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História da Formação Profissional e da Educação em Portugal

Carlos Fontes

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Idade Contemporânea - 1ª. República (1910-1926)

Escolas Particulares

Uma das realizações mais interessantes, que surgiu durante a  1a. Republica foi a" Escola Oficina n.1".

Esta escola, situada no largo da Graça, 58 em Lisboa, estava inserida num movimento mais vasto denominado "escolas sociais". A sua origem remonta a 1876, ano em que fora criada uma Sociedade Promotora de Creches", com o fim de "alimentar e guardar durante o dia as crianças menores de 4 anos , filhas de mães que trabalhassem fora dos seus domicílios , por serem pobres". Mas será em 1902, aquando de uma profunda reforma nesta instituição que se criará a "escola oficina". Em 1904, estala-se no Largo da Graça, começando a partir a construir um  modelo de ensino que será largamente elogiado durante a Primeira Republica. Em 1908, a Escola  possuía dois tipos de cursos: cursos de instrução primária e cursos de educação profissional. Em regra estes cursos estavam articulados entre si, num currículo construído pela própria escola. 

No inicio da Republica, o curso de entalhador, o curso profissional mais referenciado, compunha-se das seguintes componentes: educação geral primária: ginástica, português  , francês;  noções de praticas rudimentares de: aritmética, física, química, botânica, zoologia e trabalho de talha. Estes estudos eram complementados com missões escolares, que tinham como objectivo desenvolver os conhecimentos dos alunos e a sua educação profissional e artística. Este curso tinha a duração de 6 anos.   

Em 1912, a Escola Oficina, reorganizava os seus cursos, abandonando a vertente profissional,  para criar após o ensino primário , diversas saídas de "pré-aprendizagem", mantendo a duração de 6 anos. Os cursos de pré-aprendizagem eram os de marceneiro-entalhador, marceneiro, torneiro de madeira, escultor-estucador. Estes cursos serviam igualmente como preparatórios para os liceus, escolas industriais e Belas-Artes.

       Mas a grande contribuição da Escola Oficina foi efectivamente no domínio pedagógico, sobretudo a partir de 1913, quando se estabeleceu o regime de coeducação, e a corrente anarquista se afirma: são então abolidas as carteiras, o estrado do professor, a utilização do livro escolar, e se iniciam as excursões escolares. As aulas tradicionais desaparecem  para serem substituídas por oficinas, laboratórios, gabinetes de trabalho e cozinhas.

          "Em consonância aos princípios da Escola Nova, organiza diariamente trabalhos manuais para todos os alunos, pelo menos durante hora e meia; facultava a cada aluno a possibilidade de frequentar em certas horas do dia, as aulas que mais lhe interessavam e realizava a iniciação ás diferentes profissões"

         "Como principio orientador encontramos determinadas concepções sobre os fundamentos da aprendizagem e o papel do professor: a aquisição de conhecimentos deveria ser feita a partir das observações pessoais, dos factos e experiencias , não devendo por isso a teoria preceder a pratica; o professor deveria a propósito de qualquer facto, invocar a opinião do aluno, fazendo-o argumentar e estabelecer a polémica"[1].  

Em construção !

  Carlos Fontes

Navegando na Educação

Notas:

[1]. João Sebastião e Teresa Seabra, O Pensamento Pedagógico Durante a 1. Republica,in, O Professor, n.15, Março de 1991.