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História da Formação Profissional e da Educação em Portugal

Carlos Fontes

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Idade Contemporânea - (Séc.XIX)

Educação e Formação nas Casas Pias

A Casa Pia de Lisboa foi durante o século uma pálida imagem do que fora até 1808 . Numa carta ao Ministro do Reino datada de 28 de Outubro de 1891, o Provedor da Casa Pia de Lisboa, Francisco Simões Margiochi, afirmava que embora a f.p. fizesse parte integrante deste deste estabelecimento desde as suas origens , a mesma encontrava-se em decadência desde 1860. O então Provedor José Maria Eugénio de Almeida extinguira as oficinas de carpintaria e serralharia[7], e transferira para a alçada do Instituto Industrial de Lisboa a formação de aprendizes, criando aí um colégio em regime de internato. Quando o Instituto deixou de possuir o regime de internato, a f.p. na Casa Pia caiu no caos.

    O problema vinha de longe, pois logo a seguir á Revolução de 1822, a Casa Pia instalada no Mosteiro do Desterro, atravessava já então uma grave crise de identidade. Mudara mesmo de nome, para Colégio Constitucional dos Artistas:

   "Havia então 482 internados, de ambos os sexos. Entre o numeroso pessoal, que se empregava na vigilancia e no ensino, citava-se onze mestras para raparigas, três mestres de primeiras letras, um médico, dois cirurgiões, um boticário, um enfermeiro e um dentista. Funcionava ainda 9 oficinas. No entanto a f.p. deixava muito a desejar. Os alunos ocupavam-se apenas nods mais grosseiros trabalhos de funileiro, sapateiro, tecelão, ferreiro e carpinteiro. Não se tinha em vista o ensino, mas a utilização de mão de obra incipiente para os serviços de iluminação da cidade, bombeiros e outras semelhantes"[8].

    Em 1833 conheceu alguma reanimação, com a sua transferência para o Convento do Jerónimos[9], e a criação do ensino de musica no ano seguinte. Sol de pouca dura. 

   Apenas com Francisco Margiochi será de novo relançada á f.p. na Casa Pia de Lisboa, com a fundação a 8 de Outubro de 1893 de uma escola de canteiros, em Belém, aproveitando as obras de reconstrução parcial do mosteiro.  

A Casa Pia de Évora foi criada em 1836  [10] e onde para além da Instrução primária era ministrada f.p. para orfãos, crianças abandonadas e filhos de indigentes de ambos os sexos; Esta iniciativa ficou a dever-se ao Marques de Avila e Bolama, e ficou instalado no antigo Colégio do Espirito Santo, dos Jesuítas. A manutenção desta Casa era assegurada pelos rendimentos dos extintos Recolhimentos da Madalena, Piedade, S. Marco e Colégio dos Meninos Orfãos existentes nesta cidade.  

Casa Pia de Beja

 

Em construção !

  Carlos Fontes

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Notas:

[7] A 15 de Maio de 1860

 [8] Azevedo Avila, ob. cit.pag.269, com base em "Conta Dada ao Primeiro Director da Casa Pia ou Colégio Constitucional dos Artistas, pelo Escrivão da Fazenda , Ant. Pedroso de Almeida. Doc. datado de 116/IX/1822. Arq. T. Tombo. Arq. M. Reino.Maço.27

[9]Decreto de 28 de Dezembro de 1833  

[10] Decreto de 27 de Outubro de 1836 (DG n.266, 9/XI/1836,pag.1245)