.

Neste período não existia uma separação entre a filosofia e a ciência. O filósofo era o verdadeiro sábio e dominava todos os saberes particulares que constituíam as várias ciências. A filosofia assumia frequentemente uma dimensão sincrética.

4. A grande ruptura com esta concepção de filosofia ( a "philosophia perenis") ocorreu por volta do século XVII. Foi então que surgiu a ciência moderna, cujo melhor exemplo era dado pela  física experimental, criada por Galileu Galilei. A ciência rapidamente se separou da filosofia, impulsionada pelos seus métodos de investigação: Para a formulação de teorias explicativas da realidade exigia que a validação destas fosse feita através de provas que fossem universalmente verificáveis. As provas dadas na filosofia resumiam-se apenas a argumentos mas ou menos consensuais. Ao longo dos tempos muitos ramos da filosofia foram-se transformando em novas ciências.

5. À medida que a ciência moderna se impunha como a única forma de conhecimento válida, porque baseada em factos verificáveis universalmente, mais se questionava o lugar da filosofia. Qual a sua importância? Qual sua finalidade? Desde o século XVII muitos lugares tem sido apontados para a filosofia, como por exemplo:

- Espaço de reflexão sobre as grandes questões que a ciência não dá uma resposta. O campo da filosofia restringe-se, para muitos autores, aquilo que não pode ser objecto de um conhecimento exacto, científico. A filosofia teria assim um caracter residual face à ciência. 

- Espaço de organização de sínteses sobre os diferentes saberes particulares.

- Espaço de problematização, onde se reflecte de uma forma descomprometida sobre as coisas.

- Espaço de reflexão sobre a linguagem, nomeadamente sobre a linguagem científica, de modo a evitar a criação de falsos problemas e desfazer os existentes.

Carlos Fontes

Uma Interpretação Histórica do Nascimento da Filosofia

Raízes Africanas e Orientais da Filosofia

 

Do Pensamento Mítico (1) Bibliografia ( 2 )

 

Bibliografia Introdutória à Filosofia . Enciclopédias e Dicionários 

 

Carlos Fontes

10º. Ano - Programa de Filosofia

Navegando na Filosofia